EmmaEu me senti um pouco relutante em seguir a Srtª Crawford. O que me dava algum conforto, era saber que Henry voltaria ali no dia seguinte. Mas eu não pude deixar de me sentir fora de lugar naquela casa. Por que uma simples família precisa de tanto espaço? Meu antigo bando inteiro poderia viver confortavelmente nesse lugar.— Você está gostando daqui? — Georgiana Crawford perguntou enquanto nós subíamos as escadas.— É um lugar bonito — Eu comentei — Mas não o conheço para formar uma opinião.— Eu vou apresentar tudo a você — Ela abriu uma porta — Mas por enquanto, você pode se acomodar aqui. Seus aposentos.— Mesmo? — Eu olhei em volta. Meu quarto na pousada era espaçoso e simples, mas eu não sabia nem por onde começar a descrever esse lugar. Eu caminhei até uma poltrona ao lado da cama, depositando a minha mala ali.— Talvez você queira mudar de roupa — a jovem dama sugeriu — Ainda está cedo, eu posso te apresentar a casa e os jardins até a hora do jantar.Eu senti meu rosto cor
EmmaNós logo chegamos ao cômodo, e Georgie me ajudou a me deitar, se retirando em seguida com a promessa de que voltaria em breve.Bem, se o Sr Downey viesse acompanhado de Henry, com certeza ele cuidaria de tudo. Ele não deixaria nada dar errado. Aquele pensamento me acalmou um pouco.Após o almoço, a Srª Crawford apareceu com a modista. Ela garantiu que eu teria novos vestidos em breve, até lá eu conseguiria me virar com os que tinham conseguido para mim.Eu aguardei a chegada de Henry de forma ansiosa, mesmo sabendo que ele provavelmente viria com o reverendo, mas quando terminamos o jantar e ele não apareceu, eu comecei a entender que ele não viria. Fiz companhia para a família na sala após o jantar, o Sr Crawford pediu para que Georgie tocasse um pouco de piano, enquanto eu disfarçava, fingindo ler um livro. — Srtª Ferguson — Hill me surpreendeu ao se aproximar de mim com um bilhete em uma bandeja — Isso chegou para a Senhorita.Eu o aceitei, sentindo o olhar de todos sobre m
Emma— Eu não quero ficar sozinha aqui — Eu suspirei enquanto caminhava até a porta — Georgie é agradável, mas ela não me entende.— Eu prometo ser mais presente, Srtª Ferguson, eu sinto muito por minha ausência — ele garantiu abrindo a porta.Eu o acompanhei para fora da sala, sentindo o olhar de Georgie nos avaliar imediatamente. — Podemos ir?— ela questionou alternando o olhar entre nós dois.— Vamos – ele nos guiou até a porta.A igreja não era distante, de forma que caminhamos até lá tranquilamente. Nosso pequeno grupo atraiu a atenção enquanto caminhávamos. Ao chegar no lugar, Georgie localizou sua família, sentando-se junto a eles, Henry me guiou para um banco na frente, onde a esposa do reverendo estava sentada.Eu senti todos os olhares sobre mim quando nos acomodamos, George logo tomou seu lugar ao meu lado encarando o outro com uma expressão séria.— Espero que esteja bem, senhorita Ferguson – ele sorriu de forma amigável para mim.— Estou, obrigada senhor Thorpe. – Eu fra
HenryUma Quinzena se passou desde que levei Emma à igreja pela primeira vez, e em comum acordo George e eu passamos a frequentar Dyrham Park. Os Burkhart dariam um baile em alguns dias, e Emma precisava se preparar para o evento. George sugeriu que seria adequado oferecer pequenas reuniões em nossas casas para que pudéssemos treiná-la de forma adequada.Minha família voltaria em breve, Kitty tinha ficado ansiosa ao descobrir sobre Emma e queria conhecê-la logo, mas Tia Margareth a convenceu a esperar a data planejada para o retorno, em dez dias.Emma ainda não conhecia Casterly Park, e eu continuamente me questionava o que ela acharia daquele lugar. Eu passei a me aproximar cada vez mais da jovem cigana, quando eu não frequentava Dyrham Park, enviava alguma nota para ela. Eu adorava cada parte de meus dias com Emma, Ela era divertida, inteligente e estava se acostumando cada dia mais com nosso estilo de vida. Apesar de ainda notar aquela dor no fundo de seus olhos, eu via uma melho
Henry— Sr Dashwood, espere um momento. — Ela correu, me impedindo de sair — Ela passou mesmo por tudo isso?— Como eu disse, nós tivemos que escondê-la em nossa carruagem para impedir que os homens a encontrassem. Você consegue imaginar o que fariam com ela? Além de matá-la?— Meu Deus — Ela piscou, deixando algumas lágrimas escaparem — Por que fariam isso? Eu preciso falar com ela.— Não, eu vou falar com ela primeiro — Eu impedi que ela avançasse.— Eu não vou falar nada a ninguém — Georgiana garantiu — Eu vou ajudá-la no que eu puder. — Obrigado — Eu suspirei. Eu sabia que assim que ela compreendesse a situação, ela ajudaria a amiga. — Você pode me levar até ela?Ela me guiou em silêncio por alguns corredores até se aproximar de uma porta fechada. Ela bateu, esperando uma resposta que não veio.— Emma, abre a porta, nós precisamos conversar sobre isso — Ela pediu. Será que Emma contou para ela? Como ela descobriu?— Emma, vamos... Eu me aproximei tomando o controle da situação.
