No quarto rolava de tudo. Desde o oral com sua barba rala e sexy por fazer, roçando em minhas coxas, até o sexo em si, no meio das cobertas recém arrumadas.
Depois almoçamos juntos e quando eu tentava arrumar qualquer coisa, Mateo vinha até mim e praticamente me jogava em cima da mesa, para que pudéssemos desfrutar da maravilha que é morar junto com quem se ama.
Estava tomando banho e ele aparecia, para me fazer companhia. Arrumava o quarto e Mateo me jogava na cama, desarrumando tudo de novo. Cozinhava e Mateo me puxava pelo avental porque achava sexy e acabava queimando a comida.
É completamente maravilhoso poder estar com quem se ama. Poder abraçar e beijar a todo momento, simplesmente porque deu vontade. Mas com tudo isso, vem as responsabilidades e as obrigações. Cuidar de uma casa, não é simplesmente varrer e fingir que faz comida, como nas brincadeiras de criança. É muito mais que isso. Tem que realmente manter a ordem e uma diplomacia formadas, dentro de casa, e saber dividir os horários para cada coisa.
Recém casados costumam achar que tudo é um mar de rosas, quando na verdade eles ainda precisam se estabilizar, trabalhar muito e conquistar cada espacinho de sonhos possíveis. Não é como nos filmes em que uma mulher fica sexy em qualquer blusa do namorado e coque frouxo bagunçado. Eu me via assim todas as manhãs e nunca entendi porque isso é visto como 'sexy' para tantas pessoas.
Não havia nada de sexy naquilo. Só me sentia largada e preguiçosa enquanto preparava mais uma vez o café, à espera de que Mateo aparecesse e se engraçasse para cima de mim. Mas eu, como estava tão desanimada com tudo, nem os dentes escovei e muito menos saí correndo para o banheiro quando Mateo veio me beijar, como antes. Estava tudo tão preto e branco, tão monótono que eu nem me importei e simplesmente virei o rosto e dei um sorriso falso.
— Ah não, Mateo, eu não escovei os dentes ainda.
— Eu não me importo, vem cá. — ele disse e me puxou para um beijo.
O beijo de Mateo é bom. O sexo é bom. Ele é bom. Na verdade, mais que bom. Sei que qualquer garota se apaixonaria por ele na certa. Sua pele é morena, tem cabelos e olhos castanhos e seu sorriso, é totalmente apaixonante. Seu jeito é tranquilo e é um verdadeiro cavalheiro em tudo o que faz.
Mateo é daqueles que dá flores e chocolates sem ser uma data importante. Daqueles que abre a porta do carro e até puxa a cadeira quando vai a um restaurante. Faz de tudo para agradar a pessoa que estiver com ele. É inteligente, vem de boa família e ama crianças e animais.
E era exatamente ali que morava o problema. Mateo era certinho demais. Muito 'inho' pra mim.
Eu preciso de mais. Embora não saiba como e muito menos onde encontrar.
[...]
À noite, Mateo insistiu tanto que acabou me convencendo no cansaço para irmos ao cinema. Vesti apenas uma calça legging preta, uma blusa da Coca Cola branca, um sobretudo e finalizei com um all-star branco de couro. Deixei meus cabelos lisos e soltos e quase não passei maquiagem. Não estava com saco para me maquiar e muito menos para sair.
E a cada coisa que fazia no dia, me lembrava de como era quando começamos a namorar. Igual quando fomos pela primeira vez ao cinema.
Nós não sabíamos qual filme iriamos assistir e eu tinha um dilema imenso com a minha escolha de roupa. Lembro de revirar meu guarda roupa inteiro e não encontrar nenhuma roupa boa o suficiente para me encontrar com ele. Experimentei: vestidos, shorts, saias curtas, saias longas; E não ficava satisfeita com nenhuma opção.
Mas por fim, acabei escolhendo a primeira opção que havia provado e fui com uma calça jeans lavado, com alguns rasgos, uma blusa de alças finas na cor branca, e uma jaqueta de couro preto por cima.
Naquele dia, os minutos pareciam não passar e só pensava em poder logo abraçar e beijar meu amor e passar o dia inteiro com ele. Sabia que seria perfeito e não via a hora disso acontecer logo.
Quando finalmente Mateo chegou, atrasado como sempre, nos despedimos de meus pais e seguimos até o shopping. Compramos vários doces, pipoca e refrigerante até que entramos, muito entusiasmados, na sala. Nós assistimos a um filme de terror, mesmo com Mateo tendo insistido para assistirmos um de comédia. Eu amo terror e não abriria mão de assistir o meu primeiro no cinema.
