Artêmis— Artêmis, você não quer deixar essa conversa para outro momento? É um grande dia para ela e devíamos comemorar. — Ela interpele, mas não. Eu preciso contestá-la e esperar não é uma opção. Portanto, assim que a vejo se retirar do meio da aglomeração caminho com passos firmes e precisos na direção do seu camarim sem dar uma resposta para a minha cunhada.— Cinar, pode levá-lo para o carro? Eu vou trocar de roupa e os alcanço em alguns minutos. — A escuto falar assim que me aproximo da porta.— É claro, Senhorita Martin. — A garota diz, porém, ela sobressalta assim que me vir em pé na porta. Trinco o maxilar quando olho para o bebê adormecido dentro de uma cesta cheia de pano com desenhos infantis.— Olá! — A garota diz e segue o seu caminho. Aproveito para entrar no cômodo e silencioso fecho a porta com chave atrás de mim.— Mas o que é isso? — Kimberly indaga baixinho mexendo dentro de uma lixeira e vejo que é a caixa de bombons que comprei para ela.— Você não tinha esse dire
KimJá tem um tempo que ele está segurando o nosso bebê nos seus braços, porém, Artêmis não diz nada. Ele apenas o olha no mais completo silêncio enquanto caminha com o nosso filho dentro do pequeno quarto infantil. Eu não sei o que dizer e nem mesmo o que pensar. Estou absorvida pela imagem que ansiei todos esses meses. Contudo, a minha ficha cai pela segunda vez essa noite. Penso quando começo a o analisar de alto a baixo. Artêmis está de pé, ele está andando bem na minha frente e sorrio cheia de emoção, mas algumas lágrimas começam a se formar também.— O que foi? — A sua indagação me faz olhá-lo nos olhos.— Você está andando — digo o óbvio então ele sorri para mim. Meus Deus, como esse sorriso me fez falta! — Quando isso aconteceu?— Logo depois que você saiu. Na verdade, eu ia te contar naquela noite, mas...— Tudo aconteceu.— É, nós brigamos e você foi embora. — Respiro fundo.— Eu queria estar lá quando isso acontecesse — lamento.— De alguma forma você estava lá comigo, Kim.
KimSe isso for um sonho eu não quero acordar nunca mais. Penso olhando para o homem da minha vida dormindo na minha cama, abraçado ao meu filho. Estou a horas aqui quietinha, apenas os olhando e tem um sorriso bobo que insiste em não sair dos meus lábios, sem falar nos suspiros sonhadores. Contudo, uma mensagem tende a quebrar o meu encanto e resolvo sair do quarto para fazer uma ligação.— Anne? — digo assim que ela atende.— Amiga? Eu pensei que estivesse dormindo, por isso enviei uma mensagem. — Escuto o som da sua respiração alta em seguida. — Kim, me desculpe não ter ido para a sua apresentação, é que...— Que história é esse de você e o Vlad estarem juntos? — Decido ir direto ao ponto.— Eles te contaram. — Ela resmunga com um lamento.— Então é verdade, vocês estão... juntos?— Eu estou apaixonada por ele, amiga. — Fecho os meus olhos.Não, não é possível.— Anne, por deus, como isso aconteceu? Eu pensei que você já tinha alguém. O que aconteceu com o carinha romântico e tal?
