Paro de correr quando vejo alguém num canto resmungando algumas coisas em voz baixa. Desacelero a minha respiração. E foi quando a achei do mesmo jeito que a Samara a descreveu, falando sozinha, brigando consigo mesma, contando e respirando fundo, era desesperador para quem a via, imagina o que ela estava sentindo. E foi quando tive uma ideia louca de distraí-la, e no final deu certo. Disse fatos malucos que li esses dias em uma página nas redes sociais. Coisas que ninguém sabe porque ninguém quer saber. Mas funcionou, ela voltou a si depois de um tempo. Ouvi-lá dizer que achou que iria morrer cortou meu coração, o que você tem meu azul do céu? Não posso perguntar, poderia fazer tudo piorar, então faço o que ela quer, e levo de volta para casa. Coloco ela no carro e entro na casa. — Ela está bem, só quer ir pra casa — digo assim que entro e sou bombardeado por olhares. — Tudo bem, vamos então — Sami fala. — Acho melhor deixá-la sozinha — digo. — Não, quero estar lá se ela p
SarahDepois de uma noite totalmente mágica eu só estou pensando em uma coisa: Dormir!Assim que chegamos em casa, ele me deixa na porta do meu apartamento e logo entra no seu. Acho que temos a mesma ideia do queremos fazer, que é dormir.Mas chegando em casa já encontro a Sami acordada. Sorri ao ver que meu apartamento não estava mais vazio.Apesar de gostar do meu espaço e gostar de ficar sozinha, eu não gosto de me sentir assim. Eles fazem falta nos meus dias, assim como os meus vizinhos também fazem quando não estamos juntos.— Sami — falo assim que fecho a porta. Caminho até a sala ao seu encontro. Ela estava sentada, acho que me esperando.— Sarah! Isso são horas? — ela fala preocupada. — Espero que tenha uma história muito boa — ela diz mudando a sua afeição, para uma Samara curiosa.— Ah se tenho — digo me lembrando da noite. — Mas não sei se vou te contar.— Não deixa uma mulher grávida irritada — ela diz dando espaço para que me sente no sofá com ela.— Será? — digo sentando
Sarah Respiro fundo tentando não chorar. Olho para eles e tento focar apenas nisso, em me sentir amada e está rodeada de pessoas maravilhosas, literalmente rodeada. — Obrigada — digo e abraço minha afilhada. — Vocês sabem que não precisava. — A gente sabe, mas você merece — Antony fala. Abro o presente e vejo que se tratava de um quadro, uma pintura feita de nós quatro. Com certeza colocarei a pintura no meu apartamento. — Eu amei, ficou incrível — digo encantada. Me sento na cama, me ajeitando para que possa os abraçar, mas antes de fazer qualquer coisa eles me abraçam. Coloco o quadro na cama para conseguir me levantar. Eles me dam espaço e me esperam para sairmos. Antes de sair da cama vejo que meu celular está tocando. Eles saem e eu os sigo, mas antes vejo quem era que estava me ligando. É a minha tia. Recurso a chamada sem pensar duas vezes. Tia Safira não vai desistir fácil, e já suspiro cansada pelo dia que ainda vou ter. Ainda de pijama vou tomar o café da man
Sarah Apesar de achar que eles vão aprontar alguma coisa, tento ignorar e aproveitar cada momento na companhia da minha paz. O caminho foi tranquilo e tentei não deixar que as emoções afetem o meu dia. Chegamos a casa da Mônica no mesmo tempo de sempre, e não havia nada de diferente, pelo menos não na casa dela. Olho ao redor e a casa estava com a mesma aparência e sem movimentações do lado de fora, o que era normal. Normal até demais para essa família. Mas algo me chamou atenção naquela rua, e não era a casa da Mônica. Ali, a mais os menos duas casas ao lado, estava a casa do meu pai, casa essa que eu cresci e não sabia se ele ainda morava. A casa estava repleta de flores e pessoas entrando e saindo, pessoas que conhecia muito bem. Minha família. O meu coração deu uma pontada mostrando o quanto me afetou ver que a vida deles continuou e não parecem sentir minha falta. Eles não pareciam abatidos com nada, entraram na casa do meu pai sem olhar os arredores. Agradeço ao universo
