Hilary Carter.
Aguardo a resposta dele e vejo que ele está muito nervoso.
― Anthony, fique calmo, não precisa ficar tão nervoso assim. ― Falei de um modo gentil, pra ver se ele se acalma.
― Não. ― Agora foi a minha vez de olhá-lo confuso.
― Não? Não o que? ― Questionei sem entender esse não.
Ele soltou um suspiro.
― Não quero ser o seu secretário. ― Isso eu não esperava.
― E por que não? Será uma ótima oportunidade pra você, terá um trabalho e poderá sair das ruas.
― A senhora não entende. ― Falou baixo.
― O que eu não entendo, Anthony? Poderia me explicar. ― Perguntei suavemente.
Ele parecia lutar contra si mesmo, isso me deixou preocupada.
― Eu.... A senhora não vai querer um ex presidiário como secretário. ― Falou em um tom muito baixo.
Isso me pegou de surpresa.
― Bom, eu quero saber porque você foi preso, eu quero lhe ajudar, Anthony. Mas pra isso, você precisa querer ser ajudado. ― Ele soltou um suspiro e nem um momento olhou pra mim. ― Olhe pra mim, quero que você me conte olhando nos meus olhos.
Ele parecia receoso com isso, mas acabou obedecendo e encarou meus olhos.
Ele ficou ainda mais lindo sem barba e bem arrumado.
― Eu era casado. ― Nossa, isso eu não esperava. ― Ela me acusou de a ter estuprado e ter batido nela, e eu estava no trabalho quando ela chamou os policiais para dizer isso.
Fiquei muito surpresa com essa revelação.
― Fui preso sem ter um julgamento, preso sem provas alguma. ― Fiquei irritado com isso.
― Como eles puderam fazer isso!!!? ― Gritei irritada com essa situação. ― Em momento algum eles deveriam ter prendido você sem provas!!! Essa justiça de merda!! ― Perdi o controle das minhas emoções por alguns minutos.
Respirei fundo e voltei a olhar para ele.
― E o que aconteceu depois? ― Ele deu de ombro.
― Passei o maior inferno na cadeia, fui agredido várias vezes por outros presidiários, era chamado o tempo todo de estuprador e agressor de mulher. Eu nunca levantei a minha mão pra bater em nenhuma mulher, nunca faria isso, jamais. Achando que não foi o suficiente, ela foi na imprensa e deu uma entrevista dizendo que eu a tinha estuprado várias vezes e batido nela, meu rosto estar estampado em jornais como um estuprador, por isso eu sou às vezes agredido nas ruas pelas pessoas.
Eu senti uma raiva imensa por isso, como um ser humano pode ser tão cruel assim? Fazer isso com o seu próprio marido, mulher desgraçada.
Respirei fundo e olhei para ele que abaixou a sua cabeça.
― Eu acredito em você, Anthony. ― Ele me encarou surpreso.
― Acredita? ― Ver o seu olhar de surpreso fez o meu coração doer.
― Sim, eu acredito em você. Anthony, eu vou te ajudar como você me ajudou. Naquela noite o bandido queria levar a minha bolsa, dentro daquela bolsa tinha um contrato que eu iria entregar ao uma empresa de moda que queria fazer parceria com a minha empresa, você me ajudou muito naquele dia, agora é a minha vez.
― Eu não ajudei a senhora por interesse. ― Acabei rindo com isso.
― Eu sei muito bem disso, por isso eu quero que você seja o meu secretário.
― Mas todo mundo vai me reconhecer e vai sobrar pra senhora, não quero arranjar confusão pro seu lado, está tudo bem morar nas ruas.
― Não. ― Digo firme o fazendo me encarar surpresa. ― Anthony, você não vai mais morar nas ruas, quero que você fique aqui na minha casa. ― Ele negou rapidamente com a cabeça.
― Não! As pessoas vão pensar que eu posso estar fazendo alguma coisa com você! Eu não quero voltar pra cadeia! ― Falou desesperado e isso me deixou muito triste ao ver que ele não confia nas pessoas.
Me levantei do sofá indo até ele, parei em sua frente e o encarei.
― Anthony, as pessoas não tem o que falar sobre o que eu faço na minha vida, essa é a minha decisão e a minha escolha. Se eu quero que você more aqui comigo, é porque é a minha decisão e não das pessoas. Não fique pensando muito nelas, porque isso não vai levar você a lugar nenhum, estou te ajudando porque eu quero, se alguém tentar alguma coisa, vai se ver com o meu advogado. ― Falei séria.
― Porque está fazendo tudo isso por um mendigo? ― Questionou sem tirar os olhos de mim.
