Já passava das nove e meia da manhã quando Clara despertou. Meu Deus, a reunião!!! Se levantou às pressas para se arrumar. A reunião estava marcada para às dez e ela tinha que estar presente. “Tudo bem, é só hoje e não voltarei mais lá.” Pensava consigo mesma. Não suportava a ideia de ver o seu marido pela última vez. Sim! Clara pensara bem, e estava disposta a renuncia-lo em troca de uma gestação mais tranquila. Já tinha acertado tudo. Nomearia Samanta como a sua representante e se afastaria da empresa, pediria o divórcio e deixaria tudo para trás. Agora que o projeto MiranteMar estava sob acordo , não haveria mais necessidade de continuar com esse teatro. Ela queria se enganar. Sabia perfeitamente que não era teatro, que Alberto a amava e ela o amava também. Mas por amor e para proteger o seu bebê ela estava disposta a sair de cena. Antes de sair de casa pediu a benção de sua mãe. Disse para ela que havia tomado uma decisão, mas que conversaria com a sua f
-Sr Aranttes, não é o que o senhor pensa, a sua esposa estava apenas me fazendo companhia enquanto o senhor atendia o meu cliente em sua sala. - Leonardo se levantou da cadeira, se preparando para sair. -Ah sim, fazendo companhia? Que bela companhia, vocês sozinhos em uma sala. - O sarcasmo dele chegava a dar raiva. -Alberto, por favor, tenha mais respeito.- Clara fazia questão de mostrar que não estava invisível e que a sua insatisfação era muito grande. Ele lançou um olhar de “depois conversamos.” para ela. Ao perceber que o clima continuaria tenso , Leonardo resolveu ir embora. Ele virou-se e se despediu de Clara. -Lamento muito pela situação embaraçosa senhor Aranttes , por favor me perdoe. -Sou eu quem lamenta, Leonardo, e peço desculpas por isso. Garanto que o meu marido não costuma se comportar dessa forma. Estou totalmente surpresa e sem graça com você. Alberto sentiu-se como um palhaço ali entre eles. Sua esposa estava o expondo ao ridículo. Parecia que fazia intenc
Passaram-se vinte minutos e nada de abrirem o elevador. -Meu Deus, o será que esse pessoal tanto arruma? - Alberto já começava a ficar impaciente. - E você está bem?- ele nota que Clara está um pouco sonolenta. -Sim, eu só quero sair daqui… -Calma meu amor, eles já vão abrir a porta. Ele a envolve em um abraço a segurando para que ela não caísse. De repente as portas do elevador se abrem e as luzes acendem. -Vocês estão bem? - Fernando estava bem na porta. -Demoraram. O que aconteceu. -Os trilhos das portas estavam desalinhados. -Mas a manutenção não está em dia? -Sim, mas isso pode acontecer. O importante é que já resolveram o problema e que vocês estão bem. -Vou levar minha mulher para casa e já retorno. Aliás, você pode liberar Samanta para fazer companhia a ela? -Dividir a minha Samanta?-Fernando brincou. -Estou falando sério, não quero que Clara fique sozinha. -Esta bem, me desculpe. Eu vou chamá-la. -Aguardo no carro. … Ao deixar as duas no apart
-Você!? Claro! Não sei porque estou surpresa. Clara era óbvia, ela sabia de todas as armações de Tomaz contra Alberto. -Você, você é o ladrão que eu vi saindo da casa de Clara aquele dia. - Samanta se virou para Clara. - Clara , foi ele quem roubou o seu notebook aquele dia. -A culpa foi toda da sua irmã, aliás bem sonsa ela.- Cleiton se adiantou. Clara encarou Tomaz. -O que quer de nós? -De vocês nada, mas de quem eu quero, logo , logo vocês vão saber. -Deixa o meu marido em paz. -Porque tanta obsessão com o seu irmão, seu louco, você vai se…... - De repente um estalo. Samanta mal terminou de falar e a sua bochecha ficava vermelha e dolorida. -Aiii.-ela gemeu. -Cala boca sua intrometida. - Tomaz odiava ser ofendido. - Cleiton. - Gritou -Sim senhor. -Amordasse a boca dessa infeliz. Que ela permaneça calada. -Sami, você está bem? - Clara se assustou mais ainda com o tapa que ele deu no rosto de sua amiga, ali ela sabia que tinha que ser totalmente cautelosa ao
