ArtêmisUm irmão. Eu sempre soube que haveria uma possibilidade a final os meus pais se separaram muito cedo e por algum motivo, Dominique Salazar, vulgo minha mãe evitou o contato com ele desde então. Não vou dizer que senti falta de uma figura paterna. Ela sempre cobriu essa nossa necessidade com a sua presença, mas saber que temos um irmão e que ele é o nosso inimigo declarado é realmente assustador. Quer dizer, ele sabe muito tanto sobre o Athos quanto sobre mim. Mas como ele sabe eu não faço a menor ideia.— Você está bem? — Desperto com o som doce da sua voz do meu lado e bufo ainda irritado.— Não — respondo seco e sem tirar os meus olhos da janela.Lembrar do seu olhar vitorioso me deixa puto da vida e saber que eu lhe dei essa chance é o que me deixa revoltado. Deus, o Athos vai pirar quando souber o que eu fiz. Um beijo suave no meu rosto me desperta outra vez e logo uma sequência deles me faz olhá-la.— Você precisa se acalmar, querido. — Ela sussurra docemente vindo para o
Artêmis— Eu não entendi. Nós fomos abandonados por esse homem, vivemos tempo difíceis sem contar com ele para nada. Por que o idiota do Vladmir quer nos atingir? — Procuro saber.— Eu não faço ideia. — Athos respira fundo. — Está na hora de fazer uma visitar ao Senhor Vidal Mazza. — Meu irmão fala se levantando da cadeira e vai para perto de uma parede de vidro. Ele encara o lado de fora em silêncio enquanto encaro o Andreas sem entender o que ele quis dizer.— Quando vamos lá? — inquiro.— Você não, eu vou! — O tom frio na sua voz me diz que ele está tentando se controlar.— Como assim?— Eu vou sozinho, Artêmis. — Uma batida na porta nos faz olhar na mesma direção e um dos advogados passa por ela trazendo um jornal na mão.— Senhor Mazza, o Senhor precisa ver isso. — Ele estende o papel e o meu irmão o segura. Contudo, à medida que lê algo nele a sua fisionomia endurece rigidamente, amassando o papel com tanta raiva que chego a me perguntar o que tem escrito ali.— Eu vou destruir
Kim— Kim, será que você pode... — Escuto a voz da minha irmã dentro do quarto e me forço a abrir uma brecha de olhos.— Ollie? — Solto um resmungo preguiçoso e olho ao meu redor, encontrando alguns raios solares invadindo o meu quarto através das brechas das persianas escuras. — Ollie, é você? — sussurro sonolenta e tento me levantar, mas sinto o peso do seu braço envolvendo a minha cintura. Só então percebo que ele está dormindo aqui do meu lado. Meu coração dispara de felicidade apenas com o fato de ele estar aqui e me pego sorrindo de boca fechada.Lembrar dos seus gritos no dia anterior me deixa angustiada. Eu sei que ele está com raiva e que está sofrendo também, mas também percebi que não será fácil me aproximar quando ele estiver assim. Devo dizer que isso é frustrante. Quanto mais eu tento me aproximar desse homem, mais distante me sinto dele. Penso e me viro devagar para ficar de frente para ele. Contudo, quando o calor da sua respiração bate suave no meu rosto me permito fe
Kim— O que é isso? — Artêmis inquire se aproximando e no ato, ele segura a minha mão que está sobre o mouse, o arrastando para qualquer direção. Pressiono os lábios para não rir, enquanto ele se aproxima ainda mais para aspirar o seu cheiro.— O que está fazendo, Senhor Mazza? — questiono baixinho mantendo o meu olhar na tela do seu computador.— Não é óbvio? Estou gravando o seu perfume dentro de mim. — Meu coração erra uma batida e dessa vez não seguro o sorriso bobo.— Gravando? Por que precisa gravá-lo?— Para eu não quero me esquecer dele nunca.— Você fala como se eu fosse para longe, Senhor Mazza, mas eu não vou a lugar nenhum — sibilo me virando para olhá-lo e a sua boca assalta a minha no mesmo instante. — O que você está fazendo? — ralho levemente exasperada, achando graça desse seu comportamento irreverente. — Alguém pode nos ver aqui!— Que vejam, eu não me importo! — Meu sorriso se amplia. Contudo, me levanto da cadeira. — Onde pensa que vai, bailarina?— Trabalhar na mi
