Amira Garcia
Eu queria momentos menos dolorosos, mas as coisas estavam cada vez pior, três semanas trabalhando no restaurante e nada mudava, minhas brigas com Lorenzo estavam incomodando os outros funcionários. Petra mais conhecida como fifi, apelido carinhoso que coloquei, não tinha um dia que ela me deixasse em paz.
— Não aguento mais, Flora. Por que sua mãe sofre tanto? — perguntei olhando para minha gata que estava lambendo sua patinha. Eu não estava exagerando, minhas costas doíam, meus pés estavam um pouco inchados, andava de um lado pro outro sem pausas no trabalho.
Nunca fui de fazer corpo mole, no entanto, meu corpo implorava por descanso, tudo que estava fazendo não era coisa de uma simp
Lorenzo RiveraSibele brincava do meu lado, e eu não parava de pensar na besteira que fizera no restaurante mais cedo. Por que eu disse tudo aquilo? Queria entender porque palavras de conforto saíram da minha boca. O que ela estava fazendo comigo? Senti vontade de protegê-la, não hesitei em tocá-la, ver a Garcia daquele jeito me desesperou. Não queria machucá-la quando segurei firme seu braço, acabei me exaltando em excesso. Eu disse que tentaria mudar, falei coisas absurdas, foi loucura da minha parte, perdi a oportunidade dela ir embora da minha vida, praticamente implorei que ela ficasse.Precisava afastar meus pensamentos e esquecer o que tinha feito.— Filha, está gostando da escola? — pergun
Amira GarciaDe frente para o delegado, expliquei tudo exatamente como aconteceu, e chorei algumas vezes recordando. Por que aquelas coisas aconteciam comigo? Um castigo? Mais por quê? O delegado parecia estar me analisando, seus olhos semicerrados me causou desconforto. Ele estava duvidando de mim? Passei minha mão suada na minha roupa, esperando que ele dissesse alguma coisa.— Então, alguém quer assassinar a senhorita, e não o reconheceu? — sua pergunta me deixou mais nervosa. Enquanto ele estava confortável na sua poltrona de couro preto, passando uma das mãos em sua barba grisalha, eu queria que tudo fosse um pesadelo.— Como eu ia reconhecer, delegado? Ele estava mascarado! — afirmei, fechando minha
Lorenzo RiveraQuando convidei a Garcia para ficar na minha casa, foi pensando em protege-la de qualquer risco de vida, mesmo sabendo que a convivência seria muito difícil com ela. Existia algo nela que de certa forma, estava me afetando muito, talvez fosse os acontecimentos recentes. Deixaria para pensar ou me arrepender um pouco mais tarde, porque naquela noite queria apenas descansar, porém, ela não estava colaborando.— Entra! — falei pela segunda vez. Estávamos aproximadamente há dois minutos parados em frente a porta da minha casa. Por quê? Porque ela ficou feito bobona boquiaberta, encarando a fachada da casa!— Você mora mesmo aqui? — perguntou, olhando em direção a piscina. Que
Amira GarciaMeu inimigo logo pela manhã foi me importunar. Não suportava mais com firmeza meus problemas, era humilhante depender de alguém para sobreviver. Lorenzo me magoou com suas palavras, não consegui segurar o choro. Sabe quando você se sente um nada? Eu me sentia assim, não conseguia esquecer ele me acusando de tentar seduzi-lo, para lhe arrancar dinheiro. Quem realmente era ele? Pensei encontrar uma casinha confortável e não uma mansão com seguranças. Tinha medo de descobrir a verdade, ser um cozinheiro deveria ser apenas uma fachada. Meus colegas de trabalho, nem imaginavam quem realmente era o senhor mandão, muito menos eu.— Flora, não quero descer. — resmunguei, olhando para ela, que soltou um miado. Como queria que ela falasse, com c
Lorenzo RiveraTem coisas que eram impossíveis de serem evitadas, não conseguia ser tão confiante quando o assunto envolvia meu pai, minha felicidade tinha um preço incalculável, não queria que ele estragasse tudo, estava com medo, medo dos seus julgamentos. Fiquei em canto vazio tentando me recuperar, palavras dolorosas precisei engolir, eu não estava preparado para enfrentar minha família, mas não tinha mais jeito, uma simples ligação mudou tudo. Apoiei minhas mãos na parede, respirei fundo, não conseguia esquecer o que tinha acontecido. Minha irmã não parava de me telefonar, suas mensagens ignorei todas, por medo, precisei de coragem para retornar suas ligações, mesmo sabendo que ela facilmente descobriria a razão do meu afastamento. Nunca consegui mentir para Sa
Miguel Garcia— Outra vez preciso cuidar daquela velha, por que ela não morre logo de uma vez? — me questionei enquanto colocava meu cinto.Tinha planos para o domingo, precisei cancelar quando meu pai me telefonou desesperado. Tentar ser o filho querido, exigia muito de mim, aquela bruxa velha nem minha mãe era, roubou o lugar que de direito era da minha mãe. Eu era só uma criança de três anos quando tudo aconteceu, cresci longe da minha mãe legítima, só consegui vê-la de novo anos depois.Caminhei até o espelho me preparando para minha melhor atuação. Por que ela continuava insistindo em lutar pela vida? O câncer estava se espalhando pelo seu corpo, as chances de ser c
Amira GarciaDe um jeito diferente, Lorenzo me assustou, com uma bondade que não combinava em nada com o grosseirão que foi sempre. Sua mudança repentina, me causou desconfiança, no começo pensei que ele estava zombando de mim, mas não era isso, provavelmente, tinha mudado sua atitude em relação a mim, quando parei para ouvir seus problemas, porém, minha intenção de ouvi-lo nunca foi esperando algo em troca. Uma semana foi o suficiente para mim, deixar de odiá-lo tanto, tinha que reconhecer seu esforço para me agradar, claro que nós dois ainda tínhamos nossas brigas, mas nada sério, não como antes.Quando voltamos ao trabalho pensei que não conseguiria trabalhar outra vez naquele restaurante, porque as lembran&c
Lorenzo RiveraÉ estranho eu dizer que fiquei feliz depois da travessura que fiz? Digo, a qual deixei a Garcia toda molhada no banheiro. Nunca antes tinha reparado tanto em seu corpo, maioria das vezes ela usava roupas que desvalorizam seu corpo, mas continuava uma gracinha. O que eu estava pensando? Tínhamos um problema para resolver. Encarei a porta do quarto, eu estava do lado de fora após ser expulso a tapas por ela. Quando ouvi ela destrancar a porta coloquei um sorriso idiota no rosto, mas quando a vi chorando partiu meu coração.— Eu estou aqui por você! Não que isso seja grande coisa, mas estamos juntos nessa! — afirmei, acariciando sua bochecha direita.Não que eu estivesse me aproveitando ou algo semelhante, naq