Lucca sentia seu corpo congelado, mas ninguém poderia culpá-lo, como diabos ele iria adivinhar que estava gritando com Lorenzo Rizzo? O carro que o mesmo estava usando era um carro padrão de classe média, ele nem sequer tinha motorista, Lucca agora sentia toda a sua esperança de manter o emprego indo por água a baixo, Lorenzo poderia demiti-lo naquele momento, sinceramente era nem melhor comentar que trabalhava na empresa que ele acabou de comprar.
Lorenzo olhou para ele com seus olhos verdes perfurantes, Lucca se perdeu em seus olhos, nunca viu nada tão bonito, o loiro tentou se recompor rapidamente, ele não poderia pensar na beleza do italiano naquele momento. — Eu… sinto muito, não queria gritar com você. O homem olhou para ele por um tempo, deixando Lucca bem desconfortável, Lorenzo certamente começaria a xingá-lo em italiano. — Não tem problema, a culpa foi minha. Lucca o olhou surpreso, primeiro por ele estar se culpando e segundo porque o sotaque do homem era simplesmente muito excitante. — O que? — Você tem todo direito de gritar comigo, fui eu que molhei você, sinto muito, está um pouco escuro e não percebi que havia um pedestre querendo atravessar. Lucca ainda estava surpreso, certamente pessoas ricas jogavam suas frustrações nos outros? — Tudo bem, foi um acidente, a rua está realmente bem escura, essas lâmpadas sempre tiveram um brilho fraco. — Está indo para algum lugar? — Sim, meu ônibus. Lucca olhou para o ponto e percebeu que o seu ônibus passou, o loiro suspirou, já estava muito tarde e outro ônibus só iria passar ao amanhecer, ele deveria voltar para a empresa e dormir por lá mesmo, tinha algumas roupas e itens de higiene em seu armário, desse jeito com certeza não perderia a entrevista. — Posso levar você para casa. — Como? — É minha culpa que você perdeu seu ônibus, como perdido de desculpas, posso lhe levar até sua casa. — Eu realmente não quero ser um incômodo, está tudo bem. — Não é problema nenhum, não posso deixar alguém bonito como você nesse estado. Lucca sentiu seu rosto ficar quente, deveria estar bem vermelho naquele momento, esperava profundamente que o homem não notasse, o loiro nunca iria imaginar que seria elogiado pelo próprio Lorenzo Rizzo. — Julgo que está tudo bem, então. — Ótimo. — Espera, vou molhar seu carro. O italiano riu, aquilo realmente o divertiu. — Não se preocupe, tenho outros carros. Claro que ele tinha, Lucca respirou fundo e então entrou no carro, o loiro rapidamente começou a se tremer todo, ele estava todo molhado e o ar condicionado estava ligado. — Desculpe, estou molhando você com minha tremedeira. — Tudo bem, aqui. Lucca olhou para ele, Lorenzo lhe deu um casaco, o loiro nem sequer pensou em recusar, estava muito frio, ele vestiu o casaco quente e soltou um suspiro de alívio. — Obrigado. — Não tem problema. Lucca então deu o caminho para sua casa, o resto do caminho foi em silêncio, ele não tinha mais nada a dizer ao homem, mas Lorenzo não parecia desconfortável por aquele silêncio. Logo o carro parou, e Lucca percebeu que haviam chegado, por sorte seu apartamento parecia bonitinho por fora. — Mais uma vez, obrigado. — Tudo bem, era o mínimo que eu poderia fazer depois de ter lhe molhado e ainda feito você perder o ônibus. Lucca apenas deu um pequeno sorriso, ele abriu a porta do carro e saiu, o loiro ficou feliz em ver que não estava mais chovendo, ele foi andando em direção ao seu apartamento sem coragem de olhar para trás, até que percebeu que ainda estava com o casaco de Lorenzo. — Espera! Porém, quando se virou, Lucca percebeu que Lorenzo já havia ido embora, bem… Ele poderia devolver o casaco quando fosse para a entrevista. O loiro entrou em seu apartamento e foi rapidamente tomar um banho para retirar toda aquela lama de si mesmo, Lucca colocou um pijama azul, apesar que talvez não fosse dormir muito. Eram uma da manhã, provavelmente Lucca poderia pelo menos tirar um rápido cochilo para ficar um pouco mais descansado para a entrevista, seu celular começou a tocar, ainda bem que o aparelho era a prova d 'água, presente de sua mãe em seu aniversário. — Sim? — Olá, irmãozinho. — Miguel? O que está fazendo acordado a essa hora? — Provavelmente eu deveria perguntar o mesmo. — Aconteceu um imprevisto com meu ônibus. — Tudo bem, enfim, vou direto ao assunto, nossos pais estão pensando em se aposentar. Lucca arregalou os olhos, surpreso, certamente não esperava por aquela notícia. — Sério? Porquê? — Eles já podem se aposentar, e optaram por fazer isso, julgo que eles merecem, ficaram a vida toda ajudando os outros e chegou a hora deles pensarem em si mesmos e se divertirem. — Verdade, eu também penso