Artêmis— Sorria, Artêmis todos estão nos olhando. — Kimberly pede sutilmente assim que adentramos o prédio onde uma gama da alta sociedade nos dirigem seus olhares cheios de surpresas e algumas mulheres iniciam um burburinho que chega a me incomodar. Não é para menos. Todos eles sabem o que me levou a esse lugar. Uma fatalidade, uma cadeira e o abandono de um amor que um dia eles apostaram alto. A final, faltava pouco para a celebração do casamento mais esperado.— Artêmis Mazza, confesso que a sua presença aqui essa noite é uma grande surpresa. — Jardel Moscow um dos nossos maiores adversários diz se aproximando e imediatamente ele me estende a sua mão.— Pois é, nunca é tarde para se levantar das cinzas.— Cinzas? Meu amigo você é um adversário em potencial. Já me pôs no chinelo por muitas vezes. — Sorrio me sentindo vitorioso. — Soube do caso Denver. Eu não esperava aquela reviravolta.— Eles não vão festejar por muito tempo.— O que você está dizendo, rapaz?— Que vou revogar.—
ArtêmisUm irmão. Eu sempre soube que haveria uma possibilidade a final os meus pais se separaram muito cedo e por algum motivo, Dominique Salazar, vulgo minha mãe evitou o contato com ele desde então. Não vou dizer que senti falta de uma figura paterna. Ela sempre cobriu essa nossa necessidade com a sua presença, mas saber que temos um irmão e que ele é o nosso inimigo declarado é realmente assustador. Quer dizer, ele sabe muito tanto sobre o Athos quanto sobre mim. Mas como ele sabe eu não faço a menor ideia.— Você está bem? — Desperto com o som doce da sua voz do meu lado e bufo ainda irritado.— Não — respondo seco e sem tirar os meus olhos da janela.Lembrar do seu olhar vitorioso me deixa puto da vida e saber que eu lhe dei essa chance é o que me deixa revoltado. Deus, o Athos vai pirar quando souber o que eu fiz. Um beijo suave no meu rosto me desperta outra vez e logo uma sequência deles me faz olhá-la.— Você precisa se acalmar, querido. — Ela sussurra docemente vindo para o
Artêmis— Eu não entendi. Nós fomos abandonados por esse homem, vivemos tempo difíceis sem contar com ele para nada. Por que o idiota do Vladmir quer nos atingir? — Procuro saber.— Eu não faço ideia. — Athos respira fundo. — Está na hora de fazer uma visitar ao Senhor Vidal Mazza. — Meu irmão fala se levantando da cadeira e vai para perto de uma parede de vidro. Ele encara o lado de fora em silêncio enquanto encaro o Andreas sem entender o que ele quis dizer.— Quando vamos lá? — inquiro.— Você não, eu vou! — O tom frio na sua voz me diz que ele está tentando se controlar.— Como assim?— Eu vou sozinho, Artêmis. — Uma batida na porta nos faz olhar na mesma direção e um dos advogados passa por ela trazendo um jornal na mão.— Senhor Mazza, o Senhor precisa ver isso. — Ele estende o papel e o meu irmão o segura. Contudo, à medida que lê algo nele a sua fisionomia endurece rigidamente, amassando o papel com tanta raiva que chego a me perguntar o que tem escrito ali.— Eu vou destruir
Kim— Kim, será que você pode... — Escuto a voz da minha irmã dentro do quarto e me forço a abrir uma brecha de olhos.— Ollie? — Solto um resmungo preguiçoso e olho ao meu redor, encontrando alguns raios solares invadindo o meu quarto através das brechas das persianas escuras. — Ollie, é você? — sussurro sonolenta e tento me levantar, mas sinto o peso do seu braço envolvendo a minha cintura. Só então percebo que ele está dormindo aqui do meu lado. Meu coração dispara de felicidade apenas com o fato de ele estar aqui e me pego sorrindo de boca fechada.Lembrar dos seus gritos no dia anterior me deixa angustiada. Eu sei que ele está com raiva e que está sofrendo também, mas também percebi que não será fácil me aproximar quando ele estiver assim. Devo dizer que isso é frustrante. Quanto mais eu tento me aproximar desse homem, mais distante me sinto dele. Penso e me viro devagar para ficar de frente para ele. Contudo, quando o calor da sua respiração bate suave no meu rosto me permito fe
