Algumas horas mais tarde...
Observei pelo o telhado ao fundo a oeste do portal rúnico, uma iluminação que retirava a escuridão daquela imensidão. Podia ouvir daqui a música além do barulho sendo executados lá, entre as colinas. Já que a maioria da alcateia que reside na cidade, e os que moram nas cidades humanas estavam aqui para festejar o título de alfa de Lucius.
Ainda estava decidindo se iria ou não. Havia prometido ao meu irmão mais velho, mas algo dentro de mim só queria ficar aqui admirando de longe a festa e não poder conversar sobre mais nada.
—Ikarus! —ouvi uma voz tão suave quanto o vento me chamar.
Virei minha face e percebendo que era Archelaos, um adolescente de cabelos castanho com fios loiros. Tímido que evitava olhar em nossos olhos.
—Odette estar te chamando, disse para bater na porta do seu quarto! —falou sem jeito com seus cílios abaixados.
—Certo, obrigado! —agradeci e ele sumiu tão ágil quanto uma raposa em fuga.
Me ergui daquele telhado ajeitando meu casaco fino de capuz. E me equilibrando, fui em direção a janela do meu quarto e joguei para dentro daquela minha zona. Fui até minha gaveta e retirei de seu conteúdo um março preto de cigarros e um isqueiro de ferro que trazia estampado um lobo.
Presente esse do meu primo... Dante Sunsetales, quando o visitei da última vez. E sua única lembrança, que ainda guardo. Pois ele era como um irmão para mim. Esfreguei o objeto com melancolia.
Balancei a cabeça, querendo esquecer os problemas extensivos de família. E ensaquei ambos no bolso daquele casaco verde-musgo.
Fui agilmente para longe do interior do meu cômodo, em direção ao quarto de Odette. Entre lances de corredor fui assobiando calmamente, constatando que a maioria já estava lá na festa. E assim que cheguei do outro lado daquela mansão, bati rente a porta e uma voz pediu para mim esperar.
Encostei na parede ao esperar, e ouvi a porta ranger. Odette colocou-se para fora, vestia uma saia com uma blusa de mangas longas que a deixava mais madura do que era. Sorriu para mim sem jeito, unindo suas mãos delicadas a sua frente.
—Queria falar comigo? —indaguei.
—Sim, poderia levar minhas irmãs ao festival? Lucius me disse que vai. —pediu a mim. —E meus pais, estão resolvendo algo e só vão chegar bem mais tarde.
Fiquei receoso com aquilo. E ela percebeu.
—Sei que você e a Samantha não se dão bem, mas a Gray e Megan gostariam de ir cedo. E não queria que passassem por aquela floresta sozinhas! —estava com uma expressão de clemencia, que deixou-me sem escapatória de negar.
—Tudo bem, Odette! —sorri de leve. —Mas você não vai com a gente?
Ela negou com a cabeça e explicou: “Vou ficar com meus filhos, e Tyler precisa de mim. Além que ele não esta tão alegre em ir, entende?”
—Entendo. Mas gostaria que não ficasse sozinha aqui, principalmente com Achilles que não vai e...
—Hermes vai ficar comigo, ele disse que não vai também. —ela respondeu.
—Ainda bem então. —falei.
—Mandei uma mensagem a Gray, para te esperar assim que atravessar o portal! —me disse. —Mas acho que já atravessaram!
Ela pegou o celular do bolso da saia o averiguando. E confirmou com a cabeça.
—Certo, então vou buscá-las. —respondi.
—Ikarus... Obrigado! —me agradeceu e eu só acenei com a cabeça.
Assim que saí da mansão, corri na velocidade lupina entre aquela floresta escurecida. E em minutos, cheguei ao portal rúnico. Quando ouvi:
—Ele não vai vim, nos deixou plantadas aqui! —e reconheci que era de Samantha.
Ela estava trajada numa calça jeans, botas que a deixavam mais alta do que era. Um top curto que deixava seus seios mais salientes e um casaco pesado. Já suas irmãs pareciam o contrário, em usar algo mais feminino entre vestido e acessórios rosados.
—Não deixei não! —disse ao emergir da floresta que a fez ficar perplexa.
—Ikarus! —pronunciou Gray animada em me ver.
