Alice gostaria de ter ido com Johnny para a empresa, mas foi pega de surpresa por uma visita: Catherine, sua sogra, tinha aparecido para combinar uma nova data para o jantar. Além disso, Johnny havia contado à mãe que Alice estava nervosa, e achou que uma boa conversa entre elas iria acalmá-la.
As duas conversavam animadamente na sala, sentadas no sofá uma ao lado da outra, enquanto tomavam um suco de laranja.
Ernesto, que estava na cozinha comendo um pudim que sobrara do jantar do dia anterior, passou pela sala em direção a porta de saída. A princípio andou pé-ante-pé, evitando incomodar as duas mulheres; porém logo percebeu que elas estavam empolgadas demais para lhe dar qualquer atenção, então continuou andando normalmente.
Assim que abriu a porta para sair da casa, deu de cara com Betinho, que estava com a mão erguida, pronto para bater.
- U
- O que eu posso te dizer é que eu compreendo que você considere o que eu faço perversão. Dependendo da combinação de fatores que envolvem a nossa vida, acabamos condicionados a olharmos a vida dos outros de forma bem restrita. - começou Diego, calmamente.- Eu não tenho a visão restrita, pelo contrário! Acho que já demonstrei pra você o tanto de conhecimento que tenho!- Sem dúvida, não questiono isso. Já percebi que você estudou muito do assunto. Mas não há nada que nos revele mais sobre a verdade do que a experiência; você passar por uma situação te faz ver tudo com outros olhos.- Concordo que SENTIRMOS algo vivenciado é diferente do que SENTIRMOS algo que conhecemos só em teoria. Mas a questão não é essa. Eu n&ati
- Uma balada? O endereço tá certo?Ed olhou novamente o celular.- Está certo sim Johnny. Esse é o endereço da Alexia. Pelo menos é o endereço que ela forneceu pra empresa, e depois confirmou.- Iiihhh… isso tá me cheirando confusão. - comentou Sezão.- Mas que tipo de gente
- Sua história é comovente; infelizmente não estou aqui para testar emoções, estou para uma discussão racional, e não entendi o que você quis argumentar com tudo isso. Diego percebeu que o sequestrador tinha ficado mexido com a história, mas estava longe de ser convido a libertá-lo. - Quis demonstrar tudo é questão de percepção. Eu sou o mesmo Diego para meu pai, para meus ex-vizinhos, para toda a sociedade, mas cada uma me interpreta de uma forma. Me julga conforme seus próprios critérios. Para alguns sou apenas um cara legal, para outros sou um pervertido, para outros sou exemplo de coragem… para a moça da cafeteria sou apenas o cara que todos os dias senta na mesa ao lado da janela e pede o mesmo tipo de café. Então não sou eu que tenho que ser “trabalhado”, são vocês que tem que entender porque uma escolha MINHA afeta tanto vocês. Diego se levantou, caminhou até o sequestrador e sentou-se ao lado dele, encarando-o. - Eu nunca sequestraria alguém.<
– Não acredito! - falou Diego.Em cima do sofá estava uma chave, que Diego concluiu ser de alguma porta. Sem pensar muito, pegou a chave e correu até a porta, que estava destrancada.“Ele ficou tão envolvido na conversa que esqueceu de trancar a porta”, pensou.Ao contrário do que imaginava, a porta daquele cômodo não dava para outra parte de uma casa, e sim saía diretamente na parte externa.Para seu espanto, tudo que ele enxergou foi um milharal.“Meus Deus, é por isso que eu não escutava barulho nenhum. Eu estou no meio do nada!”.Olhou para o local onde estava preso: era uma casinha minúscula, com aparência de abandonada, provavelmente para não chamar a atenção.“Se eu correr pelo milharal, posso ficar perdido, pode ter quilômetros de plantação”.Decidiu dar a v
- Ai minha Nossa Senhora dos carros velhos, me ajuda a ligar esse negócio!!!A caminhonete então ligou, para alívio de Diego. Porém, quando ia acelerar o carro, foi puxado pelo colarinho da camisa e bateu a cabeça na porta do carro.- ME SOLTA SEU MALUCO! - gritou, mas continuou sendo puxado.- NÓS AINDA NÃO TERMINAMOS!!! – rebateu o sequestrador.Num ímpeto de desespero, Diego desligou o carro, tirou a chave da ignição e falou:- Quem decide isso SOU EU!!!E rapidamente acertou um golpe com a chave no rosto do homem, que imediatamente o soltou e começou a urrar de dor.Diego voltou a dar partida e acelerou o carro, deixando o homem para trás cercado em uma nuvem de poeira.No GPS marcava 03:00 horas da madrugada.Diego sentiu um arrepio, mas seguiu sem olhar para trás.XXXXDesanimados por não tere
Diego contou tudo aos amigos, antes de qualquer um deles considerar que deviam avisar a polícia. Tão logo foi avisado, Allan chegou na mansão de Johnny e Alice, e Diego contou novamente toda a história, com todos os detalhes que sua memória ainda em choque e seu corpo exausto permitiram.- Isso é fascinante, meu caro! É digno de uma história de suspense. – falou Allan.- Está mais para história de terror. – comentou Wanda.- Isso tudo é uma loucura. Será que esse cara tem uma vida normal? Tipo, é professor em alguma escola, ou gerente de um banco ou, sei lá, caixa de um supermercado? Será que alguma de nós já cruzou alguma vez com ele por aí, sem saber que estava diante de um psicopata preconceituoso? – indagou Alice.- Olha – re
- Vocês estão proibidos de ir! Entenderam? PROIBIDOS!!! - gritou Allan, deixando o clima ainda mais tenso.- Você está louco se acha que eu não vou tomar nenhuma atitude! - gritou Johnny, em resposta.- Ahhhh, calem a boca vocês dois!!! - falou Sezão, irritado. - Até quando vocês vão agir como dois moleques mimados? Nós estamos na mesma equipe, droga! Aquilo parecia um labirinto. Cada vez que avançavam um pouco, chegavam numa rua sem saída e precisavam retornar. O clima de frustração do grupo era tão pesado que é quase como se pudesse ser sentido no ar.Johnny chegou em casa e não queria conversar, mas achou injusto não deixar Alice a par dos últimos acontecimentos. O clima entre eles não estava dos melhores, e a última coisa que ele queria agora é se afastar da pessoa que ele mais amava.Abriu um vinho, serviu uma taça para ela e outra para ele e, sentados no sofá da sala, conversaram sobre a morte de Eddie.- Eu sinto muito, amor. Sei o quanto isso está abalando você, e sei também que parece um beco sem saída, mas esses bandidos não são perfeitos, em algum momento eles vão dar algum deslize. SóEvidências