Sai dali antes de desabar ali mesmo. Passo quase que correndo para dentro da casa, e passo por todos os cômodos que ficavam no caminho até achar a porta de saída. — Para onde vai? — Mônica pergunta quando me vê passar andando nas presas. Não paro para responder. Caminho até a porta na mesma velocidade de antes, mas olho para trás e os vejo parados todos juntos na cozinha, que tinha conceito aberto com a sala. Vejo que todos estão na sala, mas não paro para falar com nenhum deles. Volto a caminhar para sair às pressas de lá. Preciso de um espaço para respirar. Preciso de um momento comigo mesma. Quando alcanço a porta, coloco uma mão na maçaneta e em seguida sou puxada pelo braço para dentro novamente. — Deixa eu terminar de falar — Philip fala me prendendo contra a parede. O Philip sabe que a Sarah irritada possui uma força que até ela mesma dúvida. Quando brigamos e eu me irrito, ele sempre tenta me prender para que o escute. Mas dessa vez não vai funcionar. — Você é louco
Philip Nosso almoço foi um tanto constrangedor. Nossas sobrinhas nos entregaram fácil, na frente de todo o resto da família. Claro que a Mônica e o Benjamim já sabem que estou perdidamente apaixonado pela minha vizinha, mas ainda não admiti isso para era. Mas se a Paulinha disse aquelas coisas, será que pode também ser verdade? Depois do almoço viemos para o quintal da casa da Mônica e ficamos conversando, até o clima pesar entre eu e a Sarah, e ela entrar na casa sem dizer uma palavra. Olho para a cadeira que ela estava e não consigo entender o que se passa. Por que ela reagiu assim? Ela leu o que estava na carta? Me declarei para ela, levei um puxão de orelha do seu amigo que me fez perceber que tinha que arrumar as coisas o mais rápido possível, que seria agora mesmo. Mas aí ele sugere que eu tenha feito uma lista, e realmente eu fiz. Fazer uma lista de prós e contras e da clareza das coisas, mas não queria que ela tivesse lido assim, se ela me ouvisse... Percebo que e
Paro de correr quando vejo alguém num canto resmungando algumas coisas em voz baixa. Desacelero a minha respiração. E foi quando a achei do mesmo jeito que a Samara a descreveu, falando sozinha, brigando consigo mesma, contando e respirando fundo, era desesperador para quem a via, imagina o que ela estava sentindo. E foi quando tive uma ideia louca de distraí-la, e no final deu certo. Disse fatos malucos que li esses dias em uma página nas redes sociais. Coisas que ninguém sabe porque ninguém quer saber. Mas funcionou, ela voltou a si depois de um tempo. Ouvi-lá dizer que achou que iria morrer cortou meu coração, o que você tem meu azul do céu? Não posso perguntar, poderia fazer tudo piorar, então faço o que ela quer, e levo de volta para casa. Coloco ela no carro e entro na casa. — Ela está bem, só quer ir pra casa — digo assim que entro e sou bombardeado por olhares. — Tudo bem, vamos então — Sami fala. — Acho melhor deixá-la sozinha — digo. — Não, quero estar lá se ela p
SarahDepois de uma noite totalmente mágica eu só estou pensando em uma coisa: Dormir!Assim que chegamos em casa, ele me deixa na porta do meu apartamento e logo entra no seu. Acho que temos a mesma ideia do queremos fazer, que é dormir.Mas chegando em casa já encontro a Sami acordada. Sorri ao ver que meu apartamento não estava mais vazio.Apesar de gostar do meu espaço e gostar de ficar sozinha, eu não gosto de me sentir assim. Eles fazem falta nos meus dias, assim como os meus vizinhos também fazem quando não estamos juntos.— Sami — falo assim que fecho a porta. Caminho até a sala ao seu encontro. Ela estava sentada, acho que me esperando.— Sarah! Isso são horas? — ela fala preocupada. — Espero que tenha uma história muito boa — ela diz mudando a sua afeição, para uma Samara curiosa.— Ah se tenho — digo me lembrando da noite. — Mas não sei se vou te contar.— Não deixa uma mulher grávida irritada — ela diz dando espaço para que me sente no sofá com ela.— Será? — digo sentando
