Anthony Cooper.
Sinto alguém me balançar e lembrei do que aconteceu comigo e rapidamente abri os olhos assustado.
― Ei, calma, está tudo bem. ― Sinto uma mão em meu ombro e me virei vendo aquela mulher.
Percebo que estou dentro de um carro.
― O que? ― Ela deu um pequeno sorriso.
― Venha, vamos entrar para que eu possa cuidar desses seus machucados. ― Falou e lembrei do motivo de eu ter permitido ser puxado por ela.
Nem conseguia negar, o meu corpo estava doendo demais e a única coisa que eu quero é que isso passe.
Ela me ajudou a descer do carro e vejo uma enorme casa na minha frente.
― E-Eu não quero incomodar a senhora. ― Digo um pouco nervoso.
Tenho medo que algo possa acontecer e depois sobrar tudo para mim novamente, não estou afim de voltar para aquele lugar horrível.
― Você não está me incomodando, eu quero lhe agradecer, venha, podemos conversar lá dentro com mais privacidade.
Sou guiado para dentro da sua residência e ela me puxou em direção ao sofá, me afasto não querendo me sentar.
― Qual é o problema? ― Perguntou sem entender o motivo de eu não me querer sentar.
― Eu estou todo sujo, não quero sujar seu sofá. ― Digo um pouco receoso.
Ela suspirou.
― Eu não ligo pra isso, mas se você se sente incômodo, pode tomar um banho. Acho que tenho uma roupa antiga do meu pai no quarto, venha.
Eu nem tinha voz pra falar, porque ela simplesmente me puxava sem dar tempo de eu dizer alguma coisa, eu me sinto um pouco desconfortável com toda essa situação, ela é a primeira pessoa que veio falar comigo e ainda por cima tentar me ajudar.
― Aqui, esse é o quarto de hóspede, ali fica o banheiro, embaixo da pia tem um armário onde tem toalhas, fique a vontade, irei deixar as roupas em cima da cama e você me encontra na sala, tudo bem? ― Encarei ela bastante surpreso com isso.
― Porque está me ajudando? ― Perguntei sem entender.
― E porque não ajudaria? Você me ajudou sem pedir nada em troca, agora é a minha vez de retribuir esse favor.
Não consigo dizer nada sobre esse argumento.
― Enfim, vá tomar banho, irei trazer algumas roupas para você. ― Ela foi embora me deixando no quarto sozinho.
Entrei desconfiado, não confio que uma pessoa iria me ajudar de tão boa vontade assim, será que ela sabe que eu fui preso e estar tentando alguma coisa? Soltei um suspiro e fui andando lentamente para o banheiro, abri a porta e fiquei bastante surpreso ao ver o tamanho, é bem bonito e organizado.
― Que cheirinho bom.
Fechei a porta atrás de mim, me aproximei da pia e vi o meu reflexo.
― Eu estou tão acabado.
Estou com barba grande e cabelo muito grande também, estou fedendo demais, como ela conseguiu ficar tão perto de mim assim?
Tirei as minhas velhas roupas e entrei dentro do box ligando o chuveiro, soltei um suspiro de alívio por ter água caindo sobre o meu corpo, a dor que antes sentia pelo corpo foi embora, isso é tão confortante .
Ah, como eu senti falta de tomar um banho assim.
Vejo um sabonete fechado e peguei abrindo, comecei a ensaboar o meu corpo tirando toda a sujeira, peguei um shampoo também fechado e lavei os meus cabelos que estavam bastante sujos. ― Não sei por quanto tempo eu fiquei aqui dentro desse banheiro, mas se vai ser o meu último banho, tenho que aproveitar.
Saí do box pisando no tapete e fui até a pia pegando a toalha, enrolei em volta da minha cintura e observei a minha aparência um pouco limpa. Vejo uma tesoura e peguei com receio por estar usando as coisas dela sem pedir permissão, resolvi pegar e cortei a minha barba deixando curta, vi um barbeador fechado e abri, fiz a minha barba e vi o novo resultado.
― Nossa. ― Estou surpreso com a minha aparência.
Limpei a pia e vejo se não deixei tudo bagunçado, assim que vejo que está tudo em ordem, saio do banheiro vendo uma roupa em cima da cama, me aproximei e vi que é uma calça social preta, uma camisa cinza, em cima da roupa tem uma cueca vermelha.
Realmente posso usar isso?
Peguei a cueca e me vesti, vejo vendo que ficou bom em mim, visto as roupas e voltei para o banheiro pra deixar a toalha em pendurada para secar. ― Saí do quarto caminhando pelo corredor com muito medo, medo que assim que eu chegue na sala de estar, tenha policiais pra me prender novamente.
