Leandro Caio (LC) A raiva que eu sentia não se dispou ao arrebentar a cara dessa vagabundä. Nunca deixaria alguém como ela me desrespeitar na minha casa, porque esse morro era o meu lugar e não tirariam minha autoridade em nada aqui, muito menos uma qualquer. Milena pagaria caro por querer me passar de otáriø e quando acordasse vai ver que seu inferno particular começou. Qualquer movimentação que eu fizesse já tava ligado que Coreano ou Marreta iam colar aqui. Pensei na possibilidade de descer ela no postinho, mas assim todos saberiam do que aconteceu e de julgamentos já estava cheio. Peguei meu celular no bolso discando o número do GG, chamou algumas vezes até que atendesse. Ligação on: — GG tá ligado na antiga casa da Melissa? — eu cortei qualquer cumprimento indo direto ao ponto. — Fala chefia, já tô ligado pô. O que tá rolando? — indagou ele. — Pega um carro e desce aqui na casa dela, sem alvoroço tá ligado?! Não conta para ninguém e vem na maciota. — encarei o corpo j
Milena VargasTinha acabado de sair de uma loja com meu primeiro emprego no Rio garantido, era uma vida totalmente nova que estava levando aqui e justamente no segundo dia que chegamos já estava de carteira assinada. Precisava pegar um único ônibus que me deixava perto do Complexo da Maré onde atualmente morava com minha irmã, Mirela. Foi difícil sair do interior de Maceió para tentar uma vida nova aqui, nossos pais foram contra e queriam nossa permanência lá na cidade junto de todo restante da família. Eu bati o pé porque queria ter uma vida boa e lá eu sabia que não conseguiria ter, Mirela me apoiou nesse sonho e por isso a trouxe comigo, fora outros motivos. O trabalho foi dobrado como garçonete e atendente de padaria para poder pagar nossa viagem e moradia para uns meses. [...] Fazia uma semana que estávamos morando na Maré, não por escolha minha e sim, de Mirela que disse ser barato e que não teria riscos para nós duas. Eu confiava na minha gêmea e por isso não me opus. Conse
LC (Leandro Caio)Pørra. A Ingrid era totalmente loucona de achar normal eu querer comer outras mina mesmo casado com elas. Tinha batido o pé que podia continuar comigo se tivéssemos um acordo, que mina doida que fui arrumar?Tá ligado que bandido é bicho solto, né não? Não sou diferente de qualquer outro, mas nois tem um tempo que quer um carinho e um bagulho de romance pô. Foi numa dessas que casei com essa doidona. Ingrid era a mina mais gostosa do baile e eu tava com os menor da resenha, foi coisa de aposta quando colocaram cinco mil pra quem conquistasse a filha rebelde do pastor. Não deu outra, os cara foram pra cima e eu só curtindo de canto vendo como ela recusava cada um deles. Meu ego ficou gigante quando a vagaba subiu pro camarote com o meu melhor amigo, o Marreta. Já acostumado a dividir as marmitas comigo, e chegou logo me oferecendo ela, que não negou a proposta, mas papo era de conquista então neguei a püta. Falei na cara dela que só queria o bagulho entre nós dois,
LC (Leandro Caio) Eu sabia que essa pørra que a a Ingrid inventou não ia dar certo. Fazia umas horas que tinha chegado moradora nova e a primeira coisa que Ingrid fez foi ir conversar com a mina, o interesse dela foi enorme quando viu o espetáculo que Mirela é. Não deu outra e me apresentou no barzinho do Joca em um dia comum. A mina era uma perdição, gostøsa e muito simpática, nossa troca de olhares foi intensa desde o primeiro contato. Ingrid nos deixou sozinho ali e todo mundo já sabia que eu a traia, mas não comentavam nada tão na cara por mais que eu não me importasse com a fama de cornä dela, que só aumentava. Peguei um baldinho de cerveja e alguns petiscos para nos entreter durante a noite. O movimento do bar aumentava assim como nossa intenção, sentado do lado dela já tinha apertado sua coxa e subido a mão até sua calcinha aproveitando que estava vestindo uma mini saia. Comecei a reparar que ela não parecia nem um pouco desconfortável com a ideia de ficar com um homem cas
