Minha Doce Babá
Minha Doce Babá
Por: Ester
CAPÍTULO 1

Henrique

Isabela? Carolina? Patrícia? Vivian?

Nesse exato instante me encontro imerso na cama de um motel qualquer e encaro a mulher que está deitada totalmente nua ao meu lado sem fazer ideia de quem ela é e de como vimos parar aqui... A última coisa que me lembro é de estar em uma boate no centro da cidade, mas pelas leves marcas roxas na bunda dessa mulher, presumo que a nossa noite tenha sido muito prazerosa.

Me movi naquela cama pegando o meu celular e ao me dar conta que já passavam das oito horas vi que já estava totalmente atrasado... Eu tenho uma reunião mais que importante hoje e não posso nem pensar em me atrasar. O futuro e o sucesso da minha empresa dependem dessa reunião.

Me levantei rapidamente caminhando

em direção ao banheiro daquele motel e decidi me aprontar alí mesmo, já que não poderei ao menos passar em casa.

- Bom dia, gatinho! Você já está de pé?

Volta pra cama, vem me esquentar um pouquinho.- Aquela mulher surgiu atrás de mim feito um fantasma e eu ao menos me dei o trabalho de olhar para ela.

Eu não sei exatamente o que eu disse pra essa mulher, mas tenho toda a certeza do mundo que não prometi amor eterno... Eu definitivamente não sou esse tipo de cara, eu prefiro sexo casual, preferencialmente quando nunca vi a garota na vida e nunca mais preciso vê-la... Eu não tenho nenhum plano romântico para a minha vida, e não pretendo ter.

- Você não vem?- Ela insistiu enquanto me abraçava por trás e deixava um beijo em minhas costas.

- Claro que não! Eu tenho muito trabalho para fazer e não posso ficar perdendo meu tempo aqui.- Falei ao me afastar dela.

- "Perder tempo", como assim? Eu pensei que nós passaríamos o dia juntos hoje.- Ela me falou com seus olhos caídos e aquilo me fez rir.

Eu conheço uma golpista de longe e essa mulher definitivamente é uma. Eu não vou cair no joguinho dela, nunca caí antes e não vai acontecer agora.

- Eu tenho certeza que não prometi isso a você, garota. Eu tenho mais o que fazer do que fazer, não vou perder meu tempo com uma mulher que mal conheço... Se coloque em seu lugar!- Falei totalmente sem saco pra aquele papo enquanto caminhava em direção a porta de saída daquele motel.

- Seu canalha! Imbecil! Maldito!- Pude

ouvi-la gritar enquanto saia daquele quarto e em seguida ouvi o barulho de algo se quebrando lá dentro.

Esse tipo de situação definitivamente não me atinge, essa não é a primeira mulher a me xingar ou a me amaldiçoar e tenho a  certeza que não será a última.

Deixei a conta daquele local paga e em seguida peguei o meu carro indo direto para a empresa... Não sei exatamente como fiz isso, mas consegui chegar a tempo.

- Bom dia, Senhor Smith! Como vai?- A Cíntia, minha secretária me recebeu assim que adentrei pela porta da empresa.

- A minha cabeça está explodindo, Cíntia, então não fale muito... Eu preciso de uma xícara de café e a maior aspirina que você conseguir.- Falei ao passar por ela.

- Certo, como o Senhor quiser!- Ela respondeu prontamente e em seguida se afastou de mim indo providenciar o meu pedido.

Cíntia é uma ótima secretária... Ela é eficiente, inteligente, perspicaz e ainda é extremamente gostosa, dona de um dos melhores boquetes que já recebi... Eu sei que disse que não gosta de ter contato com as mulheres que transo, mas Cíntia é uma mulher inteligente, a gente simplesmente transa totalmente sem compromisso, sem cobranças e isso é maravilhoso.

- O seu café e a sua aspirina... A sala de reuniões está pronta, a reunião irá começar em meia hora.- Ela me avisou ao deixar tudo sobre a mesa.

- Okay, já estou indo!

- Okay! A sua mãe está na linha dois, ela quer falar com o senhor.- Cíntia avisou e em seguida me deixou a sós.

Mas o que será que minha mãe quer? Fazem meses que a gente não se fala, a última vez que conversamos tivemos uma grande discussão e eu não estou nenhum pouco a fim de brigar hoje.

- Dona Ana Estela?- A atendi sem muito humor.

- Para você é mamãe, garoto delinquente. Como vai o meu filhinho favorito?- Ela me questionou com uma voz serena e aquilo fez rir com ironia.

- Eu sou seu único filho, dona Ana Estela. Não seja irônica... Sem enrolação, diga logo o que você quer.- Fui franco e direto.

- Sem paciência, como sempre... Só queria te avisar que o Miguel chegou ontem da colônia de férias, ele passou a noite aqui comigo, mas ele volta para a sua casa hoje a noite.- Ela me avisou e aquilo me fez engasgar com o café.

O QUE?

Eu não fazia ideia que as férias já haviam acabado... Como dois meses passaram tão rápido?

Eu não tenho condições de receber o Miguel em casa agora, não tenho nem babá para cuidar desse menino... A minha mãe vai ter que ficar com ele, não posso recebe- lo.

- Mãe, eu estou totalmente atarefado, fica com ele aí pelo menos até o próximo mês.- Pedi a ela.

