— Olha só quem resolveu aparecer, a fujona! — Katarina cantarola, com um sorriso cínico, enquanto mastiga um chiclete. Ela volta a me olhar inteira. — Essa fuga fez bem pra você, Fabiana! Está mais corada, mais bonita. Garanto que o Marrony vai adorar essas suas novas curvas. — Sinto um calafrio só de ouvir esse nome. Contudo, mantenho os meus olhos o tempo todo fixos em minhas mãos. Não lhe respondo e nem contesto, pois conheço bem as regras desse lugar. — Me deixe sozinha com ela, Venut. — Ela pede e eu sei que os seus olhos ainda estão em cima de mim. Sinto a minha garganta ficar seca de repente.— Marrony disse para não sair da sala até ele chegar. — O homem retruca taxativo.— Ah, amor, é só um minutinho de nada! — insiste manhosa, acariciando o seu rosto. No entanto, ele segura a sua cintura com firmeza e a puxa para si. Katarina enlaça seu pescoço e beija a sua boca rapidamente.— Você sabe que eu não posso, Katarina. Depois você apronta uma e essa merda sobra pra mim! — Ele re
Fabi Algumas horas depois... Já estou sonolenta quando uma garota entra no quarto. Anne. Penso. Ela segura uma bandeja nas mãos e sorri meio sem jeito ao me ver acorrentada em cima da cama. Com certeza não é do meu tempo, mas pelas suas vestes com certeza deve ser uma das prostitutas de luxo da casa. A observo colocar a bandeja sobre a cama e ela vai até à porta fechando-a com chave e a coloca no cós da minúscula saia. — Oi, querida! — Ela diz com um tom baixo. — O senhor Mackoy me pediu para cuidar de você. Preste a atenção, eu vou soltar uma de suas mãos para que possa se sentar e comer algo. Depois, te ajudo com o banho, ok? — Apenas assinto e ela volta a tirar o chaveiro da sua cintura. Pega a chave menor para abrir um dos cadeados. No mesmo instante procuro uma maneira de me sentar no colchão, mas a posição ainda não é agradável. — Não pode tirar a outra algema? — pergunto sugestiva. — É que essa posição incomoda um pouco. Olha, eu prometo que vou me comportar. — Ela me olha c
MarrentoAlguns dias depois do sequestro…— Senhor Alex, por Deus, o senhor não comeu nada! — Anita lamenta, porém, continuo parado apenas olhando para o banco de concreto onde ela esteve sentada há alguns dias. Estou a horas sentado em minha cadeira, no escritório da minha casa e olhando esse jardim através das enormes janelas de vidro transparente. Já tem quase setenta e duas horas que a levaram de mim. Setenta e duas horas, isso é desesperador. Merda, sinto que meu coração já não tem mais vida, como se tivessem jogado a minha alma no chão. A minha cabeça não para de martelar. Preciso saber como ela está e o que eles estão fazendo com ela. Com uma respiração profunda, fecho as minhas mãos em punho e esmurro a mesa. Eu mato se a machucarem, destruirei todo o seu império e garantirei que se arrastem aos meus pés, pedindo pela clemência que eu não terei. Com esse pensamento esfrego o rosto e busco o ar que não vem. Não, eu não terei pena de nenhum deles!Deus, eu a quero de volta, pre
Marrento— Olha isso, Marrento. — Ele diz. Faço um sim lento com a cabeça, abrindo um sorriso muito, muito satisfeito. Cacete, é a porra de um fuzil, caralho! Não quero nem saber como ele conseguiu isso. Portanto, acaricio a belezura, admirando cada parte dele.É simplesmente perfeito!— O que achou, Senhor?— Gostei… gostei muito, Jordan, e os homens? — Ele puxa a respiração. Parece orgulhoso do seu trabalho.— Peguei alguns ex presidiários. Pessoas que precisavam ganhar uma grana preta. Eles o aguardam do lado de fora, apenas esperando as suas ordens.— Ótimo, depois vejo isso! Agora quero ver aquela garotinha assustada ali. — Aponto com a cabeça para homem na cadeira.— O nome dele é Jets. Foi o carinha que mostrou a foto da Senhora Fabi para um dos nossos empregados. — Faço um gesto positivo para essa informação.— Então, ele trabalha para o Marrony?— Sim. Ele é uma espécie de avião, Senhor. Ele só faz as entregas e alguns serviços pequenos, mas estava à procura da garota a mando
