Tudo havia acontecido tão rápido, Lucca mal conseguiu processar tudo aquilo, primeiro que finalmente descobriu porque não conseguia um emprego descente, pois, seu "amigo" Ricardo fez um currículo horrível para ele e o loiro ainda não entendia o porque, não havia motivo para Ricardo sentir inveja de Lucca. Segundo, agora Lorenzo estava levando ele para algum lugar misterioso, sinceramente Lucca não deveria ficar tão perto de seu chefe, Lorenzo é um homem muito bonito e fica apaixonado por ele só iria machucar seu coração.
Lucca era bissexual assumido deis dos dezesseis anos, mas ele não tinha ideia se Lorenzo poderia gostar de homens, ele tinha muita cara de hétero, aquele homem que adoraria cuidar e proteger uma linda mulher. — Chegamos! O loiro piscou os olhos de maneira confusa, estava tão preso em seus próprios pensamentos que nem prestou atenção ao seu redor, ele e Lorenzo estavam de frente para uma sorveteria, Lucca realmente nunca imaginou que poderia ser levado justo para aquele lugar. — Uma… Sorveteria? — Você parecia triste, e julgo que sorvete fazem todos se sentirem melhor. — Penso que sim. Os dois entraram no estabelecimento, Lucca percebeu que as pessoas não pareciam surpresas com a presença de Lorenzo, será que é recorrente ele ir para lá? Seria o único motivo plausível. — O que você vai querer? — Julgo que de pistache. — Tudo bem, será um de menta para mim. Lucca nem sequer teve tempo de abrir a boca, quando percebeu que Lorenzo já estava pagando pelos dois sorvetes. — Não precisava, eu poderia pagar para mim. — Fui eu que trouxe você aqui, então eu pago. Lucca apenas suspirou, não estava com vontade de discutir, aquele dia já estava sendo demais para ele, eles se sentaram em uma mesa e começaram a comer, o loiro soltou um gemido ao provar o sorvete. — Faz tempo que não provo um sorvete de pistache, aqueles de potes no mercado tem um gosto estranho. Ele continua lambendo sua casquinha, quando percebe o silêncio de Lorenzo, Lucca olhou para o italiano que o encarava com um brilho estranho nos olhos. — O que foi Lorenzo? Logo o homem o puxou para mais perto de si, Lucca precisou segurar sua casquinha com força, pois, quase a derrubou. — Lucca… — O que aconteceu? — Acho melhor não continuar gemendo assim, ou eu terei um problema, e você precisará resolver. Lucca sentiu seu rosto ficando quente, se Lorenzo teve essa reação toda porque gemeu enquanto comia seu sorvete de pistache, imagina o que teria acontecido se o loiro estivesse se lambuzando em um sorvete de baunilha. Lucca acabou encarando os lábios do italiano, o que diabos ele estava pensando? Realmente parece que Lorenzo tem uma atração por homens, mas ele era o chefe dele, Lucca não era uma pessoa de noites casuais, ele gostava de romance e relacionamentos sérios. Obviamente ele não poderia ter um caso com seu chefe, ele não conseguiria lidar com aquilo. — Então… — Lucca tentou mudar de assunto e esquecer toda aquela situação. — Vou continuar sendo organizador de arquivos? — Claro que não! — O que? Mas… — Você será chefe dos projetos da empresa, afinal foi por isso que fez faculdade e aqueles estágios não é? Lucca olhou surpreso para Lorenzo, chefe de projetos? Era seu sonho. — Isso é sério? — Claro, não vejo por que não. — Isso é incrível. — Logo vou terminar de entrevistar os funcionários da empresa e decidir se vão ou não ficar, você terá que trabalhar sozinho por um tempo até eu contratar sua equipe, que tal uma sala ao lado da minha? — Vou ter uma sala e minha equipe? — Claro que sim, você será um tipo de chefe afinal. Lucca realmente ficou muito feliz com isso, aquele dia terrível estava se tornando espetacular. Os dias foram se passando, e a vida do loiro estava finalmente indo bem, agora com seu novo salário poderia comprar comidas melhores para sua casa e talvez no futuro até poderia ter um apartamento descente. Infelizmente, hábitos são difíceis de morrer, Lucca tinha o costume de não trazer almoço para a empresa por conta do dinheiro apertado, mesmo com seu novo salário, não lembrava de comprar almoço e ficava trabalhando com fome, o loiro estava em sua nova sala fazendo umas anotações quando Lorenzo entrou, ele era o único que entrava sem bater, ele era o chefe, não é? — Boa tarde. — Boa tarde, Lucca, porque ainda está aqui? — Como assim? Meu turno demora para acabar. — Está no horário de almoço, alguns estão comendo no refeitório, enquanto outros saíram para comer, você trouxe almoço? — Não, eu nunca trago almoço, eu preciso sair de casa cedo para pegar meu ônibus. — Você já comeu? — Não, está tudo bem. Infelizmente, naquele momento, sua barriga decidiu roncar, Lucca ficou com o rosto todo vermelho. — Vamos! — O que? A onde? — Vou levar você para comer