—Ikarus... —disse Megan sorrindo.
—Como estão? —perguntei e elas me responderam. —Vim buscar vocês, ah e essa pessoa aí!
Falei ao apontar com a face com desdém, que fez Samantha queimar de raiva ao cerrar os punhos.
—Eu tenho nome sabia? —me indagou.
—Sei?! —retruquei irônico enquanto suas irmãs riam da cena. —Melhor irmos, que o festival já começou.
As duas jovens foram na frente, enquanto eu e Samantha ficamos para trás. Num silencio mortal, que era somente se ouvido nossos pés afundando nos galhos. Não queria entrar em assuntos com ela, já que não éramos íntimos e nem nada.
Quando chegarmos rente ao local, já podia se ver as barracas de comida e entre outras coisas com música ao fundo. Parei e olhei em volta.
Megan e Gray seguiram de mãos dadas para o centro daquela multidão. E eu simplesmente dei as costas, e fui andando pro lado contrário.
—Hey! —ouvi a voz da Samantha me chamar. —Não vai ficar com a gente?
—Fui designado a buscá-las, não ser babá! —falei ao olhá-la, e pude ver o batom vinho bem delineado em seus lábios que a deixavam mais bela do que era.
Por um momento, desviei o olhar e enfiei as mãos nos bolsos do meu casaco.
—Olha, Odette me pediu para buscá-las e levá-las até aqui. Pronto, fiz meu trabalho ou queria o que? —indaguei a mesma ríspido, e vi seu semblante endurecido ao piscar algumas vezes e sair dali para longe.
Ri daquela cena, umedecendo meus lábios.
—Ai, ai! —falei sorrindo ao seguir meu caminho.
Peguei uma bebida alcoólica em uma das barracas, que era armazenada em cantis maiores que minha mão, mas também tinham médios e menores ainda que podia se guardar no bolso da calça. E observei ao redor tudo que ali estava acontecendo, aquelas pessoas se divertindo ao beber, cantar, dançar e conversarem alegremente. Lucius estava naquele meio, sendo receptivo com todos ali como um bom alfa devia fazer.
O ambiente estava familiar e amistoso, ainda mais pela decoração que trazia um tema que na cidade humana seria dado como medieval. Pelas vestimentas, joias, comida e entre outras coisas que alguns comerciantes estavam a vender.
Meu velhote, além do alfa e os anciões deviam ter se dado o trabalho de chamar seus amigos. Era raro entrar raças diferentes da nossa aqui, assim como lobos de outras alcateias. Entretanto, abriram uma exceção pelo momento festivo.
Anões, ninfas, elfos e até sátiros que estavam na banda, entoando aquela música cativante que faziam os anfitriões dançarem alegremente.
Era incomum, poder ver essas raças assim como nas cidades humanas já que tinha que disfarçar para não serem descobertos. E então fiquei uns minutos ali, assistindo e tentando apreciar tudo aquilo.
Levei o cantil aos meus lábios e uma golada, me executou uma careta. Tinha esquecido que as bebidas dos anões era mais intensa do que a mais forte dos humanos. Balancei a cabeça e respirei fundo, virando para a esquerda.
E percebi Nicolas e Noah ao longe, conversando sobre algo e decidi que aquela era minha hora de vazar dali antes que me notassem. Levei a mão esquerda atrás da cabeça e puxei o capuz, indo em direção a minha direita com a garrafa dando leves goladas daquele líquido grosso e com gosto demasiado forte.
Comecei a subir as pequenas colinas, onde notava a presença de jovens que estavam em beijos apaixonados longe de seus pais ou qualquer figura que os atrapalhassem. Segui adiante, e além deles. Não estava afim de presenciar essa melaço de amor.
Fui na direção de uma terceira colina, rente a uma arvore. E encostei meu ombro ali em seu tronco, presenciando uma lua cheia nascendo. Num tom amarelado.
Puxei minha carteira de cigarros do bolso, puxando um daqueles cilindros para meus lábios e indo atrás do isqueiro. Apertei-o com maestria fazendo uma chama aparecer e o acendi tragando-o deliberadamente. E com o amargor de três, relaxar completamente e entorpecido pelas goladas do meu cantil de bebida.
Soltei a fumaça ao vento, quando minha audição se atentou a algo perto. Passos abafados sobre a grama, que me fizeram a olhar de soslaio.
—Podia pelo menos fumar algo menos fedorento. —pronunciou aquela voz.
Encarei Samantha da cabeça aos pés, ao sugar a fumaça daquele cilindro preto e retirá-lo da boca soltando-a junto com a respiração.
—Não devia estar com suas irmãs? —indaguei ao estreitar minhas vistas.
—Meus pais estão com ela. E eu fico onde quiser, para começo de conversa! —me retrucou e ri daquilo ao alisar meus lábios com o dedão.
—E justamente, vem ficar onde estou. Coincidência não?! —disse irônico olhando para a lua a minha frente. —Não estou a fim de conversa contigo, e deixei explicito.
—Ikarus... —ela começou e observei-a rígida, como se tivesse dificuldade em dizer algo. Respirou fundo e disse: —... já somos adultos, e não crianças bobas. Pelo menos, devíamos fazer as pazes não?
—Quer fazer as pazes? —ri de imediato. Que a vi ficar vermelha de raiva. —Oh docinho, eu não quero nada, nem mesmo as pazes com você.
—Gostaria de saber por que me odeia tanto, o que fiz para isso? —me perguntou ao se aproximar.
Fiquei em silencio, remexendo meu maxilar ao tragar novamente aquele cigarro.
—Ikarus? Estou falando com você. Pelo menos me responde! —a encarei e simplesmente soltei fumaça em sua face, que lhe fez executar uma careta ao tossir.
—Eu não sou surdo, estou ouvindo! —respondi com desdém ao tomar mais dois goles do cantil. —Eu não gosto de você, Samantha!
—E qual o motivo? —quis saber.
—Por que isso é tão importante para você? Acho que não queria ver minha cara tanto quanto eu não queria a sua! —fui certeiro.
—Realmente. Mas...
—Mas? Samantha, você acha mesmo que eu iria me vincular a você? Nunca, ia enrolar até não poder mais. —falei ríspido. —Para mim, você é a última mulher com quem se relacionaria amorosamente.
—Nossa, falou o homem perfeito né? E que ainda abdicou do alfa, será que é tão homem assim? Ou é um moleque ainda? —quando ela cuspiu aquilo em mim, deixei meu cigarro cair ao chão e com a fúria que me predominou de imediato a joguei de encontro aquela arvore. Ouvindo um gemido fino sair dos seus lábios grossos.
Pressionei seu peito ali, que a fez segurar meu pulso.
—Acha que é quem para me ofender? —falei bufando ao encará-la de perto.
—Sou Samantha Roosevelt. Acha que tenho medo porque você é um Hoover? Para mim você foi um covarde e continua sendo. —disse furiosa.
Um ódio me consumiu ali ao piscar algumas vezes, sentindo as pontas dos meus dedos dormentes e minha visão um tanto turva. Entretanto, e por um momento uma pequena faísca emergiu de mim, e que podia cogitar ter sido da bebida, mas percebi ver ela relaxar e seu olhar mudar.
Foi tão ágil, quanto eu podia reagir no estado que me encontrava. Bêbado.
Foi como um choque entre água fria e quente, quando senti sua boca na minha. O que deixou-me perplexo e sem reação alguma.
Suas mãos me puxavam para colar em seu corpo, o que fazia meu lado bestial corresponder a aquela tensão sensual que era exercida pela a mesma. Deixei o cantil cair de minha mão rente a grama. E por um breve momento, eu a obedeci ferozmente.
Mas minha mente acordou dos meus instintos, e a empurrei de junto de mim.
—Ikarus... —ela falou ao tentar se aproximar de mim.
Pisquei algumas vezes tentando entender o que havia acontecido, e ao mesmo tempo me afastando daquela mulher. Fiz uma expressão de nojo para ela, e limpei meus lábios ao dar as costas tão agilmente e sumir numa corrida lupina entre a vegetação seca. Que só me fez ouvir:
—IKARUS! —ao fundo com sua voz ruidosa. Enquanto, tudo dentro de mim desmoronava assim como o que meus sentimentos mostravam-me.
