Capítulo:02

Lucca sentia seu corpo congelado, mas ninguém poderia culpá-lo, como diabos ele iria adivinhar que estava gritando com Lorenzo Rizzo? O carro que o mesmo estava usando era um carro padrão de classe média, ele nem sequer tinha motorista, Lucca agora sentia toda a sua esperança de manter o emprego indo por água a baixo, Lorenzo poderia demiti-lo naquele momento, sinceramente era nem melhor comentar que trabalhava na empresa que ele acabou de comprar.

Lorenzo olhou para ele com seus olhos verdes perfurantes, Lucca se perdeu em seus olhos, nunca viu nada tão bonito, o loiro tentou se recompor rapidamente, ele não poderia pensar na beleza do italiano naquele momento.

— Eu… sinto muito, não queria gritar com você.

O homem olhou para ele por um tempo, deixando Lucca bem desconfortável, Lorenzo certamente começaria a xingá-lo em italiano.

— Não tem problema, a culpa foi minha.

Lucca o olhou surpreso, primeiro por ele estar se culpando e segundo porque o sotaque do homem era simplesmente muito excitante.

— O que?

— Você tem todo direito de gritar comigo, fui eu que molhei você, sinto muito, está um pouco escuro e não percebi que havia um pedestre querendo atravessar.

Lucca ainda estava surpreso, certamente pessoas ricas jogavam suas frustrações nos outros?

— Tudo bem, foi um acidente, a rua está realmente bem escura, essas lâmpadas sempre tiveram um brilho fraco.

— Está indo para algum lugar?

— Sim, meu ônibus.

Lucca olhou para o ponto e percebeu que o seu ônibus passou, o loiro suspirou, já estava muito tarde e outro ônibus só iria passar ao amanhecer, ele deveria voltar para a empresa e dormir por lá mesmo, tinha algumas roupas e itens de higiene em seu armário, desse jeito com certeza não perderia a entrevista.

— Posso levar você para casa.

— Como?

— É minha culpa que você perdeu seu ônibus, como perdido de desculpas, posso lhe levar até sua casa.

— Eu realmente não quero ser um incômodo, está tudo bem.

— Não é problema nenhum, não posso deixar alguém bonito como você nesse estado.

Lucca sentiu seu rosto ficar quente, deveria estar bem vermelho naquele momento, esperava profundamente que o homem não notasse, o loiro nunca iria imaginar que seria elogiado pelo próprio Lorenzo Rizzo.

— Julgo que está tudo bem, então.

— Ótimo.

— Espera, vou molhar seu carro.

O italiano riu, aquilo realmente o divertiu.

— Não se preocupe, tenho outros carros.

Claro que ele tinha, Lucca respirou fundo e então entrou no carro, o loiro rapidamente começou a se tremer todo, ele estava todo molhado e o ar condicionado estava ligado.

— Desculpe, estou molhando você com minha tremedeira.

— Tudo bem, aqui.

Lucca olhou para ele, Lorenzo lhe deu um casaco, o loiro nem sequer pensou em recusar, estava muito frio, ele vestiu o casaco quente e soltou um suspiro de alívio.

— Obrigado.

— Não tem problema.

Lucca então deu o caminho para sua casa, o resto do caminho foi em silêncio, ele não tinha mais nada a dizer ao homem, mas Lorenzo não parecia desconfortável por aquele silêncio. Logo o carro parou, e Lucca percebeu que haviam chegado, por sorte seu apartamento parecia bonitinho por fora.

— Mais uma vez, obrigado.

— Tudo bem, era o mínimo que eu poderia fazer depois de ter lhe molhado e ainda feito você perder o ônibus.

Lucca apenas deu um pequeno sorriso, ele abriu a porta do carro e saiu, o loiro ficou feliz em ver que não estava mais chovendo, ele foi andando em direção ao seu apartamento sem coragem de olhar para trás, até que percebeu que ainda estava com o casaco de Lorenzo.

— Espera!

Porém, quando se virou, Lucca percebeu que Lorenzo já havia ido embora, bem… Ele poderia devolver o casaco quando fosse para a entrevista. O loiro entrou em seu apartamento e foi rapidamente tomar um banho para retirar toda aquela lama de si mesmo, Lucca colocou um pijama azul, apesar que talvez não fosse dormir muito.

Eram uma da manhã, provavelmente Lucca poderia pelo menos tirar um rápido cochilo para ficar um pouco mais descansado para a entrevista, seu celular começou a tocar, ainda bem que o aparelho era a prova d 'água, presente de sua mãe em seu aniversário.

— Sim?

— Olá, irmãozinho.

— Miguel? O que está fazendo acordado a essa hora?

— Provavelmente eu deveria perguntar o mesmo.

— Aconteceu um imprevisto com meu ônibus.

— Tudo bem, enfim, vou direto ao assunto, nossos pais estão pensando em se aposentar.

Lucca arregalou os olhos, surpreso, certamente não esperava por aquela notícia.

— Sério? Porquê?

— Eles já podem se aposentar, e optaram por fazer isso, julgo que eles merecem, ficaram a vida toda ajudando os outros e chegou a hora deles pensarem em si mesmos e se divertirem.

— Verdade, eu também penso que eles merecem isso.

— Talvez vamos fazer uma festa para comemorar isso, ainda não sabemos exatamente quando vai ser a festa.

— Tenho certeza que sua noiva deve estar bem ansiosa para planejar tudo.

— Sim, Beatriz adora tanto planejar festas, imagino o que ela vai fazer para o dia do nosso casamento, ou quando tivermos filhos.

— Você tem sorte de ter ela.

— Com certeza, e quando você vai arranjar alguém?

Lucca revirou os olhos, seu irmão sempre enchia seu saco com esse assunto.

— Eu não quero pensar em um relacionamento agora, preciso me concentrar em meu emprego.

— Você pode ainda ser bem jovem, mas deve pensar em seu futuro.

— Podemos parar de falar sobre isso? Deveríamos conversar sobre a festa de aposentadoria de nossos pais.

— Lá vem você, querendo mudar de assunto.

— Miguel, vou desligar na sua cara!

— Tudo bem, não vou mais incomodar você sobre isso.

— Duvido muito, eu preciso ir, eu realmente preciso de um cochilo.

— Certo, não trabalhe muito, você é o chefe deles afinal.

Miguel desligou, Lucca ainda não acredita que mentiu dizendo que era chefe dos projetos da empresa, mas o que mais ele poderia dizer? o loiro não iria pensar sobre isso no momento, ele realmente precisava descansar para amanhã.

Como iria descansar sabendo que provavelmente seria demitido? mas realmente não demorou muito, e Lucca apagou no sofá.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo