Kim— Você já veio aqui antes? — Ele pergunta assim que saímos do elevador. Ele não faz ideia do quanto conheço essa casa.— Sim.— Então vai perceber algo diferente por aqui.— Hum — resmungo com desdém sem lhe dar muita atenção.— No final do corredor. — Artêmis avisa e vamos até lá em silêncio. — Você pode abrir a porta para mim por favor?— Claro. — Levo a mão ao trinco e o giro devagar, abrindo a porta lentamente. Contudo, o meu reflexo no espelho me faz engolir em seco e eu procuro os seus olhos.— O que é isso? — Em resposta ele sorri desdenhoso para mim.— Entra e descobre. — Respiro fundo e como me pediu, e meio receosa adentro o cômodo. Meus olhos percorrem ávidos pelas paredes espelhadas e à medida que caminho por ele, deslizo as pontas dos meus dedos pelas barras fixas em uma das paredes. Imediatamente Engulo um nó que começa a se formar na minha garganta e após analisar esse espaço vazio em silêncio por algum tempo, olho para trás. Artêmis continua parado na entrada da am
KimMinutos depois, estou posicionada na barra de ferro e Artêmis solta uma melodia sinfônica que imediatamente me preenche, se enraíza nas minhas veias, corre pelo meu sangue e faz o meu coração bombear mais forte. Um paço lento e gracioso seguido de uma precisão e logo me vejo ocupando todo aquele espaço com os meus saltos e giros, sobe e desce, inclinações e elevações.Estou viva outra vez! Estou brilhando como uma pequena estrela que acabara de nascer no céu escuro e sem estrelas, e quando a música se acaba estou prostrada no solo lustroso e extremamente ofegante. As palmas de Artêmis me fazem sorrir e erguer o meu corpo com calma.Ele gostou! Penso me sentindo especial dessa vez.— Simplesmente linda! — Ele sibila se aproximando. Só então eu me mexo, ajeitando a minha postura para recebê-lo. — Eu filmei, espero que não se importe.O que há de errado com ele? Por que está sendo tão bonzinho comigo depois de tudo que fiz?— Eu não me importo. — O seu sorriso largo demais aos pouco
KimUm suspiro, um sorriso pequeno e preguiçoso, uma espreguiçada relaxante e em seguida abro os meus olhos. No entanto, percebo que não estou no um quarto e lembrar da noite passada faz o meu coração disparar erroneamente. Portanto, me viro devagarinho para o lado o encontro bem ali do meu lado, dormindo como um anjo de feições duras. Dois pensamentos preenchem a minha cabeça imediatamente. Sair correndo daqui antes que ele acorde e me veja, ou... ficar e apreciar mesmo sabendo que depois ele vai me esculachar e me botar para correr para fora desse quarto.A segunda opção com certeza é a pior escolha, mas foi essa que eu escolhi. Portanto, me deixo ser absorvida pela sua imagem rígida e máscula, porém, linda. Cílios negros e cheios, e as sobrancelhas também, um belo maxilar quadrado e uma boca meio rosada.Me pego sorrindo. É a primeira vez que tenho uma chance como essa e confesso que estou ansiando tocá-lo.Não faz isso, Kim, só saia daqui e tudo ficará bem. A minha consciência ped
Artêmis— O que é isso? — pergunto assim que o meu irmão joga o jornal em cima da mesa, na minha direção.— O resultado da brincadeirinha do tal Vladmir. — Curioso, abro o papel que está dobrado ao meio e pressiono os lábios para conter um rugido. — Essa é a primeira mancha na história da Law e Order, Artêmis. — Ele rosna e esmurra a mesa em seguida.Advogado do grupo Law e Order perde caso importante e prejudica centenas de trabalhadores das indústrias Denver. Leio a manchete.— Eu sinto muito, Athos! — sibilo largando o papel no tampo.— Você se desculpa? — Ele me encara em fúria. — Nós fomos sabotados, Artêmis. Qual é a sua culpa nisso? — Meu irmão grita e logo escutamos algumas batidas na porta. — Ah, Andreas alguma novidade?— Nenhuma. Sem o seu sobrenome e o seu rosto fica difícil. É como encontrar uma agulha no palheiro. Sinto muito, meu amigo!— Ok, o plano é o seguinte. Você vai reabrir esse caso alegando sabotagem. A equipe de TI já está mexendo no seu computador para recup
