EvelynAssim que acordamos, a enfermeira trouxe o café da manhã. E, claro, o humor de Alexander estava péssimo! Ele odiava ser ajudado, mas, com as mãos machucadas e um dos braços engessados, não tinha escolha.— Onde está Benjamin? — Sua voz era autoritária, e a irritação evidente em cada sílaba.— Juro por Deus, Alexander, se me perguntar isso mais uma vez...Antes que eu concluísse a frase, a porta se abriu. Lá estava minha tábua de salvação.— Boa tarde. — Ben disse com um sorriso, que morreu no instante em que percebeu o mau humor de Alex.— Até que enfim. — Alexander bufou.Peguei a cadeira de rodas e levei até a beirada da cama.— Para que isso? Estou com o braço engessado, não as pernas.— Procedimento padrão. — Respondi, esperando que ele se sentasse.Mas, teimoso como era, ele foi caminhando até a porta.— Alexander Sterling, pare de agir como uma criança. Sente-se nessa cadeira, ou não assino para que tenha alta.Ele se virou para me encarar, e eu ergui uma sobrancelha. Ben
AlexanderQuando Benjamin me disse que haviam encontrado os documentos sobre Brandon e que eu não ia gostar nada do que o maldito vinha fazendo, fiquei furioso. Um verdadeiro vulcão, pronto para entrar em erupção.Não queria ter explodido com Evie, não depois do nosso pequeno momento no hospital. Mas eu não sou bom em relacionamentos, especialmente em um que nem sei como rotular. Quando percebi que a magoei, mais uma vez, cedi. Parece que ceder a ela estava se tornando um hábito. Eu nunca cedo para ninguém. Quer dizer… ninguém além dela.Ainda estava com meu braço ao redor de sua cintura, o queixo apoiado em sua cabeça, quando Amélia apareceu na sala. Ela nos encarou, e senti o corpo de Evie enrijecer sob o meu, mas apertei levemente sua cintura, tentando tranquilizá-la.— Ãh… — começou Amélia.— Gostariam de comer alguma coisa?Evie se afastou de mim apenas o suficiente para me olhar.— Você precisa comer, lembra do que o médico disse?Sorri. Parece que ganhei uma enfermeira.— Prepa
EvelynEu sabia que a raiva dele era por eu querer ir embora, e, no fundo, eu também não queria ir. Sei bem o que senti quando tentei ficar longe dele: a dificuldade para dormir, a falta do seu calor, dos seus olhos. Mas… eu amo Brandon. Mesmo sentindo essa conexão avassaladora com Alexander, esse desejo pulsante, meu coração ainda pertence a Brandon.Mas quando Alexander me beijou, o mundo parou.Seu braço me puxou para mais perto, e sua língua dançou com a minha, firme, intensa. Não queria comparações, não agora, mas o beijo dele era diferente de todos que já tive em toda minha vida. Era urgente, mas ao mesmo tempo terno. Havia algo bruto e delicado ao mesmo tempo, algo que eu jamais conseguiria colocar em palavras.Me aproximei ainda mais, tomada por uma necessidade gritante de senti-lo. E eu o senti. Seu corpo forte contra o meu, seu membro rijo pressionando minha pele em uma promessa silenciosa. Meus dedos deslizaram pelo seu peito nu, explorando sua pele quente, mas então toquei
AlexanderBeijar a Evie foi a coisa mais certa e, ao mesmo tempo, mais assustadora. Certa porque era o que eu queria desde o dia em que a vi pela primeira vez. Eu desejei aqueles lábios no instante em que coloquei os olhos nela, desde que ela os abriu para rebater uma ordem minha. E assustadora... Deus, tudo nisso me assusta!Eu não sou o cara dos relacionamentos. Desde a adolescência, as mulheres foram casuais para mim, uma noite e basta. Eu nunca me apaixonei, nunca senti nada nem perto do que estou sentindo agora.Mas há algo dentro de mim gritando para não abaixar a guarda. Não ainda... Ela não me ama. Ainda ama outro alguém. E eu... odeio esse outro alguém com todo o meu ser. Pelo que ele era, pelo que fez com Rachel, comigo e, ainda mais, pelo que percebo que fez nos últimos anos com Evie. Mas falar mal dele não resolve nada. Pelo contrário, a afasta. E, por mais que eu ainda não compreenda completamente meus sentimentos, a última coisa que quero é afastá-la de mim.— Eu quase p
