Seis anos depois
Eu sei que o que eu fiz foi errado. Eu não deveria ter entrado no quarto da Ana naquele dia. Eu estava nervoso, estava com raiva dela e para piorar com muito álcool no sangue. O que não me impediu de fazer merda, acho que o álcool só deu coragem. Não via as coisas com muita clareza.
Ana estava dormindo quando entrei no quarto dela. Eu acordei ela com beijos quentes, ela se assustou no princípio mas, cedeu assim que ouviu minha voz dizendo o quanto eu a amava. O que era uma verdade dolorosa. Eu amava Ana loucamente, tanto que doía.
Fizemos amor e como antes, como todas as vezes tudo entre nós fluía com perfeição, era o encaixe perfeito. Cheio de carinho e beijos molhados e murmúrios indecifráveis. Depois de ter feito aquilo e eu tenho consciência que foi errado. Fazê-la acreditar que estava lá e que iria desistir de tudo, só para ter o corpo dela de novo, provar para mim mesmo que o corpo dela
Nós mal voltamos do lugar onde ficavam os pés de amora e Bruno correu para contar para o pai dele sobre nós. Acho que ele ficou genuinamente feliz por ter aceitado o trato dele._Você está parecendo aquelas crianças mimadas e fofoqueiras que correm para contar para a mãe quando apanham dos coleguinhas. - Disse sorrindo quando Bruno voltou. - O que ele disse? - Perguntei me referindo ao que ele contou ao pai sobre nós._Qual parte você quer saber? A parte boa, a ruim, a constrangedora ou fofa. - Meu amigo responde sorrindo._Tem um parte fofa? - O sorriso de Bruno aumenta e ele balança a cabeça em sinal positivo._Começa pela parte ruim. - Faço uma careta._Vou começar pela constrangedora, ele me deu isso. - Bruno retira um pacote de camisinha do bolso, acho que meu coração parou de bater na mesma hora porque senti todo meu corpo ficando frio só pra esquentar muito depois, realmente isso deve te
Acordei agarrada ao Bruno. Na noite anterior tinha chorado tanto. Eu estava confusa, com raiva...Porque diabos o meu pai resolveu aparecerdepois de tanto tempo!? Isso é muito estranho... E se ele foi o tipo de cara cruel que batia na minha mãe, ou um irresponsável que simplesmente largou minha mãe quando ela disse estar grávida.Mesmo depois de acordar meu amigo ainda ficou abraçado comigo. Ele fazia um carinho leve no meu braço, era confortável. Eu me sentia segura ali, eu sabia que ele não poderia me proteger de fato, mas me sentia segura.Me mexi um pouco em meio a cama improvisada, me virei para olhar para o garoto que me tinha em seus braços. Eu beijei ele, um beijo lento e carinhoso. Não tinha nada de desesperado ou sexual como são a maioria dos nossos beijos._Você pode contar comigo Ana, sempre. Eu vou estar aqui se tudo der certo e vou estar aqui se tudo der errado. - Depois de dar um beijo car
A mulher moribunda jazia na cama ela sabia que seus dias de vida já estavam contados e acabando. Abriu os olhos cansados e sonolentos. só o suficiente para ver o filho que tanto amava. O jovem Erick de dezessete anos, cochilava sobre os pés da cama.Tinha certeza que ele estava cansado, a vida do rapaz andava exaustiva, ele ia da escola direto para que hospital e muitas vezes fazia seus deveres ali mesmo naquele quarto de hospital. Não que sua mãe já o tivesse pedido para não o fazer, depois de um tempo ela simplesmente resolveu aceitar.Poderia deixar essa conversa para outro dia, talvez o fizesse se tivesse tempo. Se mexeu de vagar na cama, não tinha forças para mais do que pequenos movimentos. Com muito esforço e um pequeno gemido a mulher pegou o pequeno alarme que chamava a enfermeira.Erick se moveu despertando de vagar. Ele deu sorriso largo, os olhos cansados eram a única coisa que denunciavam a fase difícil que
André sentia seu coração batendo forte no peito. A última vez que se sentiu tão ansioso e nervoso foi no nascimento de Erick. Ele tremia tanto que mal conseguia abrir o maldito envelope._Você sabe o que está escrito? - Perguntou ao filho tentando de alguma forma amenizar sua ansiedade._Minha mãe disse que você tem outra filho, outra filha na verdade. Parece que na noite antes do casamento..._Eu nunca deveria ter feito aquilo! Me sinto mal por você saber disso._Tudo bem pai. Minha mãe me contou tudo e ainda me fez prometer que iria te ajudar. Vamos achar minha irmã! - Erick não parecia estar empolgado, ele estava. Estava genuinamente feliz por ter uma irmã ele sempre quis ter um irmão, mas uma irmã com certeza viria a calhar. Eu vou deixar o senhor ler a carta, se precisar de mim estarei no meu quarto.André estava surpreso por ter ouvido aquilo do filho, não esperava aquele tipo de reação.
