- Bem, vou deixar vocês conversarem. Aposto que serão bons amigos. Podemos é dar uma nome pra turma de vocês, hein... Que tal “Gangue dos Amigões”?
Diante da cara de reprovação dos cinco, Alice escondeu o sorriso e se retirou.
- Que bom revê-los. – Disse Ernesto – Eu poderia dizer que o tempo fez bem para vocês, mas eu estaria mentindo. Apesar que, você gordinho, ficou
menos assustadorsem aquela pança albina aparecendo.Willy enrubesceu.
- Ê maluco, cê acha que tá falando com quem, hein? Willy não é gordo não tá, ele só tá meio inchado...
Willy arregalou os olhos e se virou para Betinho.
- Betinho...
- Calma aí Willy, deixa eu falar com esse maluco. O Willy tá inchado, mas não é inchaço de gordura n
- Por favor Diego, me dê boas notícias.- Claro chefinho, você escolheu a pessoa certa para essa tarefa: euzinho.Sentados em volta da mesa de reunião da sala da presidência da Dollar S.I., Wanda, Sézão, Ed e Alice olhavam atentamente Johnny e Diego conversando e tentavam extrair algum sentido naquele diálogo.- Não estou trazendo o melhor, estou trazendo o melhor dos melhores, junto com toda a equipe mágica dele. Lógico que vai custar uma pequena fortuna chefinho, mas você disse que dinheiro não era problema.- E não é. Só preciso de um trabalho perfeito.- Desculpe interromper – disse Alice – mas vocês pretendem incluir a gente na conversa, ou a gente foi chamado só pra assistir mesmo?Johnny olhou carinhosamente para a esposa e respondeu:- Caríssima senhora Dollar, vocês participar
O primeiro teste dos disfarces foi marcado para o próximo dia, na casa de Johnny e Alice.A equipe de maquiadores chegou cedo e começou os preparativos; Johnny, Sezão, Wanda e Diego repassaram várias vezes com o principal maquiador características marcantes de suas personalidades, para que não fossem criados disfarces tão distantes da realidade que acabariam não convencendo ninguém.Enquanto isso, Alice chegava com os figurinos. Logicamente, Diego não deixou que ela escolhe as roupas sozinha; ele já tinha encomendado tudo com alguns estilistas de sua confiança e a cargo de Alice ficou somente o transporte.Quando as coisas se acalmaram, todos se reuniram na sala para que Diego apresentasse como afinal seriam os disfarces.- Bem meus queridinhos, depois de muita conversa e pesquisa, decidimos como será cada disfarce, e posso garantir para vocês que serão
Aquele seria um dia histórico.Betinho descobriu que seu pai estaria em uma reunião na casa de Johnny, então sugeriu a Alice que convidasse os irmãos dela para visitá-la, para que pudessem brincar juntos. Alice gostou da ideia.- Me sinto mal de enganar a tia Alice, mas foi necessário. - falou Betinho.- É por uma causa nobre. - respondeu Willy.Os dois garotos estavam na frente da casa de Betinho, esperando os irmãos de Alice chegarem. Logicamente, o intuito deles não era brincar, mas sim realizar a “batalha” que haviam combinado.Não demorou muito para que Ernesto, Gabriel e Helena chegassem; ao descer do carro, Ernesto avistou Betinho lhe fazendo um sinal de “eu e você, agora”, e entendeu o recado. Os três irmãos entraram na casa de Alice – foram cumprimentar os anfitriões – e então caminharam até
- Betinho… - falou Alice, quase que num sussurro – Você por aqui? Achei que você estaria com meus irmãos, lá na sua casa. Aconteceu alguma coisa?- Então tia Alice, ogonócioé o seguinte…Sézão abriu a boca para chamar a atenção do garoto, afinal ele detestava que Betinho falasse “gonócio” ao invés de “negócio”, mania que o garoto mantinha desde criança, mas se tocou a tempo de não fazer uma bobagem.- … o gasparzi… quero dizer, o teu adorável irmão aqui, Ernendio…- Ernesto. Meu nome é Ernesto.- É, Ernesto, Ernendio, são tudo sinomagos…- … sinônimos…- É, esse negócio aí…. O que eu tava falando mesmo?- O negócio &eac
- Finalmente, não aguentava mais esperar!- Nem eu… foi bom ficar em casa, mas eu já estava cansada. Sem falar que eu estava com saudade dos contatinhos, né?As duas moças riram, enquanto caminhavam até a entrada da Dollar S.I.A expectativa era grande para reabertura; não era só os funcionários que estavam ansiosos, mas os curiosos também.- Mais de um ano após o terrível crime que aconteceu nas dependências da Dollar S.I., no qual o funcionário Charlie Benson, de 47 anos, foi atacado e teve suas pernas amputadas, vemos a empresa reabrindo, mesmo com o autor desse crime bárbaro continuar sendo uma incógnita para a população e um desafio para a polícia. - disse a repórter, transmitindo ao vivo no canal local.Mesmo após toda a confusão que aconteceu na casa de Sézão por causa dos disf
A reabertura da Dollar S.I. foi um sucesso, apesar dos esforços de alguns jornalistas para criar uma polêmica e assim ter uma grande notícia.Desta forma, ao fim do dia, Sezão e Johnny tiveram um pouco de paz para conversar com as crianças e explicar toda aquela situação.Se reuniram então na casa de Johnny e Alice. Betinho, Willy, Ernesto, Gabriel e Helena estavam sentados no sofá, um bem pertinho do outro, com os olhos arregalados e atentos esperando a explicação dos adultos – Alice, Sézão e Johnny - que estavam em pé, tentando disfarçar o desconforto da conversa. Audinéia estava ao lado das crianças, sentada nobraçodo sofá, com a carafechadae os braços cruzados.Johnny então começou:- Bem galera, eu sei que o que vocês viram parece meio difí
Alice olhava para as peças de porcelana distribuídas em cima da mesa do jantar. Tentava organizar em sua mente a finalidade de cada peça. Era acostumada a usar pratos comuns e copos de vidro de requeijão, então reconhecia que aquele jogo de jantar não era comum.Entender a porcelana passou a ser brincadeira de criança perto do faqueiro.“Meu Deus, por que tantas peças?”, pensou, “será que é obrigatório usar tudo isso?”- Gostou?Alice se assustou com a aparição repentina de Johnny.- É… eu… nossa, claro… Nunca vi algo tão chique assim. Tenho até medo de usar.Johnny arregalou os olhos.- Não amor, não se preocupe. Foi um gesto de carinho da minha mãe, só isso. Ela está muito feliz de finalmente vir jantar na nossa casa
Cinza.Uma parede… cinza.Linhas amarelas.Dor.Uma luz.“Onde estou?”, pensou Diego, enquanto seus olhos tentavam se acostumar com a claridade.Assim que se deu conta que não reconhecia o lugar, tentou levantar rapidamente, mas acabou sendo puxado e permaneceu sentado. Percebeu então que suas mãos estavam presas com aros e correntes.- Mas que droga é essa?!?Olhou em volta; estava num cômodo pequeno, com no máximo três metros quadrados, paredes cinzas e uma cama de ferro, com um colchãozinho fino, coberto por um lençol branco. E só.Nada de portas. Nada de janelas. Somente uma portinhola no teto.Não achou que gritar seria uma ideia muito eficient