— Anda, responde, caralho! — Exclamo sem paciência e ouço sua risada, o que me deixa mais irritado ainda. — Não precisa ficar assim, eu já disse que ela está bem.— Se ela ganhou alta médica, é porque ela esteve internada aqui também e isso é porque não estava tão bem assim, o que ela teve, porra!? — agora, eu quase gritei de tão nervoso que estou. Eu odeio ficar nessa posição de não conseguir fazer nada, ficar preso aqui nessa cama e não ver com meus próprios olhos o que está acontecendo, se fizeram algo mais com a Jules, já está me deixando louco, eu não suporto ficar de fora só assistindo e esperando pelos outros, sou da ação e gosto de estar a frente de todos os meus assuntos, especialmente se esse assunto for a Jules. — Ei, não precisa surtar! Pelo menos não por enquanto, eu estou dizendo que a Jules está bem, então pode guardar essa raiva para a hora certa, aliás, se você continuar agindo assim, a tia Sônia vai perceber que você está apaixonado.— Não enche! — Estou só falan
Já estou aqui há dois dias e nada da Jules aparecer, fico olhando a porta o tempo todo na expectativa de vê-la passando por ela, mas até agora nada, ela nem mesmo ligou, e isso está me deixando com muita raiva. Por que ela não veio me ver? Porra, eu não mereço nem mesmo uma simples visita, uma ligação, pelo menos? Eu passo as mãos nos cabelos e olho o visor do telefone quando apitou uma mensagem e mais uma vez não é dela. "O Marcos está causando problemas de novo, se esse velho continuar com essa marra toda, eu não respondo por mim! E vê se melhora rápido!" Acabo rindo ao ver que o Daniel está nervosinho, tenho certeza que isso não é por causa do Marcos, algum outro motivo tem. "O que está acontecendo com você?""Você ainda pergunta?! É esse seu sogro que está achando que pode exigir alguma coisa. Acredita que ele acha que pode ameaçar a gente? Esse velho filho da puta, está merecendo um tratamento especial e daqueles que ele implora para acabar!"Agora ele escreve toda a mensagem
— Então… não vai falar? — Arqueio a sobrancelha, esperando sua resposta.— O que você tem na cabeça, Samuel? — Sua voz tremida e meio rouca me deixou em alerta. — O que exatamente eu fiz dessa vez? Ela começa a andar pelo quarto e passa as mãos nos cabelos freneticamente, com certeza ela está muito nervosa agora, só não consigo imaginar o porquê. — Eu sabia que isso não ia acabar do jeito que foi planejado, eu tinha certeza que aquela mulher viraria o jogo, por que você não me ouviu? — Encarou-me com uma expressão que eu não consigo mais decifrar, ela transmite raiva, pesar e uma emoção que eu não sei o que significa. — Do que exatamente a senhora está falando, mãe? — questiono e ela ri sarcástica. Certo, agora eu estou mesmo curioso para saber o que a deixou neste estado. — Não precisa fingir que não sabe, Samuel, o quê, você achou mesmo que eu não iria descobrir? — pergunta friamente. — É assim que termina sua vingança, você e aquela mulher com uma linda família feliz? — sua ir
— Samuel, você está louco! — Minha mãe vem atrás de mim — você acha que isso aqui é brincadeira? Você ainda não ganhou alta, não pode sair daqui desse jeito! — segura meu braço, impedindo-me de fechar a porta. — Eu já estou bem e eu não vou ficar aqui enquanto a minha esposa grávida está lá fora e nem ao menos teve a empatia de vir aqui me avisar que vou ser pai! — E você acha que ela algum dia soube o que é empatia? — ri com desdém — Samuel, acorda! Você não acha que essa atitude é justamente para você ficar assim louco por ela e desistir de vez do seu propósito?— Assim como? — volto um passo e me apoio na porta — onde exatamente a senhora quer chegar, mãe? — Eu não sou idiota, meu filho e conheço muito bem você. Acha que eu não percebi o jeito que você ficou olhando aquela porta o tempo todo? Que eu não vejo o seu olhar quando pergunta por aquela mulher?...— Jules — interrompo-a. — O quê? — É Jules, o nome dela.Solto um pequeno gemido e levo a mão ao abdômen ao senti-lo doer