No fim, o filme foi uma grande bosta, uma merda, que nem ele ficou com medo. Saímos do cinema chateados, mas fomos lanchar e depois tomar um sorvete. Ficamos juntos a todo o tempo, de mãos dadas ou então com as mãos dele rodeando minha cintura. Ele sempre me olhava com um sorriso perfeito nos lábios ou então me distribuía beijos por todo o rosto e bagunçava o meu cabelo, mesmo sabendo que aquilo me irritava profundamente. Meu cabelo loiro natural, batia na altura do ombro, mas ainda assim, bagunçava com facilidade e me deixava com raiva. Mas ele sempre me lançava um daqueles sorrisos maravilhosos com seus dentes perfeitos e me deixando babando quase que literalmente.
Mateo me deixou em casa às dez, como havia prometido a meu pai. Assim que entrei em casa, meus pais olharam para o relógio e sorriram ao ver que estávamos sendo obedientes e pontuais.
Mas como infelizmente, o tempo passa e tudo muda, nós discutimos mais uma vez para a escolha do filme e como não estava com saco para discutir, deixei que ele vencesse dessa vez e compramos ingressos para um filme chato de merda. Só pode ser uma grande droga! Ficamos fazendo hora pelo shopping até dar o horário da sessão.
Minha vontade era de entrar numa livraria, comprar um livro me sentar em uma mesa qualquer e beber enquanto leio. Mateo me beijava e eu não aguentava toda aquela agarração.
Eu estava tão esgotada dessas idiotices. Não suportava mais essas coisas de menininhas e toda vez que ele me abraçava em alguma fila, eu dizia que estava com calor para que ele pudesse me soltar e me deixar livre, pelo menos um pouco.
O horário da sessão chegou e o braço de Mateo em meus ombros estava me irritando. Queria sentar direito, minhas costas estavam doendo e estava desconfortável naquela posição. Na verdade, a posição é desconfortável, mas qualquer pessoa apaixonadinha se sente maravilhada só de estar do lado do amado.
O filme já estava lá pela metade, mas ainda assim, parecia que tinham se passado cinco horas. Estava entediada, desconfortável e com calor. E Mateo não parava de me encarar e perguntar "o que houve?", eu sempre dizia que era nada, mas ele insistia em perguntar e isso estava me enchendo a paciência cada vez mais.
— O que foi?
— Nada.
— Fala! Eu sei que é alguma coisa.
— Se eu falei que é nada, é nada porra, que saco! — disse e me levantei em direção a saída.
Mateo veio atrás de mim, mas eu continuei andando.
— Hope! — chamou e eu nem olhei pra trás.
Já estava em frente a escada rolante quando Mateo correu e me alcançou, me puxando pelo braço e me fazendo olhar pra ele.
— O que é, porra?
— O que está acontecendo, Hope?
— Nada, só me deixa ir embora.
— Não, me fala o que houve.
— Já disse que não é nada! E acabou! — gritei, consegui me soltar dele e desci correndo pela escada rolante em direção a saída do shopping.
Por sorte estava com meu carro e poderia ir embora sem ele. Entrei no carro e corri pelo estacionamento, até a cancela da saída e iria até a casa de Roger. Ele é a única pessoa que sabe como estou me sentindo em relação a Mateo e é o único com que eu poderia conversar agora.
Eram só vinte minutos do shopping até a casa dele. Estava a três ruas de chegar, quando passei por um cruzamento em que o sinal estava aberto pra mim e na rua do lado, fechado. E então algum idiota ultrapassou e acabou batendo no meu carro.
Era tudo o que eu precisava, para terminar aquela noite muito bem.
Toda a angústia e peso na consciência que eu estava sentindo foi embora, no momento em que algum idiota bateu no meu carro, me deixando desconcertada e assustada.
Meu carro era novo e estava em perfeito estado, e até aquele momento, sem nenhum arranhão. Mas agora estava com o farol totalmente destruído e já era. Terei que me virar para pagar o conserto, o que com certeza será uma fortuna.
Saí do carro quase soltando fumaça pelas orelhas quando um cara alto saiu do outro carro. Seus cabelos grandes e cacheados me chamaram a atenção e tentei não transparecer a inveja que senti, ao reparar nos olhos verdes que ele tinha. Estava usando uma calça jeans e uma blusa de botão fechada até a altura do pescoço.
— Você é cego ou só lerdo mesmo? Não percebeu que o sinal estava fechado pra você? Isso poderia ter... — eu gritei, mas fui interrompida.
— Ei, ei, ei, calminha aí! O sinal está ruim e não percebi seu carro. Me desculpa. — o cara falou com seu sotaque forte e voz rouca.
