A menção a isso fez com que Fenício ficasse ainda mais tenso. O que esse Lord Henry sabia sobre a família de César? A conversa entre Sir Alexander e Lord Henry estava gerando mais perguntas do que respostas. Fenício sabia que não podia intervir. Não até que ele tivesse uma ideia melhor de quem era Lord Henry e o que ele queria.
Sir Alexander ficou parado por um momento olhando para o envelhecido e trêmulo Lord Henry. Ele parecia estar tentando fazer algo certo no final de sua vida, depois de ter causado tanto constrangimento à sua família na juventude... ou não era essa a sua intenção? Ele hesitou ao ver o brilho de ódio nos olhos dela. Ele exalou todo o fôlego e acenou com a cabeça para a pergunta que ela havia feito.—Sim, ele incinerou todo mundo, mas quanto à Lady Lorena, eu não sei. Você terá que descoElvira parecia perplexa, seus olhos escuros tremeluziam de confusão e uma sombra de preocupação se espalhava por seu rosto. Ela mordeu o lábio inferior, um sinal de que estava nervosa.—Alexander, não entendo o que você quer dizer— disse ela, franzindo a testa com preocupação. —Por que eu teria algo a confessar a você?Sir Alexander respirou fundo, segurando os resultados do teste em sua mão. A seriedade de sua expressão não diminuiu.—Esses resultados dos exames, Elvi— disse ele lentamente, —indicam que César .... César é meu filho.O silêncio tomou conta da sala à medida que a revelação se inst
A voz de Sir Alexander estalou no final, a gravidade de suas palavras pairando no ar entre eles como uma guilhotina.—Nosso filho precisa saber o que está enfrentando, Elvira— concluiu ele, com a voz quase não saindo de um sussurro. —Não podemos protegê-lo se ele não souber quem é seu verdadeiro inimigo. Acredite em mim, eles correm um grande perigo, meu tio é uma pessoa cruel e sem honra, ele não descansará enquanto não matar César e Javier. Meu avô o deserdou e o expulsou da família quando ele desonrou Lady Lorena.—E se você contar a verdade a ele?—Ele não vai acreditar, está convencido de que Javier López zombou dele. Ele vai achar que é uma desculp
Sofia seguiu seu marido, César, até o carro que estava esperando a família. Quando viu Mia e sua mãe, foi tomada por uma onda de surpresa. Ela conhecia a história delas e, até certo ponto, a entendia, mas não conseguia evitar uma certa reticência em relação a Mia. De repente, seu olhar encontrou o do vagabundo que elas haviam encontrado durante a caminhada pelo lago; ele a observava insistentemente de longe.—César— ela chamou suavemente, chamando a atenção dele. Ele virou a cabeça na direção dela, com o rosto coberto de frieza. Podemos convidar esse homem para vir conosco? Sofia se afastou, permitindo que o olhar de César recaísse sobre a figura desgrenhada para a qual ela estava apontando. Ela não sabia explicar, mas sentia um desejo irreprimível de ajudar. César, sem dizer uma palavra, assentiu e voltou sua atenção para o filho pequeno. Ele parecia buscar refúgio no amor puro e incondicional que só uma criança pode oferecer.Enquanto isso, Sofia, acompanhada por Fenício, aproximou
Era algo que o Dr. Roland, no orfanato, havia insinuado. Mas, vendo o amor profundo e sincero de seu marido pelo pai, ela decidiu esconder esse grande segredo por medo de que fosse verdade e mudasse tudo.—César...— começou Sofía, com a voz quase sussurrada.—Agora não, Sofi, por favor— interrompeu César, com um tom suave, mas firme, como se quisesse preservar o momento de felicidade com o filho, livre das complexidades e dos segredos que pairavam sobre eles.Ela não insistiu, lembrando-se bem das palavras do Dr. Roland. Ele afirmou, e até apresentou provas, que Javier López, o avô, era de fato um descendente distante dos Cavendish. E que ela era filha de um deles ou de Sir Alexande
A viagem de volta para casa foi mais do que silenciosa. Parecia que todos no avião tinham algo importante em que pensar. César, com seu filhinho nos braços que ele não queria largar, suspirou enquanto repetia para si mesmo várias vezes que aquilo só podia ser um erro. Ele não podia deixar de ser o filho do homem maravilhoso que era seu pai. Não podia!As palavras de Sofia, de sua mãe e de Sir Cavendish ecoavam em sua cabeça, mas César se recusava a aceitá-las. Ele não podia acreditar que o homem que o havia criado, que o amava e cuidava dele, não era seu pai verdadeiro. Não importava o que as evidências diziam ou o que a ciência implicava. Para César, Javier López sempre seria seu pai.Sua mente estava cheia de incerteza
Mia se viu perdida em pensamentos, considerando seriamente a proposta de Fenício. Será que ela realmente aceitaria viver com esse homem tão diferente de todos os outros? Será que ela conseguiria se adaptar ao estilo de vida dele? E, mais importante, será que ela poderia aprender a amá-lo como ele é, sem esperar que ele mude para se adequar a ela?Todas essas perguntas giravam em torno de sua cabeça enquanto ela olhava para Fenício, que ainda estava olhando para frente, esperando pacientemente por sua resposta. E, embora ela ainda não tivesse certeza do que responder, uma coisa ela sabia com certeza: Fenício havia deixado uma marca em sua vida que nenhum outro homem havia conseguido deixar antes.—Eu também não quero parar de ver você— sussurr
Quando chegou ao antigo apartamento de solteiro de César López, ele ainda carregava o filho pequeno nos braços, dormindo profundamente. A criança demonstrava segurança e confiança em seu pai, semelhante ao que César havia experimentado durante toda a sua vida nos braços de Javier López. Ele o acomodou em sua enorme cama e o observou em silêncio, fazendo a si mesmo perguntas: Será que seu pai saberia que ele não era seu filho biológico? Será que ele teria amado Javier se ele não fosse seu filho biológico? E, para sua surpresa, a resposta foi sim, tanto seu pai quanto ele teriam amado um pequeno ser como seu filho, que confiava neles cegamente.Naquele momento, César sentiu uma onda de imenso amor por seu filho pequeno, um amor que transcendia o sangue e a genética. Ele percebeu
Fenício podia ver como César estava descendo em um abismo escuro de desespero e confusão, e sentiu a urgência de resgatá-lo antes que ele se afundasse demais. Ele sabia que César precisava reavaliar a imagem de sua mãe e entender que ela também era humana, com seus próprios erros e fraquezas.—Você mesmo não acredita nisso, César— respondeu Fenício com firmeza, fazendo com que César olhasse para ele com esperança. Ele amava sua mãe, e a ideia de que ela poderia ter sido capaz de enganar seu amado pai o magoava mais do que não ser seu filho biológico: —Sua mãe é humana, assim como todos nós. Ela cometeu erros, sim, mas isso não anula o amor e o sacrifício que ela fez por você durante toda a vida. A traição &