Mônica SampaioPassamos os próximos dias inteirinhos trancados no quarto do Marcos. Sério, fizemos de tudo lá dentro. Tomamos café da manhã, almoçamos e lanchamos na cama mesmo. Ele não queria sair de perto de mim um só instante e eu não queria largá-lo também. Foram dias inteiros de muito amor e de muito chamego. Nunca pensei que iria me acostumar algum dia com uma vida de casada. Eu sei, eu sei. Não somos casados, ainda. Mas não custa nada me iludir um pouco, não é? — E então? — pergunto assim, do nada. Marcos me olha sem entender a pergunta. — No que você estava pensando hoje de manhã? — Ele se deita de lado com a cabeça apoiada em seu braço e olhando para mim, ajeita uma mexa de cabelo caída no meu rosto e a põe atrás da minha orelha. Marcos parece pensar nas palavras certas. Ele respira profundamente e bem baixinho. Os olhos claros, parecem intensos e prendem os meus de forma que eu não consigo desviar os meus que anseiam pelas palavras que parecem não sair nunca. — Não quero q
— Mas que merda! — xingo baixinho inconformada. — Não acredito que me esqueci de tomar meus comprimidos! — falo com tom de lamento. De repente tudo parece girar a minha volta. As seções intermináveis de sexo, o fato de Marcos não ter usado camisinha. Meu Deus! Seguro a toalha com força no meu corpo e me sentindo trêmula, corro de volta para o quarto e pego minha a bolsa para tirar a minha tabela e verifico o meu período fértil. Meu mundo desaba bem ali aos meus pés e um gelo intenso e repentino se arrasta pelos meus pés tomando conta do meu corpo inteiro quando percebo que estou no período fértil já a alguns dias.— Aconteceu alguma coisa? — Ana indaga cautelosa, percebendo o meu estado. Só então percebo que ela ainda está no quarto. Com as mãos trêmulas, mostro minha tabela para a minha amiga. Ela me lança um olhar especulativo. —O que é isso?—Minha tabela de... A- Ana os meus comprimidos... e- eu me esqueci de tomá-los. Meu Deus! A cartela está pela metade. Você sabe o que isso si
Mônica Sampaio.Depois de ouvir as testemunhas, de apresentar todas as provas, assistir alguns vídeos, relatar e debater alguns acontecimentos, estamos na antessala do fórum aguardando que o júri dê a sentença final aos acusados. Marcos está meu lado e assim como a Mariana e a Aline, ele também foi uma das testemunhas. Um policial entra na sala com um semblante sério demais e uma postura rígida e avisa.— A juíza Maria Luíza pede para que todos voltem a sala. Vamos retomar a audiência em cinco minutos. — O policial avisa e sai em seguida. Todos seguimos em silêncio de volta para a sala. O ambiente está lotado. É um típico caso polêmico que mexeu muito com a sociedade carioca. Há alguns familiares de algumas vítimas acompanhando de perto o julgamento. Do meu lado direito posso ver Lancaster e Pimentel sentados em companhia dos seus advogados e a nossa frente, está a juíza Maria Luíza de Alencar, que acompanhou os fatos desde que o inquérito fora aberto. Uma mulher de porte forte, de pe
— Vou poder ver a minha família de novo. Eu nem acredito que isso finalmente está acontecendo comigo Mônica — sussurra em meus braços. — Obrigada! — Diferente de Aline, Mariana é uma garota humilde de Florianópolis. Ela foi arrancada da sua casa e da sua família por Lancaster de uma forma vil e premeditada. Sofreu abuso sexual e violência por anos nas mãos daquele doente e dos seus comparsas e hoje ela está livre para voltar. Nós continuamos abraçadas por algum tempo, até que as lágrimas cessem e que as nossas emoções se estabilizem e quando ela sai dos meus braços, seguro as suas mãos e olho nos olhos molhados e o sorriso que agora emoldura o rosto jovem que vi sério por longos meses.— Vou sentir a sua falta, Mariana! — Falo com a voz embargada.— Eu também. — Nos abraçamos pela última vez e em seguida a vejo se afastar, sair do fórum na companhia dos federais. Daqui ela vai direto para o aeroporto, para voltar ao seio da sua família.***Saímos do fórum direto para um restaurante n