Kim— Nunca mais se meta na minha vida. Eu nunca disse que você teria esse direito. Somos companheiros de trabalho, Jean e isso é tudo, entendeu?— Foi ele quem se queixou de mim pra você?— Não, o Artêmis não é esse tipo de pessoa. Mas eu não sou tão idiota quanto você pensa que eu sou.— Eu nunca te achei uma idiota.— Que bom para você, porque se voltar a se meter na minha vida eu não respondo por mim. — Lhe dou as costas e vou para o ensaio.— Vamos lá, Kimberly mais um giro com um salto na sequência. — O instrutor pede algumas horas depois repetindo o ensaio pela décima vez. Contudo, Jean parece absorto e na hora de me segurar ele se desequilibra caindo no chão comigo em cima dele. — Mas o que há de errado com vocês! — Loui ralha irritado e eu me levanto.— Me desculpe, Loui! Você pode me dar um tempo? — Jean pede e mesmo contrariado o ensaio é interrompido. — Kimberly eu... quero te pedir desculpas pelo que fiz. Eu realmente não estava pensando direito. — Ele fala quando começo
ArtêmisAh, como é bom beijá-la todos os dias e sempre que eu quero! Penso me afastando só um pouco para admirá-la.— Você já está pronto para sair? — Kim, resmunga um tanto sonolenta. Respiro fundo tornando a beijá-la. Esse é o meu vício agora, o meu doce vício.— O Athos quer se reunir comigo na hora do café da manhã.— Então, não vai tomar café da manhã conosco?— Não posso, mas almoçaremos juntos. Tudo bem?— Tudo bem, mas sentirei saudades suas. — Essa sua confissão me faz abrir um sorriso largo.— Eu te amo, minha linda bailarina! — A beijo mais uma vez.— Eu te amo, meu malvadão! — Rio e me afasto dela.— Você precisa me falar mais sobre esse apelido, mocinha. Mas agora vou me despedir do meu garotinho com muitos beijos e me encontrar com o meu irmão. — Me obrigo a me afastar dela para entrar no closet e escolho uma gravata. Opto por uma gravata azul marinho para combinar com o conjunto de terno de três riscas e assim que a arrumo no meu pescoço, saio do quarto direto para o qu
Artêmis— O meu pai me deu um ultimato. Se eu não me casasse, ele a jogaria no olho da rua. Eu não tinha poder algum, não tinha como evitar aquilo. Eu tive que aceitar, mas impus as minhas exigências e uma delas era dar parte da minha herança para a sua mãe. E assim foi feito. Eu me casei com a garota mesma noite. Foi uma cerimônia bem simples e no meio da nossa sala de visitas. Com um tempo tornei-me um homem rígido e sem qualquer emoção. Vocês estavam crescendo longe de mim e eu nem podia ir vê-los, não podia ir visitá-los. Se eu fizesse a sua mãe perderia tudo. Então decidi manter-me distante.— Está me dizendo que não teve escolhas, é isso? — O meu tom acusador sobressai a minha voz.— Pode me julgar se quiser, Artêmis, mas eu realmente não tive uma escolha. — Ele rebate com amargor. — Um ano após o nascimento de vocês, o Vlad nasceu. Deus sabe que eu não consegui me alegrar com o seu nascimento. Eu o machuquei cada vez que ele tentava me mostrar o seu valor. Nada, exatamente nada
Kim— Como estou? — pergunto um tanto nervosa me olhando no espelho de corpo inteiro. Mamãe sorri para mim diante do reflexo, porém, ela parace emocionada.— Uma linda princesa. — Ela diz se aproximando e comovida vou para os seus braços. — E pensar que por pouco estraguei a sua felicidade, filha — lamenta, mas decido que retornar para os erros do passado não o melhor para esse momento.— Não fale sobre isso, mamãe. Vamos falar do hoje e do futuro, está bem? — Beijo-lhe o rosto.— Você está certa, filha. Escute, quando voltar da lua de mel gostaria que você, a Olívia e a família de vocês fossem para um almoço em nossa casa. Isso deixaria o seu pai muito feliz.— Podemos marcar isso, mamãe. — A porta do meu quarto se abre e Ollie passa por ela um tanto sisuda, porém, ao passar os seus olhos por mim de alto a baixo, ela abre um sorriso grande e espontânea.— Ai meu Deus, Kim você está muito linda!— Não está? — Mamãe concorda e não seguro um sorriso satisfeito seguido de um suspiro nerv
Artêmis— É claro, Senhor Davies! Podemos ver essa sua licitação o mais rápido possível — falo enquanto caminho apressado pelo corredor que me levará a sala do promotor. — Sim, o Senhor pode marcar uma hora para falarmos melhor sobre isso. Por favor, peça para a sua assistente combinar com a minha secretária. Ela fará esse agendamento o mais rápido possível para mim. — Encerro a ligação e paro bem em frente a uma porta que tem o título; Promotor Nunes com um tom prateado e antes de adentrar o seu escritório, dou duas batidas na madeira.— Advogado? — O meu amigo diz com seu habitual um tom formal, porém, com um sorriso satisfeito no rosto.— Promotor! — falo me acomodando em uma cadeira de frente para a sua mesa.— Como foi na audiência? — Dou de ombros me sentindo um tanto presunçoso.— O que você acha? Eu deixei aqueles filhos da mãe no chinelo.— Isso fará a Law e Order chegar a um patamar difícil de ser derrubada. — E pode apostar que Athos vai querer comemorar essa noite. — Out