Dani e Bruna planejavam como seria a cerimônia de casamento e a festa. Dani estava muito empolgada, anotando tudo em um bloco. Ela não queria que faltasse nada.
- Já pensou no vestido, Bruna?
- Na verdade, não.
- Você não me parece muito feliz com tudo isso. – observou Dani.
- Tia, por mais incrível que pareça, isto não faz muita diferença para mim. Amo Alex... Isso não vai mudar nada... Eu nem acredito que este pensamento vem de mim mesma às vezes, a mulher que só queria colocar um vestido de noiva e entrar na igreja...
- Talvez por isso mesmo esteja assim... Lembranças ruins.
- Não. – disse Bruna. – Estou casando com o homem que eu amo... É diferente.
- Você tem noção de quanto dinheiro você herdará? Garantirá o seu futuro e o de toda sua família.
- A qu
Enquanto caminhavam na beira da praia, Cassiane iniciou:- Mamãe tem razão... – disse ela. – Alex é muito bonito.- Eu sei. – falou Bruna seriamente.- E você está muito apaixonada, não é mesmo? Dá para ver nos seus olhos.Bruna sentou-se na areia e Cassiane fez o mesmo. Elas sabiam que tinham muito a falar.- Cassi... Têm acontecido muitas coisas por aqui que eu não mencionei nas cartas.- Algo além de você se casar sem avisar nós? – perguntou ela irônica e visivelmente magoada.- Sim. – admitiu Bruna.- Confesso que desde que cheguei percebi sim que algo não está certo... Pensei que pudesse ser porque não nos vemos há tanto tempo...- O tempo longe de vocês só aumentou a saudade a cada dia... Mas eu estou bem, eu fiquei bem o tempo todo, acredite.-
O jantar foi muito alegre naquela noite. Bruna ficou imensamente feliz porque sua família estava ali. Dani também parecia estar apreciando muito as visitas. Conversaram sobre vários assuntos, principalmente sobre a ilha. Bruna não conseguia esconder sua admiração pela Praia do Portal. Depois foram para a sala de estar. Embora estivesse adorando tudo aquilo, Bruna precisava encontrar Alex. Não poderia ficar sem ver ele naquela noite. Ele não havia vindo para o jantar, certamente por estar magoado com ela por ter escondido a verdade sobre ele da sua família. Mas ela sabia que tudo ficaria bem entre os dois e que Alex entenderia seus motivos. Além do mais, haviam combinado um encontro para comemorarem juntos os últimos dias de solteiros.Ela sabia que Angela não aceitaria que ela saísse aquela hora da noite pela praia para ver Alex. Insistiria que ela deveria ficar em casa e esperar at&eac
Quando Bruna abriu a porta todos olharam imediatamente para ela. Estavam sentados à mesa tomando café da manhã.- Bom dia. – disse ela trazendo os chinelos na mão, usando uma camiseta grande de Alex que cabia duas dela dentro facilmente e com os cabelos completamente despenteados.- Bom dia. – responderam todos.- Vou subir, tomar um banho e já desço para acompanhá-los no café. – disse ela correndo pelas escadas.Ela tomou um banho rápido, penteou os cabelos, colocou uma roupa e desceu. Sabia que teria mais uma explicação para Angela e Cassiane.Assim que ela sentou, Angela disse:- Costuma aparecer assim na casa da sua tia, pela manhã?Bruna olhou para ela confusa. Todos começaram a rir e ela acabou rindo também.- Na verdade, não. Ela costuma passar mais tempo fora. – admitiu Dani.- Percebo
Enfim havia chegado o tão sonhado dia do casamento. Bruna inicialmente não tinha dado muita importância ao papel que selariam naquele momento, mas conforme o tempo foi passando, ela estava ansiosa pelo momento de dizer sim a Alex, de poder viver com ele todos os momentos e de ter para sempre não somente guardado em suas memórias, mas também num papel tudo que viveram juntos.Ela olhou-se no espelho pela milésima vez. Estava muito satisfeita com o vestido que Dani havia mandado fazer na vila especialmente para ela, de forma artesanal. Ele não chegava a ser tão branco, mas puxava a um gelo. Era longo, mas justo na parte de cima e levemente mais solto da cintura para baixo. Bruna não conseguia distinguir o material belíssimo do qual o vestido era feito. Embora parecesse um tule delicado, não era. Mais parecia uma linha grossa rústica, que deixava alguns bordados delicados à vista em