No outro dia...Despertei num susto, e percebi como minha cabeça doía-me até a nuca. Os raios solares faziam minhas vistas arderem, e me levar a mão direita tentando evitá-los. Ainda tentava me recordar do que havia acontecido ontem e nada se conectava ou concordava em minha mente. Parecendo um sonho sem pé e sem cabeça.Tudo parecia pedaços de caco de vidro, estilhaçados e difíceis de se conectarem mais. Pisquei algumas vezes tentando fazer com que minha visão, se acostumasse com o sol entrando por minhas persianas das janelas.Ter misturado álcool com o que estava fumando, não tinha sido uma bela de ideia. E agora podia ver isso, com meus músculos endurecidos e a ressaca que parecia me matar a cada movimento que fazia naquela cama de casal.Tentei me erguer, mas cai novamente ao meu leito encarando o teto. E resolvi esperar um pouco e criar forças para me jogar dali. E foi exatamente que fiz.Minhas noções motoras ainda estavam retardadas, quando me esgueirei para o banheiro. Como s
Localização: Wichita, Kansas, Estados Unidos.Samantha Roosevelt...Abri minhas pálpebras pela a milésima vez, encarando meu despertador que anunciava em sua tela digital que daqui a pouco era hora de acordar. Mas quem disse que preguei meus olhos essa semana toda?! Depois daquele dia no festival, minha mente virou um turbilhão confuso de pensamentos junto com meu coração.Ainda estava tão claro como água, naquela noite, quando eu me aproximei dele. Depois de ponderar por minutos se devia mesmo. Ikarus estava tão mudado. Não era mais um menino, o que meu corpo e cabeça constatavam. Seu corpo havia aumentado não só de altura, mas também a musculatura e seu olhar. Que não trazia mais um céu sem nuvens, como o chamava na infância e sim algo misterioso e com ódio a minha pessoa que ainda continuava.Entretanto, eu realmente gostaria de saber o que fiz para despertar esse sentimento de repudia. Mas eu teria que fazer por onde e tentar persuadi-lo, o que não seria nada fácil da parte do mes
Demorei mais ou menos uns minutos. Coloquei uma calça skinny azulada, que deixava minhas curvas mais salientes e um top caído nos ombros. Não fiz o que minha mãe disse, e nem iria colocar algo tão forte as oito da manhã como ela.Optei por algo básico e leve em minha face, destacando apenas as sobrancelhas grossas e um brilho labial em minha boca. Me aconcheguei num moletom curto e aberto, e tratei de espirrar um pouco de perfume com toque de gardênia e cítrico florais. Coloquei meus cabelos amarrados para trás, e agarrei meu celular assim que eu calcei meus tênis macios de tom pêssego.Fui tão ágil quanto um raio ao sair do meu quarto e descer as escadas, escutando risadas de minhas irmãs e de minha mãe?! Isso estava estranho. Pensei ao parar.Escutei uma voz familiar, grossa e ao mesmo tempo sedosa como um tecido macio. Tinha eloquência e persuasão ao falar.Desci mais ágil ao virar para minha esquerda e seguir para o salão onde fazíamos nossas refeições. Parei de imediato perplexa,
Quando atravessei o portal da alcateia dos Onix, minha mente ainda estava embaralhada. Precisava pelo menos fazer algo certo em minha vida, e umas delas era visitar Vincent. Fazia anos que eu não me atrevia a vim ver seu tumulo, mas sabia bem onde se encontrava. Ao oeste da cidade central, entre grande arvores, de sequoias.Era um local sagrado para os antigos e anciões, e todo o resto da matilha. Onde jazia seus queridos parentes, que morreram e os queriam manter em paz e ao mesmo tempo perto. Acho que não queria isso. Ter Vincent perto de mim, seria egoísmo demais de minha parte. Entretanto, minha mãe fazia questão disso ao usar seu cordão.E falando em cordão, por algum motivo eu trouxe o meu. E não sei bem como explicar, mas sempre que o pegava em mãos podia sentir meu irmão ao meu lado. De alguma forma me zelando e cuidando.Entretanto, não foi como naquele dia que ele sumiu para nunca mais ser achado. Nem ao menos seu corpo ou resquícios dele. Então, a única coisa que me