— Tia, tô com fome — Laurinha fala alisando a barriga. — Então vamos ver o que consigo para vocês comerem — digo vendo a Paulinha fazer o mesmo gesto. — E depois, temos que ter uma conversa muito séria com vocês — Philip fala. Elas se entreolharam como se tivessem sido pegas por alguma travessura. — Não fui eu, tio — Laurinha fala me fazendo rir. — Nem eu — Paulinha diz. — Não dissemos que vocês fizeram alguma coisa — digo. — Só temos uma notícia para dar, e queremos que sejam as primeiras a saber. Sabe, uma conversa de adulto. Elas sorriem empolgadas. Vamos até a mesa que tinha algumas guloseimas e sirvo as duas, e elas saem correndo com a comida logo depois. — Acho que abordamos elas de maneira errada — digo a julgar pela pressa que saíram. — Ou só estão com fome — ele fala com as mãos no bolso da bermuda. Nego com a cabeça. — Não, acho que a minha teoria é a certa. — Ah, esquecei — ele diz tocando no meu nariz. — A dona da razão. Reviro os olhos e sorri. — Sempre! E
SarahComo todos os dias, acordo atrasada e saio correndo do meu apartamento, não poderia acreditar que iria me atrasar para uma reunião.Eu trabalho em uma das empresas mais conhecidas desse país, e aqui na cidade ela é grande o bastante, do tipo que dificilmente você consegue conhecer a todos, temos escritórios em quase todos os Estados do Brasil, eu particularmente trabalho e resido em Sergipe. Sou formada e atuo como administradora, e estou concorrendo a uma grande promoção, e esse será esse o motivo da nossa reunião hoje. Assim que chego no escritório, vou direto para sala de reuniões. Assim que entro vejo no relógio que estava no horário exato na reunião, nem um minuto antes e nem um depois. — Pontual como sempre — meu chefe diz. Apesar de sempre acordar tarde eu tinha a estranha forma de chegar no horário, acho que devo ter muita sorte.— Bom dia, senhor Gomes — o cumprimento e me sento junto ao mesmo. — Bom dia — fala o Antony ao adentrar na sala de reuniões, sorri em cump
SarahEstou tão cansada com essa mudança, que nem sai de casa, na verdade, nem sei se posso chamar isso de casa.Estou em um hotel, isso mesmo, um hotel!A empresa disse que não conseguiu nenhum apartamento para alugar por apenas 5 meses, como foi uma mudança rápida eles não conseguiram fazer tudo no período curto de tempo, e agora eu tenho que morar no hotel até eles resolverem este problema.Eu nem desfiz as minhas malas, não consigo me acostumar a morar em um hotel, é tão impessoal. Hoje é meu primeiro dia no trabalho e não posso me atrasar, por isso, assim que me arrumo, pego minha bolsa e chamo um carro pelo aplicativo. Ele não demora a chegar e seguimos até o escritório. Assim que paro de frente ao prédio fico parada do lado de fora admitindo. Depois de tanto tempo, e pensar que foi aqui que as coisas começaram a mudar.Me vieram várias lembranças a mente, o passado aqui é tão presente.Decido afastar esses pensamentos e entrar na empresa. Foco Sarah!— Bom dia, sou nova aqu
Philip Acordo com uma gritaria no andar de baixo, e sei que as crianças já estão acordadas. Desço para ver o estrago da casa.Desde que a minha irmã e minhas sobrinhas vieram para cá, a casa de manhã cedo é uma zona, como esperando, havia comida espalhada pela cozinha e vários brinquedos no chão. É difícil estar acostumado a viver sozinho e na paz do meu apartamento, e agora ter três bagunceiras para desorganizar tudo. Mas as amo, e sempre ajudo quando precisam.Respiro fundo depois da minha pequena reflexão e vou até elas. — Bom dia, dorminhoco — diz a minha irmã segurando a bebê Liz. — Quando voltar arrumo tudo, vou deixar a Liz na creche, pode levar a Laurinha para a escola?— Claro — falo depois de ser bombardeado com tanta informação. — E bom dia.Me despeço da minha irmã e depois vou até minha sobrinha que já espera sentada no sofá. — Vou só tomar um banho, pequena — aviso antes de me retirar. — Quando voltar não quero um brinquedo no chão. Subo as escadas até o meu banhe