Sarah Nos últimos sábados e domingos que passei com o Phil não trabalhei nada, passeamos pela cidade, ficamos fazendo nada no apartamento ou ficamos com as sobrinhas dele e a sua irmã e cunhado. Fomos ao shopping algumas vezes, visitamos os parques que tem na cidade, as crianças amam quando fazemos esses passeios. As vezes buscamos elas para os pais terem um pouco de privacidade, um casal merece um tempo sozinhos para se curtir. Lembro de levá-las ao parque perto da casa da Mônica novamente, aquele que ia quando criança. Ela foi brincar com as crianças. Mas sempre a pegava me olhando, assim como eu fazia com a minha mãe, quando era criança. Eu estava com a Liz no colo aquele dia, uma das babás sentou ao meu lado e conversamos. O Philip não pode ir comigo e fui apenas com as crianças, quando vi já estava cercada de mães e babás, elas brincavam com a Liz ainda no meu colo e conversamos. Fiquei feliz em fazer amizades tão rápido. Vi elas outras vezes quando ia com as meninas. S
Sarah — Desculpa vim sem avisar, mandei mensagem e você não respondeu — ele diz percorrendo os olhos pelo meu corpo e em seguida olhando para os meus amigos. — Está linda — ele me elogia. Sei que estou vermelha agora. — Bem vindo — Sami fala. — Ela nunca nos responde. — Que exagero — digo para eles. — De qualquer forma, já vou indo, não sabia que estava com visitas — ele fala sem graça. — Não precisa — digo para ele. — Esses são meus amigos, aqueles que te falei e também os que você falou uma vez por chamada de vídeo. A Sami, a minha afilhada Paulinha e o meu amigo e marido e pai dela, o Antony - falo os apresentando. - Esse é o Philip. Eles se cumprimentam com os olhares apenas e sorrisos largos. — É, pode ficar se quiser — Antony fala e estranho sua súbita gentileza. — É que estou com a mesa posta para o café lá em casa — ele tenta explicar o motivo porque tem que ir. Me lembro que ele havia me convidado, mas eu havia ignorado o convite. — Mas vocês não querem tomar café co
Sarah Saio do apartamento do Philip entrando no meu logo em seguida. Entro e já procuro meus amigos pela casa, logo os vejo na sala. — Agora que estamos sozinhos — Antony fala me achando primeiro que eu os acho. — Vamos conversar. — Nem acredito que vocês fizeram essa loucura de aparecer por aqui — digo a eles assim que os vejo sentados no meu sofá na sala. — Não podíamos te deixar sozinha, apesar de você está sempre bem, sabemos que esse lugar mexe com você — Sami fala. — E parece que um certo gaúcho também — Antony fala abraçando sua esposa por trás. Ele senta e ela se encosta nele, ainda de costas para ele. Me sento na sua frente, numa das minhas cadeiras acolchoadas que havia ali. A Paulinha não estava com a gente, acho que estava no banho pelo barulho de água caindo. — Nada disso, eu e o Philip somos só amigos — digo para eles. — Não vai rolar nada mais que isso. — Claro — Sami revira os olhos. — Meu bem, pode levar nossas malas para o quarto? Antony assente e leva a
Sarah Passamos a manhã juntos, não me lembrava o quanto sentia falta deles, até está com eles. Aproveitei que estávamos a sós e atualizei eles dos meus dias aqui em Porto Alegre. Não com tantos detalhes, mas deu para os deixar atualizados dos acontecimentos. — Então além de ter se apaixonado, fez amigos e conviveu com a sua família? — Sami fala enquanto terminamos de nós arrumar. Ela fala contando nos dedos todas as coisas novas que eu fiz, segunda ela mesma. Estava quase na hora de irmos para casa da Mônica, só faltava eu a Sami nos arrumar na verdade. Tomamos banho logo depois de arrumar a Paulinha, fomos nos arrumar logo em seguida, e o Antony foi para o banheiro. Ele terminou de se arrumar e ainda estávamos fazendo uma maquiagem casual. O Philip mandou mensagem dizendo que estava nos esperando para irmos. Começamos a adiantar as coisas e estamos quase prontas agora. — Agora que estamos sozinhas — ela fala parando o que estávamos fazendo. — Como está a convivência com sua fa
