Quando a perversidade de Lady Sabina trouxe Sofia para o jogo, que viu Javier crescer de longe enquanto ela mantinha Yavier prisioneiro para que ele não fosse atrás dela, ela viu um caminho aberto para arrebatar o que Lady Sabina desejava e criou um plano que ela pensou ser perfeito, mas agora tudo deu errado.
—Não, não, não pode ser que ela ganhe, não pode ser! —Javier gritava descontrolado sob o olhar silencioso de Yavier, que sempre o apoiava em tudo o que o irmão pensava em fazer em busca de vingança contra Lady Sabina, que havia enganado os dois. —Isto não pode estar a acontecer, ela não se pode safar com isto, não, não, não, não.... Mas agora, aquela mesma mulher que os havia rejeitado, descartando o amor deles como nada, estava prestes a se tornar a matriarca de uma das casas mais prestigiadas da Capitalia. A raiva tomou conta de Javier comSozinha em frente ao quarto de Hanriet, Sofía parou por um momento, lutando com seus pensamentos. Os soluços do jovem Lord atravessaram a porta, tocando o coração dela. Com uma mistura de determinação e preocupação, Sofia abriu a porta e entrou.—Levante-se, quero que você venha comigo para uma caminhada— disse ela de repente para o olhar aguado e incrédulo do jovem Lord.Foi um gesto ousado e possivelmente imprudente, mas, naquele instante, Sofia não estava agindo como Lady Sofia, mas como um ser humano respondendo ao sofrimento de outro. Talvez esse ato inesperado de bondade fosse o catalisador de que Hanriet precisava para começar a se curar, ou talvez fosse o início de outras complicações.O que estava claro era que Sofía estava disposta a ajudar alguém que precisava desesperadamente. Ao pegar o braço de Hanriet
Era evidente que o jovem Lord estava dividido entre o desespero e o desejo de se render ao seu estado miserável. Com uma voz trêmula, carregada de emoção e urgência, Sofía se inclinou na direção dele.—Hanriet— disse ela, com os olhos brilhando de lágrimas não derramadas, —e se eu lhe pedisse, como reparação pelo que me fez, que escolhesse viver para ser meu amigo?— A confusão passou pelo rosto do jovem Lord, com os olhos arregalados de espanto diante da oferta inesperada.—Não vim aqui apenas por mim, Hanriet— continuou Sofía, sua voz agora um sussurro apaixonado. —Prometo que, se concordar em ser meu melhor amigo, ou melhor, meu irmão, encherei sua vida de momentos que valem a pena ser vividos. Eu nunca tive um irmão; você poderia ser um. Você está em dívida comigo, por tudo o
Nas ruas de paralelepípedos de Capitalia, onde cada passo ecoava os ecos de um passado glorioso, a residência Cavendish era uma fortaleza de tradição em meio à modernidade que a cercava. Mesmo quando os arranha-céus de vidro e aço começaram a dominar a linha do horizonte, a casa dos Cavendish começou a se erguer imponente, como se emergisse das brumas como um lembrete da história e do poder que um dia tiveram. Dentro de suas paredes, tudo começou a ganhar vida.Capitalia era um eco da nobreza de outrora, uma cidade onde a alta sociedade se apegava a um sistema em que títulos e linhagem eram tudo. No coração dessa sociedade tradicionalista estava a residência dos Cavendish, uma família cuja honra e reconhecimento no reino haviam sido forjados por meio de uma vasta fortuna acumulada com a mineração de ferro e uma notável capacidade d
