O Sr. López olhou para seu terno impecável, agora arruinado. Mas, ao ver a aflição no rosto de Sofia, sua raiva se dissipou, para espanto de todos os funcionários, que tinham certeza de que ele, no mínimo, a demitiria.—Não se preocupe, Sofia, foi um acidente— disse ele em um tom afável, —Venha, vou acompanhá-la para pedir outra refeição. —Ele disse tirando o paletó e revelando seu corpo bem torneado em apenas uma camisa azul-celeste, como os olhos de Sofia. Sofia o seguiu, cabisbaixa, até o bar, sentindo-se terrivelmente envergonhada. Enquanto esperavam que ela fosse servida novamente, o Sr. López tentou tranquilizá-la.—Ei, não fique ansiosa. Eu nem gostei tanto assim dessa gravata— brincou ele para o olhar irreconhecível de todos, pois era a primeira vez que o viam se comportar assim! Sofia deu um sorriso tímido, agradecida pela atitude compreensiva de seu chefe, enquanto lançava olhares furtivos para os outros, envergonhada. Mas, ao mesmo tempo, assustada, pois percebeu que todo
No dia seguinte, quando Sofia saiu de seu prédio, quase teve um ataque cardíaco quando viu o carro de luxo de seu chefe esperando por ela na entrada.—Bom dia, Srta. Sofia— cumprimentou-a o velho e gentil porteiro, —seu namorado está esperando por você há algum tempo.—Cof..., cof..., cof..., meu namorado, você disse? —perguntou ela com os olhos arregalados.—Sim, foi isso que ele me disse, não foi?Sofia não sabia o que dizer. A ideia de ser vista com seu chefe como se fossem um casal a deixava desconfortável. Sem pensar duas vezes, ela correu para o carro, empurrou seu chefe para dentro e entrou correndo, fechando a porta com cuidado para evitar olhares curiosos.—Senhor, o que você pensa que está fazendo? —Sofia exclamou, tentando controlar a respiração pesada.—Bom dia, Sofi. Olha, eu trouxe café do jeito que você gosta— disse o chefe com um sorriso enquanto lhe entregava um copo de café quente. —Somos namorados, Sofi. Eu venho te buscar todos os dias, é justo.Sofia ficou sem pala
A presença de Teresa Vivaldi e sua beleza arrebatadora apenas convenceram Sofia, à medida que seu ciúme aumentava, de que seu chefe não tinha jeito. Ele certamente estava brincando com ela com toda aquela teatralidade. E sem olhar para trás, ela entrou no elevador e voltou para seu escritório.—E quem é você? O que está fazendo aqui com López? —perguntou Mia, enquanto seus olhos varriam Teresa com desconfiança.Teresa, mantendo a compostura e um sorriso no rosto, aproximou-se de López, ignorando completamente Mia, e estendeu a mão sorridente. Sua presença elegante e segura de si não passou despercebida por todos que se perguntavam quem era aquela bela mulher.—Olá, César— disse ela, apertando a mão dele, —desculpe-me por não ter avisado você que eu estava vindo. Sua mãe me falou muito sobre sua empresa e achei que seria divertido surpreendê-lo aqui e pedir-lhe alguns conselhos de negócios. —Desculpe-me, mas não conheço mais ninguém na cidade. —Negócios? —perguntou ele, olhando de re
Sofia olhou para o Sr. López com os olhos cheios de lágrimas. Uma parte dela queria dizer sim, mas algo no fundo de sua consciência lhe dizia que ela não podia continuar com esse relacionamento, que ele não ia a lugar algum. Ela era uma órfã abandonada pela vida e ele era o proprietário de uma das empresas de tecnologia mais prestigiadas do mundo. E para Sofia, os contos de fantasia há muito haviam deixado de existir. Não havia príncipes encantados para salvar princesas em perigo. E menos ainda para cuidar de uma órfã com um grande segredo nas costas, que vinha mentindo para ela quase desde que ela o conhecia. Ela abraçou o Sr. López com todas as suas forças, despedindo-se do que poderia ter sido e não foi, e depois foi embora. O Sr. López permitiu que Sofia fosse embora sem pressioná-la. Ele a entendia perfeitamente, como poderia esperar que ela confiasse nele depois da vida que ele lhe mostrara e das belas mulheres que o perseguiam? Ele precisava mostrar sua preocupação com ela a
