Emma — Olá.. Nós... nós só estávamos... — Eu tentei arrumar uma desculpa. — Srtª Ferguson, vá arrumar suas malas — Henry pediu com uma expressão séria. Ele vai realmente me mandar embora? — O que? Por que? — Georgie arregalou os olhos. — Para onde eu vou? — Eu balbuciei. — Georgiana, venha comigo — A Srª Crawford pediu. — Mãe... — Georgiana, eu insisto — Ela lançou um olhar significativo para a filha. Eu observei as duas se afastarem antes de me virar mais uma vez para Henry que continuava com o olhar sério. — Emma... — Já entendi, eu vou arrumar minhas malas — Eu suspirei derrotada — Eu volto logo. — Te esperarei aqui — Ele garantiu. Eu segui para o meu quarto começando a embalar tudo o que eu tinha ali. O que estava acontecendo? Para onde eu vou? Henry está chateado comigo? Essas perguntas rondavam a minha mente enquanto eu tentava embalar tudo o mais depressa possível. Uma batida na porta me interrompeu, eu a abri, encontrando Hill parada ali. — O Sr Dashwood pedi
Henry Eu deixei o quarto de Emma me sentindo desnorteado, como eu pude me descontrolar dessa maneira? Eu tentei em vão esquecer aquele beijo, mas era impossível ignorar a sensação de tê-la em meus braços. Eu estava usando todo o controle que me restava para não retornar àquele quarto e tomá-la para mim.Decidi sair de casa enquanto ainda me restava alguma resolução em me afastar de Emma. Eu caminhei pelo jardim por algum tempo, pensando em tudo o que estava acontecendo em minha vida desde que a vi dançando naquela cidade.Eu não tinha me dado conta da extensão de meus sentimentos até nossa discussão na carruagem, eu não poderia sequer considerar a possibilidade de tê-la longe de mim, mas o que eu poderia fazer em relação a isso?Ela é minha protegida, vive na minha casa, eu sou responsável por ela e a transformarei em uma mulher exemplar, ninguém jamais desconfiaria de seu passado, e então eu poderei...Poderei o que? Eu respirei fundo retomando meu caminho para casa, eu estou exage
Henry Eu fui até a biblioteca, me ocupando de responder algumas cartas de negócios durante o resto da tarde, pelo o que minha mãe disse em sua carta, ela chegaria antes do Jantar. As horas avançavam e minha mãe começou a demorar mais do que eu esperava. Eu tentei me distrair lendo um livro, mas a preocupação começou a tomar conta de mim. — Sr Dashwood — Jerkins entrou na sala — O Sr Thorpe está aqui para vê-lo. George... Eu acabei me esquecendo completamente dele. Eu garanti que o avisaria antes de trazer Emma para Casterly Park. Ele provavelmente me reprovará por minha atitude. — George — Eu me levantei assim que ele entrou na biblioteca. — Eu não o esperava. — Sinto muito, Dashwood — Ele sorriu — Mas não pude deixar de vir depois de encontrar com o Sr Crawford na cidade. — Você o encontrou? — Eu suspirei, colocando o livro totalmente de lado. — Como ela está? Eu não entendi direito o que aconteceu, mas parece que a Srª Crawford considerou algum comportamento dela impróprio.
