Emma— Eu não quero ficar sozinha aqui — Eu suspirei enquanto caminhava até a porta — Georgie é agradável, mas ela não me entende.— Eu prometo ser mais presente, Srtª Ferguson, eu sinto muito por minha ausência — ele garantiu abrindo a porta.Eu o acompanhei para fora da sala, sentindo o olhar de Georgie nos avaliar imediatamente. — Podemos ir?— ela questionou alternando o olhar entre nós dois.— Vamos – ele nos guiou até a porta.A igreja não era distante, de forma que caminhamos até lá tranquilamente. Nosso pequeno grupo atraiu a atenção enquanto caminhávamos. Ao chegar no lugar, Georgie localizou sua família, sentando-se junto a eles, Henry me guiou para um banco na frente, onde a esposa do reverendo estava sentada.Eu senti todos os olhares sobre mim quando nos acomodamos, George logo tomou seu lugar ao meu lado encarando o outro com uma expressão séria.— Espero que esteja bem, senhorita Ferguson – ele sorriu de forma amigável para mim.— Estou, obrigada senhor Thorpe. – Eu fra
HenryUma Quinzena se passou desde que levei Emma à igreja pela primeira vez, e em comum acordo George e eu passamos a frequentar Dyrham Park. Os Burkhart dariam um baile em alguns dias, e Emma precisava se preparar para o evento. George sugeriu que seria adequado oferecer pequenas reuniões em nossas casas para que pudéssemos treiná-la de forma adequada.Minha família voltaria em breve, Kitty tinha ficado ansiosa ao descobrir sobre Emma e queria conhecê-la logo, mas Tia Margareth a convenceu a esperar a data planejada para o retorno, em dez dias.Emma ainda não conhecia Casterly Park, e eu continuamente me questionava o que ela acharia daquele lugar. Eu passei a me aproximar cada vez mais da jovem cigana, quando eu não frequentava Dyrham Park, enviava alguma nota para ela. Eu adorava cada parte de meus dias com Emma, Ela era divertida, inteligente e estava se acostumando cada dia mais com nosso estilo de vida. Apesar de ainda notar aquela dor no fundo de seus olhos, eu via uma melho
Henry— Sr Dashwood, espere um momento. — Ela correu, me impedindo de sair — Ela passou mesmo por tudo isso?— Como eu disse, nós tivemos que escondê-la em nossa carruagem para impedir que os homens a encontrassem. Você consegue imaginar o que fariam com ela? Além de matá-la?— Meu Deus — Ela piscou, deixando algumas lágrimas escaparem — Por que fariam isso? Eu preciso falar com ela.— Não, eu vou falar com ela primeiro — Eu impedi que ela avançasse.— Eu não vou falar nada a ninguém — Georgiana garantiu — Eu vou ajudá-la no que eu puder. — Obrigado — Eu suspirei. Eu sabia que assim que ela compreendesse a situação, ela ajudaria a amiga. — Você pode me levar até ela?Ela me guiou em silêncio por alguns corredores até se aproximar de uma porta fechada. Ela bateu, esperando uma resposta que não veio.— Emma, abre a porta, nós precisamos conversar sobre isso — Ela pediu. Será que Emma contou para ela? Como ela descobriu?— Emma, vamos... Eu me aproximei tomando o controle da situação.