Leandro (LC) Quatro anos depois... Pørra! Finalmente estava saindo desse inferno que é o presídio. Não via a hora de retornar para casa e voltar na atividade. Com certeza quem tinha me colocado lá dentro ia pagar por isso, não ia deixar barato assim. Esses anos foi me servindo de aprendizado, cada vez que meu advogado entrava pra falar comigo era um pedido negado que recebia para diminuir minha pena ou aceitarem uma prisão domiciliar, já que meus crimes foram somente o tráfico. Algum filho da püta tava de traição no morro para isso acontecer, tinha acabado de sair deixar Mirela em casa no final da noite quando a invasão começou. Aquele dia estava com meu carro descendo o morro para ir até uma pizzaria, do nada bati de frente com uma viatura e os fogos estouraram. Não tinha o que fazer, ou me entregava, ou morria. Preferi seguir intacto, mas para meu azar tava com maconha no carro, não era muito, só que bastou para ir preso no artigo 33. Naquela noite ainda na delegacia com meu
Milena Fernandes Eu estava me sentindo realizada nesses quatro anos morando aqui no Rio, não tinha amizades e evitava sair para evitar os olhares tortos que eu recebia sem motivo algum, mas me sentia feliz. Estudei muito para poder abrir meu salão de beleza, já tinha até em mente um ponto que eu queria comprar na favela mesmo. Ouvindo sempre minha irmã dizer que as "monas" iam muito se arrumarem em salão porque na comunidade tinha os "bofes do tráfico" que bancavam elas, isso me encorajou a abrir meu espaço aqui no morro mesmo sendo só eu para fazer atendimentos. Então, a ideia já tava fixa na minha mente que eu abriria meu lugarzinho no morro e o dinheiro que tinha ia ser uma parte desse meu sonho. Guardei 20 mil reias trabalhando direto, sem folgar muito e fazendo muitas horas extras como vendedora aqui no shopping. O meu trabalho era tranquilo com a equipe toda, mas os atendimentos começaram a cair drasticamente depois de um tempo e uma boa parte dos funcionários foram demiti
Mirela Fernandes Nada na minha vida foi fácil e eu sabia o tanto que me julgavam, mas ninguém esteve na minha pele em todos os momentos horríveis que passei. Aos quatorze anos quando era apenas uma adolescente que buscava estudar mais e mais para fazer cursinhos sofri meu primeiro abuso. Na época Milena estava estudando muito e conseguiu seu primeiro emprego, nunca tivemos exigência dos nossos pais para trabalhar ou estudar, só queriam nos manter por lá ao lado deles. Quando mainha começou a trabalhar fora e Milena também saia no mesmo horário, sobrava os afazeres da casa para mim fazer e eu sempre mantinha tudo em ordem, painho trabalha próximo de casa então vivia indo ver como estava tudo. Até que num desses dias eu estava saindo do banho enrolada na toalha depois de ter dado uma bela faxina na casa e quase morri do coração ao ver painho parado na porta do meu quarto me encarando. [...] Passado... Não aguentava mais limpar toda a casa. Tinha passado pano depois de esfregar
LC (Leandro Caio) Reunido com os caras no bar do Joca a resenha rolava solto final de tarde. Precisava ir ver a Ingrid, mas tava afim de me estressar agora não, o surto dela já deveria estar pronto com o tanto de mensagem e ligação que me fez. Só mandei o segurança da nossa casa não deixar ela sair até que eu chegasse e era isso que ia ser feito. Não impediria de que falar pra caralhø quando me visse, mas eu tava pouco me fodendo pra falação dela e queria mermo era uma buceta nova pra me tirar da seca de dias que estava desde a última visita dela e de Mirela. Falar nessa filha da püta já me subia o ódio, era do caralho o que tava fazendo com sua vida virando uma viciada em pó. Mandei o Foguinho ficar de olho nela pra não sair, e qualquer coisa me acionar, e pelo visto tava suave que ele nem me procurou. Oz e Marreta se juntaram a nós na mesa do bar, cada um era acompanhado de uma mulher. Oz estava com Juliana, sua fiel de anos, e Marreta tinha arrumado uma loira gostosa pra brinca