Luciana
À noite, eu já tinha terminado a segunda garrafa de vinho. Eu bebia e chorava, bebia e chorava.
O Christofer apaixonado morreu.
Agora ele era um safado sem escrúpulos.
Comecei a abrir a terceira garrafa. Eu soluçava, minhas pálpebras pesavam. Meu corpo tentava me desmaiar para que eu parasse de beber, mas eu insistia no erro.
E, para piorar, eu estava esmagando meu tesão há muito tempo. E ele aflorou naquele dia porque beijei Christofer.
Eu estava bêbada, excitada e abandonada.
Maurício chegou com a pasta e o paletó na mão e viu aquele ambiente escuro dentro de casa. Ficou preocupado.
— O que é isso, um ritual macabro? — Ele indagou.
Eu o ignorei, e continuei tentando abrir a garrafa.
Ele não sabia o que dizer.
Christofer voltou a ser o mesmo de um no atrás. Tal
LucianaChristofer fez uma expressão severa por causa da minha pergunta.— Eu pensei que era óbvio. — Ele disse.Mordi o lábio por um segundo.— Não é. — Falei.— Então, lamento, mas você não me ama. — Ele disse, desconfiado.— É claro que eu amo, mas eu não posso atrapalhar sua vida. — Falei, suplicando que ele entendesse meu lado.Ele levantou uma sobrancelha, contente por eu ter revelado meus sentimentos por ele assim tão abertamente.— Lute por mim, Luciana. Lute. — Ele disse, suspirando. Esperava alguma atitude minha, eu sei, mas era muito difícil para mim. Eu tinha pavor de rejeição, quanto mais vindo de uma pessoa tão importante para mim, e que não tinha motivo algum para gostar de mim naquela circunstância.E
Luciana Empurrei a segunda mala porta adentro.Meu apartamento ainda estava igual: confortável e solitário. Eu estava feliz por estar de volta, e angustiada para saber como eu iria pagar as contas de agora em diante.Eu me despejei no sofá e pensei na vida.Maurício logo iria me procurar, ele saberia que eu estou aqui. Deixei um bilhete para ele, e disse que estava indo morar com Alessandra. Ele não iria acreditar, é claro. Mas, eu já tinha pedido que não o deixassem subir em meu prédio.Não quero vê-lo.Ele me abala.Não sei se é um abalo de afeição, talvez seja culpa por ter brincado com os sentimentos dele.Fiquei pensando no que fazer da minha vida, na situação de Amélia e na minha mãe de verdade. Amélia me tratava como um lixo por eu ser o símbolo
Narrador"— Quer me ajudar? Cave um buraco e me enterre.— Olhe, eu sinto muito pelo que meu irmão fez. Ele não te merece."***"— Vou direto ao ponto. — Eu posso te ajudar a seduzir meu irmão."&nb
Narrador— Grávida? — Christofer ficou um pouco descontente. Só então, Luciana entendeu o motivo de sua angústia.— Sim. Você vai ser pai de novo.Christofer finalmente suspirou aliviado. Por um momento, tinha achado que o filho poderia ser do infeliz com quem ela estava casada.Ele a abraçou, bem emotivo.— Eu não posso acreditar! — A voz dele estava embargada. — Eu fiquei tão mal quando me lembrei do filho que perdemos! E você vai me dar outro
NarradorGritos.Houve gritos de agitação e terror das pessoas com lençóis e colchões nas mãos. O corpo pareceu cair em câmera lenta, e foi amparado no susto.Luciana soltou um grito, e Christofer cobriu os olhos de sua esposa.Um fragmento da energia adquirida na queda foi absorvido pelos lençóis, permitindo que a garota sobrevivesse à queda. No emaranhado de cabelos, o rosto dela exibia uma expressão de choque. Ela ainda estava acordada quando o atendimento chegou, mas logo veio a desfalecer.***Luciana suspirou. Ela perdeu o apetite completamente depois daquela ocorrência, e vomitou duas vezes.Chri
— Não, espere aí. Não tem problema, eu te ensino. — Christofer falou e meteu a mão na porta sobre meu ombro. Bloqueou meu caminho. — Me ensina o quê? — Arregalei os olhos, virando-me de frente para ele. Foi insano. Christofer não estava falando o que eu pensava que ele estava falando. Meu rosto queimava de vergonha e ansiedade. O que aquele louco ia propor? — A beijar, ué. Não é esse o problema? — Ele deu de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Não é que eu nunca tivesse tido oportunidade de beijar. Eu tinha medo das expectativas dos outros. Quem tem 18 anos e não sabe beijar? Cada aniversário novo eu atualizava o pensamento. Daqui a dez anos seria: Quem tem 28 anos e não sabe beijar? E quanto mais o tempo passava, mais angustiada eu ficava. Não, era demais para mim. Eu só queria cavar um buraco e me enterrar, como sempre fazia em qualquer situação na vida. — Tudo bem. — Ele falou, segurando meu rosto. — Você est
— Você é muito engraçadinha, sabia? — Christofer riu um pouco. — É você que ri de tudo. Se eu falo "a" você rola no chão. — Falei. — Não exagere. — Ele me cercou com os braços e eu fiquei presa entre ele e o parapeito, sem saída. A garrafa de vinho ainda estava segura na mão dele. Nossos rostos ficaram a milímetros. Acho que ele estava tentando sacar qual era a minha, pois me analisava com perspicácia. A minha vergonha (ou burrice) não me deixou entender nada e nem dizer algo digno. Meu rosto queimava e eu só desviava o olhar. — Luci, você está bem? Parece que está com febre. — É que... — Murmurei. — Você meio que está me enquadrando aqui. Esclareci, caso ele não tenha percebido. Mas, algo me diz que essa era a intenção dele. — Está com vergonha? — Aqueles grandes olhos azuis me deixavam completamente sem ar. Ele sabia que deixava as pessoas sem graça com seu jeito sedutor e simplesmente fazia. Chegou a minha vez de ser currada, meu Deus. Dai-
LucianaMais um fim de tarde solitário saindo da minha aula na faculdade. O sol poente tem uma tonalidade alaranjada que só enfeita a visão mais perfeita do mundo: o homem que eu amo. Paro e sinto meu coração palpitar. Aquele homem lindo está caminhando em direção ao estacionamento do prédio onde dá aulas.Sim, ele é minha paixonite desde que o vi pela primeira vez, alguns meses atrás. Desde então, sempre venho aqui para vê-lo sair do trabalho em direção ao estacionamento depois da minha aula.Otávio.Esse homem é o meu número. Alto, viril, forte. Ele tem uma aura misteriosa, sempre elegante e bem vestido. Aqueles cabelos clarinhos me deixam muito eufórica, o olhar dele me deixa sem chão.Pronto, meu peito disparou como se eu tivesse corrido os 400 metros rasos