Hilary Carter.
Eu nunca acreditei muito no amor, sabe? Minha vida toda foi repleta disso, que eu um dia iria encontrar o amor da minha vida, que iria me casar, só que desde pequena nunca pensei em ter um relacionamento, meu maior objetivo era me tornar uma grande empresária de moda, estudei feito uma condenada para realizar esse meu sonho. ― Minha família dizia que eu nunca iria conseguir isso, bela família que eu tenho, que coloca sua própria filha para baixo. Meu pai é um homem machista demais, sempre dizia que o dever de uma mulher é cuidar da casa e ser sustentada pelo marido, ver se pode uma coisa dessa.
Então eu coloquei na minha cabeça que isso nunca iria acontecer, que eu não vou depender de homem nenhum, conseguir um trabalho aqui, ali, e fui ganhando o meu dinheiro, sou uma mulher gorda e isso eu nunca vou negar, eu me aceito do jeito que eu sou, me amo e me acho a mulher mais linda do mundo. ― Se eu me aceito, quem vai ser a pessoa que vai me colocar para baixo? Ninguém, porque eu não abaixo a cabeça, luto pra conseguir o respeito.
Graças a Deus, por causa dele eu consegui um trabalho que pagasse muito bem, fui construindo a minha empresa, fazendo negócios e vendendo as minhas roupas que eu mesmo criava, dava trabalho, mais eu estava lutando pelo o meu sonho, e pra mostrar ao meu pai que eu não dependeria de homem para realizar o que eu mais almejo. ― Anos passaram e eu conseguir ter a minha própria empresa de moda, onde vende várias roupas, bolsas, sapatos, jóias, muitas pessoas ricas e famosas escolheram a minha empresa, esse é o meu maior orgulho.
Está vendo papai, eu não preciso de homem para ser uma mulher dependente, eu sou independente, meu amor.
Mas de tanto não acreditar no amor, ontem eu fui pega de surpresa ao ser salva por um mendigo, mais tem algo que eu admito, ele é um homem muito lindo, eu queria agradecer a ele o levando para comer, sei que ele deveria estar com muita fome, mas fiquei surpresa quando ele recusou e foi embora.
Desde de ontem eu não consigo tirar ele da minha cabeça, queria encontrá-lo novamente e poder ajudar ele de alguma forma, mas não sei onde encontrar.
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08:50. ― Casa da Hilary. ― Nova York ― EUA.
― Filha, quando você vai se casar? ― Minha mãe perguntou me encarando.
Quando eu cheguei em casa ontem muito pensativa,meus pais estavam me esperando pra passar um dia aqui em casa, sem me avisar. Só deixei entrar por serem os meus pais, eu odeio pessoas que vem na casa dos outros sem avisar, eles tem sorte por serem meus pais.
― Mãe, de novo esse assunto? ― Encarei ela séria.
― Qual é filha, seus primos estão casados, sua irmã também está casada e esperando um filho, você é a única da família que não é casada.
Tomei um gole do meu café.
― Mãe, eu vou falar só uma vez, eu não estou afim de alguém agora, estou focada no meu trabalho e não tenho tempo para relacionamentos.
Que dizer, se eu encontrar aquele homem de novo, quem sabe.
Pode parecer estranho isso, um mendigo me salvando e eu posso ter me apaixonado por ele, é realmente uma loucura, algo estranho na verdade. Mas quem disse que eu sou uma pessoa normal? Gosto de coisas estranhas, o normal é muito chato.
― Trabalho não é tudo, Hilary. ― Meu pai falou se intrometendo na conversa. ― Você deveria arrumar um homem para tomar conta daquela empresa e você ficar em casa, é isso que as mulheres têm que fazer.
Revirei os olhos.
― Pai, eu tenho trinta e dois anos, tenho a minha própria casa, tenho as minhas coisas, não preciso de um homem para tomar conta da minha vida. Se alguém quiser namorar comigo, vai ter que me respeitar e saber que não vou ficar atrás de um fogão cozinhando, enquanto ele está por aí se divertindo. As coisas mudaram pai, não estamos no tempo passado, as coisas andarem para frente, as pessoas mudam. Tente colocar isso na sua cabeça, porque do jeito que o senhor pensa, um dia vai se dar muito mal.
Me levantei.
― Estou indo trabalhar e peço que saiam da minha casa, não vou aturar machismo dentro dela, eu saí da casa de vocês por isso, aqui dentro vão ter que respeitar as minhas regras.
― É assim que você nos agradece!!? Criamos você! Agora que está rica e mimada não quer saber da família. ― Meu pai gritou irritado.
