Adônis Hart A noite parecia ter se tornado um pesadelo para mim. Enquanto ajudava Pietra a descer do carro, eu sentia o peso de todas as decisões erradas que havia tomado até aquele momento. O beijo. O toque. Meu Deus, como eu pude ceder àquele impulso?Ela resmungava algo incompreensível, tropeçando em cada passo, e eu a segurava com firmeza, sem chance de deixá-la sozinha em casa. Aquela garota que me provocava a cada segundo não estava em condições de cuidar de si mesma.— Ei, eu quero ir pra casa — murmurou, a voz embargada pela bebida e pela exaustão.— Você não tem a mínima condição de ficar sozinha. — Minha voz saiu firme, mas minha mente estava em um caos. — Vou cuidar de você. Quando estiver melhor, levo você para casa.Ela bufou, teimosa, mas não resistiu quando a guiei até minha casa. Minha mãe provavelmente já estava dormindo; o relógio passava da meia-noite. Ao atravessar a porta com Pietra, senti uma pontada de preocupação. Não era apenas sobre o que ela faria ou diria,
Pietra Santini Acordo com a cabeça latejando, a dor pulsando em um ritmo lento e constante. Minha boca tem um gosto terrível, como se um gambá tivesse decidido fazer dela sua morada. Solto um gemido baixo, pressionando a mão contra a cabeça em busca de algum alívio.— Ai… — resmungo, minha voz rouca pelo cansaço.Uma risada familiar ecoa pelo quarto. Abro os olhos lentamente e vejo Adônis encostado na porta, segurando um copo e uma cartela de remédios. Ele parece incrivelmente disposto, o oposto de mim.— Bom dia — diz ele com um sorriso divertido. — Trouxe remédio e suco. Vai ajudar com a dor de cabeça.Ele se aproxima, estendendo o copo e o comprimido para mim.— Obrigada — murmuro, aceitando o remédio. Engulo o comprimido com um gole de suco, sentindo o líquido ácido passar pela garganta. Faço uma careta e devolvo o copo para ele. — Meu estômago tá esquisito…— É por causa da bebida. Ontem ficou bem claro que você não é de beber.Solto uma risada fraca, assentindo. — Realmente, on
Pietra Santini Acordo na segunda-feira, por incrível que pareça, animada e cheia de energia. Meu domingo havia sido tranquilo, um dia perfeito para recarregar as energias e organizar minha semana. Depois de um banho rápido, desço para a cozinha onde minha mãe já tinha deixado um café da manhã digno de hotel: frutas, suco, pães e até panquecas.— Você vai precisar disso, parece que sua segunda vai ser agitada — ela brinca, enquanto corta frutas para o smoothie dela.Sorrio. De fato, meu dia seria cheio, mas gosto dessa correria. Após me alimentar bem, pego minhas coisas e sigo em direção à garagem.Assim que chego, encontro Adônis encostado no carro, com uma expressão concentrada enquanto digitava algo no celular. Ele usava uma camiseta preta que destacava os músculos e jeans despojados, deixando sua presença ainda mais impactante.— Bom dia, Doni! — digo me aproximando, tocando levemente o braço dele e dando um beijo no canto da sua boca.— Bom dia, Pi. — Ele responde, sorrindo de la
Pietra Santini O almoço havia sido descontraído e divertido. Luke era uma ótima companhia, sempre com uma piada na ponta da língua que nos fazia rir. Não era surpresa que o clima entre ele e Lana estivesse tão evidente. Era quase como se estivéssemos em um encontro de casais, e isso aquecia meu coração. Talvez eles dessem certo juntos. Quando finalmente cheguei em casa, a exaustão do dia me atingiu como uma onda. Haviam sido horas de atividades físicas intensas, e meu corpo clamava por descanso.Desci do carro e me despedi do Doni, permitindo-me ser um pouco ousada. Dei um selinho rápido nos seus lábios, esperando sua reação. Ele não reclamou. Pelo contrário, sorriu e retribuiu com outro beijo de boa noite. Meu coração disparou com aquele gesto simples, mas cheio de significados. Talvez estivéssemos, finalmente, avançando.Ao entrar em casa, fui surpreendida pelo silêncio, quebrado apenas pelo som do relógio na parede. Encontrei meu pai sentado à mesa de jantar, uma cena incomum. Ele