Localização: Alcateia Onix, oeste da cidade central, cemitério das sequoias.Ikarus Hoover...Samantha me encarava de um jeito, que fazia todo meu corpo vibrar. E meu lado bestial se eriçar por seu calor corporal. Engoli em secos, aquele eternos minutos que fazia meu coração acelerar numa adrenalina frenética.Maldito fosse meu lado animal, o do lobisomem que integrava rente as bestas. E me obrigava a entregar aos desejos carnais, que na nossa raça eram como sofridas chicotadas que fazia doer o corpo todo. Retraindo cada fibra do musculo, me rejeitando a cair tensão sexual que era inundado naquele ambiente. E ela parecia perceber isso.Notei seus quadris ficarem rentes a minha virilha, e num olhar fugaz um sorriso de lado se desenhou. Uma expressão de vingança se fez em sua bela face querendo me tragar, me ver destruído e deixado aos meus instintos. Era isso que aquela loba queria arrancar de mim. Ver meu corpo sofrer.Cravei meus dedos naquela terra fúnebre, como se fosse rasgar o ch
Minhas pálpebras abriram-se devagar, ainda atordoado e com minha visão embaçada. Girei minha retina para a direita, identificando aquele local de tons creme com branco. E uma mulher de cabelos escurecidos, de costas que estava mexendo em algo que tilintou em alguma coisa metálica. Pisquei algumas vezes para tentar entender onde me encontrava.Quando uma dor lançante tomou meu corpo, fazendo-me soltar um gemido. O que alertou aquela mulher, que agora podia ver ser Sarah. Um dos membros da alcateia, que era da área de medicina. Observei-a vindo enquanto notava faixas por todo meu corpo.—Senhor Hoover, melhor não se mexa tanto. Seus ferimentos ainda não sararam por total completo! —quando a mesma pronunciou aquilo, a encarei.—O que houve? —indaguei e a mesma me olhou sem jeito.—Ah, eu acho melhor chamar seu pai! —quando ela ia se virar eu a agarrei pelo o pulso suavemente.—Por favor, me diga o que aconteceu! —pedi a ela.—Você e Lucius quase se mataram ontem! —exclamou uma voz séria
Uma semana depois do acontecido...Infelizmente, a semana passou e era chegada o dia daquela porcaria de reunião. Que nem ao menos sabia do que se tratava. Mas podia palpitar que seria sobre minha briga e de Lucius, que não duvida ter repercutido pela a alcateia toda a essa altura do campeonato. Mas eu estava pouco me fodendo para tal coisa, já que nesses dias todos que me curei me deixei ficar retraído em meu quarto e muita das vezes que saia era pra ir à cidade humana para adquirir meu cigarro e ao menos viver uma vida normal.E nesses dias, evitei os corredores dessa mansão e a face de todos, inclusive de Lucius, meu irmão mais velho. Ainda doía demais que sua decisão, foi me atacar a favor de Samantha. E ela que agora era sua escolha, invés de seu irmão que tanto lhe tinha estima e daria a vida pelo o mesmo.Aquele céu noturno me trazia paz, enquanto tragava aquele meu vício odioso. E soltava a fumaça ao ar, para ser levada pela a brisa fria noturna. Eu tentava me tranquilizar, po
Localização: Casa dos Roosevelt, Wichita, Kansas, Estados Unidos.Samantha Roosevelt...Ainda estava atônita do que havia acontecido, tudo foi tão rápido quanto eu podia prever. Flashes de memória me inundavam, como se eu estivesse afogando-me num mar revolto e que não tinha um grão de terra para me segurar. Ver de perto Ikarus e Lucius se transformando...Então, aqueles eram lobisomens de verdade.Deixando sua humanidade para ser tomado pela besta raivosa. Que eu fracassei naquele momento que tentei parar os dois. Mas ao ver que Ikarus ia morrer, algo dentro de mim ágil de imediato para tentar salvá-lo.Só de ouvir seu grunhido de dor, tentando se soltar dos dentes afiados de seu irmão mais velho, deixava meu peito encolhido e atormentado. Como se minha besta o quisesse salvá-lo do perigo. Que nem eu mesma entendi na hora.Entretanto, depois que sarei de um braço quebrado em menos de um dia. Recebi um sermão de meu pai, que ouvi calada sem sequer questioná-lo sobre.Ainda mais quando