Respirei fundo e encaro ele sério.
― Família? Uma família que coloca sua filha para trás? Que não apoia sua decisão? Isso não é família, família cuida e ama, protege e aceita as decisões dos seus filhos, mesmo que não apoiem. Toda a nossa família fala mal de mim por eu ser gorda, já que sou a única da família Carter ser gorda, todos vocês perderem o meu respeito quando me trataram como lixo, trataram o meu sonho como lixo, como algo que eu nunca iria realizar. Agora vivem correndo atrás de mim, mimada você diz, não, eu não sou mimada, eu só estou protegendo o meu dinheiro de pessoas gananciosas como vocês. Agora eu peço que saiam agora da minha casa!!
Meus pais me encaravam muito surpresos pela minha resposta afiada.
― Isso não vai ficar assim Hilary!! ― Gritou ele bravo.
― Já ficou assim, pai. Eu não vou abaixar a cabeça nem pra minha própria família, você está na minha casa e aqui quem manda sou eu. ― Falei ríspido.
Onde já se viu, ele vem na minha casa tentar colocar ordem, ah vá se foder não.
Peguei a minha bolsa e acompanho eles até a saída, os dois estão praticamente espumando pela boca de raiva, estou um pouco me lixando para isso, eles perderam o meu respeito quando não apoiaram o meu sonho, ainda ficavam falando mal de mim por trás.
― Você vai se arrepender por essa decisão Hilary!! ― Minha mãe falou chateada.
― Nunca. Jamais irei me arrepender! ― Dei um sorriso de lado.
Eles entraram no carro e foram embora com muita raiva, neguei com a cabeça e entrei no meu veículo assim que tranquei a porta de casa. ― Assim que coloquei o cinto de segurança dei a partida no carro pro trabalho, tenho muitas coisas para resolver hoje.
― Ah, falando nisso, eu preciso urgentemente de uma secretária. ― Falei comigo mesma.
Eu demiti a minha antiga secretária por ficar transando com os clientes que vinham fazer negócios com a minha empresa, ver se pode uma coisa dessa, ainda por cima negou ter relação com o cliente na cara dura, eu os tinha pegado. ― Agora estou sozinha e cheia de coisas para fazer, é tanta coisa para uma pessoa só.
Parei o carro no sinal vermelho e olhei para fora da janela e fiquei surpresa ao encontrar aquele mesmo mendigo de ontem, arregalei os olhos em choque quando ele começou a ser agredido por quatro caras. ― Sem pensar duas vezes, eu desci do carro no meio do trânsito e corri até eles, peguei o meu celular e fingi ligar para a polícia.
― Aló policia? Estão agredindo um homem na rua. ― Falei fingindo estar falando com a polícia.
Os caras ficam assustados e correm o deixando no chão machucado.
― Esses idiotas de merda! ― Digo muito brava com isso.
Olhei para ele e fui me aproximando com cuidado, não queria que ele fugisse de novo como ontem.
― Ei, você está bem? ― Perguntei gentilmente.
Ele continuou me olhando em estado de choque.
Coitado, acho que ninguém nunca foi gentil com ele.
― Ei, eu não vou te machucar, você está bem? Precisa ir pro hospital? ― Perguntei me agachando em sua frente.
― Não precisa se preocupar comigo, moça. ― Falou e encarou o chão. ― Obrigado por ter me ajudado, eu vou indo.
Ele foi se levantar e logo gemeu de dor.
― Você precisa de cuidados, eu posso te ajudar. ― Digo e ele me encarou.
― Não precisa se preocupar com um mendigo moça, eu vou ficar bem, essa não é a primeira vez.
Ouvi isso me deixou muito irritada, como as pessoas podem bater em um homem que já não tem nada?
― Venha, vou lhe ajudar, esse vai ser o meu agradecimento de ontem e nem pense em negar. ― Segurei em seu braço o ajudando a ficar em pé.
Ele colocou a mão na barriga pela dor.
― Meu carro está ali.
― P-Porque estar fazendo isso? Porque se importa com um mendigo? ― Perguntou confuso.
― Você me salvou de ter sido assaltada, esse é o meu agradecimento, nem todas as pessoas são ruins. ― Ele não falou mais nada.
Coloquei ele no banco de trás e as pessoas começaram a reclamar por eu ter parado o carro no meio da rua.
― Já estou saindo caralho! ― Falei irritada.
Entrei no carro e dei a partida sem colocar o cinto, dobro à esquerda para pegar o retorno pra minha casa, olhei para ele através do retrovisor e o mesmo acabou cochilando, isso me fez sorrir de leve.
