Eu percebi que apesar de tudo Carla estava certa. Era hora de virar a página. Com a mala pronta para a viagem na mesma noite eu resolvi que beber o dia inteiro seria a mais estúpida solução, também a mais aconselhável já que estava com medo.
Não eram sete horas quando entrei no Donna Peri, o restaurante de um hotel caro e com a melhor comida da região. Enquanto comia e tomava wisk, eu sei, é uma péssimo combinação, olhava ao redor pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo.
Foi assim que vi aquele cara entrando no restaurante, de mãos dadas com uma mulher bonita, que não era Ana, lá estava ele sorrindo. Seus olhos brilhantes enquanto olhava para a mulher.
Pediram champanhe, com certeza ele deveria estar comemorando! O que esse filho da puta comemorava?
Acabei de comer e continuei bebendo e bebendo, uma hora depois eu já estava bem mais bêbado do deveria e muito cheio de raiva do casal sentado a três mesas a min
Meu pai entrou no pequeno apartamento com um olhar avaliativo. Ele repara em cada pequeno detalhe, da decoração ao pequeno tapete, das fotos na parede até televisão. O cheiro de Samuel está impregnado nesse lugar e meu pai não deixa passar despercebido.Dou a ele do bolo que fiz e suco de uva para ele que repara na forma que estou íntima a cozinha. Sentado a minha frente sem tocar no bolo ele começa a falar._Eu não falava a verdade... Só pensei que talvez, se fizesse alguma pressão você diria quem é o pai do bebê... Eu não esperava que fosse sair de casa... Eu não queria brigar... Eu teria acreditado em você, provavelmente faria um monólogo sobre o uso de camisinha e fazer sexo com estranhos, só que você não é assim. Você não sai de casa bebê... Nada me tira da cabeça que o pai é o Bruno... Acho que sempre soube o que o relacionamento de você com Damon era uma mentira - olho para chão envergonhada - gostaria muito que fosse verdade... Mas não é! É!?_P
Quatro anos depois...Era tudo o que eu precisava uma chance, eu sei posso provar que tudo vai dar certo. Permaneço com meus olhos fixos na Ana. Lágrimas fazem seu caminho pelo meu rosto._Eu prometo nunca mais te deixar, prometo cuidar de você e fazer de tudo para merecer seu amor. Eu prometo, prometo fazer o que você quiser e como quiser. Só me dê uma chance. - Peço sem vergonha de parecer desesperado._Uma chance. Só uma chance e se você pisar na bola vai ser a última vez. - As palavras entram pelos meus ouvidos e enchem o meu coração. - Agora levanta do chão que isso não combina com você.Me ergo do chão e a abraço agradecido por ter uma chance. E antes que ela perceba meus lábios estão sobre os dela e minhas mãos passeiam pelo seu corpo._Devagar! Vamos devagar... - Ela diz me empurrando de leve._Como você quiser. Eu aceito. - Pareço um idiota por estar fe
Quando cheguei em casa senti uma mistura de alívio e muita ansiedade. Alívio por estar finalmente de volta para minha casa e ansiedade para o que estava por vim. Eu retornaria para escola e para a minha não tão antiga vida.Tudo no meu quarto estava do mesmo jeito que eu deixei. Olhando para as coisas do meu bebê me dei conta de que deveria começar a me preparar para sua chegada. Talvez pedir ajuda a tia Lili fosse minha melhor opção no momento.Respiro fundo para tentar tomar coragem e enfrentar os desafios que tenho pela frente. Decido começar pelas roupas que trouxe de volta. Separo as limpas da sujas,guardo as limpas e levo o resto para a lavanderia...._Eu não sei o que fazer, minha vida está condicionada ao nascimento do bebê. Eu me sinto meio... Eu não sei dizer... Sem valor ou... Perspec
