Não acredito que já tem dois meses que estamos namorando. O tempo passou rápido. Estamos tão bem, acho que tinha muito tempo que não me sentia tão feliz. Theo é a colinha que eu precisava para colar cada pedacinho quebrado do meu coração.
Ele não é bom só comigo, é outra criança ao lado da Bea. Ele não se importa em fazer planos para nós três, não se importa em passar a noite comigo no hospital porque minha princesa está doente. Theo não se importa, ele entende que eu sou a Ana mulher, mas sou também Ana a mãe da Beatriz.
_O que acha de parque de diversões? - pergunta enquanto dirige nos levando para minha casa depois de mais um dia de aula.
_Não sei... - suspiro - acho que só dá se formos no domingo. - pego no celular para olhar minha agenda - meu pai vai levar a Bea em uma festinha, de algum filho, de algum sócio... - dou de ombros enquanto meu namorado ri.
_Algum filho, de algum sócio? Já pens
Tenho ido visitar meu não namorado cada dia menos, ele me trata como uma amiga e eu acabei percebendo que sinto mais falta dos seus beijos e do contato físico do imaginei. Eu corro o risco de que ele se apaixone por outra pessoa, sei disso, o mais estranho é que pensar sobre isso me machuca de uma forma que não consigo explicar.Talvez eu estivesse me apaixonando por ele. Theo ainda me diverte, faz piada com o fato de ter se esquecido de mim. Descobrimos que ele não se esqueceu só de mim, o que não alivia a dor do meu coração, seis meses foram apagados de sua memória. De acordo com o médico essas memórias voltarão cedo ou tarde.Eu quero te-lo de volta, beijar sua boca mais uma vez, dizer que eu estava apaixonada por ele. Tínhamos uma chance que foi levada de mim, minha mente insiste em me dizer que ele não tem culpa, eu sei que não, meu coração é que não sabe e insisti em culpa-lo.
O tempo passou muito rápido. Já estava na metade do curso na faculdade, um carro quase quitado, um bom emprego. Minha rotina era corrida, apesar de não ter nenhum contato com o meu ex, a irmã de Theo me ligava a cada quinze dias, fielmente.Ele se lembrava de algumas coisas, as vezes._ Ele se lembrou, não muito, disse que te conheceu na faculdade, vocês faziam aulas juntos. Parece que ele subornou alguém para se sentar ao seu lado. - ela ri - ele disse que te achava linda, mas você era muito fechada e não dava a menor bola para ninguém._Ele vivia jogando piadinha, nunca acreditei nele... Depois ele começou a sair com uma das meninas do nosso grupo, então..._Ele se lembrou disso também. As coisas ainda estão confusas na cabeça dele. Fora de ordem._Ele se lembra de termos namorado? - pergunto com esperança - Ele ainda sente alguma coisa por mim? - acho que estou quase suplicando pa
Meu pai descobriu que procuro por uma casa. Bom... Eu pedi ajuda na verdade. Precisava de dinheiro emprestado e de um avalista para me ajudar a financiar um apartamento. Então... Fui pedir ao meu pai, eu sei é vergonhoso. No entanto, minha única saída.Para minha felicidade, meu pai me deu metade do valor da minha casa, foi mais do que eu esperava, muito mais do que pedi. Comprei minha casa, fiz o projeto de toda decoração comecei minhas pesquisas.Apesar de não cozinhar e quase não ir a cozinha foi o primeiro cômodo da minha casa a ser equipado. Juntei o dinheirinho e enviei os projetos a vários lugares afim de conseguir uma empresa que fizesse no valor do meu orçamento. Depois da sétima empresa de móveis planejados eu estava quase desistindo.Enquanto buscava no computador por outras empresas de móveis planejados meu pai se sentou ao meu
