Enquanto todos foram embora, inclusive meu pai e meus tios com minha filha, eu fiquei para me despedir dos convidados que ainda ficaram. Estou cansada, porém, me divertindo muito, muito, muito mesmo!
Tessa me conta histórias sobre seu filho do meio, "o muleque" como ela mesma diz. Está sempre aprontando. Theo me olha com um pouco de constrangimento e eu acho ainda mais divertido.
_ Você acredita que uma vez ele colocou água num balde, estava frio aquele dia! - Tessa explica - O piso era de madeira, morávamos em Washington, o pai dele estava prestando serviços a uma construtora, ele queria fazer algum tipo de brincadeira estúpida, como sempre - a mulher da ombros - eu ouvi ele chamando o irmão, e depois um barulho alto. Pensei que tivesse caído mas, não. - ela faz um não longo e quase cantarolando - Theo colocou o balde de água em cima da porta entreaberta e gritou o irmão e quando Thi
Seis anos depois do nascimento da Bea Bruno: Faz duas semanas que Ana leva a Bea e eu busco ela escola. Ela tem trabalhado muito e quando passa aqui em casa para pegar nossa filha ela sempre está com aquele semblante cansado. Ela parece estar mais magra esses dias. Não quero parecer desesperado mas depois de saber que ela e Samuel terminaram uma luz de esperança brilhou no meu peito. Meu celular vibra sobre a mesa da cozinha, uma mensagem da mulher que eu amo avisando que ela está no saguão do prédio. Permito sua entrada e logo depois ela está na minha porta. _Boa noite. - Ana diz com seu agora costumeiro tom de cansada. _Boa noite, quer jantar? A lasanha ainda está quente. - É claro que está quente eu fiz questão de aquece-la para que Ana pudesse comer a comida ainda quente. _Onde está
_Ana!? - Levanto minha cabeça que agora dói muito. Meu pescoço está todo duro e para piorar meu braço está todo babado. - Você tem um sono pesado gatinha. - Theo diz sorrindo.Em algum momento da noite quando terminamos a arrumação eu me sentei na cadeira e acabei dormindo, é ridículo, eu sei.Eu estava sonhando que ia transar com ele!? Pior que isso, eu estava gostando muito. Minha pele arrepia com a lembrança do sonho. Passo as mãos sobre meu braço para tentar afastar a sensação, Theo sorri e me entrega sua jaqueta jeans._Não é muito quente..._Está ótimo, obrigada. - Agradeço da forma mais educada que consigo, se ele soubesse que estou assim porque estava sonhando com ele..._Quer uma carona? - dona Tessa pergunta._Você teria coragem de deixar uma jovem a essa hora da noite, sozinha, depois de ela ter te ajudado? - Theo faz uma careta de espanto e eu sorrio.
_Onde você está querendo ir Ana? - meu pai pergunta assim que desligo o telefone._No cinema com Theo e a Bea. - respondo como se não significasse nada._Theo? Esse não é o rapaz de ontem? Filho da Tessa? - meu pergunta e eu começo a ficar envergonhada.Meu pai sempre me diz que preciso de um namorado, que ainda sou jovem... Mas, estou com vergonha agora não sei porque._É... Ele é um amigo da faculdade também... Ontem ele me chamou para sair e... Você sabe, tem a Bea e... E... Então, vamos assistir algum filme infantil._Por que você não sai com seu amigo, não se diverte um pouco, Bea pode ficar conosco. Estaremos todos aqui quando voltar. - meu pai diz._Onde você vai? - minha mãe pergunta assim que chega.