Adônis Hart Passei a semana observando Pietra definhar aos poucos. O pai dela, com sua presença opressiva, parecia sugar toda a energia que ela possuía. Sua alegria habitual foi substituída por uma apatia preocupante. Mal comia, andava sempre exausta, e seus olhos denunciavam noites mal dormidas. Tentei intervir, mas com Pietra, nem sempre era fácil. Ela suportava mais do que deveria, carregando o peso de um pai que fazia questão de esmagar qualquer lampejo de felicidade.— Pietra, eu acho que você não deveria ir nesse jogo de tênis com seu pai hoje — disse, tentando dissuadi-la.Seus olhos se encheram de lágrimas imediatamente. Mesmo cansada, ela era teimosa e leal a uma figura que nunca lhe deu motivos para ser.— Eu não tenho opção, Doni. — Sua voz saiu trêmula, e ela se jogou em meus braços.Nos últimos dias, nossa relação havia se tornado mais íntima. Estávamos próximos, trocando carinhos e partilhando confidências. Tentei, a princípio, manter a distância. Resistir a Pietra era
Pietra Santini Acordei com uma animação que eu não sentia há muito tempo, uma mistura de curiosidade e um friozinho de expectativa. Hoje era o meu aniversário, e, por mais que as coisas estivessem longe de serem perfeitas, eu estava decidida a aproveitar o dia de uma maneira diferente. Coloquei uma roupa leve e confortável, escolhi uma maquiagem suave, só para não ficar com cara de sono. Peguei uma mochila, não muito grande, apenas para disfarçar, porque, sabe como é, vai que tem algum segurança fofoqueiro.— Bom dia, Pi — disse Adônis ao me encontrar na porta de casa, encostado no carro. Ele sorriu de forma encantadora, o que já me fez começar o dia mais feliz.— Bom dia, Doni! E… obrigada — respondi, sorrindo e me deixando envolver por um abraço apertado dele. Senti um calor estranho se espalhar no meu peito, como se o simples toque dele fosse capaz de me acalmar.— Feliz aniversário! — ele completou, afastando-se um pouco, mas não o suficiente para me fazer sentir sua falta.— Obr
Pietra Santini O dia com Adônis foi maravilhoso. Nunca imaginei que meu aniversário fosse ser tão especial, tão cheio de momentos que eu guardaria para sempre. Desde o início, tudo parecia perfeito. Conversamos sobre tudo, rimos juntos, trocamos carinhos e beijos. A conexão que sentimos parecia crescer a cada minuto, e eu estava mais feliz do que poderia expressar em palavras. Mas eu não sabia que o melhor ainda estava por vir.Quando Adônis me convidou para jantar na casa dele, achei que seria algo simples. Eu estava cansada, mas feliz pela tarde que passamos juntos. O que não sabia era que esse jantar seria a surpresa mais linda e emocionante da minha vida.Ao chegar na casa de Adônis, fui recebida com uma grande surpresa. O lugar estava decorado com balões coloridos, o cheiro de bolo recém-feito se espalhava no ar, e sobre a mesa havia pãezinhos com salsicha e frango, refrigerante, e doces que pareciam feitos especialmente para mim. Meu coração acelerou ao perceber que todas as pe
Adônis Hart Sábado à noite, festa na casa da Pietra.Eu estava em uma situação desconfortável. Não sabia exatamente o que me incomodava mais: o fato de estar em uma festa que parecia mais um evento de negócios ou o estranho comportamento de algumas pessoas ali. O número de homens e a ausência de familiares de Pietra eram fatores que me deixavam apreensivo. Eu tinha vindo por instinto, algo me dizia que ela precisaria de alguém por perto. Eu não conseguia ignorar a sensação de que algo não estava certo.— Adônis, tem algo muito estranho aqui — Lana disse baixinho, aproximando-se com um copo de vinho branco.Eu não sabia se ela estava se referindo à estranheza da festa em si ou a algo mais profundo, mas concordei com um gesto de cabeça.— Eu percebi isso também. Nunca vi tantos homens em uma festa de aniversário de 19 anos — resmunguei.— Não é só isso… essas pessoas claramente não são da família. Aliás, não tem ninguém da família dela aqui — Lana completou, seu olhar percorrendo os co