que eles merecem isso. — Talvez vamos fazer uma festa para comemorar isso, ainda não sabemos exatamente quando vai ser a festa. — Tenho certeza que sua noiva deve estar bem ansiosa para planejar tudo. — Sim, Beatriz adora tanto planejar festas, imagino o que ela vai fazer para o dia do nosso casamento, ou quando tivermos filhos. — Você tem sorte de ter ela. — Com certeza, e quando você vai arranjar alguém? Lucca revirou os olhos, seu irmão sempre enchia seu saco com esse assunto. — Eu não quero pensar em um relacionamento agora, preciso me concentrar em meu emprego. — Você pode ainda ser bem jovem, mas deve pensar em seu futuro. — Podemos parar de falar sobre isso? Deveríamos conversar sobre a festa de aposentadoria de nossos pais. — Lá vem você, querendo mudar de assunto. — Miguel, vou desligar na sua cara! — Tudo bem, não vou mais incomodar você sobre isso. — Duvido muito, eu preciso ir, eu realmente preciso de um cochilo. — Certo, não trabalhe muito, você é o chefe deles afinal. Miguel desligou, Lucca ainda não acredita que mentiu dizendo que era chefe dos projetos da empresa, mas o que mais ele poderia dizer? o loiro não iria pensar sobre isso no momento, ele realmente precisava descansar para amanhã. Como iria descansar sabendo que provavelmente seria demitido? mas realmente não demorou muito, e Lucca apagou no sofá.Quando o loiro abriu os olhos novamente, estava quase caindo do sofá, Lucca rapidamente olhou em direção do relógio que deixava pendurado na parede, ainda eram sete horas da manhã, ainda tinha tempo para se arrumar para a entrevista. Sinceramente, Lucca queria muito desistir, mas pelo menos precisava devolver o casaco de Lorenzo, então ele rapidamente foi tomar um banho e colocou roupas formais para ir à entrevista.Ainda tinha leite na geladeira, apesar de que estava quase vencendo, e tinha uma última caixa de cereal no armário, Lucca comeu seu café da manhã, e pegou sua bolsa com o que precisava e até guardou o casaco de Lorenzo ali. O loiro finalmente pegou o ônibus, e chegou na empresa com cinco minutos antes de dar nove horas, então foi praticamente correndo para o andar da antiga sala do chefe.— Bom dia, você chegou em um bom momento. — diz Isadora.— Por que você está nesse andar? Já passou pela entrevista.— Sei, mas o senhor Rizzo comprou uma cafeteira aqui para quem quiser
Tudo havia acontecido tão rápido, Lucca mal conseguiu processar tudo aquilo, primeiro que finalmente descobriu porque não conseguia um emprego descente, pois, seu "amigo" Ricardo fez um currículo horrível para ele e o loiro ainda não entendia o porque, não havia motivo para Ricardo sentir inveja de Lucca. Segundo, agora Lorenzo estava levando ele para algum lugar misterioso, sinceramente Lucca não deveria ficar tão perto de seu chefe, Lorenzo é um homem muito bonito e fica apaixonado por ele só iria machucar seu coração.Lucca era bissexual assumido deis dos dezesseis anos, mas ele não tinha ideia se Lorenzo poderia gostar de homens, ele tinha muita cara de hétero, aquele homem que adoraria cuidar e proteger uma linda mulher.— Chegamos!O loiro piscou os olhos de maneira confusa, estava tão preso em seus próprios pensamentos que nem prestou atenção ao seu redor, ele e Lorenzo estavam de frente para uma sorveteria, Lucca realmente nunca imaginou que poderia ser levado justo para aquel
Lucca chegou em casa, cansado, ser chefe dos projetos da empresa não era uma tarefa fácil, mas provavelmente é melhor que ser um simples organizador de arquivos, o loiro agora ganhava super bem e tinha sua própria equipe, seu sonho estava finalmente sendo realizado e era incrível. Lucca pendurou seu casaco e foi tomar um rápido banho e colocar seu pijama, ele fez uma careta ao ver alguns furos em sua roupa e em breve deveria comprar algumas roupas novas, ele foi para a cozinha e abriu a geladeira, havia sobrado comida do dia anterior.O loiro acabou sorrindo ao ver a geladeira cheia de comida, era uma visão boa, antes sua geladeira nunca tinha muita coisa, e uma boa parte era vencida, ele estava muito feliz por Lorenzo ter lhe ajudado, ele deveria recompensá-lo de alguma forma, como forma de agradecimento.Seu celular começou a tocar, ele logo viu que era seu irmão, provavelmente era sobre a festa de aposentadoria de seus pais.— Sim, Miguel?— Nossa, você parece animado.— Como assim