Marrento— A-Anne. — Ela gagueja com um gemido dolorido.— Então, Anne, eu preciso que você se levante do meu colo como se nada tivesse acontecido aqui e que traga para mim a pessoa que pode me dar as respostas que eu necessito. Você pode fazer isso por mim? — Ela ofega e eu aperto ainda mais os fios loiros entre os meus dedos. — Você pode, Anne? — insisto com falsa meiguice. Ela solta outro gemido e concorda com a cabeça. — Eu quero que me diga.— Sim, eu posso! — responde com a voz trêmula.— Ótimo, docinho! — ralho baixinho, soltando os seus cabelos e acaricio a sua bunda, deixando dois tapinhas em seguida. Ela se levanta e sai hesitante pelo salão. Caminha na direção de um e diz algo para ele, apontando a minha direção. O homem me encara, faz um sinal positivo para a garota e ela volta para o seu trabalho. O observo falar algo em um rádio e depois ele vem para perto de mim.— A garota falou que você quer ver o Marrony? — Ele indaga e eu me encosto na cadeira, encarando-o com durez
Marrento— Por aqui, senhores! — Marrony pede com voz firme e confiante. Apenas com um gesto sutil de cabeça vamos ao seu encontro e paramos em frente a uma mesa de madeira grande. O filho da puta se senta em cadeira que tem um estilo imperial e atrás dele tem três seguranças. Algo esperado já que vim com os meus homens também. — Sente-se, Marrento! — pede cordial, apontando uma cadeira. Sento-me sem tirar os meus olhos dos seus, porém, os meus homens permanecem em pé atrás de mim. — Espero que tenham gostado da recepção calorosa. Não é todo dia que recebo o Marrento em pessoa no meu reino. Você é bem conhecido, rapaz, apesar de ser bem jovem — diz impressionado. Eu só consigo pensar que ele não viu nada ainda. Continuo o encarando frio, sem demostrar nenhum tipo de emoção. — Aceita uma bebida? Eu tenho um Scott francês, o melhor do mercado. — Se gaba.— Claro! — falo no meu melhor estilo arrogante. Ele faz um gesto com um dedo e um dos seus seguranças prepara a bebida. Contudo, uma c
MarrentoDois dias…Os carros pretos correm velozmente pelas estradas de barro seco, levantando uma poeira densa atrás de nós. Mais à frente vai um caminhão de pequeno porte, que leva uma carga muito preciosa… para o Marrony, claro. Quilos e quilos de cocaína, heroína e muitas pedras de crack que serão vendidas para pequenos traficantes. Um lucro exorbitante. Penso. E quando estamos nos aproximando os homens preparam as suas armas. Um dos carros bate na lateral do caminhão, desnorteando o motorista e forçando-o a estacionar no acostamento. Daqui assisto meus homens renderem o motorista e seu carona. Eles são forçados a se ajoelharem no chão com suas mãos erguidas atrás da cabeça. Como puderam perceber, Marrony não se rendeu as minhas ameaças, portanto, não acatou as minhas exigências. Seu tempo acabou e chegou a minha vez de mexer a peça no tabuleiro.— Vamos lá, chefe! — Jordan diz saindo do veículo e saímos logo atrás dele. Danilo permanece no volante como havíamos combinado. Por a
Marrento — O que vocês querem de mim? — questiona com nítido desespero. Contudo, os gritos apavorados das garotas me irritam. — Pode fazê-las se calar, porra?! — rosno de uma forma bruta e irritado. — Saiam daqui, agora! — Jordan rosna, apontando a sua arma e elas saem correndo quarto. O bom e velho silêncio impera no cômodo finalmente volta. Agora é possível ouvir a respiração alterada de Venut ecoando pelo quarto. Despretensioso, começo a andar pelo cômodo e olho para cada canto de parede mofada, assim como o teto e uma pintura envelhecida. O lugar é um chiqueiro. Levo minha arma a minha nuca, acariciando os meus cabelos com ela, enquanto exploro o lugar sobre o olhar apavorado do capanga. — Olha cara, eu não tenho nada a ver com os problemas de Marrony. — Ele diz covardemente em sua defesa, me despertando da minha inspeção minuciosa. — Não tem? — O fito com frieza. — Eu não tenho. Olha só… eu só cumpro as ordens dele. Sou obrigado a cumpri-las. — Caminho para perto da cama sem