Philip Me dói a ver assim. Ela fala tudo de forma seca, sem demonstrar sentimentos, como se ela fosse indiferente ao seu passado. Não parecia a minha Sarah. — Eu gritei com ele e a discussão continuou por algumas horas, só paramos de gritar quando a tia Safira e minha irmã chegaram para nos separar. Ele me expulsou de casa naquele dia e eu fui... ninguém me acolheu porque ele ameaçou deserdar a todos. — Eles te machucaram — digo. — É — ela diz simplesmente com a mesma emoção de antes. — Mas eu fui embora, nunca mais olhei para trás ou falei com nenhum deles, eles escolheram o meu pai e isso ficou claro para mim. Ela me olha com muita frieza nos olhos. — Minha tia espera eu os perdoe um dia — ela diz com os olhos marejados. Essa é a primeira vez, desde que começamos a conversa, que a sinto de verdade, esse é o coração da Sarah. — Mas eles nunca te pediram desculpas ou se arrependeram — digo a entendo completamente. — Assim como seus pais — ela da um meio sorriso já soltand
Philip Eu sei que fui um babaca com a Sarah, não queria ter dito aquelas coisas. É verdade que nunca namorei, mas eu também nunca senti o que sinto pela Sarah. Nunca namorei porque tenho medo que as coisas fiquem sérias demais. Eu nunca confiei completamente em alguém, e quando isso acontece você para de ver pessoas como pessoas, e passa a ver ameaças. Eu me sinto ameaçado pela Sarah, ela é linda, inteligente, forte, sorridente e tudo que há de mais perfeito em uma pessoa, mas ela tem prazo de validade aqui na cidade, não quero me apegar a ela e depois a ver indo embora. Ter o meu coração partido a primeira vez, e pelo motivo que já esperava, a distância. Mas é tarde demais, eu já estou completamente apaixonado e a Mônica disse que eu deveria pensar no que eu queria fazer, de verdade. Eu quero ela, eu vou lutar para conseguir ela, nem que seja a última coisa que eu faça. E era isso que eu iria dizer a ela no café da manhã de hoje, mas nada saiu como planejado. A famíli
SarahSabe o que mais estranho em ter que me afastar do Philip? É a sensação de que estou fazendo a coisa errada, e quando claramente ele me diz que devo ir, seus olhos pedem para que o beije.Foi a primeira vez que contei sobre meu pai a alguém, acho que guardei isso tão fundo que nem consegui sentir nada, não senti raiva, nem dor, não senti absolutamente nada, foi como se eu fosse indiferente aquela situação, na verdade, eu nem sou mais a mesma garota de cinco anos atrás, e agradeço por ter aprendido tanto.Hoje eu só me sinto bem com o Phil, depois de contar tudo, só me senti eu mesma quando ele me abraçou e me deixou desmoronar em seus braços.Ele é um babaca as vezes, acho que sempre na verdade, mas para uma mulher apaixonada, é impossível não sentir algo de bom perto dele.Depois do almoço constrangedor, fomos para o quintal conversar, enquanto as crianças brincam por ali também.— As meninas se deram super bem — Mônica disse. — Foi amor à primeira vista.— Ah, igual a Sarah e o
Sai dali antes de desabar ali mesmo. Passo quase que correndo para dentro da casa, e passo por todos os cômodos que ficavam no caminho até achar a porta de saída. — Para onde vai? — Mônica pergunta quando me vê passar andando nas presas. Não paro para responder. Caminho até a porta na mesma velocidade de antes, mas olho para trás e os vejo parados todos juntos na cozinha, que tinha conceito aberto com a sala. Vejo que todos estão na sala, mas não paro para falar com nenhum deles. Volto a caminhar para sair às pressas de lá. Preciso de um espaço para respirar. Preciso de um momento comigo mesma. Quando alcanço a porta, coloco uma mão na maçaneta e em seguida sou puxada pelo braço para dentro novamente. — Deixa eu terminar de falar — Philip fala me prendendo contra a parede. O Philip sabe que a Sarah irritada possui uma força que até ela mesma dúvida. Quando brigamos e eu me irrito, ele sempre tenta me prender para que o escute. Mas dessa vez não vai funcionar. — Você é louco