Kim— Bom dia, Kim! — Minha irmã diz com alegria.— Bom dia, Ollie! — respondo-lhe um pouco desanimada.— Alguém viu o Artêmis hoje? — Athos pergunta e imediatamente fito o seu lugar vazio.— Ele saiu bem cedo. Disse que tinha lago para resolver. — Victória responde e logo eles entram em uma conversa animada sobre enxovais e bebês. Os observo sorri por alguns instantes enquanto conversam, porém, já não escuto mais nada além das batidas do meu coração.— Eu vou para Londres — digo de repente atraindo os seus olhares especulativos para mim.— Que conversa é essa, Kim? — Ollie pergunta atordoada.— É que... eu... recebi uma proposta e resolvi aceitá-la.— Que proposta?— É para ir para uma renomada escola de dança. Eles têm um projeto e me convidaram.— Kim, mas que notícia maravilhosa! — Forço um sorriso quando a minha irmã se levanta da sua cadeira para me abraçar e logo recebo o abraço de todos.— Estou feliz de saber disso. A Olívia me contou que esse é um grande sonho seu.— Verdade
Artêmis Momentos antes da proposta... Assim que a porta do escritório se fecha pego o meu celular que está em cima da minha mesa e a olho através do vidro transparente que a afasta de mim. Os meus olhos caem em cima do número que jurei jamais ligar. Portanto, respiro fundo e levo o aparelho ao meu ouvido escutando o som da chamada. — Clínica Medi LAC, em que posso ajudá-lo? — Berta, ´é o Artêmis. — Senhor Artêmis, que bom ouvi-lo! — Eu gostaria de marcar uma consulta. — Acredite, é o seu dia de sorte. O doutor Alberto está voltando de férias hoje. Se quiser posso agendá-lo para daqui a uma hora. — Sinto o meu coração bater com um certo frenesi e fica difícil respirar. Por ela, Artêmis. Lute por ela. — É claro. Estarei aí em uma hora. — Me pego falando e volto a olhá-la. — Ótimo! Estamos o aguardando. — Encerro a ligação soltando o ar pela boca e faço mais uma ligação. — Sim, Senhor Artêmis? — Glória eu tenho uma audiência em alguns minutos. Você pode ir por mim? — Sim, eu
ArtêmisDois dias depois...— Bom dia, Senhor Artêmis! Quer fazer o seu pedido agora?— Não, eu estou esperando por uma pessoa.— Ok, qualquer coisa é só me chamar.... Você já chegou? A mensagem brilha na tela do meu celular.... Acabei de chegar.... Ótimo, já estou perto do restaurante.Dois dias sem ela aqui está sendo o meu maior tormento. Isso me faz pensar que o abandono de Corina não me atingiu tanto quanto a sua ausência. As minhas noites voltaram a ser mais frias, mas é a falta de nós dois que está me consumindo por dentro. O meu motivo para sorrir todas as manhãs está agora do outro lado do oceano e eu nem posso ligar para ela e contar-lhe o quanto sinto a dor da sua falta.— Por favor, pode me trazer um café? — Vladmir pede se sentando repentinamente na cadeira que fica de frente para mim e imediatamente sou tomando pela minha raiva, o encarando com frieza. Contudo, o idiota parece não se importar com isso.— O que faz aqui, seu infeliz?— Eu vim para te dar os meus parab
Artêmis— Senhor Malvadão?— É assim que te chamamos por trás. Ela não te disse? — Não seguro mais uma risada sonora.— A Kim também me chamava assim?— Por algum tempo sim, mas logo que ela te conheceu melhor e... você já sabe do resto. — Solto mais uma respiração audível.— Eu osso te pedir outra coisa?— Você pode.— Sempre que puder, sempre que tiver, me dê notícias dela.— Só se me prometer quebrar esse seu orgulho e chamá-la para conversar. Você precisa tentar, Artêmis.— Acredite, eu tentei. Até escrevi um texto pedindo perdão, mas... não tive coragem de enviá-lo.— Você precisa fazer isso ou alguém fará por você. — Franzo a testa.— O que quer dizer com isso?— Estou dizendo a sua bailarina está vulnerável e bem longe de você agora, e que alguém pode perceber isso, e tentar conquistá-la. — Engulo em seco.— Isso não deve acontecer! — rosno contendo a minha fúria.— Só não deixe passar muito tempo, ok?***Um mês depois...Com o passar dos dias a Anne e eu ficamos muito próximo