Bruna corria sem parar. Ralf a seguia, correndo atrás dela, às vezes passando pela sua frente. Quando ela chegou em frente à porta da casa de Alex bateu várias vezes, insistentemente. Quando ele abriu ela estava ofegante, quase nem conseguia falar. Estava com os cabelos desalinhados, suada e com a pele avermelhada.
- Bruna, aconteceu alguma coisa? – perguntou ele quando a viu.
Sim, aconteceu, eu estou aqui para dizer que eu amo você e acho que vou morrer junto quando você se for. Isso era o que ela queria dizer. Mas as palavras não saíam de sua boa. Ela ficou ali, parada, sem dizer nada, com o coração saindo de dentro de seu peito e batendo tão alto que ela achava que ele conseguia escutar.
- Está tudo bem?
Ela olhou para ele com uma bermuda larga estampada, sem camisa, com o peito à mostra, as curvas perfeitas, embora mais magro que quando o conheceu. Nã
Depois do almoço Bruna subiu para ler um livro. A temperatura estava amena e aquele dia não era uma boa ideia nadar. Olhando o sol, bem mais fraco e menos quente que no verão, ela acabou adormecendo.Ela acordou no meio da tarde. Quando desceu, Angela estava sentada na varanda.- Sua mãe deve estar preocupada com você. – disse Dani.- Por quê?Dani mostrou a carta na mão:- Ela lhe respondeu logo que você mandou a sua carta.Bruna pegou a carta, sem muita pressa em abrir:- Deve estar com saudade... Como eu.- Imagino que vocês três estejam sofrendo com esta distância.- Sim... Sinto muita saudade delas. Mas ao mesmo tempo não tenho vontade de voltar. Será que dá para entender?Dani riu:- Sabendo o motivo, creio que sim. Mas eu sou feliz em ter você aqui, Bruna. Assim como em ter conhecido Alex e Arthur.
As horas que Bruna ficou separada de Alex pareciam dias. Demorou muito para que ela o reencontrasse. Quando o viu, ela levantou-se e abraçou-o com força. Queria dizer tantas coisas, mas preferiu ficar calada.- Aguardar o médico chamar agora. – disse ele tranquilamente.- Alex... Desculpe-me. Estou arrependida de ter feito você vir até aqui.- Eu teria que vir, Bruna. Você só antecipou.Ela preferiu não falar sobre a conversa que havia tido com o médico dele. Confirmar o que ele já sabia não traria nada de bom.Eles sentaram na sala de espera para aguardarem o médico chamar. Alex balançava a perna o tempo inteiro, ansioso. Será que ele tinha alguma esperança também, como ela? Ela estava dilacerada por dentro.- Alex... – começou ela.Ele colocou a mão sobre os lábios dela, delicadamente e disse
Dani e Bruna planejavam como seria a cerimônia de casamento e a festa. Dani estava muito empolgada, anotando tudo em um bloco. Ela não queria que faltasse nada.- Já pensou no vestido, Bruna?- Na verdade, não.- Você não me parece muito feliz com tudo isso. – observou Dani.- Tia, por mais incrível que pareça, isto não faz muita diferença para mim. Amo Alex... Isso não vai mudar nada... Eu nem acredito que este pensamento vem de mim mesma às vezes, a mulher que só queria colocar um vestido de noiva e entrar na igreja...- Talvez por isso mesmo esteja assim... Lembranças ruins.- Não. – disse Bruna. – Estou casando com o homem que eu amo... É diferente.- Você tem noção de quanto dinheiro você herdará? Garantirá o seu futuro e o de toda sua família.- A qu
Enquanto caminhavam na beira da praia, Cassiane iniciou:- Mamãe tem razão... – disse ela. – Alex é muito bonito.- Eu sei. – falou Bruna seriamente.- E você está muito apaixonada, não é mesmo? Dá para ver nos seus olhos.Bruna sentou-se na areia e Cassiane fez o mesmo. Elas sabiam que tinham muito a falar.- Cassi... Têm acontecido muitas coisas por aqui que eu não mencionei nas cartas.- Algo além de você se casar sem avisar nós? – perguntou ela irônica e visivelmente magoada.- Sim. – admitiu Bruna.- Confesso que desde que cheguei percebi sim que algo não está certo... Pensei que pudesse ser porque não nos vemos há tanto tempo...- O tempo longe de vocês só aumentou a saudade a cada dia... Mas eu estou bem, eu fiquei bem o tempo todo, acredite.-