EmmaEu me retirei imediatamente da sala, deixando toda a família ali, um turbilhão de sentimentos crescia dentro de mim, eu me sentia frustrada com Henry, irritada com Lady Kinghley e desconcertada por ter sido apresentada à sua mãe e irmã daquela maneira. Não compreendiam o motivo do mau humor de Henry, George e eu estávamos apenas brincando com ele.Talvez nós não sejamos tão próximos quanto eu pensei. Por um momento, imaginei que estávamos avançando em nossa relação depois da caminhada de hoje a tarde, mas creio que me enganei. Eu segui em direção às escadas, querendo me afastar o máximo possível da Lady Kinghley. Eu não tive a oportunidade de interagir com o resto da família de Henry, mas estava claro que aquela mulher não facilitaria minha vida, e com certeza não poderia sequer sonhar sobre minhas origens.— Ela pensa que estou me aproveitando da boa vontade de seu sobrinho — eu murmurei para mim mesma enquanto me dirigia às escadas — até onde eu sei, é exatamente o contrário q
Emma Acordei mais cedo que de costume no dia seguinte, provavelmente estranhando o novo local. Eu desci para o café da manhã e o lugar estava completamente vazio, apenas os criados estavam presos em seus afazeres. Eu retornei à biblioteca onde o meu desenho não terminado da noite anterior jazia sob uma mesa ali. Eu o peguei e caminhei até o jardim, decidindo me ocupar um pouco. Me sentei em um banco observando a paisagem à minha volta, esse lugar é deslumbrante. Eu estou mesmo vivendo aqui? Uma lembrança de meu pai me atingiu com força enquanto eu tentava desenhar as montanhas por trás dos olhos de Henry. Nós estávamos caminhando pelos bosques de uma vila desconhecida para mim, eu tinha pouco mais de quinze anos e nós avistamos uma bela construção ali perto, nosso costume sempre foi nos afastarmos das casas, mas naquele dia meu pai me guiou até o local. Eu estava irritada pois tinha acabado de recusar a primeira tentativa de casamento que ele arrumou, e ele tinha me chamado para
Henry— Mãe, a senhora viu o Christopher? — Eu questionei ao encontrá-la no corredor, após deixar Emma na sala de música com Kitty.— Desculpe querido, eu não... Não esperei que ela concluísse a frase, seguindo em direção ao jardim. Ele passou dos limites dessa vez. Pedir Emma em casamento? Eu poderia matá-lo.Infelizmente ele não estava mais no jardim, fazendo com que eu voltasse para a casa à sua procura.— Srª Jerkins, a senhora viu o Sr Kinghley? — Eu interceptei minha governanta, que me lançou um olhar surpreso.— Eu irei procurá-lo imediatamente — Ela sugeriu.— Não é necessário, eu o encontro — Eu garanti antes de voltar a caminhar.Onde ele está?Eu segui até seu quarto, batendo na porta insistentemente até me convencer de que ele não estava ali. Quando eu encontrá-lo...Eu me tranquei em meu quarto enquanto tentava me acalmar. Eu não posso matar o meu primo por pedir Emma em casamento. Mas ainda assim preciso garantir que isso não volte a acontecer.Fui até a janela, observa
HenryCorri em direção às escadas vendo Emma terminar de subi-las com passos obstinados. Eu apressei meus passos na tentativa de alcançá-la,e consegui assim que chegamos à porta de seu quarto, impedindo que ela a fechasse. Eu entrei, fechando a porta atrás de mim, enquanto Emma seguia até a janela, me ignorando deliberadamente.— Emma.— Se você está esperando um pedido de desculpas, desista. — Ela se virou em minha direção com um olhar furioso.— Eu sinto muito...— Não se atreva — Ela se aproximou — Não se atreva a se desculpar mais uma vez.— Eu não queria que você ouvisse nada disso, ela passou dos limites, mas você precisa entender.— Eu preciso entender o que? — Ela ergueu a voz — Que o meu lugar não é aqui? Eu já entendi.— O seu lugar é aqui! — Eu segurei seus braços, sentindo um desespero ao tentar fazê-la entender o perigo que aquela defesa aos ciganos representava — Mas se você continuar agindo dessa maneira descobrirão sobre você... Como eu poderia explicar tudo?— Descul
Emma Eu caminhei até a cama sentindo minhas pernas trêmulas e algo se revirando em meu interior. A sensação dos lábios de Henry em minha pele ainda me causava arrepios. O que estávamos pensando? Apesar de já ter beijado um rapaz durante minha vida, nunca me senti dessa maneira. Nunca foi tão intenso, e nunca desejei tanto alguém como eu o desejo. Meu corpo ansiava desesperadamente por Henry, eu não conseguia pensar em mais nada. — Isso não pode estar acontecendo — Eu deitei na cama escondendo o rosto no travesseiro. Tudo bem Emma, você precisa se acalmar nesse momento. Decidi me despir e tentar dormir um pouco, apesar de ainda ser cedo, eu precisava me livrar daqueles pensamentos de alguma forma, eu precisava conseguir. Uma batida na porta chamou minha atenção quando eu terminava de soltar meu cabelo, após estar apenas usando a longa camisola. Ele voltou? Eu caminhei até a porta com expectativa, mas para minha decepção, não era Henry quem estava ali. Eu encarei Kitty por alg