Lucca estava sentado no sofá da mansão de Lorenzo, era realmente uma mansão muito bonita e chique, mas o loiro não estava com cabeça para pensar naquilo, naquele momento. As imagens de seu apartamento pegando fogo não saiam de sua mente, ele perdeu tudo e não tinha onde morar, ele tinha um bom salário agora, mas ainda sim não era suficiente para simplesmente comprar um novo lugar para si, ele deveria morar com seus pais? Seu irmão? Ele não queria incomodar ninguém.O loiro suspirou e não sabia o que fazer, logo uma xícara de chá foi colocada em sua visão, Lucca olhou para cima confuso e viu Lorenzo oferecendo chá para ele.— Aqui, vai ajudar você a se acalmar.— Obrigado.Lucca aceitou o chá e começou a beber aos poucos.— Sinto muito por isso.— A culpa não é sua que invadiram meu apartamento e colocaram fogo em tudo, Lorenzo.— Pode ser culpa minha sim.Lucca olhou para o italiano de maneira confusa, como aquilo tudo poderia ser culpa dele?— O que você está dizendo?— Sou uma pesso
Lucca suspirou e não sabia mais o que fazer, ele estava tão confiante enquanto Lorenzo lhe tocava e tinha certeza que iriam fazer sexo naquele momento, realmente não imaginou que seriam interrompidos e o castanho agora só sentia vergonha, o que diabos ele faria agora? Não sabia se conseguiria olhar na cara de seu chefe novamente.Lucca não conseguia mais ficar ali, pegou um roupão do banheiro e então saiu do quarto, o loiro ouviu gritos e quando se aproximou da sala, viu Lorenzo discutindo com outra pessoa, provavelmente deveria ser seu irmão, ambos falavam italiano e Lucca não tinha ideia do que estavam falando, mas quando Lorenzo percebeu sua presença, parou de discutir na hora, e seu irmão rapidamente percebeu e também viu a presença do castanho.— Sério? É por isso que não está atendendo as ligações?— Não fale com ele assim!— Não me diga que está apaixonado, seria ridículo, se quer ter uma boa imagem, deveria se casar com Belladona, ela seria uma perfeita escolha, diferente dele
Lucca não lembra a última vez que ficou tão desconfortável na vida dele, ele não sabia o que fazer naquele momento, Belladona olhava para Lorenzo com um olhar cheio de luxúria, além de que agia como se fosse a dona do lugar, Lorenzo estava irritado com a presença da mulher, mesmo assim, Lucca sentia que estava se metendo, ele não gostava daquela sensação, será que deveria simplesmente sair dali?Belladona se aproximou e tentou tocar Lorenzo, mas o italiano rapidamente se afastou, parecia sentir repulsa só com a presença da mulher e não queria ser tocado por ela de jeito nenhum.— Belladona, o que faz aqui?— Antonio me convidou, e aceitei, já estava com saudades de você.— Essa casa é minha, e não de Antonio, ele não tinha direito nenhum de convidar você para cá.— Não precisa dessa hostilidade toda querido, precisamos nos acostumar com a presença um do outro.— E, porque diabos teríamos que fazer isso?— Porque vamos nos casar!Lucca olhou para Lorenzo, claramente o homem estava se s
Lucca sentiu uma dor em sua cabeça e seus olhos estavam muito pesados como se não dormisse há muito tempo, será que ele estava doente? O loiro abriu seus olhos e olhou em volta e logo percebeu que não estava em seu quarto, Lucca estava em uma cela de pedra e estava simplesmente muito frio ali, o loiro tentou pensar em sua última lembrança, ele sabia que havia ido para o trabalho e então simplesmente apagou.Não, ele não apagou, alguém apagou ele, Lucca tentou ficar calmo, mas estava difícil, ele havia sido sequestrado, porque diabos isso havia acontecido com ele? Era por conta que seus pais eram médicos? ou que seu irmão era um advogado?— Olá, você finalmente acordou, Lucca…O loiro olhou em direção a voz, alguém havia entrado em sua cela.— Antonio?— Então você ainda se lembra de mim.— Porque você está aqui? Onde estou?— Eu trouxe você aqui.— Você me sequestrou?— Eu penso que sequestrar é uma palavra muito forte.— Você me apagou e me trouxe aqui contra minha vontade, isso obvi
Lucca estava nervoso, ele realmente esperava que sua família não ficasse irritada com ele, o loiro ficou um bom tempo em choque porque seu apartamento foi invadido e incendiado, depois ele foi morar com seu chefe e nem passou pela sua cabeça que sua família poderia estar preocupada com ele, Lucca realmente esperava que não ficassem tão chateados com ele. O loiro estava no carro ao lado de Lorenzo enquanto um motorista levava eles para a residência de seus pais, o italiano pegou seu celular e colocou no jornal o que aconteceu no dia seguinte após o incêndio no apartamento. O loiro ficou assistindo a reportagem no caminho, sua família deve ter ficado tão assustada quando viram aquilo, e Lucca nem podia se comunicar com eles pelo seu celular, e nem pensou em pegar emprestado o celular de Lorenzo. — Você está bem? — pergunta o Rizzo. — Sim, só estou um pouco apreensivo com a reação da minha família. — Eles vão ficar felizes por ver você. — Sei, mesmo assim fico com um pouco de medo.