Emma — O que você achou do jantar de ontem? — Georgie questionou enquanto estávamos no jardim aproveitando um pouco o clima agradável do começo de outubro para desenhar. Logo a temperatura começaria a cair. E os Crawford já haviam providenciado alguns vestidos de inverno para mim.O baile seria em três dias, me deixando cada vez mais ansiosa. Já faz um mês que eu conheço Henry, eu me sentia cada vez mais confortável nessa situação. Desde que Georgie revelou o meu problema com os bailes, a Srª Cunningham sempre arrumava alguma reunião para nos levar.— Foi agradável, eu conheci algumas pessoas novas — Eu dei de ombros, tentando prestar atenção no pássaro que eu estava me esforçando para desenhar.— Foi uma pena o Sr Dashwood ter outro compromisso — Ela comentou prestando atenção no próprio desenho.— Sim, foi... — Eu desconversei como sempre fazia quando ela o citava.— Mas eu aposto que ele aparecerá para o jantar hoje — Ela insistiu. — Já é o segundo dia que nós não temos notícias
Emma — Olá.. Nós... nós só estávamos... — Eu tentei arrumar uma desculpa. — Srtª Ferguson, vá arrumar suas malas — Henry pediu com uma expressão séria. Ele vai realmente me mandar embora? — O que? Por que? — Georgie arregalou os olhos. — Para onde eu vou? — Eu balbuciei. — Georgiana, venha comigo — A Srª Crawford pediu. — Mãe... — Georgiana, eu insisto — Ela lançou um olhar significativo para a filha. Eu observei as duas se afastarem antes de me virar mais uma vez para Henry que continuava com o olhar sério. — Emma... — Já entendi, eu vou arrumar minhas malas — Eu suspirei derrotada — Eu volto logo. — Te esperarei aqui — Ele garantiu. Eu segui para o meu quarto começando a embalar tudo o que eu tinha ali. O que estava acontecendo? Para onde eu vou? Henry está chateado comigo? Essas perguntas rondavam a minha mente enquanto eu tentava embalar tudo o mais depressa possível. Uma batida na porta me interrompeu, eu a abri, encontrando Hill parada ali. — O Sr Dashwood pedi
Henry Eu deixei o quarto de Emma me sentindo desnorteado, como eu pude me descontrolar dessa maneira? Eu tentei em vão esquecer aquele beijo, mas era impossível ignorar a sensação de tê-la em meus braços. Eu estava usando todo o controle que me restava para não retornar àquele quarto e tomá-la para mim.Decidi sair de casa enquanto ainda me restava alguma resolução em me afastar de Emma. Eu caminhei pelo jardim por algum tempo, pensando em tudo o que estava acontecendo em minha vida desde que a vi dançando naquela cidade.Eu não tinha me dado conta da extensão de meus sentimentos até nossa discussão na carruagem, eu não poderia sequer considerar a possibilidade de tê-la longe de mim, mas o que eu poderia fazer em relação a isso?Ela é minha protegida, vive na minha casa, eu sou responsável por ela e a transformarei em uma mulher exemplar, ninguém jamais desconfiaria de seu passado, e então eu poderei...Poderei o que? Eu respirei fundo retomando meu caminho para casa, eu estou exage