― Porque você me ajudou e não pediu nada em troca, você foi gentil e humilde, quero que saiba que, gentileza com gentileza é sempre retribuindo com gentileza. Mas aqueles que fazem o mal, vão ser retribuindo com o mal. Então eu vou te perguntar novamente, quer ser o meu secretário?
Ele soltou um suspiro e acenou com a cabeça em um sinal de sim, isso me deixou muito satisfeita e feliz.
― Fico feliz com a sua decisão, eu vou te ajudar a limpar a sua ficha, nem que demore, mas irei te fazer um homem livre. ― Seus olhos se encherem de lágrimas e isso me deixou triste. ― Oh, querido, não precisa ficar assim.
Passei a mão em seu rosto e fiquei satisfeita quando ele não se afastou do meu toque.
― N-N-Ninguém... ― Eu entendi o que ele quis dizer.
Ninguém nunca o quis ajudar.
Abracei ele o deixando chorar em meu ombro, tanta dor sendo acumulada dentro de si, isso não faz bem à saúde.
― Pronto, pronto. ― Passei a mão em seus cabelos com carinho. ― Agora tem alguém que se importa com você, você é uma pessoa gentil e humilde, sofreu injustiçadamente, mas sempre tem algo de bom lá na frente, você me encontrou e eu vou te ajudar.
Fiquei surpresa quando ele retribuiu o abraço, sorri e apoie o meu queixo em seus cabelos ainda o abraçando.
― Vamos indo com calma, tudo bem? ― Ele suspirou em meu ombro e isso fez a minha pele se arrepiar.
― Tudo bem. ― Concordou.
Me afastei e segurei o seu rosto limpando as suas lágrimas em suas bochechas.
― Vai ficar tudo bem agora. ― Ele acenou com a cabeça em um sinal de sim.
― Bom, venha, você precisa dormir, estar com olheiras embaixo dos olhos. ― Falei com um sorriso.
Meu coração saltou no peito quando ele deu um pequeno sorriso.
Merda, eu não estava preparada para esse tiro.
― Obrigado. ― Sorrir gentilmente.
― Não tem o que agradecer, eu que tenho que te agradecer no final das contas. ― Brinquei um pouco e ele riu de leve.
Ah cacete, que risada gostosa de se ouvir.
Entramos no quarto de hóspede, por mim ele dormiria comigo na cama, só que eu tenho que ter limites, ele ainda é um homem assustado e muito desconfiado, tenho que ir com calma, se eu quero ter algo com ele, preciso ter calma e paciência.
― Pode dormir e não precisa ficar todo tenso e desconfortável, essa agora é a sua nova casa.
Ele me olhou.
― Obrigado por tudo, mesmo que diga que eu não preciso agradecer, eu quero.
― Então, de nada. ― Fechei a porta do quarto e soltei um suspiro.
Esse homem vai me causar sonhos eróticos, disso eu tenho total certeza.
Vou indo até o meu quarto, eu preciso ligar para o Dylan avisando que eu não vou trabalhar hoje e nem amanhã, tenho que levar ele pro cabeleireiro e depois comprar roupas pra ele. Eu tenho certeza que ele vai negar e muito, mas quem decide as coisas sou eu, posso ser uma pessoa do tipo que não gosta de receber um não e que gosta que todos me obedeçam.
Preciso me controlar perto dele, não quero assustá-lo com o meu jeito de mandona, ele já sofreu no seu último relacionamento, aquela puta desgraçada.
Fui até a sala pegar a minha bolsa com o celular dentro e andei para o meu quarto, o quarto de hóspede é de frente ao meu, isso me fez sorrir. ― Fechei a porta do meu quarto e tirei o celular de dentro da bolsa e comecei a digitar o número do Dylan.
Chamando....Chamando.....
― Onde você está?
― Não vou trabalhar hoje e nem amanhã, estou resolvendo algumas coisas importantes aqui.
― Tudo bem então.
― Tome conta das coisas aí.
― Como sempre faço quando você não está.
Revirei os olhos.
― Avisando também, eu encontrei um novo secretário para mim.
― Secretário? Um homem? Mas você sempre recusou ter um secretário homem, como assim do nada?
― Bom, isso não é da sua conta.
Escutei ele bufar do outro lado da linha.
― Ignorante.
― Sempre. Agora cuide da minha empresa, até depois.
Desliguei a ligação e soltei um suspiro.
Eu nunca pensei que estaria de olho em alguém, sempre tive relação sexual e depois nunca mais via a pessoa na vida, sempre era algo sem compromisso. Só que com Anthony, eu não quero algo sem compromisso, eu quero é compromisso.