Vai ela me acuse de ter invadido a sua casa, não confio mais em seres humanos, mesmo sabendo que tem pessoas boas nesse mundo, só que eu não consigo confiar.
Notei que não tinha ninguém na sala de estar e isso bateu um alívio enorme.
― Vejo que a roupa ficou boa em você. ― Me virei encarando ela.
Ela ficou me encarando de um jeito tão... Não sei explicar esse olhar dela sobre mim, confesso que fiquei envergonhado com o seu olhar me analisando da cabeça aos pés.
― Moça? ― Resolvi chamar a sua atenção.
Ela piscou algumas vezes e sorriu para mim.
― Me desculpe, acabei me distraindo um pouco. Venha, eu fiz panquecas para você e um copo de suco.
Segui até uma sala bem limpa e organizada.
― Fique à vontade para sentar onde quiser. ― Falou gentilmente.
Assim fiz.
― Aqui. ― Ela colocou um prato com cinco panquecas na minha frente e um copo grande de suco. ― Não precisa ficar desconfortável, pode comer quantas quiser, eu não vou reclamar.
Somente em olhar para essas panquecas a minha boca encheu d' água, comecei a comer de um modo desesperado, porque essa pode ser a última vez que eu vou comer alguma coisa.
― Calma, coma devagar, a comida não vai fugir. ― Falou com um pequeno sorriso.
― Me desculpe. ― Ela negou com a cabeça.
― Eu entendo a sua preocupação, mas quero que coma devagar pra não acabar se engasgando. ― Concordei com a cabeça em um sim e voltei a comer um pouco devagar. ― Bom.
Tomei um pouco de suco de laranja e a minha barriga gritava feliz por ter algo dentro dela.
― Como se chama? ― Perguntou suavemente.
― Anthony Cooper. ― Respondi e ela sorriu.
― Prazer Anthony, me chamo Hilary Carter. ― Arregalei os olhos surpreso com isso.
― Ah... Você não é a empresária Hilary Carter? ― Ela riu de leve.
― Sim, isso mesmo.
Puta merda, eu estou na casa da empresária mais famosa dos Estados Unidos.
― E-Eu.. ― Ela fez um sinal com a mão fazendo eu parar de falar.
― Não precisa ficar tão nervoso, Anthony. Eu não sou um bicho de sete cabeças, então fique tranquilo e relaxe.
Concordei um pouco nervoso e voltei a comer sobre o olhar atento dela, percebi que seu olhar estava atento a cada movimento que eu fazia, isso me deixou muito nervoso.
― Vamos conversar na sala. ― Falou quando eu terminei de comer.
― Tudo bem. ― Falei um pouco rápido demais a fazendo rir.
― Não fique nervoso, nós só vamos conversar um pouco e se conhecer.
Ela realmente não sabe que eu fui preso?
― Certo.
Levantei da cadeira e segui ela de volta para sala de estar.
― Agora você pode se sentar no sofá. ― Apontou para o sofá ao meu lado.
Me sentei ainda com medo que eu pudesse sujar esse sofá de alguma forma, ela se sentou no outro sofá que é de frente pra mim.
― Bom, porque não começamos com a sua idade, quantos anos tem? ― Perguntou bem gentil.
Às vezes, gentileza vindo de alguém, não significa que a pessoa é boa.
― Eu tenho trinta e oito anos. ― Ela concordou com a cabeça.
― Eu tenho trinta e dois anos.
Franzo a testa confuso por ela também estar me contando algo sobre si, parece que ela notou a minha confusão e riu.
― Eu não acho justo só eu saber sobre você, quero que também saiba sobre mim.
Achei isso bastante nobre da parte dela.
― Certo. ― Foi a única coisa que eu consegui responder.
― Você se sente confortável em me contar o motivo de você está nas ruas? ― Perguntou bem cautelosa.
― Não, eu não me sinto confortável. ― Respondi sinceramente.
― Tudo bem, eu não vou forçar a você me contar o motivo, estarei esperando que você possa confiar em mim ao ponto de contar.
― Eu não entendi, como assim? ― A encaro sem entender.
Pra eu poder confiar nela, eu teria que estar perto dela.
― Isso é bem simples, Anthony. Veja bem, eu estou precisando de uma secretária ou de um secretário na minha empresa, eu vi que você é um homem gentil, me salvou sem pedir nada em troca. Esse é o meu agradecimento, eu quero que você seja o meu novo secretário.
Arregalei os olhos surpreso com isso.
― S-S-Secretário? Você quer que eu trabalhe..... Pra você? ― Questionei assustado com isso.