no meu restaurante preferido. — Não precisa disso. — Eu não quero comer sozinho, você será uma ótima companhia, o que acha? — Tudo bem… Lucca levantou e saiu de sua sala com Lorenzo. — Espere aqui, vou pegar a chave do meu carro, não gosto de motorista me esperando quando estou trabalhando. Lorenzo então foi em direção a sua sala, Lucca encostou na parede e pegou seu celular e ficou olhando o I*******m. Duas mulheres estavam passando ali para pegar café, a que tinha cabelos loiros, olhou em direção de Lucca e fez uma careta. — Amiga, olha só quem está ali. — Quem? — Aquele garoto dos arquivos. — Mas ele não é chefe de projetos agora? — Sim, ele foi promovido depois de dar para o chefe. — Como você tem certeza disso? — É só olhar a interação deles, apesar que o senhor Rizzo parece muto preocupado com ele, provavelmente não quer deixar sua prostituta ir embora tão cedo. — Isso não é justo, também queria uma promoção. — Eu também, e já sei o que fazer. — O que? — Simples, vou me deitar com o chefe, olha como sou bonita, óbvio que o senhor Rizzo vai me querer, agora que novo cargo irei ficar? Lucca que ouvia tudo ficou irritado, ele nem ligou para os insultos ditos para ele ou que elas pensavam que só conseguiu aquele cargo porque supostamente deu para o chefe, o loiro ficou muito bravo quando ouviu aquela mulher dizer que iria se deitar com Lorenzo. Lucca poderia ser uma pessoa humilde e que não gostava de desejar o mal das pessoas, mas ele não era besta, e era muito vingativo.Lucca chegou em casa, cansado, ser chefe dos projetos da empresa não era uma tarefa fácil, mas provavelmente é melhor que ser um simples organizador de arquivos, o loiro agora ganhava super bem e tinha sua própria equipe, seu sonho estava finalmente sendo realizado e era incrível. Lucca pendurou seu casaco e foi tomar um rápido banho e colocar seu pijama, ele fez uma careta ao ver alguns furos em sua roupa e em breve deveria comprar algumas roupas novas, ele foi para a cozinha e abriu a geladeira, havia sobrado comida do dia anterior.O loiro acabou sorrindo ao ver a geladeira cheia de comida, era uma visão boa, antes sua geladeira nunca tinha muita coisa, e uma boa parte era vencida, ele estava muito feliz por Lorenzo ter lhe ajudado, ele deveria recompensá-lo de alguma forma, como forma de agradecimento.Seu celular começou a tocar, ele logo viu que era seu irmão, provavelmente era sobre a festa de aposentadoria de seus pais.— Sim, Miguel?— Nossa, você parece animado.— Como assim
Lucca estava sentado no sofá da mansão de Lorenzo, era realmente uma mansão muito bonita e chique, mas o loiro não estava com cabeça para pensar naquilo, naquele momento. As imagens de seu apartamento pegando fogo não saiam de sua mente, ele perdeu tudo e não tinha onde morar, ele tinha um bom salário agora, mas ainda sim não era suficiente para simplesmente comprar um novo lugar para si, ele deveria morar com seus pais? Seu irmão? Ele não queria incomodar ninguém.O loiro suspirou e não sabia o que fazer, logo uma xícara de chá foi colocada em sua visão, Lucca olhou para cima confuso e viu Lorenzo oferecendo chá para ele.— Aqui, vai ajudar você a se acalmar.— Obrigado.Lucca aceitou o chá e começou a beber aos poucos.— Sinto muito por isso.— A culpa não é sua que invadiram meu apartamento e colocaram fogo em tudo, Lorenzo.— Pode ser culpa minha sim.Lucca olhou para o italiano de maneira confusa, como aquilo tudo poderia ser culpa dele?— O que você está dizendo?— Sou uma pesso
Lucca suspirou e não sabia mais o que fazer, ele estava tão confiante enquanto Lorenzo lhe tocava e tinha certeza que iriam fazer sexo naquele momento, realmente não imaginou que seriam interrompidos e o castanho agora só sentia vergonha, o que diabos ele faria agora? Não sabia se conseguiria olhar na cara de seu chefe novamente.Lucca não conseguia mais ficar ali, pegou um roupão do banheiro e então saiu do quarto, o loiro ouviu gritos e quando se aproximou da sala, viu Lorenzo discutindo com outra pessoa, provavelmente deveria ser seu irmão, ambos falavam italiano e Lucca não tinha ideia do que estavam falando, mas quando Lorenzo percebeu sua presença, parou de discutir na hora, e seu irmão rapidamente percebeu e também viu a presença do castanho.— Sério? É por isso que não está atendendo as ligações?— Não fale com ele assim!— Não me diga que está apaixonado, seria ridículo, se quer ter uma boa imagem, deveria se casar com Belladona, ela seria uma perfeita escolha, diferente dele