A atenção da alta sociedade e das agências de notícias estava voltada para o evento mais esperado da temporada: a ascensão social de Lady Sabina e a restauração da honra de Lord Henry Cavendish. A antecipação do luxuoso baile e da entrega de títulos pela realeza havia eclipsado quase todas as outras notícias, até mesmo aquelas referentes ao conflito bélico no qual o jovem Lord Harriet supostamente estava envolvido.—Minha Lady, é de se admirar que o jovem Lord não tenha se comunicado com a senhora? —perguntou sua dama de companhia com um misto de preocupação e curiosidade. —Não vos parece estranho ao fim de tantos dias?A resposta de Lady Sabina foi reveladora de suas prioridades nesse momento crucial. Seu foco estava na celebração e no triunfo social, tanto que a ausência do filho não pa
Teresa Vivaldi estava sentada diante de agentes que diziam ser do banco, mas havia algo na atitude deles que a mantinha alerta. Naquela manhã, ela havia recebido uma mensagem de Sofia, avisando-a sobre a visita para lhe fazer certas perguntas e, se tudo fosse verdade, eles devolveriam seu dinheiro. Tomada por uma onda de alegria inesperada, Teresa não havia tomado as precauções que normalmente tomava. Será que havia baixado a guarda cedo demais?—Senhorita Vivaldi— começou o mais sério dos dois agentes, —a senhora sabe por que estamos aqui?—Sim, a Sra. Sofia me informou há pouco tempo— respondeu Teresa com um sorriso forçado.—A senhora é amiga da senhora Sofia? —perguntou um oficial com interesse.—Não exatamente. Eu diria que somos rivais no amor; nós duas queríamos nos casar com César —explica Teresa no querie
Hanriet observou Sofia recolher os pratos, sua figura delineada pela luz fraca da cozinha. Havia algo na dedicação dela, na maneira como suas mãos se moviam com cuidado e precisão, que o fez parar e pensar. Cada dia que passava, cada pequeno gesto ou palavra, cada risada compartilhada ou olhar preocupado, parecia criar um vínculo mais forte entre eles, um vínculo que Hanriet tanto temia quanto desejava.Ela voltou à mesa com um copo de água e se sentou de frente para ele, seu olhar encontrando o de Hanriet e nele havia uma centelha de cumplicidade inocente. —Como ela pode ser tão genuína depois de tudo o que eu lhe fiz?— perguntou-se Hanriet em voz baixa.—Obrigada pelo esforço, Sofia— disse ele com sinceridade, com a voz um pouco mais baixa do que o normal. —Não sei se mereço tudo isso.Sofia deu um sorriso caloroso, seus olhos eram uma
O coração de Sofia se apertou de repente. Embora pudessem ser meros atores, o olhar de seu pai parecia sincero; refletia o mesmo amor que ele havia sentido naquele dia, quando a abraçou enquanto ela chorava deitada na grama. Esse amor ele agora expressava com uma profunda tristeza em seus olhos.—Por favor, filha, dê-me a chance de explicar. Se depois de saber toda a verdade você decidir não me ver mais, eu aceitarei— Yavier continuou de joelhos, suplicando enquanto segurava o olhar dela. —Não quero nada de você, nada, só peço que me ouça e, se um dia for possível, que me permita vê-la e conhecer meus netos. Por favor, filha.Sofia sentiu o peso de anos de incerteza começar a se desfazer sob a genuína demonstração de vulnerabilidade de seu pai. A brisa suave parecia levar consigo as palavras de Yavier, espalhando-as no ar como sementes
César olha para o sogro com desespero. Não queria perder tempo com todo o trabalho que tinha para fazer.—Não sei onde quer chegar com isso, Yavier. Não temos o dia todo— César o interrompeu de forma brusca, —e, para ser sincero, os meandros do meu suposto avô não me interessam muito.Sofia se virou para o marido, tentando aliviar a tensão, e com interesse genuíno em sua voz, ela interveio:—Amor, por que você não me deixa aqui e vai cuidar dos seus negócios? Quero saber todos os detalhes dessa história —perguntou ela, sabendo que o seu marido tinha muitas coisas para fazer.O silêncio caiu sobre a sala enquanto eles observavam César, que, antes de sair, instruiu dois seguranças a ficarem por perto. Depois que César saiu, Yavier soltou um suspiro e continuou sua história.—Estou lhe