Depois que chegamos da viagem de férias minha mãe foi me buscar, o que é incrível, ela não me busca desde que eu tinha treze anos. Ela conversou com meus tios um tempo e pela cara que saiu do escritório com certeza não foi uma conversa muito boa. Estou tentando entender o que há errado com o fato do meu pai querer me conhecer...Depois de chegarmos em casa minha mãe mandou guardar as minhas coisas e tomar um banho. Fiz tudo que ela mandou fazer em silêncio. Depois de terminar de fazer tudo fiquei trocando mensagens com o Bruno, isso até a porta do quarto abrir e dona Jaqueline entrar._Com quem está falando? - Ela perguntou com sua frieza e grosseria costumeira._Com o Bruno. - Respondi._Ele pode esperar. - Ela diz ao se sentar em frente a minha escrivaninha. Não fui capaz de disfarçar a minha cara de revolta. _Não me olha assim! Nós precisamos conversar logo, antes que o André simplesmente resolva aparecer e
Quando sai do banheiro esperava que o homem que discutira com minha mãe tivesse ido embora, ainda que não tivesse ouvido o som da porta. Eu esperava até que ele estivesse em qualquer lugar na parte inferior da casa.Tudo estava silencioso de mais, por isso abri a porta tranquilamente pronta para ir para o meu quarto. O choque ao ver o homem encostado na porta da minha mãe foi muito, muito grande. Passei por ele praticamente sem respirar esperando que ele estivesse dormindo._Estava lá dentro esse tempo todo? - O homem me pergunta de uma forma divertida._Eu não queria atrapalhar... - Digo constrangida ._Você sabe quem eu sou? - Ele pergunta de forma séria e seu sorriso divertido se desfaz.O corredor não está totalmente escuro, desde que eu era pequena minha mãe mantém uma luz acesa para clarear um pouco a casa e eu não tenha medo, ou não tenha tanto medo._Acho que é o m
Jaqueline Gomes.Eu cresci numa casa onde a violência era comum e quase diária. Meu pai sempre teve muito dinheiro, vivi uma vida com luxo e infelicidade.Ver minha mãe sendo humilhada e constantemente agredida era de mais. O pior era saber que ela nunca reagia. Estava sempre dizendo que casamento era assim mesmo, que meu pai só estava nervoso...Aquilo me matava!Depois de alguns anos uma família se mudou para a grande casa ao lado da minha, havia amor naquela casa. Ali era realmente um lar.O casal tinha um filho, André, ele era bonito, tinha a mesma idade que eu. Com o passar do tempo viramos amigos e no último ano começamos a namorar.Os pais de André sempre souberam do que acontecia na minha casa, eu passei a fugir todas as vezes para casa deles. Incontáveis vezes a mãe de André foi quem me consolou, ela me dava conselhos, me ajudava.
As aulas começam e por coincidência ou não, Erick era da mesma sala que a minha. Ele era o melhor irmão do mundo!Sentou do meu lado e me ajudou com os deveres e trabalhos. Chegou até a dar um grande fora no meu ex. Do tipo "não cheque perto da minha irmã ou quebro sua cara!" No começo o Bruno adorou ele, mais um para me vigiar e me colocar na linha, palavras do Bruno. Com o passar do tempo o Bruno passou a ter ciúmes do Erick e eles brigaram, viviam trocando farpas e disputando atenção. Era irritante! Acho que a coisa ficou realmente muito feia quando Erick pegou Bruno e dando uns amassos no sofá da casa dele. Nós não íamos transar, acho que não. Eu estava sem a blusa e com o sutiã bem fora do lugar, meu short estava desabotoado e Bruno só de cueca. Lilian tinha saído para seu trabalho de meio período, só voltaria quase a noite então, na nossa cabeça, Bruno e eu teríamos "algumas horas de lib