Mônica Sampaio.Depois de ouvir as testemunhas, de apresentar todas as provas, assistir alguns vídeos, relatar e debater alguns acontecimentos, estamos na antessala do fórum aguardando que o júri dê a sentença final aos acusados. Marcos está meu lado e assim como a Mariana e a Aline, ele também foi uma das testemunhas. Um policial entra na sala com um semblante sério demais e uma postura rígida e avisa.— A juíza Maria Luíza pede para que todos voltem a sala. Vamos retomar a audiência em cinco minutos. — O policial avisa e sai em seguida. Todos seguimos em silêncio de volta para a sala. O ambiente está lotado. É um típico caso polêmico que mexeu muito com a sociedade carioca. Há alguns familiares de algumas vítimas acompanhando de perto o julgamento. Do meu lado direito posso ver Lancaster e Pimentel sentados em companhia dos seus advogados e a nossa frente, está a juíza Maria Luíza de Alencar, que acompanhou os fatos desde que o inquérito fora aberto. Uma mulher de porte forte, de pe
— Vou poder ver a minha família de novo. Eu nem acredito que isso finalmente está acontecendo comigo Mônica — sussurra em meus braços. — Obrigada! — Diferente de Aline, Mariana é uma garota humilde de Florianópolis. Ela foi arrancada da sua casa e da sua família por Lancaster de uma forma vil e premeditada. Sofreu abuso sexual e violência por anos nas mãos daquele doente e dos seus comparsas e hoje ela está livre para voltar. Nós continuamos abraçadas por algum tempo, até que as lágrimas cessem e que as nossas emoções se estabilizem e quando ela sai dos meus braços, seguro as suas mãos e olho nos olhos molhados e o sorriso que agora emoldura o rosto jovem que vi sério por longos meses.— Vou sentir a sua falta, Mariana! — Falo com a voz embargada.— Eu também. — Nos abraçamos pela última vez e em seguida a vejo se afastar, sair do fórum na companhia dos federais. Daqui ela vai direto para o aeroporto, para voltar ao seio da sua família.***Saímos do fórum direto para um restaurante n
Mônica SampaioTrês dias depois do julgamento aqui estou eu, na cama do meu namorado, totalmente indisposta, de preguicinha mesmo e fazendo corpo mole, enquanto o meu namorado faz todos os meus gostos de comida e de cama.— As meninas vão chegar em meia hora meu amor. Acho melhor você ir se cuidar — Marcos diz acariciando minhas costas nuas, fazendo pequenos círculos com as pontas dos dedos. Ele está deitado ao meu lado, completamente nu e estamos de conchinha, em pleno sábado de manhã. Ok. O lance dele ir para minha casa, com aquela mochila definitivamente não rolou. Como eu ia ter a liberdade de gemer e gritar debaixo desse homão, numa casa tão pequena, onde todo mundo consegue ouvir os menores ruídos? O safado me convenceu a ficar mais alguns dias aqui, pelo menos até a minha tia voltar para Maceió. Solto um gemido manhoso, me espreguiçando e no ato e a minha bunda roça gostoso no seu pau, com uma puta ereção matinal. Ele mexe o quadril e me aperta em seus braços, dando alguns beij
— Foi só uma ligeira queda de pressão. Eu estou bem! — minto descaradamente. Se eu tiver de contar para alguém, que seja logo para o Marcos. Penso. As meninas aceitam as minhas desculpas e sorriem aliviada e eu retribuo o gesto, saindo do consultório junto com elas.— Enquanto você estava falando com a médica, a Ana estava fazendo um teste de farmácia. — Gisele comenta me fazendo olhar a minha amiga perplexa.— Como assim, Ana? Os pequenos ainda vai fazer cinco meses, ficou maluca? — retruco. Ela escancara um enorme sorriso e dá de ombros.— Fazer o quê, né? O teste deu positivo. Luís vai ficar maluco com essa novidade. Estávamos pensando em ter mais um, só não tão rápido assim. — Ela fala radiante, enquanto eu estou me consumindo de desespero por dentro.— Não acredito! Vocês falam que eu e o Marcos parecemos coelhos e, no entanto, vocês que são — digo fazendo graça da situação. Estou completamente chocada com a rapidez desses dois.— Coelhos em fase de reprodução — Gisele fala fazen