Do outro lado da linha ele reconhecia aquela voz. Sim , era ela. Mara. -O que você quer, eu não quero falar com você.- Alberto era ríspido e já ia desligar o telefone na cara dela. -Não quer nem falar sobre Clara? -O quê? Clara? Você? Você está nisso também? -Achou o que eu deixaria baixo o que fizeram comigo aquele dia na porta da empresa? Toda aquela humilhação vai ser descontada , eu te garanto Alberto Aranttes. -O que? Não! Deixa a minha mulher em paz. De repente surge uma voz masculina a qual Alberto também reconheceu perfeitamente bem. -Olá meu irmãozinho? Como vai? -Tomaz? -A sua esposa é muito prudente, provavelmente está com medo de mim, e você meu caro, também deveria ter medo, pois eu posso fazer muito mal a ela e ao seu bebezinho. - falava em um tom de deboche. -Não se meta com a minha mulher e o meu filho… Uma risada ecoava por trás daquela ligação. -Me diga logo, o que você quer para deixar a minha mulher e o meu filho em paz? -Esta dispost
-Transfira todo o dinheiro da sua offshore para mim, e só depois disso você sai daqui. -Fique com o dinheiro mas deixe todos nós irmos embora, deixa o meu marido vivo, por favor. - ela hesitava abrir o notebook. -Adoraria. - Tomaz ria diabólicamente.- Mas não, a minha proposta é essa e acabou, e ande rápido com isso antes que eu perca a minha paciência e decida que ninguém saira daqui. -Faça o que ele manda Clara. - Alberto insistiu para que ela cedesse e fizesse o que Tomaz estava mandando. -Alberto , não, por favor. - Clara estava desesperada. Um tiro foi disparado para o alto. -Anda de pressa. -Clara faça o que ele esta pedindo.-Alberto mandou. Ela ficou tão atordoada e assustada que começou a fazer. Tomaz não tinha intenção de matar Clara, muito pelo contrário, a intenção dele era que o filho que eles esperavam nascesse, porém que nascesse sem o pai presente. Também planejava roubar todo o dinheiro da Companhia Aranttes e Sotto e fugiria para outro lugar. Essa s
Enquanto a polícia fazia as buscas, só o que se viam era Diego e Cleiton sairem algemados da casa logo em seguida. -Canalhas , tomara que apodreçam atrás das grades. - Samanta os avistou de longe e era perceptível a sua revolta. Clara se levantou quando ouviu que haviam retirado um homem inconsciente de lá de dentro, e correu empurrando os socorristas da frente, e para o seu desespero, realmente se tratava de Alberto. Ficou tão desolada que acabou desmaiando. Ela não aguentou ver o seu marido ali em estado gravíssimo a caminho do hospital. Mas ela e Samanta foram amparadas por uma equipe de psicólogos e médicos contratada de emergência por Fernando, ele sabia que seria necessário. -Aguenta amigo … - Fernando foi junto, pois o seu tipo sanguíneo era o mesmo de Alberto, caso fosse necessário uma transfusão de sangue. … Enquanto todos se viravam para salvar a vida de Alberto. Tomaz e Mara escaparam. Tentavam fugir do país. Mas havia um problema. Mara não iria deixar a tra
-Eu estou bem, só um pouco transtornada ainda, hoje foi muita informação. -Ou você está bem ou você está transtornada. - Ele achava engraçado a forma que ela falava. -Você quer que eu vá para aí, você está sozinha? -Não, não, meu pai está aqui comigo. Chegamos em casa agora. Não se preocupe. Eu estou vendo aqui no noticiário e parece que Mara é o monstro do Tomaz não tiveram um bom final. -Como? - ele estava tão ocupado com o estado de saúde do amigo que se esqueceu completamente do desfecho final dos criminosos envolvidos. -Depois você pesquisa, está em todos os sites de notícias e até na televisão. Tomaz e Mara não estão mais vivos. Fernando ficou desnorteado. -Eu não sabia disso. -Óbvio que não, você provavelmente estava mais preocupado em salvar a vida de Alberto que não iria olhar isso. Bem, eu detesto desejar o mal para alguém, mas o final dos dois foi merecido. Pois no fim das contas eles queriam matar não só o Alberto mas sim a minha amiga e se bestar até eu tamb