Eram quase duas da manhã quando acordei, eu estava com muita sede, desci as escadas sonolenta para beber um pouco de água, fazia meses que eu não tinha um sono tão pesado como o daquela noite. Talvez fosse a similaridade da casa, da cama, do travesseiro, o cheiro da casa de classe média gravado na minha mente sem que eu tivesse percebido.Tudo isso me deu trouxe uma tranquilidade que não experimentava por muito tempo. Eu não precisei acender as luzes ou abrir os olhos para encontrar um copo ou o filtro de barro que armazenava uma água fresca e limpa.Fui capaz de beber três copos cheios de água antes de fazer o caminho de volta para meu quarto e cama. Eu já estava no segundo degrau quando por algum motivo não consegui me segurar. Molhei minha roupa e a escada. Eu estava zangada comigo mesma e desperta, quem não despertaria depois de fazer xixi nas calças? O pior é eu não estava tão apertada, ou estava?Voltei a cozinha, pe
Quinze dias após o nascimento de Bea...Meus dias tem sido resumidos a Beatriz. Mal consigo comer e dormir. Ela acorda de três em três horas, chora muito... Eu fico perdida, a maioria das vezes não sei o que fazer. Choro o tempo todo junto com ela, tenho a sensação de que sou muito incompetente. Uma péssima mãe.Meu pai fica com ela no colo para que eu tome banho, na maioria das vezes não consigo tomar banho direito. Houve vezes em que eu nem banho tomei. Não lavo meus cabelos a mais de uma semana. Estou fedendo a leite azedo o tempo todo.Parece que esse cheiro está impregnado em mim. Me sinto suja, me sinto feia, me sinto horrível na maior parte do tempo. Minha vida se resume a Ana mãe da Beatriz. Porque é tudo que eu sou. Perdi minha identidade, perdi minha vida...Estou tão sozinha nisso tudo! Mesmo tia Lilian me ajudando por uma parte da manhã, ou meu pai a noite. Eu estou sozinha e n
Nove meses depois do nascimento de Bea...Bea estava com nove meses quando entrei na faculdade. As primeiras semanas foram uma maravilha, conseguia chegar em casa e dormir, tinha tempo para tudo. Mas depois...Eu vivia correndo pela casa aproveitava cada minuto de sono da minha filha para estudar, minhas olheiras quase sempre davam o ar da graça me fazendo parecer uma bruxa das histórias que contava a Bea.Histórias que eu acredito que ela não entendia nada. Mesmo assim insistia em contar. Eu gostava, era um dos momentos só nosso. Me fazia muito bem, no fundo acho que as histórias eram mais para mim mesma do que pra ela.Meu primeiro semestre foi muito, muito difícil, parecia que todo o universo se movia em prol da minha desistência. Perdi a conta de quantas noites eu chorei porque não conseguia desenvolver
Enquanto todos foram embora, inclusive meu pai e meus tios com minha filha, eu fiquei para me despedir dos convidados que ainda ficaram. Estou cansada, porém, me divertindo muito, muito, muito mesmo!Tessa me conta histórias sobre seu filho do meio, "o muleque" como ela mesma diz. Está sempre aprontando. Theo me olha com um pouco de constrangimento e eu acho ainda mais divertido._ Você acredita que uma vez ele colocou água num balde, estava frio aquele dia! - Tessa explica - O piso era de madeira, morávamos em Washington, o pai dele estava prestando serviços a uma construtora, ele queria fazer algum tipo de brincadeira estúpida, como sempre - a mulher da ombros - eu ouvi ele chamando o irmão, e depois um barulho alto. Pensei que tivesse caído mas, não. - ela faz um não longo e quase cantarolando - Theo colocou o balde de água em cima da porta entreaberta e gritou o irmão e quando Thi
Seis anos depois do nascimento da Bea Bruno: Faz duas semanas que Ana leva a Bea e eu busco ela escola. Ela tem trabalhado muito e quando passa aqui em casa para pegar nossa filha ela sempre está com aquele semblante cansado. Ela parece estar mais magra esses dias. Não quero parecer desesperado mas depois de saber que ela e Samuel terminaram uma luz de esperança brilhou no meu peito. Meu celular vibra sobre a mesa da cozinha, uma mensagem da mulher que eu amo avisando que ela está no saguão do prédio. Permito sua entrada e logo depois ela está na minha porta. _Boa noite. - Ana diz com seu agora costumeiro tom de cansada. _Boa noite, quer jantar? A lasanha ainda está quente. - É claro que está quente eu fiz questão de aquece-la para que Ana pudesse comer a comida ainda quente. _Onde está