Mônica SampaioTrês dias depois do julgamento aqui estou eu, na cama do meu namorado, totalmente indisposta, de preguicinha mesmo e fazendo corpo mole, enquanto o meu namorado faz todos os meus gostos de comida e de cama.— As meninas vão chegar em meia hora meu amor. Acho melhor você ir se cuidar — Marcos diz acariciando minhas costas nuas, fazendo pequenos círculos com as pontas dos dedos. Ele está deitado ao meu lado, completamente nu e estamos de conchinha, em pleno sábado de manhã. Ok. O lance dele ir para minha casa, com aquela mochila definitivamente não rolou. Como eu ia ter a liberdade de gemer e gritar debaixo desse homão, numa casa tão pequena, onde todo mundo consegue ouvir os menores ruídos? O safado me convenceu a ficar mais alguns dias aqui, pelo menos até a minha tia voltar para Maceió. Solto um gemido manhoso, me espreguiçando e no ato e a minha bunda roça gostoso no seu pau, com uma puta ereção matinal. Ele mexe o quadril e me aperta em seus braços, dando alguns beij
— Foi só uma ligeira queda de pressão. Eu estou bem! — minto descaradamente. Se eu tiver de contar para alguém, que seja logo para o Marcos. Penso. As meninas aceitam as minhas desculpas e sorriem aliviada e eu retribuo o gesto, saindo do consultório junto com elas.— Enquanto você estava falando com a médica, a Ana estava fazendo um teste de farmácia. — Gisele comenta me fazendo olhar a minha amiga perplexa.— Como assim, Ana? Os pequenos ainda vai fazer cinco meses, ficou maluca? — retruco. Ela escancara um enorme sorriso e dá de ombros.— Fazer o quê, né? O teste deu positivo. Luís vai ficar maluco com essa novidade. Estávamos pensando em ter mais um, só não tão rápido assim. — Ela fala radiante, enquanto eu estou me consumindo de desespero por dentro.— Não acredito! Vocês falam que eu e o Marcos parecemos coelhos e, no entanto, vocês que são — digo fazendo graça da situação. Estou completamente chocada com a rapidez desses dois.— Coelhos em fase de reprodução — Gisele fala fazen
Marcos Albuquerque.— Você não tem noção do quanto foi difícil mentir para minha morena. Acredita que ela reparou até na minha roupa? — resmungo enquanto Luís dirige pelo trânsito carioca.— Tenho certeza que sim. A Ana é do mesmo jeito. Chegamos. — Luís avisa e estaciona o carro em frente a uma joalheria no shopping que fica em frente à praia. Tivemos que vir nesse shopping para não termos o azar de encontrar com as meninas, que foram para o shopping do centro fazer as compras de Natal. A vendedora me mostra muitos anéis de compromisso, mas eu procuro algo delicado, que seja mais a nossa cara. A dias que venho pensando em pedi-la em casamento e acho que esse é o nosso melhor momento. Sim. Eu finalmente estou preparado para fazer isso e quero muito fazer isso. Escolho um par de alianças em ouro branco. Um solitário cravejado com pequenas pedras pra ela e uma simples pra mim. Passo alguns poucos segundos admirando a peça delicada em minha mão e com um suspiro, entrego a joia a vendedor
Estou dirigindo para o nosso lugar especial e confesso que a minha concentração aqui é quase zero. Os sintomas são... Coração batendo acelerado, mãos suando demasiado e respiração retida nos pulmões e para piorar, tem o seu perfume impregnado no ambiente que está me deixando louco. O trânsito está um pouco lento e isso só piora a minha situação. Olho rapidamente para minha morena, que parece pensativa e distante. Tem algo está perturbando a minha menina e eu só queria saber, por que ela não se abre comigo? O que vou fazer essa noite também está me deixando dando desconfortável. Eu sei que estou preparado e eu sei que é isso o que eu quero, mas e ela? É isso o que ela quer? Ela está preparada para esse momento? Sinceramente eu não sei, mas preciso me arriscar. Escuto seu suspiro audível e desperto a olhando rapidamente outra vez.— Você está tão distante — comento. Ela parece não me ouvir. Decido deixar o clima mais leve para nós dois. —Terra chamando Mônica! — chamo sua atenção para m