Kim— Vamos lá, mais uma vez! — O instrutor pede ridiculamente rude e ofegante olho para o Jean que está com cara de poucos amigos.— Se ele pedir para repetir de novo não respondo por mim. — Ele ralha voltando para a sua posição inicial. Contudo, me aproximo do meu amigo para tentarmos uma nova estratégia.— Paciência — peço. — Todos estamos nervosos e temos poucos dias agora. — O meu amigo respira fundo e fita os meus olhos como se quisesse dizer algo. — Tente focar no meu rosto durante o salto, Jean assim saberá o momento exato de me segurar.— É sério que está tentando me ensinar como segurá-la no ar? — Ele ralha me fazendo sorrir.— Não custa nada tentar.— Em suas posições! — O instrutor pede e eu me afasto sem deixar o seu olhar.— One - two - three!É agora.Penso mantendo-me nas pontas dos meus pés, faço alguns passos e como uma gazela vou na sua direção ganhando uma leve velocidade, e salto confiante na sua direção. Como pedi, Jean mantém os seus olhos fixos nos meus e de re
Kim— Kimberly, é a sua vez, querida. — Alguém diz me trazendo de volta a realidade e logo fico nas pontas dos meus dedos para iniciar o melhor espetáculo da minha vida.É pra você, meu amor! Ofereço em pensamentos quando Czardas começa a tocar e sou imediatamente arrastada pela melodia suave que me faz flutuar pelo espaçoso palco lustroso. Uma encenação, um drama envolvente, uma história contada pelos movimentos graciosos dos corpos que insistem em se encontrar. Um vendaval sinfônico se espalha causando o caos e a melodia não demora para me abraçar em um misto de amor e ódio. Um salto, definindo o amor dos personagens principais, arrastando-me com suavidade pelo corpo do seu protetor, causando uma euforia entre nas respirações que se encontram, até eu me encontrar sozinha no solo. Os aplausos inundam todo o lugar e quando as cortinas voltam a se fechar o meu coração dispara feito um louco por antecipação.— Vocês têm dez minutos!Dez minutos. Penso extasiada e os meus pés se apressa
Artêmis— Boa noite, onde fica o camarim da Kimberly Martin? — pergunto para um dos funcionários do teatro.— No final do corredor, Senhor.— Obrigado! — Caminho ansioso para a direção que me apontou. Contuso, assim que abro a porta encontro uma jovem embalando um bebê nos seus braços. — Oh, eu... pensei que esse era o camarim da Kimberly, me desculpe! — Os olhos especulativos da garota correm para os balões coloridos em minha mão, depois pelo enorme buque de rosas vermelhas e por fim para a caixa de bombons.— Sim, é esse mesmo. — Arqueio as sobrancelhas.— Entendi. É que eu gostaria de fazer uma surpresa para ela. Será que eu posso colocar algumas coisas aí?— É claro! A propósito, eu me chamo Cinar.— Artêmis. — Me apresento enquanto arrumo tudo em cima de um balcão e para finalizar tiro um envelope do meu bolso e o ponho entre as flores. — Por favor não fale que eu estive aqui, é uma surpresa.— Tudo bem, Artêmis. Eu preciso colocar o bebê no Moisés.— Ok, e eu vou assistir a bai
Artêmis— Artêmis, você não quer deixar essa conversa para outro momento? É um grande dia para ela e devíamos comemorar. — Ela interpele, mas não. Eu preciso contestá-la e esperar não é uma opção. Portanto, assim que a vejo se retirar do meio da aglomeração caminho com passos firmes e precisos na direção do seu camarim sem dar uma resposta para a minha cunhada.— Cinar, pode levá-lo para o carro? Eu vou trocar de roupa e os alcanço em alguns minutos. — A escuto falar assim que me aproximo da porta.— É claro, Senhorita Martin. — A garota diz, porém, ela sobressalta assim que me vir em pé na porta. Trinco o maxilar quando olho para o bebê adormecido dentro de uma cesta cheia de pano com desenhos infantis.— Olá! — A garota diz e segue o seu caminho. Aproveito para entrar no cômodo e silencioso fecho a porta com chave atrás de mim.— Mas o que é isso? — Kimberly indaga baixinho mexendo dentro de uma lixeira e vejo que é a caixa de bombons que comprei para ela.— Você não tinha esse dire
KimJá tem um tempo que ele está segurando o nosso bebê nos seus braços, porém, Artêmis não diz nada. Ele apenas o olha no mais completo silêncio enquanto caminha com o nosso filho dentro do pequeno quarto infantil. Eu não sei o que dizer e nem mesmo o que pensar. Estou absorvida pela imagem que ansiei todos esses meses. Contudo, a minha ficha cai pela segunda vez essa noite. Penso quando começo a o analisar de alto a baixo. Artêmis está de pé, ele está andando bem na minha frente e sorrio cheia de emoção, mas algumas lágrimas começam a se formar também.— O que foi? — A sua indagação me faz olhá-lo nos olhos.— Você está andando — digo o óbvio então ele sorri para mim. Meus Deus, como esse sorriso me fez falta! — Quando isso aconteceu?— Logo depois que você saiu. Na verdade, eu ia te contar naquela noite, mas...— Tudo aconteceu.— É, nós brigamos e você foi embora. — Respiro fundo.— Eu queria estar lá quando isso acontecesse — lamento.— De alguma forma você estava lá comigo, Kim.
