Luciana estava fazendo uma aula de abdominais com Sueli. A irmã de Renato era muito meiga, até seu andar era delicado, de dançarina.
Sueli já estava com 32 anos e era casada, portanto não participava dos grupinhos de fofoca da Sweat Drop. Sempre após suas aulas, se encontrava com o marido que estava à sua espera no estacionamento. Ele era advogado. Sueli sempre contava casos engraçados sobre ele, para distrair as alunas durante as aulas, como sua mania de colocar suco nos cereais, ao invés de leite.
O aniversário de dona Cida estava muito animado. Além dos vizinhos e de algumas amigas e amigos do trabalho, muitos jovens, amigos de Luciana, também foram convidados.Como moravam só as duas, dona Cida aproveitava todas as oportunidades para trazer mais gente para seu convívio. Não queria que a filha sentisse isolamento ou solidão. E isso nunca havia acontecido. Participavam de eventos do bairro, como festas juninas e desfiles do dia da Independência. Adoravam os vizinhos e iam sempre a batizados, casamentos e aniversários. No dia da saída para a excursão, os passageiros se acomodaram confortavelmente, pois havia quarenta lugares no ônibus e eles estavam em dezoito pessoas, incluindo os guias. Para o seu Artur ficava o mesmo preço do que alugar uma minivan, porque este ônibus era de propriedade dele. Preferia assim, porque oferecia muito mais conforto e segurança.Helinho acomodou-se na primeira poltrona, para poder dar os recados e controlar tudo melhor. Luciana sentou-se no fundo, perto do freezer, assim distribuía água e frutas de tempos em tempos. Desta vez, ao invés do hotel fazenda, ficaram hospedados em uma pousada no meio de um parque ecológico. Tomando o café da manhã já eram visitados por pequenos animais como macacos e tatuzinhos, que vinham se alimentar das frutas bem posicionadas pelos funcionários da pousada. A observação dos pássaros também era comum e bem apreciada ali.O grupo da Panta Trip partia muito cedo para embarcar em grandes botes ou barcos a remo, subindo os rios em busca dos melhores pontos para a pescaria. Voltavam só à noite. Mesmo ficando até tarde juntos, Renato sentia falta dela e se acostumou a bater na porta de seu quarto e chamá-la para ver o nascer do sol. Ela não reclamava, embora estivesse sonolenta. Era o amor chamando o amor. Tudo o que sempre quis. Ele achava graça nos pijamas da garota, com motivos de frutas ou legumes e comentou com ela. Uns eram de melancia, outros de abacate ou laranja. As pequenas estampas coloridas o surpreendiam e ele olhava para ela intrigado.— Minha mãe que comprou, acho que ela tem uma preferência por frutas — ela explicava divertida. A partir daí foram só correrias. A cerimônia de casamento foi linda. Dona Cida, de tão feliz, só chorava. O buquê, a Lu nem jogou, entregou direto nas mãos da Marina, que seria de fato, a próxima a se casar, pois tinha marcado com Olavo para dali a seis meses. E neste instante, Luciana corria pelos corredores do aeroporto. Ia pegar um voo para Fernando de Noronha, para sua lua de mel. A. C. Mabrano escreve romances para os românticos, poemas para os poéticos e canções para todos. Gosta de pessoas. Gosta do sol, da lua e de estrelinhas brilhantes. Do mar, montanhas, animaizinhos...Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Epílogo
Autora e dedicatória
Luciana corria pelo longo corredor do aeroporto. Puxando sua mão e rindo, um homem moreno, com sorriso travesso e olhar apaixonado. Não queriam perder o voo, então se apressavam muito. Mas de repente ele parava para que ela recuperasse o fôlego. E beijava seus lábios, o que só servia para que ficasse mais ofegante ainda.— Luciana, você vai chegar atrasada.— Eu sei, mãe, estou correndo... Luciana tinha tudo planejado. Ia aproveitar cada minuto de seu tempo para estar mais preparada para a viagem ao Pantanal. Era a realização de um sonho, não ia desperdiçar.Muita gente, até mesmo trabalhando na área de turismo, passava a vida toda atrás de uma escrivaninha, lidando com reservas, documentos, reclamações. Poucos tinham oportunidade de viajar para um destino de sonho, como este.Achou que o melhor para estar em boa forma, como o Helinho tinha sugeriCapítulo 2