Kim— O que é isso? — Artêmis inquire se aproximando e no ato, ele segura a minha mão que está sobre o mouse, o arrastando para qualquer direção. Pressiono os lábios para não rir, enquanto ele se aproxima ainda mais para aspirar o seu cheiro.— O que está fazendo, Senhor Mazza? — questiono baixinho mantendo o meu olhar na tela do seu computador.— Não é óbvio? Estou gravando o seu perfume dentro de mim. — Meu coração erra uma batida e dessa vez não seguro o sorriso bobo.— Gravando? Por que precisa gravá-lo?— Para eu não quero me esquecer dele nunca.— Você fala como se eu fosse para longe, Senhor Mazza, mas eu não vou a lugar nenhum — sibilo me virando para olhá-lo e a sua boca assalta a minha no mesmo instante. — O que você está fazendo? — ralho levemente exasperada, achando graça desse seu comportamento irreverente. — Alguém pode nos ver aqui!— Que vejam, eu não me importo! — Meu sorriso se amplia. Contudo, me levanto da cadeira. — Onde pensa que vai, bailarina?— Trabalhar na mi
Kim— Bom dia, Kim! — Minha irmã diz com alegria.— Bom dia, Ollie! — respondo-lhe um pouco desanimada.— Alguém viu o Artêmis hoje? — Athos pergunta e imediatamente fito o seu lugar vazio.— Ele saiu bem cedo. Disse que tinha lago para resolver. — Victória responde e logo eles entram em uma conversa animada sobre enxovais e bebês. Os observo sorri por alguns instantes enquanto conversam, porém, já não escuto mais nada além das batidas do meu coração.— Eu vou para Londres — digo de repente atraindo os seus olhares especulativos para mim.— Que conversa é essa, Kim? — Ollie pergunta atordoada.— É que... eu... recebi uma proposta e resolvi aceitá-la.— Que proposta?— É para ir para uma renomada escola de dança. Eles têm um projeto e me convidaram.— Kim, mas que notícia maravilhosa! — Forço um sorriso quando a minha irmã se levanta da sua cadeira para me abraçar e logo recebo o abraço de todos.— Estou feliz de saber disso. A Olívia me contou que esse é um grande sonho seu.— Verdade
Artêmis Momentos antes da proposta... Assim que a porta do escritório se fecha pego o meu celular que está em cima da minha mesa e a olho através do vidro transparente que a afasta de mim. Os meus olhos caem em cima do número que jurei jamais ligar. Portanto, respiro fundo e levo o aparelho ao meu ouvido escutando o som da chamada. — Clínica Medi LAC, em que posso ajudá-lo? — Berta, ´é o Artêmis. — Senhor Artêmis, que bom ouvi-lo! — Eu gostaria de marcar uma consulta. — Acredite, é o seu dia de sorte. O doutor Alberto está voltando de férias hoje. Se quiser posso agendá-lo para daqui a uma hora. — Sinto o meu coração bater com um certo frenesi e fica difícil respirar. Por ela, Artêmis. Lute por ela. — É claro. Estarei aí em uma hora. — Me pego falando e volto a olhá-la. — Ótimo! Estamos o aguardando. — Encerro a ligação soltando o ar pela boca e faço mais uma ligação. — Sim, Senhor Artêmis? — Glória eu tenho uma audiência em alguns minutos. Você pode ir por mim? — Sim, eu
ArtêmisDois dias depois...— Bom dia, Senhor Artêmis! Quer fazer o seu pedido agora?— Não, eu estou esperando por uma pessoa.— Ok, qualquer coisa é só me chamar.... Você já chegou? A mensagem brilha na tela do meu celular.... Acabei de chegar.... Ótimo, já estou perto do restaurante.Dois dias sem ela aqui está sendo o meu maior tormento. Isso me faz pensar que o abandono de Corina não me atingiu tanto quanto a sua ausência. As minhas noites voltaram a ser mais frias, mas é a falta de nós dois que está me consumindo por dentro. O meu motivo para sorrir todas as manhãs está agora do outro lado do oceano e eu nem posso ligar para ela e contar-lhe o quanto sinto a dor da sua falta.— Por favor, pode me trazer um café? — Vladmir pede se sentando repentinamente na cadeira que fica de frente para mim e imediatamente sou tomando pela minha raiva, o encarando com frieza. Contudo, o idiota parece não se importar com isso.— O que faz aqui, seu infeliz?— Eu vim para te dar os meus parab