Artêmis Momentos antes da proposta... Assim que a porta do escritório se fecha pego o meu celular que está em cima da minha mesa e a olho através do vidro transparente que a afasta de mim. Os meus olhos caem em cima do número que jurei jamais ligar. Portanto, respiro fundo e levo o aparelho ao meu ouvido escutando o som da chamada. — Clínica Medi LAC, em que posso ajudá-lo? — Berta, ´é o Artêmis. — Senhor Artêmis, que bom ouvi-lo! — Eu gostaria de marcar uma consulta. — Acredite, é o seu dia de sorte. O doutor Alberto está voltando de férias hoje. Se quiser posso agendá-lo para daqui a uma hora. — Sinto o meu coração bater com um certo frenesi e fica difícil respirar. Por ela, Artêmis. Lute por ela. — É claro. Estarei aí em uma hora. — Me pego falando e volto a olhá-la. — Ótimo! Estamos o aguardando. — Encerro a ligação soltando o ar pela boca e faço mais uma ligação. — Sim, Senhor Artêmis? — Glória eu tenho uma audiência em alguns minutos. Você pode ir por mim? — Sim, eu
ArtêmisDois dias depois...— Bom dia, Senhor Artêmis! Quer fazer o seu pedido agora?— Não, eu estou esperando por uma pessoa.— Ok, qualquer coisa é só me chamar.... Você já chegou? A mensagem brilha na tela do meu celular.... Acabei de chegar.... Ótimo, já estou perto do restaurante.Dois dias sem ela aqui está sendo o meu maior tormento. Isso me faz pensar que o abandono de Corina não me atingiu tanto quanto a sua ausência. As minhas noites voltaram a ser mais frias, mas é a falta de nós dois que está me consumindo por dentro. O meu motivo para sorrir todas as manhãs está agora do outro lado do oceano e eu nem posso ligar para ela e contar-lhe o quanto sinto a dor da sua falta.— Por favor, pode me trazer um café? — Vladmir pede se sentando repentinamente na cadeira que fica de frente para mim e imediatamente sou tomando pela minha raiva, o encarando com frieza. Contudo, o idiota parece não se importar com isso.— O que faz aqui, seu infeliz?— Eu vim para te dar os meus parab
Artêmis— Senhor Malvadão?— É assim que te chamamos por trás. Ela não te disse? — Não seguro mais uma risada sonora.— A Kim também me chamava assim?— Por algum tempo sim, mas logo que ela te conheceu melhor e... você já sabe do resto. — Solto mais uma respiração audível.— Eu osso te pedir outra coisa?— Você pode.— Sempre que puder, sempre que tiver, me dê notícias dela.— Só se me prometer quebrar esse seu orgulho e chamá-la para conversar. Você precisa tentar, Artêmis.— Acredite, eu tentei. Até escrevi um texto pedindo perdão, mas... não tive coragem de enviá-lo.— Você precisa fazer isso ou alguém fará por você. — Franzo a testa.— O que quer dizer com isso?— Estou dizendo a sua bailarina está vulnerável e bem longe de você agora, e que alguém pode perceber isso, e tentar conquistá-la. — Engulo em seco.— Isso não deve acontecer! — rosno contendo a minha fúria.— Só não deixe passar muito tempo, ok?***Um mês depois...Com o passar dos dias a Anne e eu ficamos muito próximo
KimDois meses depois...— Bom dia, Marisa, mandou me chamar? — falo assim que entro no escritório da Freestyle Dance Company.— Sim, querida. Sente-se por favor! — Acomodo-me na cadeira que ela aponta para mim e aguardo com expectativas o que tem para me dizer.— Marisa, se foi sobre ontem... — Tento me explicar sobre o incidente no final do ensaio.— Não é sobre ontem.Oh! Sibilo mentalmente.— Mas você precisa descobrir o que houve. Precisa ir ao médico, Kimberly, aquilo não pode se repetir.— E não vai. Eu... tenho andado relapsa com a alimentação ultimamente e não... estou dormindo bem há dias. Talvez o cansaço tenha provocado o desmaio.— De qualquer forma quero que vá ao médico, ok?— Pode deixar, eu irei.— No mais, quero parabenizá-la. Eu tenho garotas aqui nessa escola que estão conosco desde pequenas e nenhuma delas me mostraram uma apresentação com uma performance tão perfeito quanto a que você me mostrou naquele salão. — Sorrio. — Me pergunto se realmente não frequentou a
