Capítulo 7

POV da Victoria

Eu poderia estar entrando em um palácio, mas era só a mansão da família do Connor. A forma como ele dirigia era incrível de se observar, como se fosse algo tão natural quanto respirar. Eu odiava dirigir, sempre me acomodava no banco do carona, longe da adrenalina de estar atrás do volante, sempre que tentei até uma tartaruga poderia me ultrapassar.

Tinha um muro rodeando a propriedade, tão extenso que cheguei a achar que estávamos passando por um condomínio, já que eu não conhecia aquele bairro da cidade, mas os portões de ferro se abrem e entramos. Ele dirige por um extenso gramado com vista para jardins até entrar na garagem, a mansão era de mármore branco, grande o suficiente para abrigar todos que estavam no evento da Mercedes.

Quem é que tem um elevador em casa? Aquilo era insano. E injusto. Quantas pessoas não tinham nem uma casa e ele com uma mansão, não deveria nem acessar todos os cômodos daquele imóvel. Ao atravessarmos o longo corredor, meus passos são abafados pelo carpete e não entendo porque sua mentira de nunca ter levado ninguém ali antes.

Aquele lugar não me dizia absolutamente nada sobre ele, até o consultório de dentistas dos meus pais era mais aconchegante e menos branco. O quarto em que entramos tinha as paredes com um tom de azul claro, assim como o jogo de cama, mas tudo muito neutro e impessoal.

Quando ele me deixa sozinha, eu finalmente respiro fundo e relaxo. Era como se eu estivesse amarrada perto dele, a verdade é que eu era quem realmente estava ficando cada vez mais nervosa, mas esperava que ele não tivesse percebido.

"Qual vestido eu escolho? Todos são tão lindos que parecem ter saído de filmes das princesas." Falo para mim mesma, passando de vestido para vestido no armário.

Acabo por escolher um cor de rosa púrpura com o tecido cheio de brilho, ele tinha uma pequena cauda e eu agradeci por estar de salto alto, tinham diamantes incrustados na costura do decote em coração e uma fenda na perna esquerda. Já que a vida tinha me colocado naquela situação cheia de limões, que eu fizesse uma limonada e como meu irmão que já estava tomando caipirinha na área VIP disse, agora sim eu poderia até mesmo me passar por uma Jones. Se aquela casa já era daquela forma, me perguntava como seria a dos Jones mencionados por Chris.

Olhando meu reflexo em um espelho que ia do chão ao teto na parede, viro uma contorcionista tentando juntar o zíper do vestido com uma mão e puxá-lo para fechar com a outra. Eu tento prender a respiração, como se fosse mudar alguma coisa e quando percebo que a guerra está perdida, procuro rapidamente entre os outros vestidos e todos eles tem fechos mirabolantes que uma dama não consegue fechar sozinha.

"Agora ferrou de vez. Deveria ter ficado no carro." Murmuro. Minhas opções eram colocar o vestido azul manchado, o que não faria sentido pois eu já havia ido até ali só para trocar de roupa. Ou... Eu não acreditava que iria fazer isso, mas me vi sem escolha.

Antes que eu pudesse parar para pensar e me arrepender, saio correndo enquanto seguro o vestido para não cair até chegar no quarto que deveria ser o do Connor, percebo que ao contrário do que eu esperava, o vestido não era pesado. Não penso em nada e apenas abro a porta, o que me arrependo na mesma hora. Aonde estavam os meus modos? Eu deveria mesmo ter batido antes. Paraliso com uma mão na maçaneta enquanto seguro o vestido com a outra, sem saber o que fazer.

"Eu... Desculpe." É tudo o que consigo falar. Sinto o calor subindo por meu colo, meu pescoço e meu rosto ruborizando.

O desgraçado era gostoso. Muito gostoso. Ele estava sem camisa e pela expressão surpresa em seu rosto, eu realmente havia o pegado desprevenido e agora estava parecendo uma pervertida. Não que eu não estivesse sendo, sem conseguir desviar os olhos dos seus braços enormes, do seu peitoral musculoso e seu abdômen definido. Meu instinto me implora para tocar cada milímetro da sua pele, por isso me controlo para não fazer nenhum movimento brusco e perder a cabeça.

"Entra aí, Evans. Precisa de ajuda com o vestido?" A expressão de Connor passa de surpresa para divertimento em um piscar de olhos. O sorriso travesso de lado revelando uma covinha e as sobrancelhas arqueadas comprovam que ele estava adorando a situação.

"Preciso. Só fecha atrás para mim, por gentileza." Assinto e entro no quarto, fechando a porta.

Aquele era o único lugar que não parecia feito para acomodar hóspedes e dava para notar que morava alguém. Ele tinha adesivos e pôsteres de filmes de super herói em uma das paredes, bandas de rock e uma guitarra no canto do quarto.

"Não imaginei que você fosse um nerd do rock." Provoco ao me virar de costas para ele, sem ver ele ficaria mais fácil de me controlar.

"Vem cá, loirinha." Eu conseguia ouvir o sorriso em sua voz quando ele segura em minha cintura por dentro do vestido e me puxa para mais perto dele. O toque de suas mãos me faz estremecer e querer urgentemente por mais. "O que você imaginou? Me conta."

Ele coloca meus cabelos delicadamente para frente, fazendo minha nuca arrepiar com seu toque. Tento controlar o ritmo de minha respiração enquanto ele desliza os dedos por minhas costas antes de fechar o zíper que ia da base de minha coluna até a metade da escápula. Ele estava fazendo de propósito e eu precisava lembrar que o detestava, porque naquele momento seria muito fácil esquecer.

"Que seria um riquinho mimado que só gosta de jogar golf nos finais de semana. Quem sabe acompanhar um campeonato de tênis." Eu dou de ombros.

"Ser um nerd do rock combina bem mais comigo." Ele ri, parecia estar genuinamente achando graça, como se eu houvesse contado algum tipo de piada. "Ei..."

Ele me vira para ele, me analisando de cima a baixo, me devorando com os olhos, observando os mínimos detalhes daquele vestido em meu corpo, até parar em meus lábios.

"Você está deslumbrante, Evans." Ele sussurra, próximo demais. "Pode não me detestar por apenas sessenta segundos?" Ele pergunta olhando intensamente em meus olhos, os seus verdes refletiam o mais puro desejo e luxúria quando segura em meu rosto, acariciando minhas bochechas com os polegares.

"Sessenta segundos?" Pergunto, franzindo as sobrancelhas.

"É tudo que eu preciso. Por favor." Ele implora. Seu perfume amadeirado e intenso, com um toque de frescor de limão que deveria ser do shampoo era envolvente, seu olhar suplicante e seus lábios fartos entreabertos eram demais para mim.

Sessenta segundos. É tempo suficiente para mudar tudo. Para mudar o rumo que meu coração seguiria e minha vida tomaria.

"Sessenta segundos." Sussurro e assinto, concordando no mesmo momento que ele desliza uma mão para minha cintura e a outra se enrosca em minha nuca, fazendo meu corpo se acender enquanto nossos lábios se unem com urgência.

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