Lucca não lembra a última vez que ficou tão desconfortável na vida dele, ele não sabia o que fazer naquele momento, Belladona olhava para Lorenzo com um olhar cheio de luxúria, além de que agia como se fosse a dona do lugar, Lorenzo estava irritado com a presença da mulher, mesmo assim, Lucca sentia que estava se metendo, ele não gostava daquela sensação, será que deveria simplesmente sair dali?Belladona se aproximou e tentou tocar Lorenzo, mas o italiano rapidamente se afastou, parecia sentir repulsa só com a presença da mulher e não queria ser tocado por ela de jeito nenhum.— Belladona, o que faz aqui?— Antonio me convidou, e aceitei, já estava com saudades de você.— Essa casa é minha, e não de Antonio, ele não tinha direito nenhum de convidar você para cá.— Não precisa dessa hostilidade toda querido, precisamos nos acostumar com a presença um do outro.— E, porque diabos teríamos que fazer isso?— Porque vamos nos casar!Lucca olhou para Lorenzo, claramente o homem estava se s
Lucca sentiu uma dor em sua cabeça e seus olhos estavam muito pesados como se não dormisse há muito tempo, será que ele estava doente? O loiro abriu seus olhos e olhou em volta e logo percebeu que não estava em seu quarto, Lucca estava em uma cela de pedra e estava simplesmente muito frio ali, o loiro tentou pensar em sua última lembrança, ele sabia que havia ido para o trabalho e então simplesmente apagou.Não, ele não apagou, alguém apagou ele, Lucca tentou ficar calmo, mas estava difícil, ele havia sido sequestrado, porque diabos isso havia acontecido com ele? Era por conta que seus pais eram médicos? ou que seu irmão era um advogado?— Olá, você finalmente acordou, Lucca…O loiro olhou em direção a voz, alguém havia entrado em sua cela.— Antonio?— Então você ainda se lembra de mim.— Porque você está aqui? Onde estou?— Eu trouxe você aqui.— Você me sequestrou?— Eu penso que sequestrar é uma palavra muito forte.— Você me apagou e me trouxe aqui contra minha vontade, isso obvi
Lucca estava nervoso, ele realmente esperava que sua família não ficasse irritada com ele, o loiro ficou um bom tempo em choque porque seu apartamento foi invadido e incendiado, depois ele foi morar com seu chefe e nem passou pela sua cabeça que sua família poderia estar preocupada com ele, Lucca realmente esperava que não ficassem tão chateados com ele. O loiro estava no carro ao lado de Lorenzo enquanto um motorista levava eles para a residência de seus pais, o italiano pegou seu celular e colocou no jornal o que aconteceu no dia seguinte após o incêndio no apartamento. O loiro ficou assistindo a reportagem no caminho, sua família deve ter ficado tão assustada quando viram aquilo, e Lucca nem podia se comunicar com eles pelo seu celular, e nem pensou em pegar emprestado o celular de Lorenzo. — Você está bem? — pergunta o Rizzo. — Sim, só estou um pouco apreensivo com a reação da minha família. — Eles vão ficar felizes por ver você. — Sei, mesmo assim fico com um pouco de medo.
Era quase meia-noite, mas ele finalmente terminou, Lucca colocou os papéis em uma pasta e os guardou em seu devido lugar. Lucca trabalhava em organização de arquivos, um trabalho realmente estressante e que muitas vezes acabava lhe dando dor de cabeça, além de todo aquele esforço, Lucca odiava trabalhar em uma sala tão pequena e às vezes ter claustrofobia poderia ser um saco, e todo aquele trabalho lhe rendia uma mixaria.A empresa em que Lucca trabalhava estava praticamente falida, todos os dias ele tinha medo de ser mandado embora, ele era descartável, foi uma sorte Lucca ter sido aceitado naquele emprego. Seus pais são médicos, e seu irmão mais velho é um advogado, Lucca fez faculdade para melhorar seu aprendizado e currículo, ele sempre quis trabalhar em uma empresa, infelizmente, nem tudo era possível.Ele finalmente saiu da sua sala pequena, geralmente era o único a estar ali na empresa, além dos zeladores, então Lucca realmente ficou surpreso ao ver sua colega de trabalho, Isad
Lucca sentia seu corpo congelado, mas ninguém poderia culpá-lo, como diabos ele iria adivinhar que estava gritando com Lorenzo Rizzo? O carro que o mesmo estava usando era um carro padrão de classe média, ele nem sequer tinha motorista, Lucca agora sentia toda a sua esperança de manter o emprego indo por água a baixo, Lorenzo poderia demiti-lo naquele momento, sinceramente era nem melhor comentar que trabalhava na empresa que ele acabou de comprar.Lorenzo olhou para ele com seus olhos verdes perfurantes, Lucca se perdeu em seus olhos, nunca viu nada tão bonito, o loiro tentou se recompor rapidamente, ele não poderia pensar na beleza do italiano naquele momento.— Eu… sinto muito, não queria gritar com você.O homem olhou para ele por um tempo, deixando Lucca bem desconfortável, Lorenzo certamente começaria a xingá-lo em italiano.— Não tem problema, a culpa foi minha.Lucca o olhou surpreso, primeiro por ele estar se culpando e segundo porque o sotaque do homem era simplesmente muito