JULES MONTEZ Durante essa semana, eu não consegui dormir bem, minha cabeça ficou o tempo todo focada no Samuel e em como ele está se recuperando, felizmente vai ficar tudo bem com ele, o Daniel sempre me passa as informações e isso me acalma um pouco.— Você não vai mesmo ir vê-lo? — o Daniel perguntou, depois de me enviar um vídeo em que o Samuel está andando pelo quarto. — É melhor não. — Por quê? — Daniel, ele está ferido por minha causa, por causa dos meus problemas. — Você sabe que não é isso, Jules. — O tiro que ele levou era para mim, o meu pai, ou melhor, os cúmplices do meu pai foram quem nos sequestraram, então é isso sim. Ouço seu suspiro do outro lado da linha. — Olha, eu não vou dizer que sua recepção será das melhores quando você aparecer lá, porque a tia Sônia, a mãe do Samuel, é um pouco difícil, mas isso é só no começo, ela vai acabar aceitando você depois de te conhecer. Mas se tratando do Samuel, pode acreditar que ele vai adorar te ver, ele perguntou por vo
Acabo rindo das suas palavras. — Marina, não é bem assim… — tento me defender, mas eu não sei como, no fundo a Marina tem razão, eu deveria ter conversado com o Samuel, independente dos nossos problemas, o filho é dele também e ele merece saber e participar. — Eu sei que eu tenho que ir lá falar com ele, mas eu não sou tão corajosa assim, Marina, eu não quero ouvir as coisas que eu sei que a mãe dele vai me falar. — Amiga, você não precisa ouvir nada da mãe dele, mesmo que ela seja a mãe da Sara e sofreu assim como a filha e toda a família, sua dívida já foi paga e a própria Sara já fechou esse ciclo — arrasta a cadeira para perto de mim, abraçando-me — É hora de ser feliz, Jules.— Eu não quero me iludir mais. Eu vou fechar esse ciclo, Marina e de uma vez por todas, não vou voltar atrás no meu pedido de divórcio, mas também não vou e nem posso impedir o contato do Samuel com o filho. — Você está dizendo que…— Que o nosso relacionamento será apenas como pais do bebê, eu não vou vo
— V-Você já saiu? — perguntei com minha voz falhando. — É, eu já saí — responde sarcástico. Eu sei que ele deve está com raiva porque eu não entrei no quarto. — Eu vou deixar vocês dois conversarem — o Daniel diz, afastando-se. — E não se preocupe com a reunião, Jules, eu já comuniquei ao Sanches e a Camila para me encontrar no Grupo Miller, vamos resolver tudo lá. — Mas… — tento argumentar, mas sou interrompida pelo Samuel.— Mas nada, o Daniel vai resolver isso e nós vamos conversar. — Ele diz já fechando a porta, nem mesmo se preocupa se o amigo já saiu ou não. Nós entramos e levo-o até a sala de jogos que fica perto da varanda, é melhor para termos privacidade.— Você aceita um suco ou chá? — Ele arqueia a sobrancelha quando eu pergunto, parece que não gostou da gentileza. — É sério que você vai agir desse jeito comigo? — questiona com raiva. — Desse jeito como? Eu só estou sendo simpática e educada com uma visita.— Visita… — ri nervoso. — Quer dizer que agora eu sou uma si
SAMUEL ADAMS — Jules! — Chamo, mas ela não responde, apenas fecha os olhos. — Que droga, Jules, não faça isso comigo… — murmurei, pegando-a no colo. Ando até a sala de estar e, felizmente, encontro a funcionária que me leva até a garagem onde está o carro da Jules. Ela vai receber algumas multas por excesso de velocidade, porque eu praticamente voei até o hospital. Durante o caminho, vou fazendo uma oração silenciosa enquanto olho a mulher desacordada no banco ao lado. Estou apavorado e com medo, por ela, pelo nosso filho… ela não pode perder o controle agora. — Você vai ficar bem, Jules, vai ficar tudo bem, nós já chegamos — sussurrei, enquanto estaciono o carro de qualquer maneira. Pego-a nos braços e vou correndo para dentro, assim que nos avistaram, os enfermeiros vieram com uma maca para levá-la para a emergência. — Ela está grávida e desmaiou — digo num fio de voz ao vê-la mais pálida que antes. — Por favor, não deixe acontecer nada com ela… nem com nosso filho — falei, sup