EvelynNosso momento foi divino. Essa é uma boa palavra para definir.Quando Alexander me levou até a cama e mostrou a venda e a gravata, pensamentos me inundaram, mas não deixei que me afetassem.Então ele perguntou:— Confia em mim?E eu assenti, porque Alex era a pessoa em quem eu mais confiava neste mundo. Tinha certeza de que ele jamais faria algo para me machucar.Sua ordem em seguida foi clara:— Tire a roupa.E eu obedeci, sem hesitar. Sua voz era comando, mas seus o
AlexanderDepois da experiência maravilhosa que tive com Evelyn, ela desabou. Não consegui identificar o momento exato, nem o que havia lhe dado o gatilho. Mas ali estava ela: tremendo, chorando, se desculpando e, de repente... se levantando.Tenho sido o mais paciente possível, entregando o melhor de mim, mesmo sem saber ao certo o que seria esse “melhor”. Dei a ela o espaço que julgou necessário, mostrei que eu estaria ali. Por ela. Para ela. Que nada, nem ninguém, poderia me afastar. Nem mesmo ela.Mas quando ela disse:— Eu quero mais.Não precisei ouvir mais nada. Eu a beijei.
EvelynAlexander me deu mais do que um primeiro encontro. Ele me deu seus toques, suas palavras, seu coração... Foi mais do que sonhei, mais do que ousei imaginar para mim.Mas agora, enquanto o mundo real volta a bater à porta, sinto o peso daquilo que sempre temi: e se tudo isso for frágil demais? E se vier uma decepção, como foi com Brandon?Não. Alex não é assim. Ele não é Brandon. Alexander sempre me mostrou quem era desde o dia em que nos conhecemos, sem mentiras, sem desculpas, sem floreios.
AlexanderChegar em casa depois do meu momento com Evelyn e encontrar Victória me irritou profundamente.E ela ainda teve a audácia de me tocar e sorrir para mim como se ainda fôssemos íntimos.Mas o que mais me irritou foi ver Evelyn fugir sem falar comigo, entrar no carro com Thomas e desaparecer.Liguei para ela. Não atendeu.Liguei para ele, que simplesmente me disse que não a traria de volta se ela não quisesse.Peguei meu telefone e liguei para Diego.— Diego, me envie a localização da Evelyn. Agora! — ordenei.Desliguei o
EvelynAinda estava sentada em frente ao espelho, olhando meu reflexo. Não tinha ânimo e nem forças para me levantar. Na verdade, eu tinha medo... Sabia que, assim que me levantasse e passasse por aquela porta, a realidade me atingiria em cheio.Levei meus olhos para a penteadeira à minha frente. A camisa que ele usara dois dias atrás ainda estava onde deixara. Um sorriso brincou em meus lábios, ao me lembrar de como sempre chamava sua atenção por deixar as roupas jogadas e insistia que as colocasse no cesto. Por um momento... Apenas por esse breve momento... Parecia que senti seus braços ao meu redor e sua voz rouca em meu ouvido:— Adoro quando fica toda mandona.Olhei para o espelho e o vi atrás de mim. Quando meus olhos encontraram os dele, o vi desaparecer. Não era ele... Era apenas uma lembrança. Brandon não está aqui, e nunca mais vai voltar.Meu sorriso, aquele que apareceu instantes atrás, foi levado junto com sua lembrança. Apertei meus lábios e deixei as lágrimas rolarem so
Alexander Quando soube da morte do maldito do Brandon, precisei conferir se era real ou apenas mais uma de suas armações. Bem, ele estava em um caixão, prestes a descer para a cova. Acho que, desta vez, realmente morreu.Com Jackson ao meu lado, aguardava o término da cerimônia, sem perder tempo me aproximando. Ao redor do caixão, alguns idiotas ainda acreditavam que Brandon era um herói, mesmo depois do que ele fez.Eu tentava conter minha repulsa pelo morto quando algo, ou melhor, alguém , chamou minha atenção. Seus olhos eram marcantes, expressavam a dor do momento misturada com algo mais. O cabelo preso em um coque meio desarrumado, alguns fios soltos emoldurando o rosto delicado e, ao mesmo tempo, expressivo. Ela era... interessante.Por alguns minutos, não consegui desviar o olhar do dela. E ela também me analisava, assim como eu fazia.— A noiva do Brady. O nome dela é Evelyn, mas todos a chamam de Evie A voz de Jackson soou no instante em que ela desviou o olhar.— Vamos faz
EvelynDeus, o que aconteceu? Eu estava no cemitério... e agora estou aqui, no colo de um estranho.Ele me olhava com uma expressão séria. Seus olhos eram intensos, indecifráveis, como se escondessem algo que eu não conseguia compreender.— Por favor, pode me responder?Minha voz saiu rouca, arranhada. Abaixei levemente a cabeça. Havia algo naquele olhar que me causava calafrios.— Me chamo Alexander Sterling.— Sterling? Das Empresas Sterling?Ele apenas assentiu.— Então foi por isso que estava no cemitério. Brandon prestava serviços para sua empresa.— Não necessariamente.Franzi o cenho, confusa com suas palavras. Mas o motivo dele estar na cerimônia não importava mais. O que realmente queria saber era por que eu estava ali... dormindo no colo dele.— Por que me trouxe para cá?Meus olhos estavam presos nos dele, mas sua expressão era uma máscara fria, impossível de ler.— Preferia que eu a tivesse deixado lá? Deitada no túmulo?O sarcasmo em sua voz me irritou. Se fosse em outro
EvelynMeu pai sempre me preparou para algo assim. Desde cedo, me ensinou a atirar e a manusear qualquer tipo de arma.“Vivemos no Texas.”Era o que ele sempre dizia. Mas quando comecei a namorar Brandon, as coisas ficaram mais intensas. Ele tinha uma necessidade absurda de proteção, como se sempre esperasse que algo como hoje fosse acontecer. Eu apenas assentia, não queria discutir. Afinal, estávamos em Boerne. Na minha cabeça, algo assim jamais aconteceria.— Aaah...A mulher no chão gemeu. Eu ainda apontava a arma para ela, mas ela não se mexia. A poça de sangue ao redor dela aumentava.Ouvi um barulho vindo de baixo, passos apressados subindo as escadas. Então, ali estava ele: Alexander Sterling. Ao seu lado, Jack.— Me dê a arma.A voz de Sterling era firme, autoritária. Deus, eu estava começando a odiar esse homem de verdade.— Você está bem, Evie?A pergunta veio de Jack. Assenti com a cabeça, mas meus olhos continuavam fixos na mulher caída no chão do meu quarto. Uma mão veio