Sorrir com esse meus pensamentos.
― Você vai ser meu Anthony, pode apostar que vai.
Anthony Cooper.19:00 ― Casa da Hilary. ― Quarto de hóspede. ― Nova York ― EUA. Comecei a despertar aos poucos e rapidamente me sentei na cama olhando tudo em volta. Ah, esqueci que eu agora estou morando na casa da senhorita Hilary. Ainda estou surpreso com tudo o que está acontecendo, acho que devo agradecer a Deus por ter colocado ela na minha vida. Ainda estou desconfiado, porque ela é a primeira pessoa que se disponibilizou a me ajudar e ainda está me dando um trabalho. Escutei batidas suaves na porta. ― Ah, entra! ― Ela entrou no quarto com um sorriso gentil no rosto. ― Eu queria ver se você já tinha acordado, queria lhe chamar para comermos alguma coisa. ― Disse me encarando. ― Certo. ― Desci da cama e fui andando até ela. Caminhamos pelo corredor ao lado um do outro sem dizer nenhuma palavra, eu não sei muito o que dizer, nunca tive ninguém pra conversar. ― Você se arrepende? ― Perguntou do nada. ― Me arrependo de que? ― Olhei para ela. ― De ter se casado com ela? ―
Hilary Carter.07:30 — Casa da Hilary. — Quarto. — Nova York — EUA. Comecei a me despertar com o reflexo do sol em meu rosto, eu esqueci completamente de fechar as cortinas, hoje tenho muitas coisas para fazer. Sentei na cama espreguiçando o meu corpo e escutei alguns ossos meus estalarem.— Nossa. — Faço uma pequena careta de dor por isso.Ontem quando ele foi se deitar, eu mal consegui dormir na minha cama, fiquei o tempo todo me remexendo, queria tanto esclarecer logo as minhas intenções com ele e resolver tudo isso de uma vez. — Calma, Hilary. Você precisa ter paciência, ele é um homem completamente traumatizado e não está afim de um relacionamento nesse momento. Preciso consegui-lo aos poucos. Desci da cama indo para fora do meu quarto, como o quarto dele é de frente ao meu, somente me inclinei e dei duas batidinhas na porta e não obtive resposta. — Anthony, está acordado? — franzi a testa confusa por não ter resposta.Acho que ele deve estar dormindo ainda.Respirei fundo
Anthony Cooper.18:00 — Casa da Hilary. — Nova York — EUAEntramos em sua casa carregando várias sacolas. — Pode colocar em cima do sofá. — Falou e assim eu fiz. — Eu acho que você exagerou nas coisas, Hilary. — Falei um pouco incerto. — Não exagerei, isso é o que você precisa. Sapatos, roupas, acessórios, um celular, não vejo como exagerei. Soltei um pequeno suspiro. — É que isso é muito pra mim. Eu nunca tive as coisas só para mim, tive que dividir tudo com a minha ex esposa, na verdade, todo o dinheiro que eu tinha era dado pra ela. — Não quero que pense naquela puta, você agora é um homem livre e vai ter um trabalho, um trabalho que as pessoas vão te respeitar. Será? Quando fomos pro shopping muitas pessoas olharam para mim, até tinha cartaz sobre mim em algumas lojas como estuprador, Hilary ficou puta demais com isso, eu tive que acalmar ela, porque eu sei que ela séria capaz de fazer algo ruim. — Bom, vou te ajudar com as coisas. — Neguei rapidamente. — Não. — Ela me e
Anthony Cooper.06:01 — Casa da Hilary — Quarto — Nova York — EUASou despertado com uma mão passando pelo meu rosto em um carinho muito bom. — Está na hora de acordar, Tony. — A voz suave dela me fez abrir os olhos. — Tony? — Questionei a fazendo rir. — Sim, um apelido carinhoso. — Falou sorrindo. — Gostou?— Eu adorei. Nunca tive um apelido pra falar a verdade. — Fico feliz em ser a primeira pessoa a lhe dar um apelido. — Sorrir com isso. — Você está melhor?— Sim, muito obrigada. — Ela beijou a minha testa. — Não tem que me agradecer, eu faria de novo sem nenhum problema. — Acenei com a cabeça em concordância. — Agora, vou tomar um banho, porque temos trabalho hoje. — Sim, senhora. — Brinquei a fazendo rir. — Palhaço. Sentei-me na cama e espreguicei o meu corpo, logo comecei a sentir o olhar dela sobre o meu corpo. Agora eu lembrei, eu estou sem camisa. — Você tem tatuagens bonitas. — Falou sem tirar os olhos do meu corpo.— O-Obrigado. — Falei