Philip Me dói a ver assim. Ela fala tudo de forma seca, sem demonstrar sentimentos, como se ela fosse indiferente ao seu passado. Não parecia a minha Sarah. — Eu gritei com ele e a discussão continuou por algumas horas, só paramos de gritar quando a tia Safira e minha irmã chegaram para nos separar. Ele me expulsou de casa naquele dia e eu fui... ninguém me acolheu porque ele ameaçou deserdar a todos. — Eles te machucaram — digo. — É — ela diz simplesmente com a mesma emoção de antes. — Mas eu fui embora, nunca mais olhei para trás ou falei com nenhum deles, eles escolheram o meu pai e isso ficou claro para mim. Ela me olha com muita frieza nos olhos. — Minha tia espera eu os perdoe um dia — ela diz com os olhos marejados. Essa é a primeira vez, desde que começamos a conversa, que a sinto de verdade, esse é o coração da Sarah. — Mas eles nunca te pediram desculpas ou se arrependeram — digo a entendo completamente. — Assim como seus pais — ela da um meio sorriso já soltand
Philip Eu sei que fui um babaca com a Sarah, não queria ter dito aquelas coisas. É verdade que nunca namorei, mas eu também nunca senti o que sinto pela Sarah. Nunca namorei porque tenho medo que as coisas fiquem sérias demais. Eu nunca confiei completamente em alguém, e quando isso acontece você para de ver pessoas como pessoas, e passa a ver ameaças. Eu me sinto ameaçado pela Sarah, ela é linda, inteligente, forte, sorridente e tudo que há de mais perfeito em uma pessoa, mas ela tem prazo de validade aqui na cidade, não quero me apegar a ela e depois a ver indo embora. Ter o meu coração partido a primeira vez, e pelo motivo que já esperava, a distância. Mas é tarde demais, eu já estou completamente apaixonado e a Mônica disse que eu deveria pensar no que eu queria fazer, de verdade. Eu quero ela, eu vou lutar para conseguir ela, nem que seja a última coisa que eu faça. E era isso que eu iria dizer a ela no café da manhã de hoje, mas nada saiu como planejado. A famíli
SarahSabe o que mais estranho em ter que me afastar do Philip? É a sensação de que estou fazendo a coisa errada, e quando claramente ele me diz que devo ir, seus olhos pedem para que o beije.Foi a primeira vez que contei sobre meu pai a alguém, acho que guardei isso tão fundo que nem consegui sentir nada, não senti raiva, nem dor, não senti absolutamente nada, foi como se eu fosse indiferente aquela situação, na verdade, eu nem sou mais a mesma garota de cinco anos atrás, e agradeço por ter aprendido tanto.Hoje eu só me sinto bem com o Phil, depois de contar tudo, só me senti eu mesma quando ele me abraçou e me deixou desmoronar em seus braços.Ele é um babaca as vezes, acho que sempre na verdade, mas para uma mulher apaixonada, é impossível não sentir algo de bom perto dele.Depois do almoço constrangedor, fomos para o quintal conversar, enquanto as crianças brincam por ali também.— As meninas se deram super bem — Mônica disse. — Foi amor à primeira vista.— Ah, igual a Sarah e o
Sai dali antes de desabar ali mesmo. Passo quase que correndo para dentro da casa, e passo por todos os cômodos que ficavam no caminho até achar a porta de saída. — Para onde vai? — Mônica pergunta quando me vê passar andando nas presas. Não paro para responder. Caminho até a porta na mesma velocidade de antes, mas olho para trás e os vejo parados todos juntos na cozinha, que tinha conceito aberto com a sala. Vejo que todos estão na sala, mas não paro para falar com nenhum deles. Volto a caminhar para sair às pressas de lá. Preciso de um espaço para respirar. Preciso de um momento comigo mesma. Quando alcanço a porta, coloco uma mão na maçaneta e em seguida sou puxada pelo braço para dentro novamente. — Deixa eu terminar de falar — Philip fala me prendendo contra a parede. O Philip sabe que a Sarah irritada possui uma força que até ela mesma dúvida. Quando brigamos e eu me irrito, ele sempre tenta me prender para que o escute. Mas dessa vez não vai funcionar. — Você é louco