Eu estava sentindo muitas dores na manhã seguinte mas para não preocupar meu irmão e Wallace mandei uma mensagem avisando que estava bem. Sai do apartamento que eu ainda não sei de quem é e caminhei até um hipermercado que ficava logo na esquina.
O bairro era um bairro bom, não como o bairro do meu pai, mas as pessoas pareciam ter uma vida tranquila.
Comprei alguns iogurtes, pão e frutas aproveitei o serviço de entrega e pedi para que entregassem minhas compras. Como não sabia a rua só apontei para o prédio e disse o andar e o apartamento. Meia hora depois um rapaz levou minhas compras.
No apartamento de cores cinza, e marrom claro que obviamente era de um homem eu permaneci por dois dias. Até que as dores melhoraram. Então resolvi arrumar o lugar e dei aquela faxina que demorou mais dois dias.
Liguei para minha médica e contei das dores e disse que havia ficado um pouco nervosa, omiti alguns detalhes e invent
Eu fiquei praticamente sete meses sem falar com minha mãe por causa da Ana. Sete meses! Mais de um semestre! Tudo porque ela preferiu acreditar na inocência de quem não era inocente!Com o tempo, eu acabei por perceber que estava com ciúmes, percebi que o único que estava perdendo nessa história era eu. Pedi desculpas a minha mãe, conversamos por um longo tempo, fizemos as pazes.Os meses foram passando e ela começou a me contar sobre a Ana. Contou que ela estava na casa do pai e que eu poderia ir ficar em casa nos fins de semana ou feriados prolongados.Eu passei a ir quase em todos feriados e fim de semana. Era muito bom ter o carinho dos meus pais, conversar e ficar com eles. Sempre que dona Lilian podia ela contava algo sobre a Ana. Enfatizava o estranho relacionamento da Ana com Damon. Como se só saber que ela estava com ele não fosse sofrimento suficiente._Os dois nem se beijam você acredita!? Não é est
Eu percebi que apesar de tudo Carla estava certa. Era hora de virar a página. Com a mala pronta para a viagem na mesma noite eu resolvi que beber o dia inteiro seria a mais estúpida solução, também a mais aconselhável já que estava com medo.Não eram sete horas quando entrei no Donna Peri, o restaurante de um hotel caro e com a melhor comida da região. Enquanto comia e tomava wisk, eu sei, é uma péssimo combinação, olhava ao redor pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo.Foi assim que vi aquele cara entrando no restaurante, de mãos dadas com uma mulher bonita, que não era Ana, lá estava ele sorrindo. Seus olhos brilhantes enquanto olhava para a mulher.Pediram champanhe, com certeza ele deveria estar comemorando! O que esse filho da puta comemorava?Acabei de comer e continuei bebendo e bebendo, uma hora depois eu já estava bem mais bêbado do deveria e muito cheio de raiva do casal sentado a três mesas a min
Meu pai entrou no pequeno apartamento com um olhar avaliativo. Ele repara em cada pequeno detalhe, da decoração ao pequeno tapete, das fotos na parede até televisão. O cheiro de Samuel está impregnado nesse lugar e meu pai não deixa passar despercebido.Dou a ele do bolo que fiz e suco de uva para ele que repara na forma que estou íntima a cozinha. Sentado a minha frente sem tocar no bolo ele começa a falar._Eu não falava a verdade... Só pensei que talvez, se fizesse alguma pressão você diria quem é o pai do bebê... Eu não esperava que fosse sair de casa... Eu não queria brigar... Eu teria acreditado em você, provavelmente faria um monólogo sobre o uso de camisinha e fazer sexo com estranhos, só que você não é assim. Você não sai de casa bebê... Nada me tira da cabeça que o pai é o Bruno... Acho que sempre soube o que o relacionamento de você com Damon era uma mentira - olho para chão envergonhada - gostaria muito que fosse verdade... Mas não é! É!?_P