Emma — O que você achou do jantar de ontem? — Georgie questionou enquanto estávamos no jardim aproveitando um pouco o clima agradável do começo de outubro para desenhar. Logo a temperatura começaria a cair. E os Crawford já haviam providenciado alguns vestidos de inverno para mim.O baile seria em três dias, me deixando cada vez mais ansiosa. Já faz um mês que eu conheço Henry, eu me sentia cada vez mais confortável nessa situação. Desde que Georgie revelou o meu problema com os bailes, a Srª Cunningham sempre arrumava alguma reunião para nos levar.— Foi agradável, eu conheci algumas pessoas novas — Eu dei de ombros, tentando prestar atenção no pássaro que eu estava me esforçando para desenhar.— Foi uma pena o Sr Dashwood ter outro compromisso — Ela comentou prestando atenção no próprio desenho.— Sim, foi... — Eu desconversei como sempre fazia quando ela o citava.— Mas eu aposto que ele aparecerá para o jantar hoje — Ela insistiu. — Já é o segundo dia que nós não temos notícias
Emma — Olá.. Nós... nós só estávamos... — Eu tentei arrumar uma desculpa. — Srtª Ferguson, vá arrumar suas malas — Henry pediu com uma expressão séria. Ele vai realmente me mandar embora? — O que? Por que? — Georgie arregalou os olhos. — Para onde eu vou? — Eu balbuciei. — Georgiana, venha comigo — A Srª Crawford pediu. — Mãe... — Georgiana, eu insisto — Ela lançou um olhar significativo para a filha. Eu observei as duas se afastarem antes de me virar mais uma vez para Henry que continuava com o olhar sério. — Emma... — Já entendi, eu vou arrumar minhas malas — Eu suspirei derrotada — Eu volto logo. — Te esperarei aqui — Ele garantiu. Eu segui para o meu quarto começando a embalar tudo o que eu tinha ali. O que estava acontecendo? Para onde eu vou? Henry está chateado comigo? Essas perguntas rondavam a minha mente enquanto eu tentava embalar tudo o mais depressa possível. Uma batida na porta me interrompeu, eu a abri, encontrando Hill parada ali. — O Sr Dashwood pedi
Henry Eu deixei o quarto de Emma me sentindo desnorteado, como eu pude me descontrolar dessa maneira? Eu tentei em vão esquecer aquele beijo, mas era impossível ignorar a sensação de tê-la em meus braços. Eu estava usando todo o controle que me restava para não retornar àquele quarto e tomá-la para mim.Decidi sair de casa enquanto ainda me restava alguma resolução em me afastar de Emma. Eu caminhei pelo jardim por algum tempo, pensando em tudo o que estava acontecendo em minha vida desde que a vi dançando naquela cidade.Eu não tinha me dado conta da extensão de meus sentimentos até nossa discussão na carruagem, eu não poderia sequer considerar a possibilidade de tê-la longe de mim, mas o que eu poderia fazer em relação a isso?Ela é minha protegida, vive na minha casa, eu sou responsável por ela e a transformarei em uma mulher exemplar, ninguém jamais desconfiaria de seu passado, e então eu poderei...Poderei o que? Eu respirei fundo retomando meu caminho para casa, eu estou exage
Henry Eu fui até a biblioteca, me ocupando de responder algumas cartas de negócios durante o resto da tarde, pelo o que minha mãe disse em sua carta, ela chegaria antes do Jantar. As horas avançavam e minha mãe começou a demorar mais do que eu esperava. Eu tentei me distrair lendo um livro, mas a preocupação começou a tomar conta de mim. — Sr Dashwood — Jerkins entrou na sala — O Sr Thorpe está aqui para vê-lo. George... Eu acabei me esquecendo completamente dele. Eu garanti que o avisaria antes de trazer Emma para Casterly Park. Ele provavelmente me reprovará por minha atitude. — George — Eu me levantei assim que ele entrou na biblioteca. — Eu não o esperava. — Sinto muito, Dashwood — Ele sorriu — Mas não pude deixar de vir depois de encontrar com o Sr Crawford na cidade. — Você o encontrou? — Eu suspirei, colocando o livro totalmente de lado. — Como ela está? Eu não entendi direito o que aconteceu, mas parece que a Srª Crawford considerou algum comportamento dela impróprio.
EmmaEu me retirei imediatamente da sala, deixando toda a família ali, um turbilhão de sentimentos crescia dentro de mim, eu me sentia frustrada com Henry, irritada com Lady Kinghley e desconcertada por ter sido apresentada à sua mãe e irmã daquela maneira. Não compreendiam o motivo do mau humor de Henry, George e eu estávamos apenas brincando com ele.Talvez nós não sejamos tão próximos quanto eu pensei. Por um momento, imaginei que estávamos avançando em nossa relação depois da caminhada de hoje a tarde, mas creio que me enganei. Eu segui em direção às escadas, querendo me afastar o máximo possível da Lady Kinghley. Eu não tive a oportunidade de interagir com o resto da família de Henry, mas estava claro que aquela mulher não facilitaria minha vida, e com certeza não poderia sequer sonhar sobre minhas origens.— Ela pensa que estou me aproveitando da boa vontade de seu sobrinho — eu murmurei para mim mesma enquanto me dirigia às escadas — até onde eu sei, é exatamente o contrário q