Irei ajudá-lo do mesmo jeito que ele me ajudou e não pediu nada em troca.
― Você vai ser o meu secretário. ― Sussurrei para mim mesma.
E quem sabe algo mais.
Anthony Cooper.Sinto alguém me balançar e lembrei do que aconteceu comigo e rapidamente abri os olhos assustado.― Ei, calma, está tudo bem. ― Sinto uma mão em meu ombro e me virei vendo aquela mulher. Percebo que estou dentro de um carro. ― O que? ― Ela deu um pequeno sorriso.― Venha, vamos entrar para que eu possa cuidar desses seus machucados. ― Falou e lembrei do motivo de eu ter permitido ser puxado por ela.Nem conseguia negar, o meu corpo estava doendo demais e a única coisa que eu quero é que isso passe. Ela me ajudou a descer do carro e vejo uma enorme casa na minha frente. ― E-Eu não quero incomodar a senhora. ― Digo um pouco nervoso.Tenho medo que algo possa acontecer e depois sobrar tudo para mim novamente, não estou afim de voltar para aquele lugar horrível. ― Você não está me incomodando, eu quero lhe agradecer, venha, podemos conversar lá dentro com mais privacidade. Sou guiado para dentro da sua residência e ela me puxou em direção ao sofá, me afasto não quere
Hilary Carter.Aguardo a resposta dele e vejo que ele está muito nervoso.― Anthony, fique calmo, não precisa ficar tão nervoso assim. ― Falei de um modo gentil, pra ver se ele se acalma. ― Não. ― Agora foi a minha vez de olhá-lo confuso. ― Não? Não o que? ― Questionei sem entender esse não.Ele soltou um suspiro.― Não quero ser o seu secretário. ― Isso eu não esperava.― E por que não? Será uma ótima oportunidade pra você, terá um trabalho e poderá sair das ruas. ― A senhora não entende. ― Falou baixo.― O que eu não entendo, Anthony? Poderia me explicar. ― Perguntei suavemente.Ele parecia lutar contra si mesmo, isso me deixou preocupada. ― Eu.... A senhora não vai querer um ex presidiário como secretário. ― Falou em um tom muito baixo.Isso me pegou de surpresa.― Bom, eu quero saber porque você foi preso, eu quero lhe ajudar, Anthony. Mas pra isso, você precisa querer ser ajudado. ― Ele soltou um suspiro e nem um momento olhou pra mim. ― Olhe pra mim, quero que você me cont
Anthony Cooper.19:00 ― Casa da Hilary. ― Quarto de hóspede. ― Nova York ― EUA. Comecei a despertar aos poucos e rapidamente me sentei na cama olhando tudo em volta. Ah, esqueci que eu agora estou morando na casa da senhorita Hilary. Ainda estou surpreso com tudo o que está acontecendo, acho que devo agradecer a Deus por ter colocado ela na minha vida. Ainda estou desconfiado, porque ela é a primeira pessoa que se disponibilizou a me ajudar e ainda está me dando um trabalho. Escutei batidas suaves na porta. ― Ah, entra! ― Ela entrou no quarto com um sorriso gentil no rosto. ― Eu queria ver se você já tinha acordado, queria lhe chamar para comermos alguma coisa. ― Disse me encarando. ― Certo. ― Desci da cama e fui andando até ela. Caminhamos pelo corredor ao lado um do outro sem dizer nenhuma palavra, eu não sei muito o que dizer, nunca tive ninguém pra conversar. ― Você se arrepende? ― Perguntou do nada. ― Me arrependo de que? ― Olhei para ela. ― De ter se casado com ela? ―
Hilary Carter.07:30 — Casa da Hilary. — Quarto. — Nova York — EUA. Comecei a me despertar com o reflexo do sol em meu rosto, eu esqueci completamente de fechar as cortinas, hoje tenho muitas coisas para fazer. Sentei na cama espreguiçando o meu corpo e escutei alguns ossos meus estalarem.— Nossa. — Faço uma pequena careta de dor por isso.Ontem quando ele foi se deitar, eu mal consegui dormir na minha cama, fiquei o tempo todo me remexendo, queria tanto esclarecer logo as minhas intenções com ele e resolver tudo isso de uma vez. — Calma, Hilary. Você precisa ter paciência, ele é um homem completamente traumatizado e não está afim de um relacionamento nesse momento. Preciso consegui-lo aos poucos. Desci da cama indo para fora do meu quarto, como o quarto dele é de frente ao meu, somente me inclinei e dei duas batidinhas na porta e não obtive resposta. — Anthony, está acordado? — franzi a testa confusa por não ter resposta.Acho que ele deve estar dormindo ainda.Respirei fundo
