Luciana
— Não é isso... — Mordi o lábio. Por que ele estava perguntando isso? Estamos tomando um rumo que não estou gostando, todos os meus alertas internos estão ligando. — Por que acha que vamos nos envolver?
— Porque eu não vou desistir de você até te conquistar, Luciana. — Ele me olhou desafiadoramente.
— Eu sou um desafio para você. — Concluí, sem toda a força que queria. Por algum motivo, eu queria que ele dissesse que não.
— Não…
Droga, por que ele disse isso? E se eu admitisse que Christofer gosta 1% de mim? Isso ia mudar alguma coisa para mim?
Não existe essa hipótese. Ele está com orgulho ferido.
— Você só quer mostrar que é melhor que o Otávio. — Falei e espremi os lábios. Não er
LucianaMinha mãe chegou de surpresa.Quando ouvi a voz dela eu demorei a entender o que estava acontecendo. Mas, quando a vi parada de braços cruzados junto à porta, me deu vontade de gritar de raiva.Ela nunca esteve presente quando eu sofri vários acidentes na infância, mas quando eu estou sentada no colo de um cara bonito ela aparece rapidinho.Num primeiro momento, fiquei onde estava para ver se ela ia embora. Eu ia voltar a beijar Christofer, mas ele segurou meu rosto e soltou uma risadinha.— Temos companhia. — Ele disse.— Eu já percebi. — Revirei os olhos e saí de cima dele. Por azar, ainda estávamos vestidos, o que fez Amélia não se mancar.— Luciana, pode ficar apresentável para sua mãe? — Ela perguntou, de braços cruzados, próximo à porta.Eu me se
LucianaAh, Chris... Por que tão irresistível?Eu queria tanto perguntar o que ele sentia por mim de verdade... Mas, Amélia retornou.— Você deve ter namorado garotas lindas, Christofer. — Comentou Amélia, colocando um pacote de nachos numa tigela de cristal. Ela mastigou um dos nachos e verificou que estavam crocantes.Christofer ficou em silêncio. Dessa vez eu achei engraçado. Se ele queria bancar o meu namorado, não seria delicado ficar falando de outras mulheres na minha frente, e Amélia sabia disso.— A Luci é a garota mais linda que já namorei. — Ele disse, olhando para minhas mãos. E, depois, olhou para meus olhos.Eu cobri o rosto com a mão e tentei esconder o riso. Christofer virou um piadista.— Agora você exagerou. — Amélia disse.— Como? &mdash
Luciana— O quê? — Comecei a tremer. Acho que não ouvi direito. — Como assim? Que história é essa de dormir comigo?— Ela acha que sou seu acompanhante ou gogoboy e vou mostrar que não sou! — Christofer disse.— Mas, você é!— Eu dancei para você, por acaso? — Ele colocou as mãos na cintura.— Não, mas fez todo o resto. — Respondi.— Não discuta comigo, está decidido! — Dessa vez foi impositivo.Voltamos ao apartamento, Amélia estava no banho. Já tinha me irritado, estava satisfeita, com certeza.Christofer foi um fofo comigo, de verdade. Eu vou ser eternamente grata a ele por amenizar pouco a pouco todas as minhas grandes inseguranças na vida.Como seria quando não pudéssemos mais nos ver?
LucianaFiquei ruborizada. Fiquei aliviada. Eu ia acreditar nele, ia acreditar que ele sente algo genuíno por mim, sem saber o tamanho do seu sentimento. Eu só sabia que eu fazia parte do rol de garotas por quem Christofer se interessou.Oficialmente, eu agora poderia pensar sobre quem eu gosto. Aliás, falta só uma coisa.— V-Você quer... — Eu apalpei minha barriga. — V-Você quer ver...— Quero. — Ele falou, e se debruçou sobre mim. — É o que mais quero ver na vida.Eu precisava que ele visse. Do contrário, não ia acreditar que ele me conhecia de verdade e que, portanto, não poderia gostar de mim de verdade.— P-Promete não rir... e nem sentir nojo de mim? — Perguntei, colocando a mão no pijama na região da cintura.— A sua cicatriz é a coisa mais preciosa para mi
NarradorChristofer entendeu o que ela disse, mas quis achar que entendeu errado. Ele tinha dificuldades para acreditar que uma pessoa pudesse ser assim tão controladora.Cafetina maldita, ele só conseguia pensar nas duas palavras.— Eu já percebi tudo. — Prosseguiu Amélia.— Percebeu o quê? — Christofer perguntou, somente para não fazer juízo de valor. Mas, já tinha entendido em absoluto e suas palavras entredentes confirmaram isso.— Ora, Christofer, é preciso verbalizar? Somos adultos aqui. Você é um rapaz muito bonito, minha filha é herdeira.Antes que ela terminasse de falar, conseguiu vislumbrar o maxilar dele se retesando.— Está sugerindo que... — Ele já a olhava com desprezo.— Minha filha contratou um serviço de acompanhante, isso &e
LucianaPor quê?Por que ele foi perguntar isso, se eu também estava com tantas dúvidas?Eu não posso responder algo que eu também não sei.Eu achava que para namorar alguém bastava um pedido.Hoje, especificamente, entendo que a transição é difusa. É uma região nebulosa que não tem lei. Alguns vínculos não têm denominação.Pensei no Otávio. Pensei mu
Narrador— E então, tia? Vai deixar seu sobrinho na rua da amargura? — Diego falou com o tom de ameaça de uma pessoa que não estava acostumada a diminuir o custo de vida e sofrer privações de qualquer tipo.— Eu não posso ajudá-lo, por mais que me ameace, Diego. — Lamentou Amélia. Gotículas de suor se formaram em sua testa por cima da maquiagem pesada, ela estava tensa.— E por quê? — A expressão debochada de Diego virou uma carranca. A pupila dele ficou minúscula.— Estou sofrendo investigações por causa de sonegações, e estou com algumas contas congeladas. E lutando diariamente para que a mídia não descubra. — Amélia confessou, a contragosto.— Eu não tenho nada a ver com isso. — O olhar gélido de Diego revelou. S
Luciana— Por quê? — Indaguei, ainda secando os lábios com as pontas do indicador.— Porque você não vai mais precisar de mim depois da festa. — Ele esclareceu, apoiando os cotovelos nas pernas.Ele estava fazendo birra.— Não tínhamos combinado que ia me ensinar outras coisas? — Fiquei desesperada. Nada indicava que eu ia realmente ficar com Otávio na festa, portanto Christofer ainda tinha tempo de me ensinar outras coisas.— Eu não quero. — Ele falou.— Chris! Não pode me abandonar assim. — Fiz um beicinho. — Eu ainda não sei tudo.— Vai aprender. — Ele me deu um beijo na bochecha e se levantou. Ele estava indo embora!Quando ele alçou a maçaneta da porta, deixei escapar:— Pensei que éramos amigos.Apelei, mesm