Quatro anos depois...Era tudo o que eu precisava uma chance, eu sei posso provar que tudo vai dar certo. Permaneço com meus olhos fixos na Ana. Lágrimas fazem seu caminho pelo meu rosto._Eu prometo nunca mais te deixar, prometo cuidar de você e fazer de tudo para merecer seu amor. Eu prometo, prometo fazer o que você quiser e como quiser. Só me dê uma chance. - Peço sem vergonha de parecer desesperado._Uma chance. Só uma chance e se você pisar na bola vai ser a última vez. - As palavras entram pelos meus ouvidos e enchem o meu coração. - Agora levanta do chão que isso não combina com você.Me ergo do chão e a abraço agradecido por ter uma chance. E antes que ela perceba meus lábios estão sobre os dela e minhas mãos passeiam pelo seu corpo._Devagar! Vamos devagar... - Ela diz me empurrando de leve._Como você quiser. Eu aceito. - Pareço um idiota por estar fe
Quando cheguei em casa senti uma mistura de alívio e muita ansiedade. Alívio por estar finalmente de volta para minha casa e ansiedade para o que estava por vim. Eu retornaria para escola e para a minha não tão antiga vida.Tudo no meu quarto estava do mesmo jeito que eu deixei. Olhando para as coisas do meu bebê me dei conta de que deveria começar a me preparar para sua chegada. Talvez pedir ajuda a tia Lili fosse minha melhor opção no momento.Respiro fundo para tentar tomar coragem e enfrentar os desafios que tenho pela frente. Decido começar pelas roupas que trouxe de volta. Separo as limpas da sujas,guardo as limpas e levo o resto para a lavanderia...._Eu não sei o que fazer, minha vida está condicionada ao nascimento do bebê. Eu me sinto meio... Eu não sei dizer... Sem valor ou... Perspec
Eram quase duas da manhã quando acordei, eu estava com muita sede, desci as escadas sonolenta para beber um pouco de água, fazia meses que eu não tinha um sono tão pesado como o daquela noite. Talvez fosse a similaridade da casa, da cama, do travesseiro, o cheiro da casa de classe média gravado na minha mente sem que eu tivesse percebido.Tudo isso me deu trouxe uma tranquilidade que não experimentava por muito tempo. Eu não precisei acender as luzes ou abrir os olhos para encontrar um copo ou o filtro de barro que armazenava uma água fresca e limpa.Fui capaz de beber três copos cheios de água antes de fazer o caminho de volta para meu quarto e cama. Eu já estava no segundo degrau quando por algum motivo não consegui me segurar. Molhei minha roupa e a escada. Eu estava zangada comigo mesma e desperta, quem não despertaria depois de fazer xixi nas calças? O pior é eu não estava tão apertada, ou estava?Voltei a cozinha, pe
Quinze dias após o nascimento de Bea...Meus dias tem sido resumidos a Beatriz. Mal consigo comer e dormir. Ela acorda de três em três horas, chora muito... Eu fico perdida, a maioria das vezes não sei o que fazer. Choro o tempo todo junto com ela, tenho a sensação de que sou muito incompetente. Uma péssima mãe.Meu pai fica com ela no colo para que eu tome banho, na maioria das vezes não consigo tomar banho direito. Houve vezes em que eu nem banho tomei. Não lavo meus cabelos a mais de uma semana. Estou fedendo a leite azedo o tempo todo.Parece que esse cheiro está impregnado em mim. Me sinto suja, me sinto feia, me sinto horrível na maior parte do tempo. Minha vida se resume a Ana mãe da Beatriz. Porque é tudo que eu sou. Perdi minha identidade, perdi minha vida...Estou tão sozinha nisso tudo! Mesmo tia Lilian me ajudando por uma parte da manhã, ou meu pai a noite. Eu estou sozinha e n
Nove meses depois do nascimento de Bea...Bea estava com nove meses quando entrei na faculdade. As primeiras semanas foram uma maravilha, conseguia chegar em casa e dormir, tinha tempo para tudo. Mas depois...Eu vivia correndo pela casa aproveitava cada minuto de sono da minha filha para estudar, minhas olheiras quase sempre davam o ar da graça me fazendo parecer uma bruxa das histórias que contava a Bea.Histórias que eu acredito que ela não entendia nada. Mesmo assim insistia em contar. Eu gostava, era um dos momentos só nosso. Me fazia muito bem, no fundo acho que as histórias eram mais para mim mesma do que pra ela.Meu primeiro semestre foi muito, muito difícil, parecia que todo o universo se movia em prol da minha desistência. Perdi a conta de quantas noites eu chorei porque não conseguia desenvolver