Ela vai querer um ex presidiário como secretário?
― Então, o que me diz?
O que eu vou dizer?
Hilary Carter.Aguardo a resposta dele e vejo que ele está muito nervoso.― Anthony, fique calmo, não precisa ficar tão nervoso assim. ― Falei de um modo gentil, pra ver se ele se acalma. ― Não. ― Agora foi a minha vez de olhá-lo confuso. ― Não? Não o que? ― Questionei sem entender esse não.Ele soltou um suspiro.― Não quero ser o seu secretário. ― Isso eu não esperava.― E por que não? Será uma ótima oportunidade pra você, terá um trabalho e poderá sair das ruas. ― A senhora não entende. ― Falou baixo.― O que eu não entendo, Anthony? Poderia me explicar. ― Perguntei suavemente.Ele parecia lutar contra si mesmo, isso me deixou preocupada. ― Eu.... A senhora não vai querer um ex presidiário como secretário. ― Falou em um tom muito baixo.Isso me pegou de surpresa.― Bom, eu quero saber porque você foi preso, eu quero lhe ajudar, Anthony. Mas pra isso, você precisa querer ser ajudado. ― Ele soltou um suspiro e nem um momento olhou pra mim. ― Olhe pra mim, quero que você me cont
Anthony Cooper.19:00 ― Casa da Hilary. ― Quarto de hóspede. ― Nova York ― EUA. Comecei a despertar aos poucos e rapidamente me sentei na cama olhando tudo em volta. Ah, esqueci que eu agora estou morando na casa da senhorita Hilary. Ainda estou surpreso com tudo o que está acontecendo, acho que devo agradecer a Deus por ter colocado ela na minha vida. Ainda estou desconfiado, porque ela é a primeira pessoa que se disponibilizou a me ajudar e ainda está me dando um trabalho. Escutei batidas suaves na porta. ― Ah, entra! ― Ela entrou no quarto com um sorriso gentil no rosto. ― Eu queria ver se você já tinha acordado, queria lhe chamar para comermos alguma coisa. ― Disse me encarando. ― Certo. ― Desci da cama e fui andando até ela. Caminhamos pelo corredor ao lado um do outro sem dizer nenhuma palavra, eu não sei muito o que dizer, nunca tive ninguém pra conversar. ― Você se arrepende? ― Perguntou do nada. ― Me arrependo de que? ― Olhei para ela. ― De ter se casado com ela? ―
Hilary Carter.07:30 — Casa da Hilary. — Quarto. — Nova York — EUA. Comecei a me despertar com o reflexo do sol em meu rosto, eu esqueci completamente de fechar as cortinas, hoje tenho muitas coisas para fazer. Sentei na cama espreguiçando o meu corpo e escutei alguns ossos meus estalarem.— Nossa. — Faço uma pequena careta de dor por isso.Ontem quando ele foi se deitar, eu mal consegui dormir na minha cama, fiquei o tempo todo me remexendo, queria tanto esclarecer logo as minhas intenções com ele e resolver tudo isso de uma vez. — Calma, Hilary. Você precisa ter paciência, ele é um homem completamente traumatizado e não está afim de um relacionamento nesse momento. Preciso consegui-lo aos poucos. Desci da cama indo para fora do meu quarto, como o quarto dele é de frente ao meu, somente me inclinei e dei duas batidinhas na porta e não obtive resposta. — Anthony, está acordado? — franzi a testa confusa por não ter resposta.Acho que ele deve estar dormindo ainda.Respirei fundo
Anthony Cooper.18:00 — Casa da Hilary. — Nova York — EUAEntramos em sua casa carregando várias sacolas. — Pode colocar em cima do sofá. — Falou e assim eu fiz. — Eu acho que você exagerou nas coisas, Hilary. — Falei um pouco incerto. — Não exagerei, isso é o que você precisa. Sapatos, roupas, acessórios, um celular, não vejo como exagerei. Soltei um pequeno suspiro. — É que isso é muito pra mim. Eu nunca tive as coisas só para mim, tive que dividir tudo com a minha ex esposa, na verdade, todo o dinheiro que eu tinha era dado pra ela. — Não quero que pense naquela puta, você agora é um homem livre e vai ter um trabalho, um trabalho que as pessoas vão te respeitar. Será? Quando fomos pro shopping muitas pessoas olharam para mim, até tinha cartaz sobre mim em algumas lojas como estuprador, Hilary ficou puta demais com isso, eu tive que acalmar ela, porque eu sei que ela séria capaz de fazer algo ruim. — Bom, vou te ajudar com as coisas. — Neguei rapidamente. — Não. — Ela me e