Hilary Carter.07:40 — Empresa da Hilary — Nova York — EUADescemos do carro e observo o Anthony ao meu lado todo nervoso.— A roupa está boa? — Perguntou muito nervoso e isso me fez rir de leve.— Querido, sua roupa está ótima. — Arrumei a sua gravata e beijei os seus lábios.Ele rapidamente se afastou, me deixando confusa pelo o seu ato.— E-Eu não pensei que iria querer uma demonstração de afeto na rua. — Soltei um suspiro. — Anthony, você é meu namorado. Se eu quiser transar com você na rua, eu vou, ninguém vai me impedir de demonstrar carinho pelo o meu homem.Ele ficou surpreso. — Eu sinto muito. É que eu tenho medo de causar problemas para você. — Segurei o seu rosto com carinho.— Pare de se preocupar comigo, eu não sou uma mulher indefesa ou indecisa, posso cuidar muito bem de mim, querido. Eu tenho feito isso a muito tempo. Ele soltou um suspiro e segurou a minha mão que estava em sua bochecha.— Tudo bem, eu vou tentar não me preocupar tanto assim. — Sorri
Anthony Cooper.surpreso com essa atitude da Hilary, eu gosto dessa sua confiança e sua superioridade, só que eu ainda tenho muito medo, medo que tudo isso um dia acabe. Porque ela é perfeita demais para alguém como eu, um homem sem casa, sem nome, sem nada, tudo acabado, ela é um anjo que foi colocado na minha vida. Mas tenho medo que isso acabe. — Querido? — Sou tirado dos meus pensamentos com a voz dela.— Oh, desculpe, fiquei preso na minha própria mente. — Falei dando um pequeno sorriso pra ela. — Eu só espero que não esteja pensando em besteira. — Acabei sorrindo com isso.— Não, eu não estou. — Ela segurou o meu rosto e me olhou séria. — Assim eu espero. — Falou e beijou meus lábios em um selinho demorado.Eu ainda fico muito surpreso com esses beijos, esse afeto todo em público. Porque a minha ex esposa odiava afetos em público, nem gostava de andar de mão dada comigo nas ruas, então isso é algo que me deixa muito surpreso. — Venha, irei explicar as coisas par
Anthony Cooper.18:00 ― Empresa da Hilary. ― Nova York ― EUA.Soltei um suspiro e senti uma mão em meu ombro.― Terminou, querido?― Sim, acabei. ― Ela beijou minha bochecha. ― Podemos ir então, ainda temos um encontro. ― Sorriu pra mim.Sorrir com isso, eu nunca tive um encontro com alguém. ― Vamos? ― Perguntei me levantando ao desligar o notebook. ― Sim, vamos. Ela entrelaçou os nossos dedos e seguimos para fora da sua sala, o bom é que o elevador estar parado nesse andar, então não precisamos esperar tanto. Ela apertou o botão e logo as portas se abriram, entramos e a mesma apertou o botão do andar de baixo.― Então, gostou do seu primeiro dia de trabalho? ― Perguntou sem soltar as nossas mãos.― Foi diferente, já que eu nunca trabalhei em lugar assim. Mas eu gostei muito da nova experiência.― Eu fico feliz com isso, também gostei muito de ter você ao meu lado. ― Falou e encostou sua cabeça em meu ombro. ― Você é uma mulher muito batalhadora, eu acho você muito incrível. ― Fa
Hilary Carter.19:40 ― Casa da Hilary ― Sala de jantar ― Nova York ― EUA.Entramos na sala de jantar e vejo a mesa toda bem arrumada e o cheiro da comida.― Nossa, tudo está tão lindo, meu amor. ― Falei olhando para mesa. ― Tenho total certeza que a comida está deliciosa. Ele deu um sorriso.― Eu espero que goste. ― Beijo sua bochecha.― Eu com certeza irei gostar, meu amor. Se aproximamos da mesa e ele puxou a cadeira pra mim. ― Senhorita. ― Brincou me fazendo rir.― Meu cavaleiro maravilhoso. ― Pisquei pra ele o fazendo rir. O mesmo se sentou ao meu lado. ― Eu encontrei esse vinho na geladeira, espero que não se importe. ― Neguei com a cabeça.― Comprei esse vinho cinco dias atrás, que bom que eu o deixei guardado. ― Ele sorriu.Ele encheu as nossas taças com o vinho e me entregou. ― Que tal fazemos um brinde? ― Perguntou.― E qual brinde seria esse? ― Perguntei.― A nós dois. Eu espero que nós dois fique muito tempo juntos. ― Sorrir com isso.― Vamos ficar, meu amor. Brind