Não consigo acreditar que conseguir arrumar minha casa. Toda a decoração, todos os móveis, todos os utensílios, os eletromédicos, quadros, tudo! Tudinho. Tive ajuda, muita ajuda. Dos meus pais e dos meus tios. Meu pai principalmente. Ele fez todo o quarto da Bea, com direito a TV e vídeo game que ela nem sabe jogar.Tudo estava pronto e para comemorar eu fiz uma festa em casa. Um almoço. Todos estavam bem cedo em casa. Minha mãe e tia me ajudaram na cozinha, meu pai e meu irmão faziam churrasco no quintalMelody, uma linda jovem loira e com incríveis olhos azuis, noiva do meu irmão, consequentemente minha cunhada, uma simpática americana de vinte e três anos, que meu irmão conheceu na universidade. Ela brincava com Bea no escorregador que meu pai mandou instalar, parecia outra criança.Pensei que talvez se Bruno estivesse aqui, talvez, mesmo se n
Eu e Samuel temos almoçado juntos, quase todos os dias, duas vezes por semana ele me manda rosas e outras duas chocolates. Saímos em outros dois sábados e dois domingos ele insistiu em ir comigo para onde quer que eu fosse. Por isso teve que assistir filme de criança e passar quadro horas no parque. Ele não reclamou, não tentou me beijar.Estamos saindo hoje de novo, Bea foi para uma festa com meus pais, eu queria muito um momento só nosso, mãe e filha. Como não iria a festa eu resolvi aceitar o convite de Samuel e transferir o dia "mãe e filha" para amanhã. Assim Samuel não me incomodaria.Ele me chamou para ver um filme de ação muito bom, o clima estava agradável entre nós, eu me sentia mais leve, de bem com vida. Não me importei com as vezes que ele me abraçou, menos ainda quando tocou a base da minha coluna me guiando.Quando ele me deixou na
_ Eu já disse Samuel, disse um monte de vezes que eu não tenho nada com ele. Não estamos namorando!? Então!!!! Eu não sou assim. Você deveria saber... - tento explicar pela enésima vez._ Aquele cara tá te cercando Ana, o tempo todo! - Samuel continua a falar cheio de ciúmes._Ele não está me cercando Samuel, ele veio pegar a Bea, filha dele. Só isso... - começo a ficar cada dia mais cansada dessa situação.Samuel não entendi que a Bea é filha do Bruno. Ele tem direito de ficar com ela, ela quer muito ficar com o pai, ponto._Ana ele levou flores pra você, pelo amor de Deus! Será que você finge que não vê ou é burra o suficiente para não perceber o que ele está fazendo!!!"Burra o suficiente...""Burra o suficiente..."
O prédio de vidros espelhados, é luxuoso, erguido imponente, no bairro que com certeza eu não teria condições de pagar um quartinho, mesmo que vendesse meus dois rins. O piso de entrada é feito de mármore escuro dando ao hall um expecto requintado.No elevador cercado de espelhos do chão ao teto uma música chata toca. É tarde da noite. Eu não me assustaria se Bruno morasse na cobertura, pelo sei, ele tem ganhado muito bem com a empresa que abriu.O elevador para no sétimo andar só existe dois apartamentos nesse andar, a porta de madeira parece ter sido transada, é muito bonita. Um botão pequeno e iluminado com algum tipo de luz azul parece ser a campainha. Aperto o botão ao mesmo tempo que fecho meus olhos.O botão era mesmo para o que eu havia pensado, um alívio, porque se tivesse apertado algo errado, ou até quebrado teria no mínimo que abrir m
_Não aconteceu nada de mais... Só estávamos conversando... Temos um caso... De um cliente. Uma ação. Então..._Você é engraçado, enquanto conversava com aquela mulher ela colocava a mão em você, o tempo todo. Quando Bruno falacomigo ele não me toca, nossa relação se restringe a Bea e só. - me lembro do beijo que Bruno me deu e tento permanecer inabalável._Você sempre defende esse cara Ana! Ele te cerca o tempo todo, ele pode não tocar você porque você não deixa, mas ele quer muito mais que te tocar... - Samuel fala com uma certa ironia na voz._Esse é o ponto, eu não deixo ele me tocar e você deixou. Deixou aquela mulher te tocar. Enquanto eu não, quer dizer... Você está sempre discutindo comigo por causa dele. - sinto que estou fazendo o papel de mulher ciumenta. - Você foi embora ontem... Acordei sem você na cama, me senti...