Anthony Cooper.06:01 — Casa da Hilary — Quarto — Nova York — EUASou despertado com uma mão passando pelo meu rosto em um carinho muito bom. — Está na hora de acordar, Tony. — A voz suave dela me fez abrir os olhos. — Tony? — Questionei a fazendo rir. — Sim, um apelido carinhoso. — Falou sorrindo. — Gostou?— Eu adorei. Nunca tive um apelido pra falar a verdade. — Fico feliz em ser a primeira pessoa a lhe dar um apelido. — Sorrir com isso. — Você está melhor?— Sim, muito obrigada. — Ela beijou a minha testa. — Não tem que me agradecer, eu faria de novo sem nenhum problema. — Acenei com a cabeça em concordância. — Agora, vou tomar um banho, porque temos trabalho hoje. — Sim, senhora. — Brinquei a fazendo rir. — Palhaço. Sentei-me na cama e espreguicei o meu corpo, logo comecei a sentir o olhar dela sobre o meu corpo. Agora eu lembrei, eu estou sem camisa. — Você tem tatuagens bonitas. — Falou sem tirar os olhos do meu corpo.— O-Obrigado. — Falei
Hilary Carter.07:40 — Empresa da Hilary — Nova York — EUADescemos do carro e observo o Anthony ao meu lado todo nervoso.— A roupa está boa? — Perguntou muito nervoso e isso me fez rir de leve.— Querido, sua roupa está ótima. — Arrumei a sua gravata e beijei os seus lábios.Ele rapidamente se afastou, me deixando confusa pelo o seu ato.— E-Eu não pensei que iria querer uma demonstração de afeto na rua. — Soltei um suspiro. — Anthony, você é meu namorado. Se eu quiser transar com você na rua, eu vou, ninguém vai me impedir de demonstrar carinho pelo o meu homem.Ele ficou surpreso. — Eu sinto muito. É que eu tenho medo de causar problemas para você. — Segurei o seu rosto com carinho.— Pare de se preocupar comigo, eu não sou uma mulher indefesa ou indecisa, posso cuidar muito bem de mim, querido. Eu tenho feito isso a muito tempo. Ele soltou um suspiro e segurou a minha mão que estava em sua bochecha.— Tudo bem, eu vou tentar não me preocupar tanto assim. — Sorri
Anthony Cooper.surpreso com essa atitude da Hilary, eu gosto dessa sua confiança e sua superioridade, só que eu ainda tenho muito medo, medo que tudo isso um dia acabe. Porque ela é perfeita demais para alguém como eu, um homem sem casa, sem nome, sem nada, tudo acabado, ela é um anjo que foi colocado na minha vida. Mas tenho medo que isso acabe. — Querido? — Sou tirado dos meus pensamentos com a voz dela.— Oh, desculpe, fiquei preso na minha própria mente. — Falei dando um pequeno sorriso pra ela. — Eu só espero que não esteja pensando em besteira. — Acabei sorrindo com isso.— Não, eu não estou. — Ela segurou o meu rosto e me olhou séria. — Assim eu espero. — Falou e beijou meus lábios em um selinho demorado.Eu ainda fico muito surpreso com esses beijos, esse afeto todo em público. Porque a minha ex esposa odiava afetos em público, nem gostava de andar de mão dada comigo nas ruas, então isso é algo que me deixa muito surpreso. — Venha, irei explicar as coisas par
Anthony Cooper.18:00 ― Empresa da Hilary. ― Nova York ― EUA.Soltei um suspiro e senti uma mão em meu ombro.― Terminou, querido?― Sim, acabei. ― Ela beijou minha bochecha. ― Podemos ir então, ainda temos um encontro. ― Sorriu pra mim.Sorrir com isso, eu nunca tive um encontro com alguém. ― Vamos? ― Perguntei me levantando ao desligar o notebook. ― Sim, vamos. Ela entrelaçou os nossos dedos e seguimos para fora da sua sala, o bom é que o elevador estar parado nesse andar, então não precisamos esperar tanto. Ela apertou o botão e logo as portas se abriram, entramos e a mesma apertou o botão do andar de baixo.― Então, gostou do seu primeiro dia de trabalho? ― Perguntou sem soltar as nossas mãos.― Foi diferente, já que eu nunca trabalhei em lugar assim. Mas eu gostei muito da nova experiência.― Eu fico feliz com isso, também gostei muito de ter você ao meu lado. ― Falou e encostou sua cabeça em meu ombro. ― Você é uma mulher muito batalhadora, eu acho você muito incrível. ― Fa