Marcos Albuquerque.— Você não tem noção do quanto foi difícil mentir para minha morena. Acredita que ela reparou até na minha roupa? — resmungo enquanto Luís dirige pelo trânsito carioca.— Tenho certeza que sim. A Ana é do mesmo jeito. Chegamos. — Luís avisa e estaciona o carro em frente a uma joalheria no shopping que fica em frente à praia. Tivemos que vir nesse shopping para não termos o azar de encontrar com as meninas, que foram para o shopping do centro fazer as compras de Natal. A vendedora me mostra muitos anéis de compromisso, mas eu procuro algo delicado, que seja mais a nossa cara. A dias que venho pensando em pedi-la em casamento e acho que esse é o nosso melhor momento. Sim. Eu finalmente estou preparado para fazer isso e quero muito fazer isso. Escolho um par de alianças em ouro branco. Um solitário cravejado com pequenas pedras pra ela e uma simples pra mim. Passo alguns poucos segundos admirando a peça delicada em minha mão e com um suspiro, entrego a joia a vendedor
Estou dirigindo para o nosso lugar especial e confesso que a minha concentração aqui é quase zero. Os sintomas são... Coração batendo acelerado, mãos suando demasiado e respiração retida nos pulmões e para piorar, tem o seu perfume impregnado no ambiente que está me deixando louco. O trânsito está um pouco lento e isso só piora a minha situação. Olho rapidamente para minha morena, que parece pensativa e distante. Tem algo está perturbando a minha menina e eu só queria saber, por que ela não se abre comigo? O que vou fazer essa noite também está me deixando dando desconfortável. Eu sei que estou preparado e eu sei que é isso o que eu quero, mas e ela? É isso o que ela quer? Ela está preparada para esse momento? Sinceramente eu não sei, mas preciso me arriscar. Escuto seu suspiro audível e desperto a olhando rapidamente outra vez.— Você está tão distante — comento. Ela parece não me ouvir. Decido deixar o clima mais leve para nós dois. —Terra chamando Mônica! — chamo sua atenção para m
Mônica SampaioMarcos está especialmente nervoso hoje. Na verdade, ele está esquisito, parece esconder algo. Ele toma uma taça de vinho tão rápido quanto um copo d'água. Enquanto comemos e conversamos, o observo por um tempo. É algo bem sutil e eu posso até dizer, quase imperceptível, mas como ele mesmo vive me dizendo, eu o conheço como a palma da minha mão. Ele respira fundo algumas vezes e o seu olhar as vezes foge do meu, em outras vezes tamborila os dedos no tampo da mesa e quando me olha, parece que quer dizer algo. Na minha inquietude, resolvo perguntar logo de uma vez.— Você parece nervoso — comento.— Impressão sua querida, mais vinho? — oferece e eu faço não com a cabeça.— Prefiro uma água se não se importa.— Água? Notei que quase não tocou na sua bebida — diz olhando rapidamente a taça quase intocada — É... tá... Tudo bem? Como foi o seu dia? — pergunta com fingido desdém, mas eu posso sentir que tem um pouco de nervosismo em sua voz... Dou de ombros. Se ele soubesse.—
— Tenho uma surpresa para você também. — É agora o momento certo para lhe contar. Estou com medo, cheia de receios, mas eu sei, que é algo que eu preciso lhe contar. Marcos para os beijos cálidos em minha pele e se afasta, abrindo um sorriso lindo de menino, me olhando com aquele olhar travesso e me beija rapidamente. Ele aguarda que eu continue e eu suspiro nervosa.— Onde está? — Inquire especulativo.Me afasto um pouco mais do meu noivo e sobre o seu olhar curioso, pego a minha bolsa de mão que ficou largada no chão e com as mãos um pouco trêmulas, eu tiro de dentro o papel branco dobrado ao meio e lhe estendo, ficando séria. Marcos encara o papel em minha mão por um tempo, questão de segundos, eu acho, mas que para parecia uma eternidade. Então os seus olhos voltam a encarar os meus e com um sorriso que eu não sei descrever, ele pega o papel da minha mão e o abre com ansiedade. Estou com os nervos à flor do pano. Enquanto ele ler o papel, em pé na minha frente, um turbilhão de pen