KimSe isso for um sonho eu não quero acordar nunca mais. Penso olhando para o homem da minha vida dormindo na minha cama, abraçado ao meu filho. Estou a horas aqui quietinha, apenas os olhando e tem um sorriso bobo que insiste em não sair dos meus lábios, sem falar nos suspiros sonhadores. Contudo, uma mensagem tende a quebrar o meu encanto e resolvo sair do quarto para fazer uma ligação.— Anne? — digo assim que ela atende.— Amiga? Eu pensei que estivesse dormindo, por isso enviei uma mensagem. — Escuto o som da sua respiração alta em seguida. — Kim, me desculpe não ter ido para a sua apresentação, é que...— Que história é esse de você e o Vlad estarem juntos? — Decido ir direto ao ponto.— Eles te contaram. — Ela resmunga com um lamento.— Então é verdade, vocês estão... juntos?— Eu estou apaixonada por ele, amiga. — Fecho os meus olhos.Não, não é possível.— Anne, por deus, como isso aconteceu? Eu pensei que você já tinha alguém. O que aconteceu com o carinha romântico e tal?
Kim— Nunca mais se meta na minha vida. Eu nunca disse que você teria esse direito. Somos companheiros de trabalho, Jean e isso é tudo, entendeu?— Foi ele quem se queixou de mim pra você?— Não, o Artêmis não é esse tipo de pessoa. Mas eu não sou tão idiota quanto você pensa que eu sou.— Eu nunca te achei uma idiota.— Que bom para você, porque se voltar a se meter na minha vida eu não respondo por mim. — Lhe dou as costas e vou para o ensaio.— Vamos lá, Kimberly mais um giro com um salto na sequência. — O instrutor pede algumas horas depois repetindo o ensaio pela décima vez. Contudo, Jean parece absorto e na hora de me segurar ele se desequilibra caindo no chão comigo em cima dele. — Mas o que há de errado com vocês! — Loui ralha irritado e eu me levanto.— Me desculpe, Loui! Você pode me dar um tempo? — Jean pede e mesmo contrariado o ensaio é interrompido. — Kimberly eu... quero te pedir desculpas pelo que fiz. Eu realmente não estava pensando direito. — Ele fala quando começo
ArtêmisAh, como é bom beijá-la todos os dias e sempre que eu quero! Penso me afastando só um pouco para admirá-la.— Você já está pronto para sair? — Kim, resmunga um tanto sonolenta. Respiro fundo tornando a beijá-la. Esse é o meu vício agora, o meu doce vício.— O Athos quer se reunir comigo na hora do café da manhã.— Então, não vai tomar café da manhã conosco?— Não posso, mas almoçaremos juntos. Tudo bem?— Tudo bem, mas sentirei saudades suas. — Essa sua confissão me faz abrir um sorriso largo.— Eu te amo, minha linda bailarina! — A beijo mais uma vez.— Eu te amo, meu malvadão! — Rio e me afasto dela.— Você precisa me falar mais sobre esse apelido, mocinha. Mas agora vou me despedir do meu garotinho com muitos beijos e me encontrar com o meu irmão. — Me obrigo a me afastar dela para entrar no closet e escolho uma gravata. Opto por uma gravata azul marinho para combinar com o conjunto de terno de três riscas e assim que a arrumo no meu pescoço, saio do quarto direto para o qu