A zombaria deixou Sofia em silêncio. Por um momento, as duas mulheres se encararam, cada uma avaliando a outra. A tensão era palpável e o ar parecia carregado com a promessa de um confronto. Fenício observou as duas se encarando, sua surpresa inicial dando lugar a uma preocupação mais profunda. Será que Sofía sentiu algo por López? Ou seria outra coisa, Javier seria realmente seu filho?Enquanto Mía e Sofia continuavam a discutir, Fenício decidiu que era hora de intervir. Ele não podia permitir que a situação saísse do controle. —Senhoras— disse ele, interrompendo a conversa acalorada. —Acho que seria melhor se todos nós nos acalmássemos e conversássemos sobre isso de maneira civilizada. As duas mulheres se voltaram para ele, surpresas com sua intervenção. Fenício lançou-lhes um olhar sério, esperando que elas entendessem que ele não estava brincando. Apesar de seu ciúme e frustração, Sofia sabia que Fenício estava certo. Não era certo discutir no trabalho, muito menos sobre assunto
Sofía largou o telefone assustada e olhou para Fenicio, que a observava aterrorizado, e, incapaz de suportar a agonia em seu peito com tudo o que estava acontecendo, ela começou a chorar, tão alto que o Sr. López veio ver o que estava acontecendo e lançou um olhar assassino para Fenicio.—O que você fez com ela, Fenício?—Nada, eu não fiz nada a ela, ela atendeu uma ligação do seu telefone vermelho, o que você disse a ela que a deixou assim?—Eu? Eu não liguei para ela, não mandei ninguém me ligar, como ela poderia ligar desse telefone? Vamos, Sofi, você está muito nervosa, beba essa água— disse o Sr. López enquanto enxugava as lágrimas dela com preocupação. —O que eles disseram para você ficar assim?—Sério, López, você não deu a ninguém sua carta desse telefone? Não é mentira, eu estava lá quando o telefone tocou e então ela começou a chorar. O que disseram a você, Sofía? —perguntou Fenício, muito preocupado. Sofía estava chorando inconsolavelmente, então López decidiu levá-la para
—Não sei o nome dele, senhor. Só sei que ele veio algumas vezes perguntar sobre a senhorita Sofia. Ele diz que é o namorado dela, mas nunca a vi com ele— respondeu o porteiro. —Ele também não sabe o número do telefone dela e faz perguntas estranhas. López pensou: será que esse é o homem que ligou para o telefone vermelho? Ou seria outra pessoa que a estava ameaçando? Ele tinha que descobrir.—Por favor, Joaquím, se esse homem aparecer novamente, ligue para mim imediatamente. Não diga nada à Sofi, apenas não o deixe entrar nem diga a ela que ele está no prédio— disse López, entregando-lhe outro cartão com seu número de telefone pessoal.—Entendo, Sr. López— Joaquím assentiu, pegando o cartão.—Vou deixar alguns seguranças ali na esquina, se você precisar de alguma coisa, avise-os e depois me avise, estou a apenas cinco minutos de distância.—Farei isso, senhor..., César López. Por acaso você é o proprietário daquela grande empresa que fabrica telefones?López assentiu e se dirigiu ao
Joaquím ficou pensativo, sem saber o que fazer. A situação era estranha e ele não queria colocar Sofia em risco. Mas também não queria estragar uma possível surpresa para ela. Enquanto ele deliberava, o casal trocava olhares nervosos, esperando que seu plano funcionasse. Então o porteiro entrou na guarita e ligou para o número pessoal do Sr. López, que atendeu imediatamente.—Sim.—Senhor, aqui é Joaquim, o porteiro, você mandou uma surpresa para sua namorada? Há um casal aqui dizendo que trouxe algo para ela, eles parecem suspeitos.—Uma surpresa? Não, não deixe ninguém entrar para ver a Sofia, ok? Deixe que eles a deixem com você. Ela é órfã, não tem ninguém para lhe enviar nada além de mim, certo?—Entendido, Sr. López— respondeu Joaquím, com um tom cheio de determinação. Ele desligou o telefone e voltou para o casal que o aguardava. Sinto muito, mas não posso deixá-los passar— ele disse com firmeza. Se você tiver uma entrega para a Srta. Sofia, pode deixá-la comigo e eu farei com