Anthony Cooper.18:00 — Casa da Hilary. — Nova York — EUAEntramos em sua casa carregando várias sacolas. — Pode colocar em cima do sofá. — Falou e assim eu fiz. — Eu acho que você exagerou nas coisas, Hilary. — Falei um pouco incerto. — Não exagerei, isso é o que você precisa. Sapatos, roupas, acessórios, um celular, não vejo como exagerei. Soltei um pequeno suspiro. — É que isso é muito pra mim. Eu nunca tive as coisas só para mim, tive que dividir tudo com a minha ex esposa, na verdade, todo o dinheiro que eu tinha era dado pra ela. — Não quero que pense naquela puta, você agora é um homem livre e vai ter um trabalho, um trabalho que as pessoas vão te respeitar. Será? Quando fomos pro shopping muitas pessoas olharam para mim, até tinha cartaz sobre mim em algumas lojas como estuprador, Hilary ficou puta demais com isso, eu tive que acalmar ela, porque eu sei que ela séria capaz de fazer algo ruim. — Bom, vou te ajudar com as coisas. — Neguei rapidamente. — Não. — Ela me e
Anthony Cooper.06:01 — Casa da Hilary — Quarto — Nova York — EUASou despertado com uma mão passando pelo meu rosto em um carinho muito bom. — Está na hora de acordar, Tony. — A voz suave dela me fez abrir os olhos. — Tony? — Questionei a fazendo rir. — Sim, um apelido carinhoso. — Falou sorrindo. — Gostou?— Eu adorei. Nunca tive um apelido pra falar a verdade. — Fico feliz em ser a primeira pessoa a lhe dar um apelido. — Sorrir com isso. — Você está melhor?— Sim, muito obrigada. — Ela beijou a minha testa. — Não tem que me agradecer, eu faria de novo sem nenhum problema. — Acenei com a cabeça em concordância. — Agora, vou tomar um banho, porque temos trabalho hoje. — Sim, senhora. — Brinquei a fazendo rir. — Palhaço. Sentei-me na cama e espreguicei o meu corpo, logo comecei a sentir o olhar dela sobre o meu corpo. Agora eu lembrei, eu estou sem camisa. — Você tem tatuagens bonitas. — Falou sem tirar os olhos do meu corpo.— O-Obrigado. — Falei
Hilary Carter.07:40 — Empresa da Hilary — Nova York — EUADescemos do carro e observo o Anthony ao meu lado todo nervoso.— A roupa está boa? — Perguntou muito nervoso e isso me fez rir de leve.— Querido, sua roupa está ótima. — Arrumei a sua gravata e beijei os seus lábios.Ele rapidamente se afastou, me deixando confusa pelo o seu ato.— E-Eu não pensei que iria querer uma demonstração de afeto na rua. — Soltei um suspiro. — Anthony, você é meu namorado. Se eu quiser transar com você na rua, eu vou, ninguém vai me impedir de demonstrar carinho pelo o meu homem.Ele ficou surpreso. — Eu sinto muito. É que eu tenho medo de causar problemas para você. — Segurei o seu rosto com carinho.— Pare de se preocupar comigo, eu não sou uma mulher indefesa ou indecisa, posso cuidar muito bem de mim, querido. Eu tenho feito isso a muito tempo. Ele soltou um suspiro e segurou a minha mão que estava em sua bochecha.— Tudo bem, eu vou tentar não me preocupar tanto assim. — Sorri
Anthony Cooper.surpreso com essa atitude da Hilary, eu gosto dessa sua confiança e sua superioridade, só que eu ainda tenho muito medo, medo que tudo isso um dia acabe. Porque ela é perfeita demais para alguém como eu, um homem sem casa, sem nome, sem nada, tudo acabado, ela é um anjo que foi colocado na minha vida. Mas tenho medo que isso acabe. — Querido? — Sou tirado dos meus pensamentos com a voz dela.— Oh, desculpe, fiquei preso na minha própria mente. — Falei dando um pequeno sorriso pra ela. — Eu só espero que não esteja pensando em besteira. — Acabei sorrindo com isso.— Não, eu não estou. — Ela segurou o meu rosto e me olhou séria. — Assim eu espero. — Falou e beijou meus lábios em um selinho demorado.Eu ainda fico muito surpreso com esses beijos, esse afeto todo em público. Porque a minha ex esposa odiava afetos em público, nem gostava de andar de mão dada comigo nas ruas, então isso é algo que me deixa muito surpreso. — Venha, irei explicar as coisas par