Alexander mexia com toda a minha estrutura. Estar com Brandon era bom, mas, Deus, o que Alexander estava fazendo comigo? Seus toques eram possessivos, quentes, mas, ao mesmo tempo, carinhosos. Um contraste intrigante entre o CEO temido e poderoso e o... meu Alex?Quando Lucas anunciou que Abby havia chegado, deixei Alexander no quarto e fui feito um foguete encontrá-la. Assim que a porta do elevador se abriu e Abby surgiu, algo dentro de mim se remexeu. Uma saudade me atingiu, lembranças me tomaram, e, assim que seus braços me envolveram em um abraço apertado, eu desmoronei. Não sabia de onde vinham aquelas lágrimas, se eram de felicidade, tristeza ou algo a mais...— Ei, garota, se soubesse que ia estragar minha blusa nova com sua maquiagem, teria vindo com uma mais surrada.Ri entre as lágrimas. Aí estava ela. Abby, minha melhor amiga de toda a vida. Todos se foram, mas Abby... ela ainda estava aqui.— Cala a boca, eu nem tô usando maquiagem.Ficamos ali, rindo e grudadas uma na out
AlexanderUma semana afastado foi o suficiente para as coisas virarem de cabeça para baixo. Por mais que tenha gostado de cada minuto que passei com Evelyn, me afastar assim foi uma péssima ideia. Eu precisava resolver tudo, colocar alguns malditos em seus devidos lugares. Isso aconteceria em Berlim, na Alemanha.Ouvi a porta do quarto se abrir, mas a ligação era importante. Sentia os olhos de Evelyn em mim, só que o tempo estava correndo, e eu não podia perder o voo. Só que, como sempre, ela não ia deixar barato. Insistiu. E eu, como na maioria das vezes, fui um cretino.Mas quando olhei nos seus olhos e vi a mágoa, a dor... voltei atrás e cedi. Queria me socar por ter causado dor a ela novamente.— Evie... — sussurrei seu nome, e ela me olhou com aquelas duas avelãs.Segurei seu lindo rosto entre minhas mãos, acariciando sua pele na intenção de acalmá-la e nos acertarmos antes de eu partir. Mas meu celular tocou, e eu precisava atender.— Chen.Assim que atendi, Evie pegou suas cois
EvelynAinda não acreditava que estava indo para Berlim assim, do nada, simplesmente porque Alexander decidiu. Algo dentro de mim gostava desse jeito mandão e possessivo dele. Mas havia outro lado que me dizia para não ceder, para não permitir que ele me dominasse dessa maneira.Entramos no avião como ele ordenou, e fiquei sem ar. Era enorme, dividido em cinco seções. Havia nele um quarto, salas de jantar e de reunião. Os banheiros eram espaçosos, como era possível um avião assim? Deve custar uma fortuna!Emily nos mostrava o lugar e apresentava a tripulação. A comissária Scarlett era uma mulher bonita, com um olhar afiado. O piloto, Arthur, e o copiloto, Vince, pareciam bem simpáticos.Assim que as apresentações terminaram, Alexander e os outros se juntaram a nós. Benjamin seguiu para a cabine, enquanto Jackson, carregando uma maleta preta, foi até o bagageiro. Já Alexander foi interceptado por Scarlett.— Querido, quando soube do seu acidente, fiquei tão preocupada.A voz dela era s
AlexanderEm vinte e nove anos de existência, nunca me apaixonei, nem desejei ter alguém ao meu lado. Não sei lidar com esse tipo de relação. Gosto de coisas práticas. Talvez por isso sempre tenha sido bem-sucedido no ramo da segurança. Mas, desde o dia em que meu caminho cruzou com o da Evelyn, tudo isso mudou.— Já passaram dois minutos, Alex. — Evie disse, ainda com os lábios nos meus.— Aproveite a viagem. Assim que terminar a reunião... — Dei um beijo rápido nela.— Volto para você.Vi algo brilhar em seus olhos, como se minhas palavras tivessem despertado algo em sua mente. Ela assentiu e, dessa vez, me olhou com mais suavidade.— Estarei aqui.Sorriu para mim. Deus, como eu queria puxá-la para o quarto e ignorar todo o resto. Mas essa não era uma viagem a passeio, e havia algo grande me esperando em Berlim.Segui até a sala onde Benjamin e Jackson me aguardavam. Ao entrar, vi que Chen já estava em uma videoconferência com eles.— Chen, sem enrolação. — Meu tom era firme, autori