O jantar foi muito alegre naquela noite. Bruna ficou imensamente feliz porque sua família estava ali. Dani também parecia estar apreciando muito as visitas. Conversaram sobre vários assuntos, principalmente sobre a ilha. Bruna não conseguia esconder sua admiração pela Praia do Portal. Depois foram para a sala de estar. Embora estivesse adorando tudo aquilo, Bruna precisava encontrar Alex. Não poderia ficar sem ver ele naquela noite. Ele não havia vindo para o jantar, certamente por estar magoado com ela por ter escondido a verdade sobre ele da sua família. Mas ela sabia que tudo ficaria bem entre os dois e que Alex entenderia seus motivos. Além do mais, haviam combinado um encontro para comemorarem juntos os últimos dias de solteiros.Ela sabia que Angela não aceitaria que ela saísse aquela hora da noite pela praia para ver Alex. Insistiria que ela deveria ficar em casa e esperar at&eac
Quando Bruna abriu a porta todos olharam imediatamente para ela. Estavam sentados à mesa tomando café da manhã.- Bom dia. – disse ela trazendo os chinelos na mão, usando uma camiseta grande de Alex que cabia duas dela dentro facilmente e com os cabelos completamente despenteados.- Bom dia. – responderam todos.- Vou subir, tomar um banho e já desço para acompanhá-los no café. – disse ela correndo pelas escadas.Ela tomou um banho rápido, penteou os cabelos, colocou uma roupa e desceu. Sabia que teria mais uma explicação para Angela e Cassiane.Assim que ela sentou, Angela disse:- Costuma aparecer assim na casa da sua tia, pela manhã?Bruna olhou para ela confusa. Todos começaram a rir e ela acabou rindo também.- Na verdade, não. Ela costuma passar mais tempo fora. – admitiu Dani.- Percebo
Enfim havia chegado o tão sonhado dia do casamento. Bruna inicialmente não tinha dado muita importância ao papel que selariam naquele momento, mas conforme o tempo foi passando, ela estava ansiosa pelo momento de dizer sim a Alex, de poder viver com ele todos os momentos e de ter para sempre não somente guardado em suas memórias, mas também num papel tudo que viveram juntos.Ela olhou-se no espelho pela milésima vez. Estava muito satisfeita com o vestido que Dani havia mandado fazer na vila especialmente para ela, de forma artesanal. Ele não chegava a ser tão branco, mas puxava a um gelo. Era longo, mas justo na parte de cima e levemente mais solto da cintura para baixo. Bruna não conseguia distinguir o material belíssimo do qual o vestido era feito. Embora parecesse um tule delicado, não era. Mais parecia uma linha grossa rústica, que deixava alguns bordados delicados à vista em
Quando eles passaram pela porta, Alex pegou Bruna no colo.- Alex, o que está fazendo? – perguntou ela.- Seguindo a tradição. – disse ele rindo. – Eu sempre quis fazer isso.- Não quero que você faça esforço... Precisa cuidar.Ele deu um beijo na boca dela, fazendo com que ela se calasse e subiu com ela as escadas, deitando-a cuidadosa e carinhosamente na cama.- Esperei o dia inteiro para ter você só para mim. – confessou ele.- Eu torcia para o tempo passar depressa, para podermos ficar assim...- Eu te amo, Bruna.- Te amo, Alex... Te amo como jamais pensei amar alguém na minha vida.Bruna despertou com a claridade do sol. Abriu os olhos e viu que seria um dia bonito, embora não muito quente. Olhou para o lado e viu Alex dormindo. Ela nunca se cansaria de olhar para ele dormindo, nem de acordar ao lado del