Artêmis— Sorria, Artêmis todos estão nos olhando. — Kimberly pede sutilmente assim que adentramos o prédio onde uma gama da alta sociedade nos dirigem seus olhares cheios de surpresas e algumas mulheres iniciam um burburinho que chega a me incomodar. Não é para menos. Todos eles sabem o que me levou a esse lugar. Uma fatalidade, uma cadeira e o abandono de um amor que um dia eles apostaram alto. A final, faltava pouco para a celebração do casamento mais esperado.— Artêmis Mazza, confesso que a sua presença aqui essa noite é uma grande surpresa. — Jardel Moscow um dos nossos maiores adversários diz se aproximando e imediatamente ele me estende a sua mão.— Pois é, nunca é tarde para se levantar das cinzas.— Cinzas? Meu amigo você é um adversário em potencial. Já me pôs no chinelo por muitas vezes. — Sorrio me sentindo vitorioso. — Soube do caso Denver. Eu não esperava aquela reviravolta.— Eles não vão festejar por muito tempo.— O que você está dizendo, rapaz?— Que vou revogar.—
ArtêmisUm irmão. Eu sempre soube que haveria uma possibilidade a final os meus pais se separaram muito cedo e por algum motivo, Dominique Salazar, vulgo minha mãe evitou o contato com ele desde então. Não vou dizer que senti falta de uma figura paterna. Ela sempre cobriu essa nossa necessidade com a sua presença, mas saber que temos um irmão e que ele é o nosso inimigo declarado é realmente assustador. Quer dizer, ele sabe muito tanto sobre o Athos quanto sobre mim. Mas como ele sabe eu não faço a menor ideia.— Você está bem? — Desperto com o som doce da sua voz do meu lado e bufo ainda irritado.— Não — respondo seco e sem tirar os meus olhos da janela.Lembrar do seu olhar vitorioso me deixa puto da vida e saber que eu lhe dei essa chance é o que me deixa revoltado. Deus, o Athos vai pirar quando souber o que eu fiz. Um beijo suave no meu rosto me desperta outra vez e logo uma sequência deles me faz olhá-la.— Você precisa se acalmar, querido. — Ela sussurra docemente vindo para o
Artêmis— Eu não entendi. Nós fomos abandonados por esse homem, vivemos tempo difíceis sem contar com ele para nada. Por que o idiota do Vladmir quer nos atingir? — Procuro saber.— Eu não faço ideia. — Athos respira fundo. — Está na hora de fazer uma visitar ao Senhor Vidal Mazza. — Meu irmão fala se levantando da cadeira e vai para perto de uma parede de vidro. Ele encara o lado de fora em silêncio enquanto encaro o Andreas sem entender o que ele quis dizer.— Quando vamos lá? — inquiro.— Você não, eu vou! — O tom frio na sua voz me diz que ele está tentando se controlar.— Como assim?— Eu vou sozinho, Artêmis. — Uma batida na porta nos faz olhar na mesma direção e um dos advogados passa por ela trazendo um jornal na mão.— Senhor Mazza, o Senhor precisa ver isso. — Ele estende o papel e o meu irmão o segura. Contudo, à medida que lê algo nele a sua fisionomia endurece rigidamente, amassando o papel com tanta raiva que chego a me perguntar o que tem escrito ali.— Eu vou destruir
Kim— Kim, será que você pode... — Escuto a voz da minha irmã dentro do quarto e me forço a abrir uma brecha de olhos.— Ollie? — Solto um resmungo preguiçoso e olho ao meu redor, encontrando alguns raios solares invadindo o meu quarto através das brechas das persianas escuras. — Ollie, é você? — sussurro sonolenta e tento me levantar, mas sinto o peso do seu braço envolvendo a minha cintura. Só então percebo que ele está dormindo aqui do meu lado. Meu coração dispara de felicidade apenas com o fato de ele estar aqui e me pego sorrindo de boca fechada.Lembrar dos seus gritos no dia anterior me deixa angustiada. Eu sei que ele está com raiva e que está sofrendo também, mas também percebi que não será fácil me aproximar quando ele estiver assim. Devo dizer que isso é frustrante. Quanto mais eu tento me aproximar desse homem, mais distante me sinto dele. Penso e me viro devagar para ficar de frente para ele. Contudo, quando o calor da sua respiração bate suave no meu rosto me permito fe