Quando eles passaram pela porta, Alex pegou Bruna no colo.- Alex, o que está fazendo? – perguntou ela.- Seguindo a tradição. – disse ele rindo. – Eu sempre quis fazer isso.- Não quero que você faça esforço... Precisa cuidar.Ele deu um beijo na boca dela, fazendo com que ela se calasse e subiu com ela as escadas, deitando-a cuidadosa e carinhosamente na cama.- Esperei o dia inteiro para ter você só para mim. – confessou ele.- Eu torcia para o tempo passar depressa, para podermos ficar assim...- Eu te amo, Bruna.- Te amo, Alex... Te amo como jamais pensei amar alguém na minha vida.Bruna despertou com a claridade do sol. Abriu os olhos e viu que seria um dia bonito, embora não muito quente. Olhou para o lado e viu Alex dormindo. Ela nunca se cansaria de olhar para ele dormindo, nem de acordar ao lado del
O inverno passou e a primavera começava a dar sinais de chegada, com flores por todas as árvores e uma leve brisa mais quente vindo do mar, embora não suficiente para aquecer a água, que permanecia gelada. Os dias de sol eram mais frequentes e a alegria parecia querer voltar para a Praia do Portal, não fosse Alex ter sofrido várias gripes fortes durante o inverno e eles perceberem que o tempo estava passando e não haveria milagre que pudesse mudar o que estava para acontecer.Desde o casamento, Bruna e Alex passavam juntos cada minuto que tinham, aproveitando ao máximo, conforme haviam combinado. Os cachorrinhos de Ralf e Surfista estavam crescidos, embora ainda filhotes. E Ralf passou a morar com eles e não mais na casa de Dani, embora sempre que iam até lá levavam toda a família canina para visitar a tia. Os cães ocupavam bastante o tempo deles e era um motivo de diversão di&aa
Bruna sentiu o sol batendo no seu rosto. Embora ela insistisse em fechar as cortinas, Alex sempre abria antes que ela acordasse. Ele dizia que precisava abrir os olhos e ver o sol brilhando. Ela olhou a luminosidade dele no mar e realmente lhe deu razão: era algo espetacular. Mas ainda assim impedia seu sono até mais tarde. Ela riu de si mesma: quem quereria dormir até mais tarde com um dia lindo daquele lá fora e ainda mais com uma possibilidade de cura de Alex? Ela levantou-se eufórica. Alex não estava no quarto. Deveria estar mais ansioso que ela. Bruna tomou um banho e vestiu-se para ir à cidade com ele. Quando desceu a mesa do café estava preparada, mas Alex não estava lá. Ela estranhou. Sentou-se e percebeu um bilhete sob sua xícara.Meu amorSei que está tão ansiosa quanto eu, mas eu preciso fazer isso sozinho. Desculpe-me. Sei que ficará brava comigo, mas tamb&eacu
Bruna viu Arthur descendo e o helicóptero partindo novamente. Ele vestia roupas confortáveis e tênis. Ela parou, longe dele, largando os braços ao longo do corpo, sentindo um peso gigantesco caindo sobre si e seu coração batendo mais forte que de costume. Olhou nos olhos de Arthur e viu a tristeza que ele trazia dentro de si. Ela imaginava o que estava acontecendo, mas não tinha coragem de perguntar e nem tinha certeza se queria saber. Foi andando lentamente, sem pressa, até ficar cara a cara com o ex-médico, atual sogro e futuro estranho.- Onde ele está? – perguntou ela sentindo um tremor pelo corpo.Arthur balançou a cabeça de forma negativa e abriu os braços. Ela se jogou neles, fechando os olhos e sentindo as lágrimas caírem quentes pelo rosto dolorido da chuva e do vento que havia pegado durante toda a noite. Elas ardiam conforme desciam. Bruna não