- Ahh, até alguns segundos atrás era "Dona Ana Estela", agora é "mãe"... Mas respondendo ao seu pedido, a resposta é não, fazem mais de dois meses que você não vê o seu filho, ele não para de falar em você.- Ela me respondeu.

- Eu estou sem babá, mãe... Não posso e

nem sei cuidar de uma criança sozinho.- Insisti.

- Isso mão será um problema, eu já entrei em contato com uma agência de babá e ela irá acompanhar o Miguel até sua casa... Fique tranquilo, meu filho. Tudo vai dar certo!

- Okay! Eu vou pedir ao motorista para busca-lo as 16:30 na sua casa, obrigado por nada, "mãe"!- Respondi sem paciência e desliguei antes que ela falasse algo.

Pode até parecer que eu não gosto meu filho, mas é complicado... A mãe do Miguel era uma golpista, aquela cachorra quis me dar o golpe da barriga achando que teria uma vida de luxo as minhas custas, então toda vez que olho para o meu filho é "ela" que vem na minha mente... Aquela vadia golpista.

O Miguel não foi desejado, eu nunca quis ser pai, então não é nada fácil para mim ter que lidar com tudo isso... Eu tento ser um bom pai, mas eu não consigo, porque isso é algo que eu nunca quis para mim.

- Senhor Smith? Os acionistas estão te aguardando na sala de reuniões.- Cíntia me avisou fazendo com que meus pensamentos se dispensarem.

Eu passei o resto do meu dia trancado na sala de reuniões e três contratos muito, mas muito valiosos foram fechados... Ao menos algo de bom tinha que acontecer na minha vida.

- Eu estou indo pra casa, Cíntia... Não se esqueça de atualizar toda a minha agenda da semana.- Avisei a minha secretária ao passar por ela.

Cíntia imediatamente se levantou ao me ouvir falar, ela veio até mim e parou frente a frente comigo... Lá vem! O que será que essa mulher quer?

- O que você acha da gente se encontrar lá no meu flat? Eu te preparo um drink te faço uma massagem gostosa...- Cíntia sussurrou com um sorriso malicioso exposto em seus lábios.

- Eu não posso! O Miguel acabou de chegar da colônia de férias.- Logo a respondi.

Uma feição de decepção se formou no

rosto dela, ela me deu os ombros e suspirou se dando por vencida.

- Okay! Manda um beijinho pra ele então.- Cíntia respondeu com um sorriso amarelo exposto em seus lábios e logo se afastou de mim.

Menos um problema... Nunca pensei que diria isso, mas o Miguel me livrou de uma boa. Não estava com a mínima vontade de transar com a Cíntia hoje a noite, ela é boa no que faz, mas geme muito alto é e muito escandalosa, isso só iria agravar ainda mais a minha enxaqueca... A verdade é que eu só quero chegar em casa, comer algo, tomar um banho relaxante e dormir o máximo que eu puder.

- Boa noite, Senhor Smith!- Fui cumprimentado pelo meu segurança ao adentrar pelos portões da minha mansão.

- Boa noite, Pascal!- O respondi.

Assim que me aproximei da enorme porta de entrada da mansão, a mesma foi aberta e o Miguel saiu correndo em minha direção com um enorme sorriso em seu rosto.

- Papai!- Ele gritou ao me abraçar.

- Você já chegou? Achei que chegaria só mais tarde.- O respondi meio sem jeito com o seu abraço.

Eu nunca sei como agir ou lidar com o Miguel... Em toda a minha vida, eu nunca tive referencia de afeto, cuidados ou amor, desde muito cedo fui criado e educado por babás, talvez esse seja o motivo de toda a mágoa que eu guardo da minha mãe... Eu não me lembro de um momento se quer ao lado dela e do meu pai durante a infância, então definitivamente não sei como agir ou o que fazer com o Miguel... Junta tudo isso com a forma que ele foi concebido, tudo se torna ainda pior. Sei que a culpa não é dele, mas também não é minha!

- Eu estava com saudades de você, papai! Fiz até um desenho pra você...- Miguel diz ao me entregar um papel velho e amassado.

- Que bom, Miguel... Desenho legal!- Digo totalmente sem jeito.

Desviei o olhar do meu filho por alguns segundos e me deparei com uma mulher parada logo atrás dele... Uma mulher baixa, de cabelos lisos feito os de uma índia, olhos pequenos e negros, corpo magro e bem sem graça, pele morena como a noite e com um sorriso enorme e animado exposto em seu rosto... Por que esse garota está sorrindo? Não vejo motivos!

- Olá, boa noite! Meu nome é Maria Júlia, mas todo mundo me chama de Maju... Eu vou ser a babá do Miguel e estou animada para essa nova jor...- Aquela garota até tentou começar a falar sem parar na minha cabeça, mas eu rapidamente a interrompi.

- Eu não quero saber o seu nome e muito menos o seu apelido, a única coisa que eu quero é que você cuide desse garoto e faça com que ele fale o mais baixo possível... Eu estou uma enxaqueca péssima, a última coisa que eu quero é ouvir discursinho de babá.- Falei totalmente sem paciência e saí dali antes que ela dissesse mais alguma coisa.

Se essa garota for animada e felizinha

como parece ser, já estou vendo que ela não vai durar um mês aqui... O Miguel é um verdadeiro pestinha e vai colocar essa garota para correr, assim como fez com as últimas sete babás que passaram aqui só no último ano.

Eu não quero ser pessimista, mas já vou entrar em contato com a agenda de babás, essa garota definitivamente não tem futuro dentro dessa casa.

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