Cecília está distraída conversando com o pessoal da emissora, então nem percebe que estamos observando-a. — Tive certeza quando ela levou o filho num dia desses para a emissora. — Ele volta o olhar para mim e vejo a constatação em seus olhos. — O Murilo tem o seu sorriso. A mesma covinha que você tem na bochecha. — Ele ri, balançando a cabeça ao se lembrar de alguma coisa. — E o mesmo humor acido que você tinha na idade dele. Ele não precisa perguntar nada. Já conseguiu juntar as peças sem ninguém lhe avisar. Como eu não consegui fazer isso? Como não desconfiei quando ela engravidou que o filho poderia ser meu? Eu a conheço. Bem para caralho! O bastante para saber que ela nunca se deitaria com alguém depois de mim. Cecília é do tipo que deixa o luto a consumir. Ela deixa a dor lhe quebrar ao meio. Ela é do tipo que precisa sentir isso, para conseguir seguir adiante. Mas como segue a vida olhando todos os dias para alguém que tem uma parte do DNA e das características da pe
Mal consigo raciocinar enquanto o Theo despeja tudo no meu colo. Ele conta sobre os nove anos e como se senti em relação a muitas coisas. Mas a principal delas é; sobre o seu casamento. E depois que ele termina de falar sobre tudo, só tem uma coisa que martela na minha mente. Ele vai mesmo pedir o divórcio? Conheço muito bem o Theo para saber que mesmo separado dela, ele nunca vai desampará-la, principalmente se o resultado da biopsia der positivo. Ele vai permanecer ao seu lado até o fim, como o belo ser humano que ele é. E isso causa um imenso misto de sentimentos dentro de mim. Não consigo negar que eu ainda o amo e muito. Os anos longe dele só fizeram esse amor crescer mais e mais. E ver que ele ainda sente o mesmo por mim, faz meu coração quase dobrar de tamanho. Mas minha cabeça borbulha com o resto que está fora da nossa bolha de amor. As consequências que tudo isso vai nos causar. Quem vamos magoar no caminho. E pensar nisso faz meu senso de responsabilidade g
— Meu Deus! — Vitor exclamou, se endireitando na espreguiçadeira. — É possível um homem ter toda aquela quantidade de músculos na barriga? — Ele se abanava, enquanto seus olhos estavam pregados no Theo. Um Theo deliciosamente gostoso. Tentei conter a vontade de arregalar a boca enquanto o observava na piscina, tendo a sorte de ter os óculos escondendo meus olhos pregados em sua barriga. Ele realmente está bem mais forte. Misericórdia. Meu corpo inteiro pega fogo e nem pelo calor escaldante que está fazendo. Theo está relaxado na piscina, conversando com alguns convidados e seus braços descansam preguiçosamente na borda da piscina. Ele está virado para nós — o que eu acho que foi proposital, mas não vou reclamar — o que nos dá uma bela visão do seu magnífico peitoral. Ele fez uma tatuagem? Tombo a cabeça de lado, forçando os olhos a tentar enxergar o desenho e quando meus olhos conseguem, levo um choque ao perceber o que é. Ele tatuou a porra de um anjo segurando um m
Ela pensa que eu não percebi a forma que me olhava, enquanto eu estava na piscina. A maneira como seus olhos avaliavam cada centímetro de pele em mim, fazendo todo o meu maldito corpo pegar fogo e nem era pela temperatura do dia.Tentei, tentei o máximo que meu corpo aguentava. Me esforcei para caralho, para ficar longe dela.Mas ela me quebrou ao fazer a maldita pergunta de cunho sexual.—
Divórcio.Ela pediu o divórcio.Puta merda!Cecília falava comigo, eu via sua boca mexendo, mas não conseguia assimilar uma única palavra que saia de sua boca.As únicas palavras que ecoavam pela minha cabeça eram as que a Betina havia dito: Quero o divórcio.Cecília devia ter ficado preocupada, mas não conseguiria lidar com ela agora, por isso, me tranquei na suíte do meu tio. Estou nesse exato momento sentado na pequena sacada do quarto, as pernas balançando para fora do vão do parapeito e minha cabeça rodando com tantas informações novas.Por mais que eu já est
Como senti falta dos lábios dele.Foram quase uma década longe dele. Da sua boca, do seu toque, do seu cheiro.Eu ainda o amo. Na verdade, tenho plena consciência que sempre o amei e sei que por mais que eu tenha me esforçado muito para esquecê-lo, nunca vou conseguir tirá-lo do meu coração.Quando eu o senti se afastando de mim, enquanto falava ao telefone, foi como reviver toda a dor de quando ele me deixou, a anos atrás.Pensei que o tinha perdido para sempre.Mas agora, sentindo seus lábios em meu pescoço e suas mãos pelo meu corpo. É a minha visão particular do paraíso.
Porra.É a única coisa que consigo pensar.Como consegui ficar uma década longe dessa mulher?Olho para o lado e não consigo deixar de sorrir. Ceci está ofegante, os olhos fechados e um sorriso imenso nos lábios.Estamos em absurdo contentamento e satisfação.Passo delicadamente o indicador ao redor do bico do seu peito e ela arfa, engolindo em seco. Ela abre os olhos e seu olhar encontra o meu. O brilho neles me encanta e sinto meu coração errar algumas batidas ao enxergar o imenso amor que brinca em suas pupilas. Deve ser reflexo do meu.Porque definitivamente, eu amo essa mulher.Ela inclina a cabeça em direção a mim e beija meus lábios, tão delicadamente que não consigo evitar o gemido que escapou da minha boca. Ela sorri contra os meus lábios e, sem interromper o beijo, se senta em meu colo.Porra, já estou duro de novo.Ela deve ter sentido, pois no minuto seguinte ela me faz deslizar para dentro dela novamente e, é bom pra caralho.Não ligo de ter gozado dentro dela minutos at
Já fazia um tempo que o Theo estava do lado de fora do quarto conversando com o tio, desconfio que era referente ao divórcio dele com a Betina.Ainda não consigo acreditar que isso realmente esteja acontecendo.E mesmo desconfiando que eu deveria me sentir mal por ela… Eu não consigo.Será que sou ruim por ficar ao menos um pouco feliz com isso?Esperei longos dez anos por isso e não é como se eu fosse o motivo da separação deles — pelo menos não diretamente.Não pedi para que isso acontecesse.Continuo andando de um lado para o outro, pensativa e sem saber o que de fato vou fazer.Sinto minha cabeça começar a latejar com tanta informação.E como se o destino estivesse contra mim nesse momento, ouço meu celular tocar em algum lugar do quarto. Corro imediatamente para onde está vindo o barulho, tentando fazer com que o Marcos não escute o toque do lado de fora, mesmo desconfiando que ele já saiba que sou eu que está aqui dentro.Encontrei o celular jogado embaixo da cama.— Como diabos