— Desculpas não vão pagar o conserto do meu carro!— Eu pago, me dá seu telefone e a gente vê um mecânico aqui perto. — ele disse, sendo educado até demais.— Não, não precisa, quer saber? Só preciso que você me leve para onde eu estava indo, não estou em condições de dirigir.— Ok, vou estacionar meu carro e te levo com o seu. Entramos em umas cinco lojas de sapatos e por mais que eu insistisse em experimentar sapatos pretos ou cores neutras, Roger sempre pedia os mais coloridos e chamativos. Por fim, me apaixonei por um vermelho altíssimo, que eu tinha pavor de andar, mas logo me acostumaria.Voltamos para casa e eu estava terminando de me arrumar, mas Roger já estava pronto há meia hora e continuava a me apressar. Fiz uma maquiagem escura, com bastante sombra preta e marrom esfumada nos cantos dos olhos, dando ênfase ao azul profundo que eles contêm, e passei uma quantidade razoável de rímel. E como sou adepta da frase 'olho tudo, boca nada', passei um batom marrom fraquinho e deixei a atenção toda nos olhos. Coloquei um brinQuatro
Assinei alguns contratos e estava tudo negociado. O aluguel não era caro e conseguiria arcar com as despesas da casa de acordo com meu pequeno salário mais o dinheiro que recebo dos meus pais.Passei no banco e consultei a possibilidade de um empréstimo. Pouca coisa, apenas para comprar alguns móveis necessários e decorar meu novo apartamento de acordo com meu gosto. Consegui dez mil de crédito e estava mais do que suficiente. Dava até mesmo para pagar o conserto do meu carro, que por sorte, não ficou tão caro quanto eu esperava.
Acordo em mais um dia frio e chuvoso em Londres. Reviro os olhos, mesmo que eles ainda estejam fechados e me levanto a caminho do banheiro.Acordar todos os dias às sete da manhã, era algo que eu definitivamente não gostava de fazer. Mas não tenho a vida ganha e preciso trabalhar se quiser sobreviver.Tomo meu café da manhã, nada mais que uma tigela de cereal com leite, já que não sinto fome de manhã. Visto uma saia lápis preta, uma blusa de cetim branca, pego minha bolsa e sobretudo, saindo rapidamente para o trabalho. Minha chefe já havia me ligado e pediu para eu me apre
No andar de cima, tudo continuava muito sofisticado, mantendo o padrão de beleza e cores com o cinza e prata, mas com algumas coisas em branco e um cinza mais claro, um ou outro ícone de decoração com cores diferentes. Enquanto ainda conversávamos, ele me encaminhou até uma sala ao fundo e encontrei duas mesas brancas, com coisas de escritório em cima. Havia um homem em um lado e uma mulher do outro.O loiro me olhou intensamente e pude perceber seus olhos incrivelmente azuis e profundos. Já a garota, se levantou e sorriu, assim que me viu.— Hope, te apresento, Amélia. A parte Saw
— Ah, sem essa! Olha pra só para você! — disse enquanto me arrastava até a frente de um espelho — Pernas definidas, cabelos loiros e lisos, olhos azuis, barriga chapada, quer mais o que? Uma Ferrari e uma casa em Paris? Você está feita na vida, garota. Se joga!Sorri ao ouvir a resposta dele. É incrível, ele sempre tem algo motivador e alegre a dizer. Por isso eu pus um sorriso no rosto e virei novamente pra ele.— É isso aí! — falei — Agora vem, vamos escolher uma roupa! — disse e o arrastei até o quarto, levando minha mala junto.Joguei todas as roupas de uma vez, sem cuidado nenhum, na cama e olhei para Roger com cara de confusão. Ele riu e começou a analisar todas as peças com olhos de quem entende de moda. Eu só o observava calada enquanto ele separava algumas e fazia cara feia para outras.Por fim, eram duas mudas
Depois de quase não conseguir dormir, mal acordei e já me pegava tocando meus lábios. Roger não me deixou quieta um minuto ontem e eu precisei contar a ele sobre o breve beijo que ocorreu. Depois de seus muitos berros em meu ouvido, fui tentar dormir, satisfeita pela impressão que acho que passei, mas ainda assim encantada e pensativa sobre o ocorrido.Não sabia quais seriam os próximos passos, mas ainda assim espero uma ligação dele e não paro de olhar meu celular, um minuto sequer. Me sinto como uma adolescente afim de algum garoto da escola, na espera de uma solicitação de amizade ou um simples 'oi' capaz de causar loucuras.
Roger me olhava paralisado, tentando entender o que acabei de fazer, mas eu só sabia rir, pelo nervoso que estava sentindo. Harry cismou que eu estava bêbada.Meu telefone estava tocando há uns vinte minutos e eu só sabia rejeitar as ligações. Mateo insistia em me ligar e não sabia a hora de parar. Ele é insistente e teimoso, isso sempre me irritou nele.Já passava das duas da manhã e decidimos ir embora. Como Harry foi o único a não beber, deixou Roger e eu em casa e eu iria buscar meu carro no estacionamento do nosso prédio no dia seguinte, já que j&aa