Sarah Respiro fundo tentando não chorar. Olho para eles e tento focar apenas nisso, em me sentir amada e está rodeada de pessoas maravilhosas, literalmente rodeada. — Obrigada — digo e abraço minha afilhada. — Vocês sabem que não precisava. — A gente sabe, mas você merece — Antony fala. Abro o presente e vejo que se tratava de um quadro, uma pintura feita de nós quatro. Com certeza colocarei a pintura no meu apartamento. — Eu amei, ficou incrível — digo encantada. Me sento na cama, me ajeitando para que possa os abraçar, mas antes de fazer qualquer coisa eles me abraçam. Coloco o quadro na cama para conseguir me levantar. Eles me dam espaço e me esperam para sairmos. Antes de sair da cama vejo que meu celular está tocando. Eles saem e eu os sigo, mas antes vejo quem era que estava me ligando. É a minha tia. Recurso a chamada sem pensar duas vezes. Tia Safira não vai desistir fácil, e já suspiro cansada pelo dia que ainda vou ter. Ainda de pijama vou tomar o café da man
Sarah Apesar de achar que eles vão aprontar alguma coisa, tento ignorar e aproveitar cada momento na companhia da minha paz. O caminho foi tranquilo e tentei não deixar que as emoções afetem o meu dia. Chegamos a casa da Mônica no mesmo tempo de sempre, e não havia nada de diferente, pelo menos não na casa dela. Olho ao redor e a casa estava com a mesma aparência e sem movimentações do lado de fora, o que era normal. Normal até demais para essa família. Mas algo me chamou atenção naquela rua, e não era a casa da Mônica. Ali, a mais os menos duas casas ao lado, estava a casa do meu pai, casa essa que eu cresci e não sabia se ele ainda morava. A casa estava repleta de flores e pessoas entrando e saindo, pessoas que conhecia muito bem. Minha família. O meu coração deu uma pontada mostrando o quanto me afetou ver que a vida deles continuou e não parecem sentir minha falta. Eles não pareciam abatidos com nada, entraram na casa do meu pai sem olhar os arredores. Agradeço ao universo
— Tia, tô com fome — Laurinha fala alisando a barriga. — Então vamos ver o que consigo para vocês comerem — digo vendo a Paulinha fazer o mesmo gesto. — E depois, temos que ter uma conversa muito séria com vocês — Philip fala. Elas se entreolharam como se tivessem sido pegas por alguma travessura. — Não fui eu, tio — Laurinha fala me fazendo rir. — Nem eu — Paulinha diz. — Não dissemos que vocês fizeram alguma coisa — digo. — Só temos uma notícia para dar, e queremos que sejam as primeiras a saber. Sabe, uma conversa de adulto. Elas sorriem empolgadas. Vamos até a mesa que tinha algumas guloseimas e sirvo as duas, e elas saem correndo com a comida logo depois. — Acho que abordamos elas de maneira errada — digo a julgar pela pressa que saíram. — Ou só estão com fome — ele fala com as mãos no bolso da bermuda. Nego com a cabeça. — Não, acho que a minha teoria é a certa. — Ah, esquecei — ele diz tocando no meu nariz. — A dona da razão. Reviro os olhos e sorri. — Sempre! E
Sarah Minha tia se adaptou rápido ao ambiente, parece que estudou e pesquisou sobre todos os assuntos que estão sendo falados nesta conversa.Acho que eles gostaram dela, tia Safira tinha um jeito diferente de conquistar todo mundo.— E o bolo? — Paulinha aparece perguntando.— Verdade, vamos bater os parabéns — Sami diz.Bater os parabéns é uma expressão bastante usada que significa o mesmo que cantar parabéns, caso nunca tenha ouvido.Mônica chama a todos para a mesa do bolo, minha tia levanta sorrindo, mas consigo ver o seu olhar triste. Sei disso porque é o mesmo olhar que carrego, mas ninguém nunca percebeu.Sei que ela queria mesmo estar aqui, e se esforçou para isso, esse dia dói no coração de todos nós.— Se quiser posso te livrar dos parabéns — Phil fala no meu ouvido. Sorri para ele.— Tudo bem, vai ser rápido — digo e ele assente com a cabeça, mas não parece convencido. No momento que acendem a vela ouvimos orações, orações altas e em uníssono.Eles não parecem se importa