Philip Nosso almoço foi um tanto constrangedor. Nossas sobrinhas nos entregaram fácil, na frente de todo o resto da família. Claro que a Mônica e o Benjamim já sabem que estou perdidamente apaixonado pela minha vizinha, mas ainda não admiti isso para era. Mas se a Paulinha disse aquelas coisas, será que pode também ser verdade? Depois do almoço viemos para o quintal da casa da Mônica e ficamos conversando, até o clima pesar entre eu e a Sarah, e ela entrar na casa sem dizer uma palavra. Olho para a cadeira que ela estava e não consigo entender o que se passa. Por que ela reagiu assim? Ela leu o que estava na carta? Me declarei para ela, levei um puxão de orelha do seu amigo que me fez perceber que tinha que arrumar as coisas o mais rápido possível, que seria agora mesmo. Mas aí ele sugere que eu tenha feito uma lista, e realmente eu fiz. Fazer uma lista de prós e contras e da clareza das coisas, mas não queria que ela tivesse lido assim, se ela me ouvisse... Percebo que e
Paro de correr quando vejo alguém num canto resmungando algumas coisas em voz baixa. Desacelero a minha respiração. E foi quando a achei do mesmo jeito que a Samara a descreveu, falando sozinha, brigando consigo mesma, contando e respirando fundo, era desesperador para quem a via, imagina o que ela estava sentindo. E foi quando tive uma ideia louca de distraí-la, e no final deu certo. Disse fatos malucos que li esses dias em uma página nas redes sociais. Coisas que ninguém sabe porque ninguém quer saber. Mas funcionou, ela voltou a si depois de um tempo. Ouvi-lá dizer que achou que iria morrer cortou meu coração, o que você tem meu azul do céu? Não posso perguntar, poderia fazer tudo piorar, então faço o que ela quer, e levo de volta para casa. Coloco ela no carro e entro na casa. — Ela está bem, só quer ir pra casa — digo assim que entro e sou bombardeado por olhares. — Tudo bem, vamos então — Sami fala. — Acho melhor deixá-la sozinha — digo. — Não, quero estar lá se ela p
SarahDepois de uma noite totalmente mágica eu só estou pensando em uma coisa: Dormir!Assim que chegamos em casa, ele me deixa na porta do meu apartamento e logo entra no seu. Acho que temos a mesma ideia do queremos fazer, que é dormir.Mas chegando em casa já encontro a Sami acordada. Sorri ao ver que meu apartamento não estava mais vazio.Apesar de gostar do meu espaço e gostar de ficar sozinha, eu não gosto de me sentir assim. Eles fazem falta nos meus dias, assim como os meus vizinhos também fazem quando não estamos juntos.— Sami — falo assim que fecho a porta. Caminho até a sala ao seu encontro. Ela estava sentada, acho que me esperando.— Sarah! Isso são horas? — ela fala preocupada. — Espero que tenha uma história muito boa — ela diz mudando a sua afeição, para uma Samara curiosa.— Ah se tenho — digo me lembrando da noite. — Mas não sei se vou te contar.— Não deixa uma mulher grávida irritada — ela diz dando espaço para que me sente no sofá com ela.— Será? — digo sentando
SarahComo todos os dias, acordo atrasada e saio correndo do meu apartamento, não poderia acreditar que iria me atrasar para uma reunião.Eu trabalho em uma das empresas mais conhecidas desse país, e aqui na cidade ela é grande o bastante, do tipo que dificilmente você consegue conhecer a todos, temos escritórios em quase todos os Estados do Brasil, eu particularmente trabalho e resido em Sergipe. Sou formada e atuo como administradora, e estou concorrendo a uma grande promoção, e esse será esse o motivo da nossa reunião hoje. Assim que chego no escritório, vou direto para sala de reuniões. Assim que entro vejo no relógio que estava no horário exato na reunião, nem um minuto antes e nem um depois. — Pontual como sempre — meu chefe diz. Apesar de sempre acordar tarde eu tinha a estranha forma de chegar no horário, acho que devo ter muita sorte.— Bom dia, senhor Gomes — o cumprimento e me sento junto ao mesmo. — Bom dia — fala o Antony ao adentrar na sala de reuniões, sorri em cump