Não acredito que já tem dois meses que estamos namorando. O tempo passou rápido. Estamos tão bem, acho que tinha muito tempo que não me sentia tão feliz. Theo é a colinha que eu precisava para colar cada pedacinho quebrado do meu coração.Ele não é bom só comigo, é outra criança ao lado da Bea. Ele não se importa em fazer planos para nós três, não se importa em passar a noite comigo no hospital porque minha princesa está doente. Theo não se importa, ele entende que eu sou a Ana mulher, mas sou também Ana a mãe da Beatriz._O que acha de parque de diversões? - pergunta enquanto dirige nos levando para minha casa depois de mais um dia de aula._Não sei... - suspiro - acho que só dá se formos no domingo. - pego no celular para olhar minha agenda - meu pai vai levar a Bea em uma festinha, de algum filho, de algum sócio... - dou de ombros enquanto meu namorado ri._Algum filho, de algum sócio? Já pens
Tenho ido visitar meu não namorado cada dia menos, ele me trata como uma amiga e eu acabei percebendo que sinto mais falta dos seus beijos e do contato físico do imaginei. Eu corro o risco de que ele se apaixone por outra pessoa, sei disso, o mais estranho é que pensar sobre isso me machuca de uma forma que não consigo explicar.Talvez eu estivesse me apaixonando por ele. Theo ainda me diverte, faz piada com o fato de ter se esquecido de mim. Descobrimos que ele não se esqueceu só de mim, o que não alivia a dor do meu coração, seis meses foram apagados de sua memória. De acordo com o médico essas memórias voltarão cedo ou tarde.Eu quero te-lo de volta, beijar sua boca mais uma vez, dizer que eu estava apaixonada por ele. Tínhamos uma chance que foi levada de mim, minha mente insiste em me dizer que ele não tem culpa, eu sei que não, meu coração é que não sabe e insisti em culpa-lo.
O tempo passou muito rápido. Já estava na metade do curso na faculdade, um carro quase quitado, um bom emprego. Minha rotina era corrida, apesar de não ter nenhum contato com o meu ex, a irmã de Theo me ligava a cada quinze dias, fielmente.Ele se lembrava de algumas coisas, as vezes._ Ele se lembrou, não muito, disse que te conheceu na faculdade, vocês faziam aulas juntos. Parece que ele subornou alguém para se sentar ao seu lado. - ela ri - ele disse que te achava linda, mas você era muito fechada e não dava a menor bola para ninguém._Ele vivia jogando piadinha, nunca acreditei nele... Depois ele começou a sair com uma das meninas do nosso grupo, então..._Ele se lembrou disso também. As coisas ainda estão confusas na cabeça dele. Fora de ordem._Ele se lembra de termos namorado? - pergunto com esperança - Ele ainda sente alguma coisa por mim? - acho que estou quase suplicando pa
Meu pai descobriu que procuro por uma casa. Bom... Eu pedi ajuda na verdade. Precisava de dinheiro emprestado e de um avalista para me ajudar a financiar um apartamento. Então... Fui pedir ao meu pai, eu sei é vergonhoso. No entanto, minha única saída.Para minha felicidade, meu pai me deu metade do valor da minha casa, foi mais do que eu esperava, muito mais do que pedi. Comprei minha casa, fiz o projeto de toda decoração comecei minhas pesquisas.Apesar de não cozinhar e quase não ir a cozinha foi o primeiro cômodo da minha casa a ser equipado. Juntei o dinheirinho e enviei os projetos a vários lugares afim de conseguir uma empresa que fizesse no valor do meu orçamento. Depois da sétima empresa de móveis planejados eu estava quase desistindo.Enquanto buscava no computador por outras empresas de móveis planejados meu pai se sentou ao meu
Não consigo acreditar que conseguir arrumar minha casa. Toda a decoração, todos os móveis, todos os utensílios, os eletromédicos, quadros, tudo! Tudinho. Tive ajuda, muita ajuda. Dos meus pais e dos meus tios. Meu pai principalmente. Ele fez todo o quarto da Bea, com direito a TV e vídeo game que ela nem sabe jogar.Tudo estava pronto e para comemorar eu fiz uma festa em casa. Um almoço. Todos estavam bem cedo em casa. Minha mãe e tia me ajudaram na cozinha, meu pai e meu irmão faziam churrasco no quintalMelody, uma linda jovem loira e com incríveis olhos azuis, noiva do meu irmão, consequentemente minha cunhada, uma simpática americana de vinte e três anos, que meu irmão conheceu na universidade. Ela brincava com Bea no escorregador que meu pai mandou instalar, parecia outra criança.Pensei que talvez se Bruno estivesse aqui, talvez, mesmo se n