Narrador
Christofer demorou a dormir, e acordou muito cedo. Ele estava sofrendo de insônia ultimamente e isso estava se refletindo em sua paciência.
No treino, ficou um pouco desligado. Só notou o quanto estava absorto quando Lucas, seu amigo e colega de treino, acabou lhe acertando um chute no braço em vez de acertar o alvo.
— Desculpe! — Lucas exclamou, abaixando a perna e observando enquanto Christofer massageava a região atingida. — Você não segurou o alvo direito.
— É, foi minha culpa. Estou desligado hoje. — Christofer suspirou e foi beber um pouco de água, sentado no tatame. Ele realmente não estava bem.
— Vai para casa. — Lucas sugeriu.
— Não quero. — Christofer respondeu, desinteressado no conselho. Ir para casa significaria ficar sozinho com seus pensamentos. Mas, inconscient
NarradorO silêncio foi o único recurso possível para assimilar essa declaração dele.— O quê?! — Os olhos dela quase caíram no chão, de tão arregalados. Luciana ficou nervosa e furiosa. — Como assim? Não pode fazer isso comigo agora, Chris… É quando mais preciso de você!— Você já tem o que queria: Otávio está interessado em você. Não precisa mais da minha ajuda. — Ele disse, pacificamente. — Você aprendeu a beijar. Muito bem, inclusive.— Não pode fazer isso comigo. — Luciana fez um beicinho e se humilhou, escondendo o rosto nos joelhos dele. — Não diga uma coisas dessas! Tem outras coisas que você precisa me ensinar.— O quê? — Ele perguntou, curioso.— Sexo.Christofer erg
Narrador— Gosto. — Ele respondeu, derrotado. Não parecia nem um pouco feliz com aquela confissão.Mas, gostar é algo bem genérico. Ela percebeu que deveria ter sido mais objetiva na pergunta."Gosta", ela pensou."Gosta como? Como amigos? Em caso positivo, também gosto dele.""Em caso negativo, caso ele goste de mim como mulher... Ele gosta de mim e de mais quantas?"Ela suspirou. Adiantava perguntar? Adiantava insistir?Christofer era como aquele amigo incrivelmente lindo que, por mais que fosse íntimo, nada podia remover o abismo entre ambos.Ele é outro nível, ela pensou, e suspirou.Melhor nem criar expectativas.Como ela não disse mais nada, ele caminhou em direção à porta. Talvez devesse deixá-la remoer aquelas pal
LucianaEu estava deitada na minha cama, nua. Meu corpo ardia como se eu sentisse a pior febre da minha vida. Senti uma mão deslizando pelo meu corpo, deslizando pela minha pele, aquecendo-a mais ainda com o contato delicioso. Os dedos percorreram minhas costelas. E era muito bom! Gemi. Olhei para baixo e vi um rosto entre minhas pernas. Era Christofer. Ele me massageava com a língua, como se eu fosse um manancial no deserto, e eu tive uma sensação surreal.Era muito gostoso. Quanto mais ele me estimulava, mais molhada eu ficava e mais ainda ele chupava. Era um ciclo vicioso perfeito, e eu não queria que ele parasse. Depois de me alegrar, ele subiu até meu rosto e o beijou. Ele tinha um negócio na mão, um negócio duro, e o massageou, direcionando-o a mim.Acordei.Foi um sonho.Quando eu finalmente ia saber como é a sensação! Droga.
LucianaChristofer gemeu, sentindo prazer com o que apertava. Se ele tinha algum questionamento, alguma chateação em relação a fatos anteriores, estava tudo imediatamente perdoado e esquecido.— Calma aí, você quer pegar dengue? — Tentei tirar as mãos dele da minha bunda, mas não consegui. O miserável cravou os dedos como se agora seu corpo fosse uma extensão do meu.— Quem transmite a dengue é o mosquito, Luci. — Ele beijou meu pescoço e eu senti o molhado de sua língua. Seus lábios eram irresistíveis e cheios de vontade. Eu nem sei realmente se eu queria que ele me soltasse, mas meu inconsciente me pedia para me afastar. Eu estava andando por um caminho tortuoso de perdição, muito fora da minha zona de conforto. Pena que meu corpo e minha mente queriam tomar direções opostas.<
LucianaUm desavergonhado.Engoli seco.O silêncio me permitiu ouvir uma buzina de carro numa rua ao longeEle estava me convidando a transar?Eu senti vontade de morrer de tão ruborizada.Se eu pensasse no quanto já nos envolvemos e no estado que ele me deixava, não posso negar que meu corpo o queria muito. É verdade que eu estava morrendo de medo, eu estava vivendo um conflito interno muito grande.Por mais que parecesse uma ideia absurda fazermos algo mais intenso, era exatamente para aprender que eu estava lhe pagando. Eu sei que fiquei um pouco medrosa nas vezes em que nossos carinhos se intensificaram, mas eu andei pensando melhor. Eu sonhei com ele.Eu jamais pediria a ele que fizesse comigo o que aconteceu no sonho, mas... pelo menos o básico ele poderia me mostrar.A verdade é que a visão do rosto dele entre as minhas pernas fi
LucianaPensei que ele ia me ralhar por oferecer uma coisa dessas depois de ter insinuado que ele era um galinha. Ou, que ia me chamar de cachorra no cio ou algo assim. Ou, no mínimo, fazer aquela cara de safado. Mas, não. Christofer estava tranquilamente ruborizado.Eis a resposta: ele assentiu.Será que ele era assim tão bonzinho mesmo?Parecia que tínhamos bebido um litro de álcool puro, pois estávamos ruborizados, evitando contato visual. Ele retornou, um pouco hesitante. Seria uma boa ideia?Ele estava fazendo isso por causa do acordo?Afastei os pensamentos.Christofer estava inebriado quando se sentou de volta no sofá. Ficamos nos entreolhando por um tempo.— Pode abrir. — Ele gemeu, finalmente. Referia-se a sua calça;Eu congelei. Eu abrir? Não tenho autonomia para fazer isso.Agora senti um pou
Luciana— Não é isso... — Mordi o lábio. Por que ele estava perguntando isso? Estamos tomando um rumo que não estou gostando, todos os meus alertas internos estão ligando. — Por que acha que vamos nos envolver?— Porque eu não vou desistir de você até te conquistar, Luciana. — Ele me olhou desafiadoramente.— Eu sou um desafio para você. — Concluí, sem toda a força que queria. Por algum motivo, eu queria que ele dissesse que não.— Não…Droga, por que ele disse isso? E se eu admitisse que Christofer gosta 1% de mim? Isso ia mudar alguma coisa para mim?Não existe essa hipótese. Ele está com orgulho ferido.— Você só quer mostrar que é melhor que o Otávio. — Falei e espremi os lábios. Não er
LucianaMinha mãe chegou de surpresa.Quando ouvi a voz dela eu demorei a entender o que estava acontecendo. Mas, quando a vi parada de braços cruzados junto à porta, me deu vontade de gritar de raiva.Ela nunca esteve presente quando eu sofri vários acidentes na infância, mas quando eu estou sentada no colo de um cara bonito ela aparece rapidinho.Num primeiro momento, fiquei onde estava para ver se ela ia embora. Eu ia voltar a beijar Christofer, mas ele segurou meu rosto e soltou uma risadinha.— Temos companhia. — Ele disse.— Eu já percebi. — Revirei os olhos e saí de cima dele. Por azar, ainda estávamos vestidos, o que fez Amélia não se mancar.— Luciana, pode ficar apresentável para sua mãe? — Ela perguntou, de braços cruzados, próximo à porta.Eu me se