Capítulo 39 - As cartas

Alice

Fabiana era minha melhor amiga. O meu maior amor. O que eu sentia por ela — e ainda sinto — é inexplicável, como se fossemos almas gêmeas.

Mas agora mal consigo olhar para ela. Sempre que a vejo ou sequer ouço seu nome, lembro do som da sua voz dizendo aquelas coisas sobre mim no rádio, me lembro da decepção no rosto dos meus pais. Mil vezes preferiria que ela nunca tivesse me ajudado com Edvaldo, se aquele seria o desfecho.

Dói ter visto minha família quase desmoronar. Mas o que mais dói é a sensação de traição da pessoa que se ama. Frequentemente tenho pesadelos com a sua voz. Ela me quebrou. Tirou de mim a capacidade de confiar, minguou meus sorrisos. Me tornei uma casca, assim como meu irmão.

Ela é uma bruxa... Então por que essa dor em meio peito toda vez que faço uma pequena vingança? Quando ordeno que massageie os pés da pessoa que ela mais odiava... Por que o tapa em seu rosto doeu como uma facada em meu peito?

Os cacos do meu coração se espatifaram ali. E foram lançados
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