ArtêmisDois meses depois...— Posso saber para que essa reunião de última hora? — inquiro entrando na sala onde alguns associados já estão presentes.— Preciso fazer alguns anúncios, Artêmis. — Athos fala se acomodando na cadeira da presidência, enquanto a sua assistente começa a distribuir alguns documentos entre os membros reunidos em volta da mesa retangular. — Finalmente o caso Denver está resolvido e o grupa Mazza ainda teve que pagar uma bela multa pelos transtornos.— Sabia que conseguiria limpar o nome da empresa, Athos. — Rivera, um dos associados comenta com extrema satisfação.— No mais, ainda precisamos ficar de olho no Vladmir Mazza. Ele prometeu um novo ataque e não podemos facilitar a sua vida. Portanto, algumas regras serão necessárias aqui dentro. Primeiro, os casos mais importantes passarão apenas por mim e pelo Artêmis. Segundo ninguém está autorizado a acessar o arquivo principal sem antes falar comigo e terceiro, as senhas dos arquivos mais importantes foram troc
Kim— Vamos lá, mais uma vez! — O instrutor pede ridiculamente rude e ofegante olho para o Jean que está com cara de poucos amigos.— Se ele pedir para repetir de novo não respondo por mim. — Ele ralha voltando para a sua posição inicial. Contudo, me aproximo do meu amigo para tentarmos uma nova estratégia.— Paciência — peço. — Todos estamos nervosos e temos poucos dias agora. — O meu amigo respira fundo e fita os meus olhos como se quisesse dizer algo. — Tente focar no meu rosto durante o salto, Jean assim saberá o momento exato de me segurar.— É sério que está tentando me ensinar como segurá-la no ar? — Ele ralha me fazendo sorrir.— Não custa nada tentar.— Em suas posições! — O instrutor pede e eu me afasto sem deixar o seu olhar.— One - two - three!É agora.Penso mantendo-me nas pontas dos meus pés, faço alguns passos e como uma gazela vou na sua direção ganhando uma leve velocidade, e salto confiante na sua direção. Como pedi, Jean mantém os seus olhos fixos nos meus e de re
Kim— Kimberly, é a sua vez, querida. — Alguém diz me trazendo de volta a realidade e logo fico nas pontas dos meus dedos para iniciar o melhor espetáculo da minha vida.É pra você, meu amor! Ofereço em pensamentos quando Czardas começa a tocar e sou imediatamente arrastada pela melodia suave que me faz flutuar pelo espaçoso palco lustroso. Uma encenação, um drama envolvente, uma história contada pelos movimentos graciosos dos corpos que insistem em se encontrar. Um vendaval sinfônico se espalha causando o caos e a melodia não demora para me abraçar em um misto de amor e ódio. Um salto, definindo o amor dos personagens principais, arrastando-me com suavidade pelo corpo do seu protetor, causando uma euforia entre nas respirações que se encontram, até eu me encontrar sozinha no solo. Os aplausos inundam todo o lugar e quando as cortinas voltam a se fechar o meu coração dispara feito um louco por antecipação.— Vocês têm dez minutos!Dez minutos. Penso extasiada e os meus pés se apressa
Artêmis— Boa noite, onde fica o camarim da Kimberly Martin? — pergunto para um dos funcionários do teatro.— No final do corredor, Senhor.— Obrigado! — Caminho ansioso para a direção que me apontou. Contuso, assim que abro a porta encontro uma jovem embalando um bebê nos seus braços. — Oh, eu... pensei que esse era o camarim da Kimberly, me desculpe! — Os olhos especulativos da garota correm para os balões coloridos em minha mão, depois pelo enorme buque de rosas vermelhas e por fim para a caixa de bombons.— Sim, é esse mesmo. — Arqueio as sobrancelhas.— Entendi. É que eu gostaria de fazer uma surpresa para ela. Será que eu posso colocar algumas coisas aí?— É claro! A propósito, eu me chamo Cinar.— Artêmis. — Me apresento enquanto arrumo tudo em cima de um balcão e para finalizar tiro um envelope do meu bolso e o ponho entre as flores. — Por favor não fale que eu estive aqui, é uma surpresa.— Tudo bem, Artêmis. Eu preciso colocar o bebê no Moisés.— Ok, e eu vou assistir a bai